Mostrando postagens com marcador mudança de endereço. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mudança de endereço. Mostrar todas as postagens

Expatriação e a importância da amizade com você mesma!

A primeira amizade que temos que fazer quando mudamos de cultura é com a gente mesma.
Claro que ter outras pessoas por perto, principalmente falando o nosso idioma, ajuda muito a alcançar aquele sentimento "quentinho e gostosinho" - quase com sabor de brigadeiro - de não estarmos sós num mar de gente e coisas estranhas!
Mas estar num bom e estável relacionamento com nós mesmas ajuda e muito no processo de adaptação a um novo lugar e à uma nova vida
Mas como assim fazer amizade comigo mesma? Eu convivo comigo 24 horas por dias! 
Aha! Mas isso não quer dizer que somos íntimas de nós mesmas. Sabe aquele negócio de viver na mesma casa, mas um não saber nada do outro: sonhos, desejos e necessidades?
Pois é, acontece com a gente também! 
A mente e o espírito residem no corpo, mas um simplesmente não conhece o outro, e assim perdemos a  noção do que realmente queremos, do que realmente importa, do que realmente nos faz bem...
Mas como é que se faz amizade com a gente mesma? É que parece tão óbvio, que nem sempre sabemos por onde começar...
Como é que você conhece mais sobre alguém? Observando e, com muito jeito para não ser inconveniente, perguntando!
Então, tenha interesse por você! Pergunte-se!
Preste atenção nos seus pensamentos: qual é o conceito que você tem sobre você mesma? Como você chegou nessa ideia sobre você? Que ações revelam esses conceitos que você tem sobre você?  Isso é realmente verdade?
Preste atenção nos seus sentimentos. O que te faz bem? O que te incomoda? O que você gosta de sentir? Que sentimentos você se esforça para ter mas que não fazem sentido pra você?
Preste atenção no seu corpo. Como seu corpo reage aos seus pensamentos e sentimentos? Como você tem tratado o seu corpo? Você está satisfeita com o seu comportamento com relação ao seu corpo?  Que relação você gostaria de estabelecer com ele?
Essas perguntas aproximam você de você mesma. Quanto mais você descobrir sobre você, mais você vai querer explorar. Nem sempre vai ser fácil, afinal, relacionamentos não são fáceis - inclusive com a gente mesma. Mas pode ser interessante porque deixa a sua vida mais produtiva! Se você sabe o que você quer e o que te faz bem de verdade (não porque alguém falou), para que você vai agir para atentar contra seu próprio bem estar? 
Eu sempre gosto de pontuar a importância da gente ficar íntima da gente mesma - especialmente em um processo de expatriação - porque, muitas vezes, é só com a gente mesma que iremos poder contar, é na gente mesma que teremos que encontrar as forças para seguir em frente!
Então trabalhe para poder contar com você. 
Não, isso não é uma defesa da solidão ou do isolamento. É só uma pausa para dizer que sim, está tudo bem você querer prestar atenção em você, atender suas necessidades e dar prioridade a você. Isso é justo e pode ser, em alguns momentos, a única maneira de se manter saudável "longe de casa".

Carmem Galbes

Quando a gente não sabe, a gente aprende!

Dia desses levei meu filho em uma pista específica para ele brincar com o hoverboard, essa coisa elétrica de duas rodas, um tipo de skate ou patinete sem guidão. 
Ele nunca tinha subido num negócio desses...
Capacete, cotoveleiras e joelheiras no lugar, lá vai ele para as instruções: para ir para frente, incline o corpo para frente. Para dar ré, jogue o corpo para a trás...sempre direcione o corpo para o lugar que você quer ir. Se cair: levante. Para subir de novo no brinquedo: pise aqui e aqui. 
Pronto!
Bora curtir?
Eu sentei e fiquei observando... como criança aprende rápido! A instrutora deve ter segurado um minutinho só nas mãos dele...
Vi como ele teve paciência e cuidado até pegar segurança...
Ele caiu? Trocentas vezes.
Levantou? Trocentas vezes. 
Percebi que a cada tombo ele levantava mais rápido, afinal ele tinha meia hora para deslizar, não podia ficar pensando muito sobre a queda. Era uma escolha: ou ele se lamentava ou voltava logo a brincar. O que ficou mais fácil a cada tombo foi subir sem ajuda no equipamento.
Eu lá sentada e mentalizando o equilíbrio do meu pequeno, resolvi abstrair...e a expatriação começou a piscar nos meus pensamentos como um luminoso.
Uau: ser coexpatriada é como andar pela primeira vez de hoverboard!
Você embarca em uma experiência totalmente nova. Mas por mais que você receba orientação, é totalmente natural você cair, cair muito e continuar caindo. Mas você foi instruída a se levantar. E a cada tombo, você se levanta e, cada vez mais rápido, volta a deslizar. É difícil? Concordo, não é fácil. Mas é um processo que pode ser aprendido a ponto de você se esquecer como tombou no começo!
Tem risco? Claro que tem! Para meu filho poder andar nesse troço, eu assinei um termo assumindo toda a responsabilidade em caso de tombos, roxos, contusões e quebradeiras.
Tem risco em uma expatriação? Zilhões! O correto seria você se informar e ser informada, como aconteceu na pista de hoverboard, sobre todos os riscos.
Mas saber sobre os riscos não torna o processo mais fácil ou seguro, só exime responsabilidades, mas te prepara em caso de emergências!
Bom, meu filho pode se machucar nisso? Qual o hospital mais próximo?
Bom, posso passar por isso e aquilo em um outro país? Onde vou buscar socorro? O que eu vou fazer para me recuperar? 
Eu poderia ter falado para meu filho: você não vai é muito perigoso! Mas ali eu achei que não era pra tanto.
Você também pode optar por não embarcar em uma expatriação se você considerar os riscos muito altos. A decisão é sua.
Se eu estivesse convicta de que andar de hoverboard é muito perigoso, meu filho poderia protestar, chorar, me odiar, que eu não deixaria...
Se você estiver convicta de que uma mudança vai machucar demais, não vá...mas aguente os protestos, choros e aquela dúvida: será que eu não aguentaria mesmo?
Então é isso: como pilotar hoverboard, expatriação tem a ver - principalmente - com aprendizado: sobre cultura, modo de vida e sobre você!! E tem muito a ver também com paciência, autonomia, responsabilidade sobre os próprios atos e sentimentos, humildade, fé e disposição de criança para começar de novo e de novo. 
Pronta para aprender?
Não sabe como fazer? Converse comigo, sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Estamos nos preparando direito para uma expatriação?

O que mais pesa em uma transferência, a mudança cultural ou a mudança da rotina da família, dos filhos, da mulher que acompanha o profissional transferido? 
É possível separar os dois?
Todas nós tememos o famoso choque cultural. Desconfio que ele pode até matar (de medo, de tristeza, de angústia, de vergonha...), tanto que muitas empresas que mandam seus funcionários para outro lugar investem pesado para tentar apresentar o máximo da cultura antes da família partir: promovem encontros em que se fala sobre os costumes, as leis, o clima, as tradições locais.  Investem em treinamento intercultural. Pagam pela mudança, pelo transporte do bichinho de estimação. Custeiam serviços especializados para ajudar a família a encontrar casa, comida, escola e contratar serviços no novo endereço. Patrocinam reuniões com brasileiros que já vivem no país de destino. Bancam cursos de idioma.
Isso tudo é fundamental! Uma ação e tanto para que a vida comece com dignidade em uma nova cultura.
Mas isso basta?
Tratar a questão cultural, entender as 4 fases da adaptação em uma nova cultura e ter paciência para passar por elas são suficientes para que, após um ano ou dois, estejamos nos sentindo confortáveis com a nova vida?
Se é isso, como explicar o sentimento ambíguo de parte das coexpatriadas: a de, sim, se sentir em casa após um tempo, mas completamente desconectada de si mesma e insatisfeita?
Se é uma questão de fazer de forma competente uma transição cultural, como explicar  a mesma dor que percebo em muitas mulheres que acompanham seus parceiros em uma transferência profissional dentro do Brasil? Aqui não há mudança de idioma, talvez de uma palavra ou outra. Há alguns costumes e comportamentos típicos do lugar, mas nada que seja ofensivo ou muito difícil de lidar.
Será que dedicamos devida atenção ao choque na rotina que sofremos quando deixamos o nosso endereço de sempre?
A  mulher pode não ser a "estrela principal" do processo de expatriação. A mudança pode não ter sido motivada pela carreira dela (como acontece em 80% dos casos), mas a sua vida é virada do avesso por causa dessa transferência: deixa amigos, referências, rede de apoio, a própria carreira, independência financeira...
O que mais me preocupa é que temos "virado nossa vida do avesso" na base da sorte, da tentativa e erro, do "vamos ver no que vai dar."
Será que esse lado B de uma expatriação entra, pelo menos, em pauta na hora de se decidir pela transferência de alguém?  Será que a equipe envolvida na expatriação pensa, em algum momento, como a mudança vai afetar a vida, a felicidade, a saúde de quem acompanha o profissional transferido? Será que quem transfere e a família transferida ainda pensa que o valor do salário compensa tudo?
Encarar essa reviravolta na vida de quem acompanha não seria um caminho pra oferecer um suporte adequado? 
Pesquisas mostram que os pacotes de expatriação oferecem, em média, 13 benefícios. Mesmo assim, das expatriações que fracassam, 75% foram porque a família diz não ter se adaptado. Como assim, se há tanto esforço para a adaptação? Não se adaptou a que, ao local ou a vida totalmente diferente da que se tinha?
Não seria a hora de começar a encarar com mais seriedade esse lado B da expatriação para que a família possa buscar e as empresas possam oferecer um suporte mais adequado e, assim, evitar danos tão profundos na vida das pessoas expatriadas?
Percebo que algumas empresas começam a olhar para esse lado que, quando mal administrado, pode afetar em cheio o desempenho de seu colaborador. Tem empresa, por exemplo, que paga um salário para a esposa do funcionário. Já vi em pacotes de expatriação que a empresa disponibiliza assessoria para recolocação profissional do acompanhante (voluntariado), isso mesmo, voluntariado entre parênteses, porque visto para a esposa trabalhar é outro assunto.   
Pela minha experiência, meu trabalho como coach de esposas expatriadas, tenho certeza que a abordagem precisa mudar. Mas preciso ter isso tabulado, passado no papel para que vire um documento! Quem sabe as coisas não mudem?
Por isso, eu gostaria que você me falasse como se sente com relação a sua experiência como a mulher que acompanha um profissional transferido.
Proponho algumas perguntas. O link dessa pesquisa está aqui e no fim do texto.
Você não precisa se identificar. Caso faça, seus dados estão protegidos.
Se queremos um resultado diferente com relação ao sucesso pessoal e profissional nos processos de expatriação, temos que começar a agir diferente.
Para responder a pesquisa, clique aqui.
Obrigada pela sua participação!


Carmem Galbes
Imagens: Freeimages

Reconstruindo a rotina da casa depois da mudança.

O que atormenta mais quando mudamos de endereço: a mudança cultural ou a mudança do modo de vida? Será que é possível separar uma coisa da outra? Será que o desconforto é proporcional à mudança da rotina, quanto mais ela é alterada, mais sofremos?
Ok. Até deixar seu ninho, você tinha uma rede de apoio, não precisava se preocupar com a casa, não se sentia tão sobrecarregada...
O fato é que tudo mudou...O que você poderia fazer de diferente para a vida ficar melhor? Que tal assumir o controle da situação? 
Mas como começar uma rotina do nada, em um lugar que você não conhece bulhufas?
Vou propor um caminho para estabelecer um esquema para a casa. Comece por ela e, depois, ficará mais fácil você organizar sua agenda, seus pensamentos, seus sentimentos, seus objetivos!
Mude, rasure, pule, experimente, descarte até encontrar um modelo que funcione para você.

Comece por fazer uma faxina nas suas ideias! 
Reconheça e entenda que você está em uma nova cultura: talvez as estratégias que funcionavam no antigo endereço não sirvam mais, seja porque os horários nesse  novo local são diferentes, porque a comida é diferente, porque o transito é mais caótico, porque cozinha e banheiro não têm ralo, porque o clima é diferente, porque a rede de apoio está distante, porque a diária da empregada é muito alta... 

Desentulhe. Menos coisas = menos trabalho e mais tempo. Avalie seus pertences e descarte o excesso. Olhe com cuidado para a decoração. Os objetos trazem mais conforto ou mais trabalho?

Estude o local, a cultura e veja as possibilidades. Vasculhe as redes sociais, pesquise sobre produtos, equipamentos e serviços disponíveis na cidade que possam facilitar a sua rotina. Nos países onde o trabalho doméstico é valorizado, é mais comum encontrar produtos mais práticos e mais em conta que no Brasil, como lenço umedecido para limpeza e aspirador de pó robô, que você programa e ele aspira a sujeira sozinho.

Divida as tarefas entre todos os moradores da casa. Exemplo? Cada um é responsável pela limpeza, organização e manutenção do próprio quarto. Cada um também assume uma tarefa diária de acordo com a idade: um fica responsável pelo lixo, outro pela louça de determinada refeição, outro pela higiene do animal de estimação e assim por diante.

Em vez de escolher uma data para fazer "aquela faxina", faça um planejamento de limpar um pouco por dia. Divida as tarefas ao longo da semana e determine quem irá fazer o que. Exemplo:
Segunda-feira: banheiros + Roupa.
Terça-feira: tirar o pó + aspirar.
Quarta feira: Cozinha + área de serviço.
Quinta-feira: Roupa + mercado.
Sexta: Alimentação.

Sobre a alimentação:
Escolha um dia para fazer a base da alimentação da semana: cozinhe arroz e outros grãos, separe em porções e congele. Limpe a carne, separe em filés e congele. Cozinhe o inhame/aipim/macaxeira e congele. Faça molho de tomate e congele em porções. Faça sopa e congele em porções. Lave todas as folhas, seque e guarde na geladeira. Lave os legumes, pique e congele. Atenção: coloque no freezer um filé separado do outro. Só junte todos em um mesmo recipiente quando já estiverem congelados.
Faça também um cardápio semanal, imprima e cole na porta da geladeira. Serão 7 almoços e 7 jantares. Isso ajuda no planejamento e na elaboração da lista do mercado, além, de acelerar o preparo das refeições.

Sobre o mercado:
Economize tempo definindo o dia que fará as compras. Baixe um app de lista de mercado ou deixe papel e caneta na cozinha. Vá anotando os produtos que precisa comprar. Confie na sua lista e evite levar o que já tem em casa.

Sobre a limpeza e a organização:
Comprometa-se com a manutenção da limpeza e da organização da casa. Não espere a sujeira tomar conta para limpar. Limpe assim que sujar. Com essa manutenção, a limpeza ficará mais rápida e simples, e a casa estará sempre limpa. 
Aceite a cultura do local. Se o banheiro não tem ralo é porque não é cultura lavar o banheiro. Ao jogar água você pode danificar o piso. Encontre uma nova forma de higienizar. Com certeza isso existe no local onde você está.
Avalie a contratação de uma empresa especializada para limpar vidros e ar-condicionado.
Não espere a bagunça se espalhar pela casa. Todas as noites certifique-se de qua cada objeto esteja no cômodo que deve ser guardado.

Sobre a lavanderia:
Repense seu guarda-roupa. Inclua a praticidade nas suas escolhas. As peças são fáceis de cuidar? Vão para máquina de lavar e secar? É preciso passar?

Priorize! 
Às vezes, com criança pequena, quando tem alguém doente em casa, visita ou alguém precisando de mais atenção não é possível seguir - como gostaríamos - uma rotina muito redondinha. Nesses períodos avalie: qual atividade que você pode adotar que vai trazer um grande impacto positivo na rotina da casa? Faça primeiro o que traz mais resultados positivos!



Carmem Galbes

Como presentear alguém que está de mudança?

Já aconteceu de você anunciar que vai pra longe e um  monte de gente, até pessoas que você não mantinha contato há tempos, querer ficar mais perto?
E ai vem aquela série dos famosos encontros de despedida. Isso é muito legal: tem beijo, abraço, risadas, lágrimas, declaração de amor e muitos votos de sucesso.
E queremos mesmo essa proximidade. Parece que nessas ocasiões conseguimos abastecer nosso reservatório de energia para encarar o desafio de viver longe de tudo o que conhecemos.
Mas como lidar com um comportamento bem comum também nessa fase, o desejo de presentear quem está de mudança? Seria essa a estratégia para ser lembrado por quem está indo embora?
A ideia aqui nem é avaliar a motivação de cada um. O propósito dessa conversa e falar sobre as coisas, a bagagem.
Quem está de partida, geralmente, está passando por um profundo processo de desapego e descarte. Desapego porque é preciso abrir mão de muitos conceitos para ter coragem de desbravar. Descarte porque transportar coisas é caro e trabalhoso. Não vai ser você que vai deixar tudo isso mais difícil, vai?
Mas como eu posso mostrar que eu quero que minha amiga que está indo para o outro lado do mundo não me esqueça?
Por outro lado, para quem está indo, como recusar um presente repleto de boas intenções?
Vamos começar por quem presenteia. Você pode usar inúmeros artifícios para ser lembrada. Prefira os artifícios do bem! Lembre-se que quem está de mudança, geralmente, está exausta e insegura. Então vamos à lista de sugestões, a ideia é presentear com seu próprio tempo, com serviços e experiências. Isso não pesa, não ocupa espaço e marca para sempre!
  • Ofereça-se para ajudar na mudança! Pode ser embalando, carregando, limpando...
  • Ofereça refeições nos dias de embalagem da mudança: acredite, por mais que haja fome, no período de mudança, nunca há espaço reservado para a comida.
  • Ofereça-se para cuidar das crianças enquanto a mudança está sendo retirada: não ter crianças "perdidas" e exaustas por perto deixa tudo mais Leve para todos!
  • Ofereça hospedagem quando a mudança já tiver saído: um hotel é sempre a solução mais fácil, mas a casa de alguém íntimo é um carinho que não tem preço.
  • Ofereça-se para levar e buscar as crianças na escola: não ter que lidar com o relógio em dias de mudança é um grande presente.
  • Ofereça uma refeição com o prato que ela mais gosta. 
  • Se puder, faça um planejamento para passar um período com a pessoa no novo endereço e ajudá-la a lidar com a organização da casa, com o novo e com toda a saudade...
  • Pesquise e marque a pessoa em páginas das redes sociais que possam facilitar a vida dela e da família no novo endereço.
  • Pesquise textos e vídeos que ajudem no processo.
  • Escreva ou grave uma mensagem.
  • Marque e pague uma massagem, um cuidado especial com os cabelos, com a pele, pés ou mãos: sabe-se lá quando esse ser vai ter tempo de cuidar dela de novo.
  • Banque uma consultoria: pode ser uma consultoria em mudança, em organização de rotina, organização da casa, em estilo, em alimentação, uma consultoria sobre a cultura para a qual a pessoa está indo...
  • Banque uma sessão de Coaching: essa sessão pode fazer com que a pessoa comece com ânimo renovado no novo endereço.
Você está de partida, ganhou um presente, não sabe o que fazer?
Sugiro fazer o que seu coração mandar.
No mais, desejo uma ótima mudança para quem vai e para quem fica!
Que tal presentear uma querida com um pacote de sessões de coaching e/ou um processo de organização de agenda e rotina? Fale comigo! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Transferência profissional: um acordo em família.

Como vai a sua carreira?
Como estão as suas finanças?
Como está a sua autoestima?
Quantas vezes, na última semana, alguém sugeriu ou disse - sem rodeios mesmo - que você não deveria reclamar de nada?
Quantas vezes na última semana você se sentiu tão culpada...que pediu perdão a Deus - espremendo as suas mãos com força -  e ficou morrendo de medo de uma onda de azar entrar na sua vida porque você está desestimulada, se sentindo fracassada, a pior pessoa do mundo, apesar da carreira do seu marido estar bombando, de o salário dele dar para toda família e ainda sobrar, de a casa ser linda?
Ao mesmo tempo, quantas vezes na última semana você ficou com raiva de você mesma por ter aceitado largar o seu trabalho, a sua independência financeira, a sua rede de apoio em nome da carreira de outra pessoa?
Há quanto tempo você oscila entre culpa e raiva, raiva e culpa?
É assim mesmo que deve ser?
Quantas e quantas vezes testemunho pessoas inteligentíssimas sendo esmagadas pelo estereótipo da mulher que acompanha o marido em uma mudança: dondoca-folgada-ingrata?
Aí eu penso como deveria ser a cena de anúncio de uma transferência: 
- "Oi gata, recebi uma proposta ultra-mega-power para trabalhar no fim do mundo." (Pausa para close no rosto do maridão, sorriso campeão, um 'tim' no dente branco e aquela piscada matadora).
Ai entra a mulher - não a mãezona que se sacrifica por tudo e resolve a vida de todos - a mulher mesmo, ser humano, que pode ter carreira e ganhar dinheiro sem ser acusada de ser gananciosa: 
- "Parabéns, honney, você merece!" (Pausa para beijos, abraços, brindes e planos)..."Mas...o que eu ganho nisso?"
- " Bem...tem meu mega-blaster-salário, um pacote de expatriação com casa-comida-roupa lavada, vamos conhecer uma nova cultura, passear muito, além de você poder deixar seu trabalho que te estressa tanto..."
- "Pera aí...eu me estresso, mas passa...você terá um salário, eu não...teremos casa-comida-roupa lavada, mas eu farei sozinha o trabalho pesado de montar uma casa do zero, de empurrar pra fora a saudade, de abrir as nossas vidas para a cultura local, de enxugar as lágrimas das crianças que estão levando mais tempo para fazer novos amigos..."
O maridão sacando tudo: - "ok, quanto você quer para entrar nessa comigo?"
A mulher faz uma lista de tudo que vai abrir mão, das tarefas que vai perder e vai ganhar e da responsabilidade que vai assumir. Ela chega ao número. Anota no guardanapo e passa ao homem.
Ele desfaz as dobras temeroso. Ele sabe qual é o atual salário dela. A proposta é um tabefe: "Você tá doida? Isso aqui é 37 vezes o meu salário, incluindo o bônus! Diz que você não quer ir que é melhor"
Ela rebate: "Ué, diz você que meu trabalho não vale isso ou que você não quer pagar!"
Pausa para a cena clássica: braços cruzados, olhares para o infinito, climão!
Mas o cara é inteligente! Não é à toa o reconhecimento que tem: "Querida, você deveria receber muito mais por esse trabalho, mas eu não consigo pagar esse valor. Está aberta à negociação?"
Ela derrete. É lógico que ela quer ir. Será uma super chance para a carreira dele e para a experiência de vida de toda a família. Ela quer ir, mas quer ir de igual para igual!
E então surge a contraproposta:
  1. Escreveremos, juntos, o propósito dessa mudança. Decidiremos quanto tempo estamos dispostos a "ficar fora", o que nos fará desistir, o que faremos com o dinheiro, como vamos lidar com a minha carreira. Tudo será anotado! Esse documento será assinado e ficará visível para que a gente nunca se esqueça de como chegamos aqui.
  2. O salário será nosso. E a poupança que fizermos lá também. 
  3. Se eu conseguir trabalhar lá, o meu salário também será nosso.
  4. Nunca, nunca, nem por brincadeira, você dirá ou insinuará que a sua vida está mais difícil que a minha. As atividades e os cenários em que atuaremos podem ser diferentes, mas a peça será um grande desafio para todos!
  5. Entenda que quando eu reclamar da cidade ou do modo das pessoas, eu não estarei reclamando de você, nem para você, nem do fato de você ter aceitado o convite. Só estarei elaborando situações difíceis e, principalmente no início da nossa vida nesse novo lugar, só conseguirei fazer isso através de você. Se você me recriminar, ficarei magoada com você e com raiva de mim!
  6. Confie em mim! Deixe-me tomar as decisões que acredito que farão diferença na qualidade de vida de nossa família. Eu passarei - pelo menos no início - a maior parte do tempo em nossa casa, então deixe que eu escolha o imóvel, o bairro, os móveis. Não se preocupe com isso. O fato de eu pedir a sua opinião ou ajuda não quer dizer que estou abrindo mão dessas decisões!
  7. Lembre-se que você será exigido muito mais na empresa e - na mesma proporção - na família. Você terá que se dedicar a sua família com o mesmo afinco com que se dedica ao trabalho. Sei que não conseguiremos o mesmo número de horas em casa, mas precisamos que você passe momentos importantes com a gente: alguma refeição do dia, algum momento antes do sono, finais de semana. Que você esteja presente de corpo e alma.
  8. Você terá que disponibilizar doses infinitas de paciência.
  9. Você será, pelo menos no início, minha principal fonte de reforço positivo. Por ter aberto mão de tantas coisas, nem sempre conseguirei enxergar a minha força. Então sempre reconheça a minha importância nisso tudo. Diga em voz alta como sou importante nisso tudo! Um beijo e um abraço no lugar de uma cara de saco cheio salvarão o dia! Me comprometo a fazer o mesmo por você.
  10. Assumo que a decisão de ir também é minha. Fica vetado que eu te culpe por qualquer coisa.
  11. Eu não estarei mais chata, mais brava, mais ciumenta, mais consumista, mais estressada, mais nervosa. Assim como você, estarei insegura, exausta e sentindo a pressão de não poder falhar. Então me ouça. Se não puder falar nada que some, que melhore a situação, simplesmente me ouça!
  12. Nunca, nunca, em hipótese nenhuma, nem por brincadeira, me chame de louca. Eu sei que - com a mudança - enlouquecerei um pouco, mas deixe-me acreditar que só eu saberei disso.
  13. Ao mesmo tempo, fique atento a mim. Talvez eu precise de ajuda profissional.
  14. O mais importante: entenda que estou aqui por nós. Se você não ficar nessa comigo, também não conseguirei ficar nessa com você.
Foram dias de conversa. No item 2 ele queria trocar "salário será nosso" por "pagar uma mesada". Ela argumentou que quem recebe mesada é filho e então seria  melhor voltar ao salário que ela tinha proposto. Ele preferiu ficar com "nosso salário". Os dois combinaram que - para a saúde das finanças da família- todo gasto acima de uma determinada faixa seria decidido pelos dois, não importando de quem fosse o gasto.
Ele queria tirar também o item 6. Tinha receio, como a maioria, de ela enlouquecer nas compras...O item 6 ficou, já que o item dois acabou acertando a questão.
Se essa história é real? Se ela está aqui escrita, agora é.
Pode não ter acontecido ainda...
Desconfio que terá mais chance de ter uma expatriação feliz quem fizer essa história  acontecer!

Carmem Galbes

Aceite ou não o convite, você vai mudar!

Olá, Coexpat!
Você até que está feliz com sua vida.  
Há equilíbrio no casamento.
Com as crianças está tudo bem. Vão para a escola que tem os mesmos valores que vocês. O dia a dia é na paz.
Você conseguiu formar sua rede de apoio. Tem um contratempo ou outro, mas você geralmente tem a ajuda que precisa.
No trabalho, as coisas estão fluindo super bem.  
A rotina está redondinha. Com muito foco, você está conseguindo ter tempo para se alimentar direito, para escapar para  um lanche com seus pais durante a semana, consegue malhar e ir à maioria dos encontros com as amigas.
A sua casa está do jeitinho que você sempre quis. Finalmente cada coisa tem o seu lugar e a parede chegou ao tom perfeito.
E é durante um jantar,  entregue pelo restaurante que vocês amam, servido à mesa feita sob medida, que - envolto à uma atmosfera de orgulho - o maridão dispara: fui promovido...É brinde pra cá, você merece pra lá e ele continua: vou ser ________(preencha como quiser) em ________(preencha como quiser).
Pronto! Aquela comidinha deliciosa parece dar um iiiiá no seu estômago. Que soco!
É uma mistura louca de sentimentos. Você está super animada, o pacote de benefícios é show! O lugar da transferência é top! Mas mexer em time que está ganhando?!
Como vai ser com as crianças? O idioma? Onde vão estudar? E esse clima?! E minha carreira? E nossa casa? E meus pais? Minhas amigas? E nós, você vai ter tempo pra nós?! Como vai ser a nossa rotina?!
Numa dessas o ser, agora sentado em uma cadeira, amarrado com as mãos para trás, com um holofote na cara, só pensa: por que, Senhor? Por que me fizeram esse maldito convite?!
Esse é um daqueles momentos "ou vai ou racha". É aquele negócio de olho no olho sem filtros. Todo mundo fica desnudado, escancarado. Pode ser muito pesado, mas é uma daquelas grandes chances que a gente tem de checar valores: "na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe?"
Um convite desses ilumina lugares dentro da gente que estão escondidos ou que nunca foram explorados. Faz a gente pensar; "hummm...uma vida diferente do que todo mundo diz ser o normal? Vixe...ele só pensa na carreira dele... Hummm...um desafio? Vixe...ela não é tão parceira como eu pensei...
Hummm...Vixe...
Nesse exercício de hummm...vixe...muita conversa vai rolar. Algumas mais tranquilas, outras do tipo quebra pau. As coisas podem se acertar, os objetivos podem ser alinhados - ou não - mas aí é outra história...
Fato mesmo é que depois que sua família recebe um convite de transferência, nada será como antes! Aceite a oferta ou não!
Pode ser que naquela noite mesmo vocês decidam continuar onde estão. Pode ser que vocês nunca mais falem sobre isso.
Mas, mesmo não mudando de endereço, você vai mudar, seu parceiro vai mudar, sua visão sobre a vida provavelmente será outra.
E mudança vem de qualquer jeito, porque dizem que de certo mesmo na vida só a inconstância...

Em tempo, dia desses reformaram parte do calçadão aqui perto de casa. Tiraram os postes e aterraram os fios. Moral da história: até poste sai do lugar.
Em tempo dois: digo que o marido recebeu o convite para ser fiel à realidade: de acordo com levantamento da consultoria Brookfield, de cada 10 profissionais transferidos, 8 são homens.

Carmem Galbes

Sou errada, sou errante, sempre na estrada, sempre distante...

Para essa "gente de fora", que - por mais que diga: nunca mais!" - sempre acaba atraindo um novo endereço, um pouco de Kid Abelha.
Destaquei algumas partes, acho que ajudam a traduzir de forma linda o que sentimos entre uma mudança e outra...

"Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber


Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar


Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando enquanto tempo me deixar

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar


Nesse mar, os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só pra me afogar


Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo me deixar
Errando enquanto o tempo me deixar

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo
Me deixar passar
Errando enquanto o tempo me deixar



Ordem na mudança!

"Assim que a gente chegar lá a gente vê o que faz."
Quem nunca começou uma mudança com essa frase? 
A ordem é: pega tudo, embala e despacha. 
E quando as caixas chegam: "caçamba, quanta tralha! Onde vou enfiar tudo isso? Que lugar pequeno! Falta armário!"  Até chegar a um "quem precisa de tanta coisa para viver?" já rolou muito estresse, cansaço e improviso: é mala abarrotada de sapato que machuca, maleiro lotado de apostila amarela, quartinho do fundo cheio de caixas que a gente nem sonha o que tem dentro...
Eu não entendo esse negócio de ficar levando pra lá e pra cá coisas que não serão mais usadas.
Quer dizer, entendo sim. Já carreguei muita sacola cheia de pedra!
Vamos fazer o que eu chamo do exercício do supermercado. Você escolhe os produtos, põe no carrinho, tira do carrinho, bota na esteira do caixa, tira da esteira do caixa, coloca em sacolas. Paga. Põe as sacolas no carrinho, leva o carrinho pra perto do carrão, tira as sacolas do carrinho, bota as sacolas no carrão. Vai pra casa. Tira as sacolas do carrão. Se mora em prédio, e o condomínio é organizado - bota as sacolas no carrinho, chega em casa, tira as sacolas do carrinho, tiras os produtos das sacolas, bota os produtos no armário.
São 13 "bota-tira" - foca aqui, não viaja, não - numa atividade fundamental: comprar comida. 
Agora pensa: precisa mesmo ficar embalando e desembalando coisa que já não faz sentido? A gente já não tem "bota-tira" o suficiente nessa vida?
Na boa, acho que o momento da mudança de endereço tem que ser aquele de chutar o balde, as roupas, os móveis, os livros e tudo que não serve mais. 
Acredito mesmo que uma mudança Leve, no sentido literal, leva à uma casa mais Leve.
Mas...e as lembranças...e seu eu precisar disso de novo?
Se você acha que nada a ver o que eu estou falando, que a gente tem que ter coisas para ter memória, tem que guardar coisas para em caso de precisar, ok...isso pode até virar um post depois: "como embalar, despachar e organizar - de forma simples e rápida - os itens de recordação e as coisas que - um dia, talvez - serão úteis."
Mas se você acha que não dá mais, que está na hora de desapegar, vá em frente. Você pode vender, trocar, reformar, doar, jogar fora...
Se está muito difícil o processo, tente de novo! Como muita coisa na vida, o viver com pouco também é um exercício.
Nossa...só em pensar naquela compra de supermercado, fiquei exausta...
Estatelada no chão sem tapete - nossa, preciso de um tapete, me veio o Hermetismo. Gente, que trapo pensa em Hermetismo? Enfim... fiquei tateando o princípio da correspondência: "Assim como é em cima, assim é embaixo. Assim como é dentro, assim é fora."
Mudança organizada, casa organizada, mente organizada!

Carmem Galbes

As várias faces de uma mudança.

Até os meus 26 anos eu mudei de endereço apenas duas vezes na vida. A primeira: de dentro para fora da barriga da minha mãe. A segunda: de São Paulo para Campinas. Eu devia ter uns 5 anos.
Foram 20 anos até eu voltar para "capitar". Eu jurava que ali ficaria. Solidificaria minha carreira, geraria filhos, talvez mudasse de bairro, sei lá...
Mas 6 anos de Sampa e pimba! Rio de Janeiro surge como o novo destino.
Estreio no que eu chamo de mudança de responsa, aquela que você tem que preencher mil formulários, dar valores de taça de cristal, dizer se tem obra de arte valiosa, se tem espelho gigante, mesa mega-blaster com tampo de vidro...
Foram dias e dias vendo o povo entrar em casa, encher caixa, fechar caixa, empilhar caixa e ir embora...
Mudamos de cidade e eu dei um novo rumo à minha carreira. Do jornalismo econômico em tv, fui para o outro lado do balcão fazer assessoria de imprensa.
E no Rio, eu e maridão ficamos... por um ano, até que ele recebeu uma proposta para acompanhar um projeto em Houston, nos States.
Um ano no Rio!! Você atentou pra isso? O Rio eterno durou um ano!
Eu ainda devia ter umas 20 caixas para abrir da mudança de São Paulo! Eu ainda tinha armário improvisado em arara - hoje é moda! Eu ainda tinha pouco tempo de trabalho em uma nova área...but...era uma expatriação. E eu nem fazia ideia de como essa vivência iria mudar meus conceitos.
Dessa vez, nada de mudança de responsa, escolhemos exercitar o desapego: levaríamos algumas roupas, sapatos e documentos.
Vendemos um tanto dos nossos móveis, doamos outro tanto, descartamos mais um pouco e contamos com gente linda, leve e solta que emprestou uns metros quadrados para guardar nossas coisas queridas: meu criado-mudo de infância, nossas espreguiçadeiras - primeira aquisição como casal - louças, fotos, recordações e mais isso e aquilo.
Eu não sei o que foi mais louco nesse processo: descobrir que a gente tinha coisa pra caramba ou me dar conta de que não é assim tão difícil se desfazer, seja lá do que for.
Sem mudança para desencaixotar, a vida em Houston foi mais simples.
Como o tio Sam aluga apartamento com cozinha equipada, nos preocupamos apenas em adquirir o necessário: cama, mesa, banho, sofá, escrivaninha... Claro que não pude evitar algumas panelas, um vaso, e velas, e cortinhas. Porque eu amo cortinhas. Já disse? Nossa, como a gente acumula!
Em Houston dei início a esse trabalho que amo: o de pesquisar e falar sobre o impacto que uma trasnferência por motivos profissionais causa em toda a família. O blog Expatriadas nasceu em julho de 2008, poucos dias depois de termos assinado o contrato de aluguel do ap. Nem internet ainda tínhamos em casa.
Foi um ano saboreando o gosto de viver em outra cultura. Um ano de muitas descobertas, inclusive, a de que seria mãe!
Voltamos para o Rio em agosto de 2009.
E eu, que apostava com quem quer que fosse, que nunca pararia de trabalhar remuneradamente - nem depois de ter um bebê - estava totalmente entregue à maternidade, mergulhada na experimentação de conceitos muito novos pra mim, transitando pela maternagem, amamentação em livre demanda, exterogestação, criação com a apego.
Foram quase 5 anos em Copacabana. E Eu? Bem eu era - sou ainda - a Carmem: mulher, jornalista, mãe, esposa, amiga. A Carmem sem sotaque, ou com um pouco de cada lugar que passei. A Carmem que não perdia um passeio no calçadão, porque eu sabia que - a qualquer momento - o Rio poderia virar lembrança. E virou!
Em meados de 2013, mais uma proposta profissional para meu marido. Mais uma mudança a organizar. Dessa vez com um herdeiro!
Não diria que foi uma daquelas mudanças de responsa, porque depois dos Estados Unidos, aprendemos a viver com menos. Mas foi uma transição complexa e muito fértil. Dela nasceu um livro infantil para tratar de mudança de casa com nossos pequenos. 
Nesses quases dois anos de Recife - atualizando: mais de 4 anos -  aprendi mais um tanto de coisas. Descartei umas certezas, reciclei umas experiências, revi algumas atitudes e o Expatriadas, até então um blog, virou um megócio para ajudar a esposa expatriada a encontrar uma motivação pessoal na mudança que não foi provocada por ela. Assim nasceu a Leve!
Se fosse fazer um esquema - porque você já cansou de ouvir que adoro esquema, lista e coisas do tipo - diria que, de Campinas, veio a base. Em São Paulo eu virei gente grande. No Rio aprendi a me virar. Em Houston vi que o mundo é maior do que imaginava e no Recife estou percebendo como posso sempre me reinventar. 
E que venha a próxima mudança! 
Quer aproveitar a expatriação para entrar em contato com a sua melhor versão? Fale comigo. Eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Mudar é mesmo bom?

É uma vida inteira fazendo a mesma coisa: migrando!
A cada inverno, a andorinha bate asas em busca de um lugar mais quente e de alimento.
A borboleta monarca voa quase 4 mil quilômetros rumo ao México para não congelar no inverno americano.
O pinguim também não tolera mais frio do que já está acostumado. Gelou ainda mais? Mudou.
Esse é o destino da andorinha, da borboleta, do pinguim: mudar para não morrer.
A bióloga Melissa Bowlin, especialista em comportamento migratório de aves, da Universidade de Lund, na Suécia, conta uma coisa. Vê só se não soa familiar:  “Os animais migram porque os benefícios superam os custos. Porém, embora as vantagens da migração acabem por compensar os gastos, migrar demanda muito em termos de energia empregada e também é arriscado."
Tá vendo, mudar não é fácil pra ninguém, nem pra quem já nasce sabendo que se não mudar, morre!
Eu sei, é um drama! O início em uma nova cidade então...é um tal de: onde morar? É perigoso? É muito caro? Onde tem carne boa? Alguém me indica um pediatra? Preciso de dentista, ginecologista, manicure! Cade meu cabeleireiro?! Alguém sabe de uma faxineira? A escola é boa? Como as passagens estão caras! Eu não aguento mais ver caixa!
Querida Coexpat, vá com calma. Talvez essa mudança aconteça apenas uma vez na sua vida e logo você volta pra casa. Talvez surjam outros convites de transferência, que venham com mais benefícios, te tragam mais ânimo...ou não...
Talvez com o tempo, você vire uma andorinha e use suas asas para manter a vida sempre viável ou legal ou interessante ou rica ou tudo isso junto.
O importante é que você se olhe e não vá contra a sua natureza. Se a sua natureza é fincar os pés, que você fique! Se o seu negócio é ir por aí, que você vá!
Não há receita pronta. 
Eu sou uma entusiasta das mudanças. Eu sempre incentivo uma expatriação! Eu fico feliz com um convite tanto quanto se fosse para mim! Eu sempre acho que o tempo vai fazer a pessoa enxergar que mudar é bom e que a adaptação vai vingar! Mas, às vezes, é preciso assumir que esse não é um caminho para todo mundo.
O máximo para mim pode ser um fardo para você.
Os motivos do meu amadurecimento podem ser a causa da sua depressão.
Toda andorinha tem que migrar, mas algumas delas acabam ficando pelo caminho.
As andorinhas não podem escolher.
E você?
Carmem Galbes

A casa demolida a cada expatriação.

Ainda naquela linha de mudança de endereço,  casa dos sonhos e casa possível, móveis, aluguel, improviso por tempo indeterminado.
Para ajudar a bagunçar...tenho visto algumas coisas sobre o impacto da imagem na formação dos conceitos e da memória.
Tem os tempos líquidos que sempre pautam meus devaneios.
Enfim...parece que quanto mais falo, mais complicado fica.
Espero que Yuri Firmeza e um de seus trabalhos de 2008 ajudem nesse processo de elaborar essa coisa de não ter endereço fixo.
"Do Lugar Onde Estou, Já Fui Embora. Casa Que Se Desmancha."


















 



Precisa de ajuda para organizar a casa, a rotina e as ideias? Fale comigo. Sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br.
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Expatriada: é hora de assumir a sua âncora!

Para você que anda triste que só, com saudade da sua ex-casa, da sua ex-rotina, do seu ex-emprego, dos seus lugares prediletos, das festas de família, do almoço com as amigas, do bate-papo descompromissado com conhecidas.
Pra você que anda vivendo com aquele buraco imenso no peito e um nó bem apertado na garganta porque ainda não conseguiu se reconhecer no seu novo endereço, não tem vontade de descobrir a cidade, de arriscar um dedo de prosa nem com o porteiro.
Pra você que anda comendo demais, ou sem apetite, ou não aguenta de sono ou vem sofrendo com uma insônia danada porque perdeu suas raízes...Ah...essas raízes.
Então para você que pensa que nosso dia a dia ainda comporta raízes trago uma sugestão de Zygmunt Bauman: não pense em raízes, pense em âncoras!
"Quando extraídas do solo em que cresceram, as raízes tendem a secar, matando a planta que nutriam e tornando sua restauração algo próximo do miraculoso - as âncoras são içadas apenas para serem lançadas novamente, e o podem ser com facilidade semelhante em muitos portos de escala. Além disso, as raízes designam e determinam antecipadamente a forma a ser assumida pelas plantas que crescem a partir delas, e excluem a possibilidade de qualquer outra. Mas as âncoras são apenas utensílios que servem para a anexação ou desanexação explicitamente temporária, a um lugar, e de maneira alguma definem as características e qualidades do navio (...) A escolha do porto em que a âncora será lançada da próxima vez é mais provavelmente determinada pelo tipo de carga que o navio transporta no momento: um porto que é bom para um tipo de carga pode ser totalmente inadequado para outro."
Então vem cá e dá um abraço!
Caso precise de mais Bauman para se animar, esse trecho que separei foi tirado do livro "A Arte da Vida", da editora Zahar.
Quer mais apoio? Fale comigo eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Mudança: quando a rotina da casa vai pra...o espaço.

Se fosse para fazer uma lista das consequências mais chatas de uma mudança de endereço, eu diria que perder o domínio sobre a rotina da casa tem grande chance de estar lá no topo.
Eu chamo de rotina da casa aquele esquema de você acordar e já meio que saber pra onde ir, o que fazer primeiro para a casa 'funcionar' e você conseguir aquele tempo para investir nos seus projetos, só seus. É aquele movimento de equilibrar os pratos: de dar um tapa no visual enquanto cata um brinquedo aqui, ajeita uma papelada lá e acerta - com um toque do quadril - a cadeira que alguém insiste em deixar fora do lugar!
Atingir logo esse ponto - o de você se entender com a casa e não passar um dia inteiro afundada em roupa, louça, comida e afins - vai depender da sua disposição emocional, física e sim - claro - da sua organização e dos recursos que você tem para te auxiliar.
É nesse ponto que quero chegar: organização.
Pergunto: da mesma forma que a gente leva as roupas, os móveis e os badulaques na mudança, seria possível levar um método de arrumação pronto para ser implantado, não importa se em uma casa ou apartamento, grande ou pequeno?
Sim! É possível e necessário!
Preparar-se para começar uma nova vida sem a acostumada rede de apoio pode deixar tudo mais Leve. Saber por onde começar pode salvar da loucura quem chega a um novo ambiente e está por conta do próprio entusiasmo.
Carmem Galbes

Seis dicas para quem está cuidando de uma expatriação.

Hoje a conversa é com o povo que viabiliza a transferência internacional de um funcionário. Mas isso também te interessa, já que é sempre bom ficar por dentro do que acontece "do lado de lá" da expatriação.
A consultoria Mercer lista algumas recomendações podem ajudar as empresas a gerir melhor os programas de mobilidade.
Aqui vão as dicas, nas palavras da própria Mercer:

  1. Avalie se o programa de mobilidade internacional cumpre os objetivos estratégicos e operacionais previamente definidos.
  2. Defina competências específicas para líderes internacionais para depois se certificar que os seus programas estão formando indivíduos que possam ocupar os lugares desses mesmos líderes no futuro. Não deixe o talento internacional à sua sorte.
  3. Os custos de moradia são, normalmente os mais elevados do processo de mobilidade internacional - depois de salários e impostos. Tenha informação precisa e fidedigna sobre os preços praticados nas cidades para onde seus funcionários serão transferidos. 
  4. Avalie se a expatriação compensa. Pode fazer mais sentido contratar localmente em vez de expatriar. Ou então é melhor “localizar” colaboradores expatriados através do alinhamento dos seus pacotes de benefícios com os níveis dos mercados locais. Atente para a duração da missão. Se o expatriado estiver no mesmo país há cinco ou mais anos, talvez seja hora de o localizar. 
  5. Analise com frequência o pacote de benefícios para o expatriado. Certifique-se de que a empresa tem os incentivos adequados para o expatriado e que esses benefícios possam ajudar à manutenção dos programas definidos.Mudar ou atualizar esse pacote pode ser uma ação, ao mesmo tempo, realista e econômica. Numa economia cada vez mais global, com trabalhadores jovens, isso pode contribuir para reduzir os custos ao longo do tempo.
  6. Receba feedback dos colaboradores expatriados de forma mais eficiente. Os colaboradores raramente expressam a sua insatisfação sobre a sua estrutura de compensação e sobre outros assuntos relevantes. Mas os problemas que mais os preocupam de forma recorrente – dificuldades de comunicação, falta de ajuda nas recolocações, prestadores de serviços ineficientes e planejamento da repatriação – não podem ser resolvidos apenas disponibilizando mais dinheiro. Para se obter um parecer honesto que resulte numa melhoria de políticas praticadas, considere usar um agente independente que mantenha as respostas dos colaboradores confidenciais.
Para acessar a página da Mercer com essas dicas, clique aqui.
Para ver mais sobre políticas de expatriação, clique aqui
Quer assumir o controle da sua transição e aproveitar ao máximo todo o potencial que uma transferência carrega? Fale comigo que eu posso te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Quem você pensa que é pra mudar?

Entre uma tecla e outra me veio Nelson Rodrigues à cabeça: "Nada nos humilha mais do que a coragem alheia."
Escolha bem, então, com quem você vai se aconselhar antes da transferência e com quem você vai dividir suas angústias durante a expatriação. É que sua coragem pode ter abalado gente que você nem imaginava que iria se incomodar com sua decisão de mudar. E um momento de fragilidade parece perfeito para sapatear. Proteja-se!
Carmem Galbes

Guia Leve de Mudança - parte 5.

Pronto! O caminhão de mudança está na porta da sua casa. É hora, então, da quinta e última parte do Guia Leve de Mudança: a chegada dos móveis.

1 - Organização.
Defina a sua estratégia: vai querer que cada caixa seja deixada no cômodo correspondente ou vai preferir reservar um local específico pra elas?
No primeiro caso, você pode localizar com mais facilidade o que precisa, já que cada coisa - embora ainda encaixotada - está em seu devido ambiente.
No segundo caso, pode dar mais trabalho procurar por algo, mas você não fica com aquele labirinto dentro de casa.
A questão é saber como a empresa de mudança trabalha. A última que utilizei tinha que abrir todas as caixas na hora, para poder verificar se havia dano. Isso pode ser legal, porque abrir caixa e tirar o que tem dentro consome tempo e energia. Ter gente para te ajudar nisso parece ser uma boa ideia. Você só vai ter que trabalhar rápido para tentar deixar as coisas o menos espalhadas possível.
Dependendo do pacote, a transportadora vai deixar tudo montado. Esse é um investimento que compensa!

2 - Por onde começar.
Deixe para organizar enfeites e papelada por último. Foque nas prioridades. Se as roupas chegaram com vocês, os armários devem estar mais ou menos organizados. Uma coisa a menos pra fazer!
Comece ajeitando os quartos, pelo menos, as camas. A noite vai chegar e vocês vão estar o pó. Use os lençóis que você tinha levado na mala, lembra?
Já deixe as toalhas no banheiro. Se você se antecipou, shampoo, sabonete e afins já vão estar lá.
Se der tempo, siga para cozinha. Se preferir comer fora nos próximos dias, ignore a cozinha e arrume a sala. Ter um espaço para relaxar em família, principalmente nesse "início" de transferência, é revigorante.

3 - Seja feliz.
Eu sei que é super cansativo ajeitar uma mudança, mas tente aproveitar o processo. Curta arrumar a casa. Faça pausas para celebrar lembranças.Tire tempo para continuar conhecendo a nova cidade. Pare antes de ficar exausta! Cuide-se. Não vai ser uma boa ficar doente logo agora.
Boa sorte! Vou atualizar esse manual com toda lembrança e sugestão que tiver.

Se é um apoio personalizado - totalmente pensado na suas necessidades - que você busca, veja como a Leve pode te ajudar com a Consultoria Online de Organização da Casa Pós-Mudança. Saiba mais em www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Leia também:

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...