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Expatriação e sinônimos, quando só uma hashtag explica!

Olá, Coexpat!
Expatriação! 
Toda vez que esse conjunto de letras e sons vibra na minha mente, um monte de palavras-chaves pipoca nos meus olhos e ouvidos.
Acho palavras-chaves incríveis, elas abrangem e resumem ao mesmo tempo. Explicam e abrem possibilidades.
Ótimo, porque expatriação é mais do que sair do nosso local de origem, é mais do que cruzar uma fronteira. Expatriação é mais do que ser transferido pela empresa para um outro país, é mais do que receber um pacote de benefícios, mais do que apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar. 
Expatriação é sobre:

  • Mudar.
  • Aprender.
  • Permitir.
  • Experimentar.
  • Ousar.
  • Avançar.
  • Virar.
  • Desafiar.
  • Empreender.
  • Assumir.
  • Abraçar.
  • Romper.
  • Gerar.
  • Construir.
  • Demolir.
  • Apoiar.
  • Fazer.
  • Lançar.
  • Inventar.
  • Reinventar.
  • Questionar.
  • Responder.
  • Renascer.
  • Amar.
  • Evoluir.
Sinuoso assim...sem ordem assim...sem lógica assim...
E tem muitas outras palavras-chaves que agregam significado à expatriação. Tudo depende do repertório e da disposição de cada expatriada, de cada expatriado ao viver essa experirência.
Que sua vida em outra cidade, outro país, longe do conhecido seja pautada por muitas e muitas hashtags!
Carmem Galbes

Marido expatriado, dor e solidão. Quando o homem tem que engolir o choro mais uma vez.


Comecei a pesquisar e a falar sobre o universo da mulher que deixa seus próprios planos em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em um outro lugar há 10 anos, quando meu marido foi transferido para os Estados Unidos.
Minha ideia era abastecer um blog para, de volta ao Brasil, poder mostrar ao meu futuro empregador que eu não tinha ficado parada, eu tinha produzido!!  Na época, eu ainda achava que eu era uma máquina...
As pesquisas foram avançando e eu me apaixonei pelo tema.
Não só não parei mais de escrever sobre isso, como reestruturei minha carreira a partir desse conceito: que a expatriação também fosse enriquecedora para a "esposa expatriada" e não apenas para o profissional transferido.
Escolhi olhar especificamente para a "mulher que acompanha"  por dois motivos:
1 - Estratégia: como jornalista, queria falar com a maioria. De cada 10 expatriações, 8 ainda são motivadas pela carreira deles, apontam relatórios.
2 - Minha história pessoal e minha própria dor: em 10 anos mudamos 5 vezes de endereço por causa da carreira do meu amor.
Mas quando é o homem que acompanha a mulher?
Quando o expatriado vira "marido expatriado" o que acontece com ele?
O senso comum, inclusive entre as mulheres, é que a dor é maior.
Dor é dor!
Existe dor maior, dor menor ?
Dor é uma questão de ponto de vista, de referenciais, de valores e ponto!
Mas...
Ok, tenho a tendência, nesse caso,  em seguir o senso comum: sim, também acredito que a dor do "marido expatriado" seja maior.
Pode ser por uma questão arquetípica do feminino que embasa e do masculino que se lança e lança ao mundo.
Pode ser pela questão histórica e social do homem como provedor.
Pode ser pela questão histórica e social que traz para o universo da mulher o conceito da dependência como algo natural e esperado.  Embora eu tenha uma profunda dificuldade em entender o que seja dependência em um casamento, que pressupõe objetivos em comum.
Pode ser por uma questão biológica, de hormônios, de sinapses.
Mas sabe o que eu acho mesmo?
Dói mais porque homem que é homem não chora.
Nossa...e como a gente chora quando perde as coisas que a gente acha que gosta, quando perde a mesa no escritório, o crachá, o cargo, quando perde o gosto de reclamar que não tem tempo pra nada, quando perde o contracheque, quando perde o reconhecimento e o elogio por algo que se esforçou muito, quando fica socialmente invisível, porque - no mundo dos adultos - você só tem forma e cor se você dá algum tipo de resultado palpável para alguém, especialmente se esse alguém for uma pessoa jurídica.
A gente, mulher,  chora...
 Mas homem foi criado para engolir o choro.
Não pode chorar e tem que aceitar o julgamento, as brincadeiras maldosas, o olhar impiedoso de quem não tem a mínima ideia do esforço que se faz para sufocar os conceitos e preconceitos e apoiar o sucesso alheio...
Dar conta das próprias perdas e angústias e ainda cuidar da rotina da casa, dos filhos, da logística, ser a ponte entre a família e a nova cultura e sem poder se abrir, sem ter um olhar, um apoio, sem ouvir um "eu sei o que é passar por isso" é abraçar um papel pesado demais para qualquer ser humano criado para produzir e dar lucro.
Pior é quando o "marido expatriado" se convence de que toda essa gente do mal tem razão...
Como apoiar esse homem ? Como apoiar essa mulher transferida ?
Meu mantra: apoiando a família. Tratando a mobilidade de profissionais como um projeto em família, em que cada um tem um papel fundamental para fazer dessa transferência um sucesso para profissionais e empresas.
Mas quando a estratégia vai além da nossa própria ação, o retorno pode não vir na velocidade que gostaríamos.
Assumir a função de dar suporte à carreira de outra pessoa é uma decisão séria, que exige autoconhecimento e superação constante de modelos cravados a ferro e fogo em nossa alma por aqueles que amamos, que são nossos referenciais.
Ninguém avança nessa seara sem auto-análise, baby, sem auto-análise, autocrítica  e humildade.
Por que exatamente nos sentimos péssimos - não importa se somos mulher ou homem -  quando muitas das nossas ações diárias, independente se pra lá da fronteira ou não - são em nome do sucesso de outra pessoa?
Quando ameacei dar as mãos com a vitimização e ousei imputar no outro o resultado da minha escolha em aceitar a coexpatriação, me fiz - com muita dor - algumas dessas perguntas:
  • Será que eu sou mesmo uma pessoa altruísta, livre do olhar alheio?
  • Será que eu valorizo mesmo o trabalho doméstico?
  • Será que eu valorizo mesmo a família?
  • Qual é o meu conceito de maternidade?
  • Será que eu valorizo mesmo a maternidade?
  • Qual é o meu conceito de cuidar?
  • Será que eu me permito ser cuidada?
  • O que me faz acreditar que a função que eu estou exercendo não é digna da minha energia, da minha atenção?
  • Será que eu acho que eu sou boa demais, inteligente demais, especial demais para fazer o que eu estou fazendo? Por que eu acho isso?
  • Será que eu quero mesmo o desenvolvimento do meu cônjuge?
  • Por que mesmo eu aceitei essa mudança? Para apoiar alguém ou para fugir de algo que eu não tinha mais coragem de encarar?

É preciso ter coragem para ouvir as respostas.
O discurso é lindo mas a prática é malcheirosa...
Por que tantos parceiros e parceiras entram em crise em um processo de expatriação?
O que muita gente não percebe é que a crise vem, cedo ou tarde, ela vem pra todo mundo, glória!
 Vem na expatriação, porque expatriação faz a gente morrer e nascer de novo, e de novo, e de novo. Quando é coexpatriação, então, nem se fale.
De todas as perguntas que me fiz, a que fez a diferença, que mudou mesmo o curso da minha história foi: o que eu vou fazer com essa minha nova vida, esse meu novo eu? Como eu posso melhorar o meu mundo com o que eu tenho aqui e agora?
Entre casa, comida e roupa lavada, me envolvi com o árduo trabalho de descobrir qual seria minha missão especial nessa minha existência.
Sim, acredito de verdade que cada um de nós tem uma missão muito especial.
 E graças aos céus que há crises!
Porque, geralmente, elas são o cenário onde nossa missão, ou missões, são reveladas.
Quando iria me imaginar falando para um público tão específico, tão ignorado?
Nunca. Eu sempre me via na grande mídia, tratando de assuntos que me mandavam tratar e garantindo meu status e minha renda no fim do mês.
Mas o auto-questionamento veio forte e cá estou nesse "mar internético" com a minha missão de não deixar que desavisadas se afoguem e de resgatar náufragos, que precisam pisar a terra firme de novo para que a vida de outras pessoas voltem a ter brilho!
Como você - homem ou mulher - com esse seu novo modelo de vida pode melhorar o seu mundo ou o mundo de alguém? Como você pode fazer a diferença com esses novos ingredientes que você tem em mãos?
Sabe aquele negócio de que Deus escreve certo por linhas tortas?
Quando a gente pensa nesses termos, não sobra espaço para lamentação.
Fico aqui pensando se não está na hora de tirar o gênero do meu trabalho.
Seria uma grande conquista falar com o cônjuge expatriado, não apenas com "esposa expatriada" porque dor da perda é dor e ponto.
Sabe o que seria conquista mesmo? O meu trabalho não ser mais necessário, porque o papel do "cônjuge expatriado" seria reconhecido e valorizado por todos, inclusive por ele próprio.
Seria uma conquista mesmo eu poder viver sem ter que escrever da dor.
Escrever só sobre cor, sabor e toda a incrível expansão de consciência que se pode ter vivendo em uma cultura diferente da nossa, não importa o que nos levou até lá.
Falar de cor, sabor e de amor - para não perder a rima e falar do que realmente importa, amor...eu amo os homens. Tenho referenciais incríveis na minha vida: meu marido, meu filho, meu pai, meus irmãos, meus avós...
Eu falo com as mulheres.
Eu amo os homens e as mulheres, porque a vida não é uma questão de homem e mulher, é uma questão de gente.
E gente nasceu para ser feliz!

*uso marido expatriado entre aspas como uma forma de protesto porque  acredito que o papel de quem acompanha e dá suporte ao profissional transferido não pode ser reduzido ao estado civil. Faço o mesmo com "esposa expatriada", mas para nós já adotei o termo coexpatriada.

Carmem Galbes

Expatriação do meu marido, como o sucesso dele expandiu a minha consciência.


Minha primeira coexpatriação, ou a primeira vez que deixei meus planos em segundo plano para apoiar a carreira do meu marido em um outro lugar, aconteceu há  11 anos: foi de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Por um ano a ponte aérea manteve nossa sanidade mental e conjugal. Ora meu marido ia pra São Paulo, ora eu ia para o Rio, dependia do preço da passagem, dos meus plantões, da rotina  dele.
A mudança de fato ocorreu um ano depois de idas e vindas, quando tivemos certeza que meu marido iria trabalhar mesmo no Rio.
Organizei sozinha toda a mudança. A primeira que eu fiz na vida com "casa completa". Coloquei nosso apartamento à venda. Pedi as contas no trabalho. Falei tchau para a família que ficava a 45 minutos de carro. Voei para o desconhecido.
O Rio para mim era um misto do glamour da cidade super linda com o pavor das balas perdidas.
"Mas o Rio é logo ali, metrópole também. Para de frescura!"
Não há preocupação em investir em adaptação - nem paciência - quando o endereço muda, mas o idioma não.
O que muita gente não entendia e ainda não entende é que a mudança pode ter sido de 450 quilômetros, mas para mim - pessoalmente - foi de 180 graus.
Não foi apenas uma mudança de endereço. Foi uma mudança de rotina, de estilo de vida, de rumo profissional.
Desde os meus 18 anos, nunca tinha ficado sem emprego formal.
De repente, de mulher sem tempo pra nada, com pós e MBA recém conquistados, me vi atolando em um monte de caixas para organizar e nenhum referencial de ajuda, nenhuma gota de apoio, afinal, mulher acompanhar o homem é normal, né?! Não?! Mas não é isso o que sentem?!
Enquanto meu marido alçava vôo eu me via perdida no questionamento mais triste que se pode fazer quando ainda está fresco na memória o sentimento delicioso das conquistas: o que eu fiz da minha vida, o que eu estou fazendo aqui?
O tempo foi passando, voltei a trabalhar - em uma área que odiei, mas que ajudou a recuperar minha agressividade, tão necessária para dar um chega pra lá na menina amedrontada, reagir e dar a volta por cima.
Fui me apaixonando pela cidade e tudo voltou a ter cor e sabor.
Foi um processo gradual, rápido - característico da pressa de quem tem baixa tolerância ao sofrimento.
Foi um processo de tentativa e erro. Não sabia que vivia ali a dor da coexpatriada. Esse nome, aliás, nem existia. Essa dor, então, nem se fala...
Fiz algumas importantes descobertas nesse período:
1 -  É preciso muito amor - especialmente o próprio - para apoiar o desenvolvimento do outro.
2 - Nem sempre as pessoas são capazes de descobrir - ou entender -  o que estamos sentindo simplesmente por falta de referencial.
3 - Somos mais fortes do que imaginamos.
4 - Podemos adoecer ou crescer com a dor, questão de escolha, nem sempre fácil, nem sempre clara, mas sempre escolha.
Como diria a minha vó, acho que tudo foi por Deus mesmo, porque - logo que completamos 1 ano de Rio - nos mudamos de novo, dessa vez para os Estados Unidos.
Aha, outro idoma!
"Mas é inglês, para de frescura!"
Ok, sem problemas, estou vacinada nesse lance apoiar a carreira alheia em um outro lugar!
Mas na segunda coexpatriação fui mais 'safa', comecei a desenhar uma vida que iria seguir adiante independente das transferências profissionais do meu marido.
E não é que vem dando certo.
Estou na quinta coexpatriação. 
Não pirei, nem adoeci, nem entristeci. Eu floresci e sigo dando frutos!
Eu planejei isso?
Não!
Mas sou muito grata por toda essa vivência e por todo o despertar que já me proporcionou, no sentido mais espiritual do termo!

Carmem Galbes

Expatriação e o namoro antes do sim.

Se você chegou até aqui em busca de alguma luz que ajude a decidir por um convite de expatriação, a matéria da Revista Exame "Sete pontos para avaliar antes de aceitar um emprego no exterior" traz pontos bem interessantes a serem pesados. 
Basicamente, o especialista no tema, o professor do ISE  - Fernando Bagnoli - orienta o profissional a avaliar se os benefícios compensam a saída do Brasil; se você e a empresa estão afinados no motivo da transferência; e se você e a família estão realmente prontos para tamanha mudança de vida.
Eu achei  a matéria bem útil, mas é um banho de água fria!
A turma que está com barriga gelada e olhos brilhando por causa dessa oportunidade quer mais é  ter o visto de trabalho e partir. Só que eu também sou defensora do pensar-bem-até-cansar-sobre-o-assunto. Isso é fundamental para essa experiência ter chance de ser bem sucedida.
Mas e se você pensou, pesou, pesquisou e decidiu dizer não?
Bom, esse não foi um ponto abordado na matéria: o que vai acontecer se você recusar uma proposta dessas?
Sim,  porque o professor pode até ter dito que "expatriação não é garantia de carreira", mas quando uma empresa decide mandar um profissional pra lá da fronteira é porque acredita que ele vai dar bons resultados.
Então, dizer não - mesmo que justificado - também pode frustrar quem apostou em você e prejudicar sua trajetória profissional.
O que fazer então?
Não sei. Vou tentar perguntar para o professor.
Por enquanto, uma saída é ir ticando prós e contras e pesquisar livros, cursos, coaches, psicólogos, colegas, amigos...tudo, mas tudo mesmo que possa ajudar a te preparar para essa vivência.
Boa sorte!
Para ler a matéria da revista Exame, clique aqui.
Para mais textos no blog sobre expatriação e benefícios, clique aqui e aqui.
Se você precisa de um apoio mais de perto para decidir se a família aceita ou não o convite, fale comigo! Sei como ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Quem sou? De onde eu vim? Pra onde eu vou? Essa eu sei: eu vou me mudar!

Não sei se você já teve a grande experiência de tentar sair de um mar bravo.
Você se posiciona estrategicamente fora da arrebentação. 
Vem uma onda atrás da outra. E você vai superando cada uma com muita classe. Em umas ondas você mergulha, em outras boia.
Você fica ali, só no balanço, até que surge uma marola. Aí você nada, nada, finca o pé na areia e sai: ereta, dourada, segura. A cena é linda, quase em câmera lenta. 
É você e o mar. 
É...você pode até ser sereia, mas o mar é poderoso: de repente, você já quase fora d'água e...chuaaaaaá! Minha amiga, que pancada. Eita onda traiçoeira. É parte de cima do biquini pra baixo, parte de baixo pro lado, pernas pro alto, língua pra fora.
Pois é assim que estou me sentindo: como se tivesse acabado de levar um baita caldo.
Depois de quatro anos em uma mesma cidade, mesma casa, estava me preparando para sair linda, leve e solta do mar e...chuaaaaá, lá vem outra mudança!
Não que eu não goste. Aliás, mudança está no meu DNA, me reinventei profissionalmente a partir das mudanças de endereço.
Mas, mesmo trabalhando com o tema, estudando  muito o assunto, você sabe, mudar é desestruturante.
Não é só o fato de organizar as "coisas", fechar contratos, lidar com despedidas e encarar as lembranças esvaziando os cantos mais esquecidos do guarda-roupa. É ter que fazer tudo isso e começar tudo de novo, em um novo lugar. É ter que levantar depois do caldo, e - ao mesmo tempo - ter que lidar com o vexame, com a água no nariz, com a areia sabe-se lá onde e por aí vai.
Eu - sinceramente - não vejo um lado bom de levar um capote à beira mar, a não ser o fato de fazer você pensar bem antes de encarar um marzão de novo. Mas consigo ver - sim - "apesar do caldo", vários pontos positivos quando a vida está embalada por uma mudança, especialmente quando ela é motivada por uma transferência profissional. 
Não consegue ver potencial na sua mudança? Não consegue identificar esses pontos positivos dos quais eu falei? Vamos conversar, eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Leve entrevista: Adaptação cultural e choque de identidade.





Era pra você estar feliz, já que estão em outro país, com upgrade no salário, usufruindo de benefícios.
Era pra você estar animada, mas nem a possibilidade de comprar a um preço nunca-antes-visto-na-história-da-sua-vida te faz abrir a porta.
Era pra você estar bem, afinal  tem a chance de fazer mil coisas que nunca teve tempo. Mas você está um caco...Pior, se sentindo horrível por se sentir assim.
Caaaalma. Você não está louca e é normal passar por isso quando se está em um ambiente desconhecido. Você vai entender mais adiante.
A conversa hoje é com uma especialista em mobilidade que nos apresenta um termo novo: a psicologia da expatriação.
Heloisa Yoshida - psicóloga, coach intercultural e sócia-diretora da Sistêmica Consultoria em RH – diz que ninguém passa imune a uma mudança de endereço - seja pra perto ou longe, exatamente porque mudança pressupõe que a vida já não será como antes.
Entre orientações para quem quer viver uma linda expatriação e dicas para melhorar o processo para quem já está longe, ela enfatiza: é preciso cuidar das mulheres expatriadas. Elas são o alicerce de uma expatriação bem-sucedida.
Obrigada Heloisa pela participação!
E você, aproveite!

Leve - De cada 10 expatriados em todo o mundo, 5 voltam para casa antes do fim da missão (Pesquisa Global Mobility Effectiveness). O principal motivo: falta de adaptação pessoal e familiar. Que choque cultural é esse que faz com que tantos adultos não suportem mais ficar longe de casa - por mais que esse “longe de casa” tenha data para acabar? 
Heloisa: A mudança do ambiente cultural - seja de um estado para outro ou de um país para o outro - é considerada um dos eventos mais traumáticos na vida de uma pessoa, ao lado da morte e da separação conjugal.
Antropologicamente falando, podemos dizer que a expatriação é um processo complexo de mudança de cultura, que exigirá da pessoa conhecimento das etapas do processo de ajustamento sociocultural.
É fundamental ter disponibilidade emocional para aprender e desenvolver  competências para lidar com o estranhamento que surge quando entramos em contato com novos valores, crenças, tabus, mitos, hábitos e costumes, ou seja, novas formas de viver, de se comunicar, de pensar e de se comportar. Se não estivermos dispostos a aceitar que a mudança não é só de endereço, teremos muita dificuldade em viver plenamente essa experiência.
É importante acrescentar outras situações que contribuem para o retorno precoce dos executivos e de suas famílias, como o casal de dupla carreira - isto é, quando os dois têm cargos de média gerência. Também são mais suscetíveis famílias com crianças menores de 5 anos, profissionais que prestam assistência financeira e ou emocional aos pais e parentes e casais que estão em crise conjugal.
A questão é que - normalmente -  o profissional e sua família ainda não são informados, como deveriam, dos sintomas físicos e emocionais resultantes do chamado estresse intercultural. Quando somos afastados do nosso ambiente, todas as dimensões do nosso ser são mobilizadas emocionalmente e fisicamente. Conhecer a psicologia da expatriação - ou seja - as fases, os sentimentos e sintomas característicos do processo de mudança de endereço pode ajudar a amenizar o choque cultural e, portanto, o retorno precoce.
A postura da empresa, nesse sentido, é fundamental para o sucesso da transferência.  Ter um programa de gestão que difunda a necessidade de uma educação intercultural e avaliar adequadamente se o profissional está apto para - em termos interculturais - ser transferido, ajuda a promover o sucesso de uma mudança.

Leve- É possível dizer que uma preparação para a expatriação não se trata somente de “guiar” a família por uma nova cultura e ajudá-la na adaptação? A mudança que uma expatriação provoca na dinâmica familiar e na vida do cônjuge pode ser mais dramática que o choque cultural?
Heloisa - É verdade, porque a transferência é do sistema familiar. A dimensão do choque cultural vivenciado pelos membros da família será decorrência da qualidade da interação – ou qualidade do relacionamento - entre os cônjuges e os filhos. Por isso, é importante que o casal esteja em sintonia fina para viver junto a experiência da expatriação.

Leve - Nesse trabalho de avaliar como somos capazes de lidar com o novo e o desconhecido, o que seria um indicativo de que ainda não estamos preparados para mudar de vida?
Heloisa - A globalização da economia internacionalizou o capital, as empresas, os profissionais, a família – enfim, as pessoas. Nesse contexto, os profissionais deverão, desde o início da carreira, procurar desenvolver competências como: comunicação intercultural, adaptabilidade social, habilidade de explorar outras culturas, motivação, flexibilidade, estabilidade emocional, habilidade de escuta, habilidade em administrar a ansiedade, habilidade de se afastar da família, habilidade de aprender na nova cultura, habilidade de administração do estresse intercultural, etc..

Leve - Para quem já está longe, como trabalhar a insatisfação para - assim - salvar a missão?
Heloisa - Uma sugestão para o executivo e sua família expatriada que estão vivenciando o choque cultural, ou seja, experimentando determinado grau de desconforto psicológico frente à psicodinâmica do estilo de vida em outra cultura, diria que procurasse entender e compreender o modo de se comunicar e de se comportar dos cidadãos desta cultura. Evitar impor seu ponto de vista cultural e passar a se comportar como os cidadãos desta cultura, que não violentem os seus valores culturais, sabendo que a sua permanência neste contexto é temporária e que o mal estar intercultural vai diminuir de acordo com a sua capacidade de relativizar e de flexibilizar.
Vale, também, procurar consumir cultura, fazer atividades esportivas de modo a diminuir os sintomas do estresse intercultural, além de manter contato com os parentes e amigos deixados na cultura de origem.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Heloisa - O apoio e suporte para a mulher do executivo expatriado é um fator vital para o sucesso da missão  em outro contexto intercultural,  seja no Brasil ou no exterior. É a mulher que fica cara a cara com a cultura. É ela que vai lidar diretamente com as diferenças culturais, nas interações com os vizinhos, com a escola, com a rede de saúde, empregados, compras etc. Desse modo, prepará-la com antecedência para lidar objetivamente com a realidade do novo contexto terá reflexos sistêmicos no desempenho do executivo expatriado, na empresa e no sucesso da expatriação.

Esse é o seu caso? Está a frente dessa expatriação? Deixou os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não está feliz com a sua mudança? Vamos conversar que eu sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e perigo: como agir nas emergências?

Não sei você, mas eu tenho o hábito - ou mania, depende do humor - de achar que nada de errado vai acontecer comigo. Isso é bem legal, porque - cada dia que passa - acredito mais e mais que o fluir da vida está atrelado à disposição de enxergar se o copo está meio cheio ou meio vazio. 
Só que ter essa fé, essa crença no melhor pode ser complicado, constrangedor, perigoso até: "ah, comigo isso não vai acontecer". Aí a gente entra em presídio rebelado, se amarra numa corda e pula de ponte, entra em galeria pluvial em dia de chuva, atravessa um rio em um tronco de árvore que finge ser canoa, fica só pra ver o poder de um furacão...
É...como lembrar pode ser uma dádiva!
Mas...revirando aqui minhas memórias, fico pensando que ter coragem em casa, na nossa própria língua, parece ser bem mais fácil.
E longe? No Egito, por exemplo, sairia na rua só pra sentir o clima de tensão? Menos ainda, iria ao mercado, levaria o filho na escola? Ou voaria - literalmente - para casa?
Em geral, sobra pouco tempo para o expatriado pensar sobre como reagiria em caso de perigo. O que eu percebo é que a empresa que expatria não dá essa chance. Uma mínima possibilidade de o expatriado e a família ficarem em perigo costuma ser suficiente para que os funcionários sejam retirados da região arriscada.
Ok, mas se algo acontece de repente? Repito, a empresa que expatria com seriedade tem tudo pronto e prepara o funcionário para agir em caso de emergência: pode ser um desastre natural, uma tensão política, um crash econômico, um acidente pessoal.
Tudo bem, os acontecimentos dos últimos dias tem deixado você insegura...então não custa fazer a matrícula no consulado, ter fácil números de telefones de pessoas que realmente podem socorrer. Documentos organizados também ajudam. Água potável armazenada e rádio à pilha...epa, epa, epa já estou entrando no sobrevivencialismo...não, essa não é a ideia hoje...
Bom, na verdade, quando comecei essa conversa, o que queria mesmo era ser mais uma fonte de apoio para os brasileiros que estão no Egito.
A embaixada no Cairo está funcionando em esquema de plantão, somente para atendimento de emergência.
A recomendação do governo brasileiro é a seguinte: “evitar transitar em áreas da capital e de outras cidades onde possam ocorrer manifestações públicas. A mesma cautela deverá ser adotada nos deslocamentos em geral, mesmo em locais aparentemente pacíficos. Nesse sentido, é importante estar atento às notícias veiculadas pelos meios de comunicação, assim como zelar pela segurança individual. Recomenda-se igualmente manter os documentos de identificação em local seguro e acessível."
Pelas contas do Ministério das Relações Exteriores, 140 brasileiros vivem legalmente no Egito. Nenhum deles ficou ferido nas últimas manifestações.
O governo brasileiro ainda não divulgou nenhum número de telefone no Egito que possa ser usado em caso de urgência. 
Só para lembrar, os números para atendimento de emergências no exterior são:
55 (61) 3411 - 8803
           3411 - 8804
           3411 - 8805
           3411 - 8809
           3411 - 8817
           3411 - 8818
           3411 - 6270
           3411 - 9718
O atendimento é feito de Segunda à Sexta, das 8 da manhã às 8 da noite.
Fora do horário de expediente o número é: 55 (61) 3411 - 6456.
Um outro número é o do plantão consular: 0122 24 44 808.
Carmem Galbes

Expatriação: as primeiras informações depois da notícia.

A imagem é típica. A pessoa chega em casa, conta que recebeu um convite para expatriação e - enquanto o frio na barriga passeia pelo corpo - revela qual será o destino. O que vem depois? A família  teclando como louca na internet atrás de informações sobre o país.
Como a ansiedade com a notícia impede uma busca mais tranquila, segue uma dica para satisfazer - pelo menos na hora - a curiosidade.
O IBGE tem uma página que reúne informações de 192 países. São dados sobre economia, política, além de indicadores sociais locais.
O material é interessante porque é literalmente desenhado. Você clica no mapa, clica no que quer saber e uma janela se abre com as informações. Simples assim!
Então enquanto vocês ainda estão meio aéreos com a possibilidade de tamanha mudança, espero que a dica ajude!
Para acessar a página do IBGE, clique aqui.
Mudou ou está de mudança por causa da carreira de outra pessoa? Quer encontrar uma motivação pessoal, só sua nessa jornada? Fale comigo, eu sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Saber mudar: a regra de ouro dos expatriados!

Expatriação não é pra todo mundo, é só pra gente grande, gente que consegue escolher, e abrir mão.
Ok, mas pode acontecer de você conhecer aquela pessoa super madura, ultra competente, mega envolvida, mas que acabou falhando exatamente em uma experiência internacional.
E aí?
Poderia listar mil motivos para o fracasso: não adaptação da parceira, dos filhos. Problemas com a comida, intolerância com a cultura, dificuldade com o idioma, etc, etc, etc...
É fato que a transferência para o exterior ainda é tida como uma promoção. Tudo bem, entendo, já que o processo não é barato para a empresa. A questão é que quando se trata o assunto assim, como um prêmio, parece que fica meio impossível pensar que o profissional não vá fazer de tudo para  ser um expatriado de sucesso. Parece que sai um pouco das "costas" da empresa a responsabilidade de fazer o processo vingar.
Mas como disse, expatriação é tema para os grandes. Jogo de empurra é coisa pequena. 
O mundo é gigante, e quando se quer transitar nele é preciso comprometer-se, não importa se você está expatriando ou sendo expatriado.
Mas isso basta? Basta responsabilizar-se, treinar, preparar?
Basta se for feito com a pessoa certa - melhor - com a família certa.
Pensando nisso, me veio uma frase ótima da psicóloga Andréa Sebben sobre uma das principais qualidades do funcionário global: "É necessário uma disposição sincera para a mudança – mudança de casa, de idioma, de pais, de alimentação e principalmente, mudança de si mesmo."
Embora não haja nada mais certo na vida que a mudança, somos resistentes à ela, somos mesmo. A diferença é que uns são mais, outros menos. Resta  definir a qual grupo pertencemos. Mais ainda, resta descobrir se podemos aprender a lidar melhor com as mudanças. 
Pensando bem, se conseguirmos aprender essa lição: a de bem administrar as mudanças - viveramos melhor, aqui ou na Conchinchina, expatriado - ou não, né?
Se você não está conseguindo lidar comn toda essa reviravolta na sua vida, se não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...