Mostrando postagens com marcador coaching para esposa expatriada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador coaching para esposa expatriada. Mostrar todas as postagens

Expatriação e sinônimos, quando só uma hashtag explica!

Olá, Coexpat!
Expatriação! 
Toda vez que esse conjunto de letras e sons vibra na minha mente, um monte de palavras-chaves pipoca nos meus olhos e ouvidos.
Acho palavras-chaves incríveis, elas abrangem e resumem ao mesmo tempo. Explicam e abrem possibilidades.
Ótimo, porque expatriação é mais do que sair do nosso local de origem, é mais do que cruzar uma fronteira. Expatriação é mais do que ser transferido pela empresa para um outro país, é mais do que receber um pacote de benefícios, mais do que apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar. 
Expatriação é sobre:

  • Mudar.
  • Aprender.
  • Permitir.
  • Experimentar.
  • Ousar.
  • Avançar.
  • Virar.
  • Desafiar.
  • Empreender.
  • Assumir.
  • Abraçar.
  • Romper.
  • Gerar.
  • Construir.
  • Demolir.
  • Apoiar.
  • Fazer.
  • Lançar.
  • Inventar.
  • Reinventar.
  • Questionar.
  • Responder.
  • Renascer.
  • Amar.
  • Evoluir.
Sinuoso assim...sem ordem assim...sem lógica assim...
E tem muitas outras palavras-chaves que agregam significado à expatriação. Tudo depende do repertório e da disposição de cada expatriada, de cada expatriado ao viver essa experirência.
Que sua vida em outra cidade, outro país, longe do conhecido seja pautada por muitas e muitas hashtags!
Carmem Galbes

Expatriação e a arte de aceitar o presente como um presente!

Olá, Coexpat!
É um passo que se dá.
É apenas uma decisão.
Uma única escolha e toda uma história pode mudar.
Outro dia assisti a um filme, sou péssima para indicar porque sempre me esqueço dos nomes...enfim - o enredo era mais ou menos assim: uma criança morre...muitos anos depois uma família - pai, mãe e filha - vai morar na casa que essa criança vivia. A mãe - de alguma forma - consegue viajar no tempo e contactar essa criança em vida. Ela consegue evitar a morte do garoto, mas isso muda toda a história da vida dela e de outras pessoas. Ela age certa de que fazia um bem. Mas nessa mudança ela perde seu maior tesouro: a própria filha. 
A história se desenvolve e tem um final feliz. 
Dei o spoiler para não perder a sua atenção com o fim do filme. 
O que quero mesmo é jogar luz sobre o que chamo de comparação cruel, uma postura muito comum entre parceiras e parceiros de profissionais transferidos: "a...se eu tivesse feito outra escolha...a...se eu não tivesse topado apoiar a carreira de outra pessoa...a...se eu não tivesse deixado o Brasil, a minha cidade, o meu emprego...a minha vida seria beeeem melhor do que é."
Seria mesmo?
Dois pontos:
Chegou o convite para a expatriação, sua vida mudará para sempre, aceitando ou não a proposta. Vez ou outra você - ou seu parceiro ou sua parceira -  irá fazer o exercício do "e se..." e isso pode ser bem angustiante, além de ter alta capacidade para ferir e provocar ressentimentos.
Sobre a comparação com o passado: o que a sua vida era é realmente o que era ou passou a ser uma criação bem florida da sua imaginação a partir da dor e do desconforto que você sente hoje?
Estudos mostram que memória não é memória de fato, mas uma versão, uma interpretação do passado a partir das emoções que sentimos ontem e hoje.
Essa abordagem que faço, essa provocação é mais para propor uma reflexão sobre as expectativas que você cria com relação ao novo endereço, à nova vida a partir de um passado que pode não ter sido assim tão maravilhoso como hoje você pinta.
Não estou duvidando da sua história, não é isso.
Também não tenho a loucura de acreditar que o passado não nos influencia, nem proponho que você tenha que amar logo de cara essa nova vida longe de tudo o que é conhecido.
Só penso que deixar o passado um pouco em seu devido lugar, reduz comparações, expectativas, cobranças e abre  espaço para as experiências do agora.
Taí um exercício bem legal: como seria sua vida hoje se você deixasse de viver no passado e se mudasse de vez para o presente?

Carmem Galbes

Organize-se e cure-se dessa coisa ruim que você sente na sua expatriação!

Olá, Coexpat!
Exaust@?
Desanimad@?
Sem energia?
Parece estar gripad@, mas não tem coriza, nem febre, nem espirros?
Chorando do nada?
Com ódio do mundo?
Querendo voltar "pra casa" no primeiro voo?
Certeza que está deprimid@? Que precisa ser medicad@?
Certo, vá ao medico!
Mas saiba que pode ser que você não esteja doente. Pode ser que você esteja é desorganizad@!
Pode ser que o remédio seja:
✔️ Descartar o excesso e o lixo.
✔️Encontrar o melhor lugar para o que te serve.
✔️Deixar a casa Leve, prática, limpa e bonita.
✔️Criar uma rotina que te libere e não que te escravize.
✔️ Criar uma agenda com tempo para você se dedicar ao que te completa, te faz bem, te deixa feliz.
Organização é a base para uma expatriação plena e de realização.
O tempo é curto, a ajuda é escassa, os desafios são gigantes.
Então organize-se!
Bote as coisas e as ideias no lugar!
Resgate-se do caos!
Agarre essa experiência com unhas e dentes, porque ela - como tudo na vida - também vai passar!
E você vai perder a chance de ouro de aproveitar tudo o que pode da vida em uma outra cultura, em um outro mundo?!
Acordaaaaaa!!!!!!!

Carmem Galbes

Expatriação, suporte à carreira de outra pessoa e o tempo das coisas...

Olá, Coexpat!

Há tempo pra tudo...principalmente quando o assunto é expatriação, especialmente quando o assunto é apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar.
Há tempo de empacotar e de desembalar.
Há tempo de bagunçar e de organizar.
Há tempo de criticar e de se adaptar.
Há tempo de se assustar e de se maravilhar.
Há tempo de sentir saudade e tempo de não querer ir embora.
Há tempo de explorar o mundo e de olhar pra dentro.
Há tempo de se dedicar aos outros e tempo de investir em si.
Em que tempo você está?
Já deu tempo de se investigar nessa vida longe do ninho, de encontrar algo que encha seu dia e sua alma de alegria nesse endereço tão distante? 
Isso pode levar tempo também!
Mas isso não é motivo para menosprezar a busca pelo que te faz bem e pelo que deixa o mundo melhor!
Eu sigo aqui investindo em um novo projeto!!

Me fala de você!

Carmem Galbes

Expatriação: controle x direção.

Olá, Coexpat!
Tá tudo sob controle!
Vou perder tantos quilos em x meses.
Vou começar o curso tal.
Já estou fazendo a poupança para viajar para aquele lugar da moda!
Até o segundo semestre financio uma casa e um carro.
Já sei onde estarei daqui a cinco anos!
Sério?!
Está tudo dominado?
Tudo controlado?
Por quem?
Por você? Sério mesmo?!
Até que ponto os seus desejos são seus desejos mesmos ou só estão atendendo a uma demanda do seu entorno, do seu mundo?
Eu tenho que!
Eu tenho que gostar logo do meu novo endereço. Eu tenho que fazer amigos logo! Eu tenho que fazer logo uma coisa que pareça útil aos olhos dos outros. Eu tenho que ficar sorridente logo! Eu tenho que achar tudo lindo logo! Essa coleção de tenhos causa uma dor danada, paralisa e mina um dos processos mais mágicos de uma mudança de endereço: o processo de se reinventar!
Desligue o controle e assuma a direção!
Por menos cobrança e mais experimentação em uma mudança de cidade, de país, de ares!

Carmem Galbes

O ritual para ver beleza em uma expatriação.


Escrevo esse texto enquanto aplico uma máscara no rosto.
Sim, sempre começo a escrever  mentalmente enquanto vivo a vida. Só depois o texto vai de fato para o papel.
E parece que quanto mais corriqueira a atividade, mais o texto flui...
Se bem que aplicar uma máscara no rosto não é algo tão trivial assim...
Primeiro de tudo, precisamos estar em harmonia com a gente mesma, porque só quando estamos bem com o nosso eu sentimos vontade de nos cuidar.
Ninguém que está no fundo do poço fala assim: aim... deixa eu ir lá no banheiro aplicar uma máscara no rosto para ver se eu melhoro...
Quando estamos mal, costumamos fazer coisas que nos agridem...nos entupimos de junk food, junk drink, junk feelings, junk thoughts...Mas, não! A ideia aqui não é falar de comida lixo, bebida lixo, sentimento lixo, pensamento lixo. A ideia é falar de boniteza.

Voltemos à máscara!
Como defendi, aplicar uma máscara requer um bom estado de espírito e um bocadinho de tempo. Você não chega e pá, lambuza a cara.
Vamos ao ritual:
  • Prender o cabelo.
  • Proteger o cabelo para a máscara não grudar nos fios.
  • Limpar a pele.
  • Aplicar a máscara.
  • Deixar agir por 20 minutos. Melhor se der para sentar, relaxar e curtir o processo.
  • Tirar a máscara.
  • Sorrir para o espelho.
  • Seguir a vida.


Então primeiro é necessário preparar a pele, limpar a pele, tirar a sujeira para que a pele possa usufruir dos benefícios da máscara. Ela tem que estar zerada de maquiagem, de poluição, de produtos, para que os princípios consigam agir. Definitivamente a máscara não vai surtir efeito sobre uma pele saturada de produtos. Ela tem que estar limpa.
E...nas minhas viagens lunáticas pelas atividades terrenas traço um paralelo entre a aplicação de uma máscara e uma expatriação.
Assim como os poros têm que estar abertos para que a pele possa aceitar os benefícios da máscara, a nossa cabeça e o nosso coração têm que estar abertos para percebemos  e incorporarmos os benefícios de uma mudança de cidade, de país, enfim, de vida.
Dá trabalho?
Claro!
Dá trabalho aplicar a máscara! Como vimos, tem um ritual antes, um passo a passo que exige atitude e tempo.
Dá trabalho ter acesso aos benefícios da expatriação?
Claro!
Mudar de casa, por si só, dá um trabalhão! Identificar riqueza nisso, nem se fale!
É que a gente tem que se preparar para perceber essa riqueza, os benefícios da expatriação. Tem que se limpar de algumas ideias, alguns sentimentos, alguns pensamentos, de alguns valores, de alguns conceitos, de alguns preconceitos. E tem também, como ao aplicar uma máscara, que relaxar e dar tempo ao tempo para que os efeitos possam começar a aparecer.
Nem sempre é possível ver o efeito de forma tão clara, tão rápida.
Pensa na máscara. Às vezes, é preciso aplicar mais de uma vez para sentir como a pele melhorou.
E é lógico que a máscara sozinha não faz milagre!
Uma expatriação, por si só, não vai fazer a vida ficar maravilhosa. Ela pode ser parte de um incrível processo de expansão da gente mesma, assim como a máscara pode ser parte de um amplo tratamento de beleza.
Claro que há peles mais sensíveis. Em alguns casos, a máscara pode causar coceira, irritação. Aí a importância de conhecer a própria pele, de ler a embalagem antes de aplicar o produto.
Mesma coisa com a expatriação. Importantíssimo  uma boa dose de autoconhecimento antes de desbravar outros territórios. Importante também ter informações sobre esse processo. Como funciona o mudar de cultura, de idioma, de costumes, de amigos, de rotina...o  que posso sentir? Como posso reagir? A quem posso recorrer caso a reação seja muito forte ou dolorida?
No fim das contas, o que importa é que os processos, sejam estéticos ou não, nos remeta à uma melhoria, nos remeta à beleza! Uma beleza que faça sentido e que seja bonita de fato para gente!
Carmem Galbes

Expatriada, mude de verdade!


Você pode mudar de roupa, pode mudar até de estilo.
Pode mudar o corte de cabelo, a cor, o penteado.
Pode mudar o seu corpo.
Pode mudar de endereço, de cidade, de país.
Pode mudar de estado civil.
Você pode mudar de carreira.
Você pode mudar de nível social e econômico.
Você pode mudar de calçada.
Pode mudar os planos.
Mas se você não mudar a sua cabeça e o seu coração, você vai continuar tendo os mesmos resultados.
Está feliz assim?
Ok! Então não mexa em time campeão.
Está frustrada? Não está legal?
Então mude de verdade!
Como?
Que tal olhar o outro lado da maçã?
Se você mudar o ângulo que vê as coisas, se você se permitir outras perspectivas, você tem grande chance de mudar a forma como se sente em relação às pessoas e aos acontecimentos e *boom*, um processo de desenrola: seus pensamentos tendem a mudar e o seu comportamento, as suas ações tendem a acompanhar.
A mudança não precisa ser grande, não.
Às vezes, basta olhar para o lado, basta dar um passo a frente, basta trocar o lugar à mesa, basta experimentar uma comida diferente, basta mudar o trajeto que faz todo santo dia, basta ler sobre um assunto que não seja habitual na sua estante, assistir à uma peça que você nunca prestaria atenção...basta ler uma poesia ou parar 10 minutos para observar as pessoas em uma praça.
Às vezes, basta a gente se fazer a pergunta mágica "e se...?"
E se eu respondesse sim? Eu se eu falasse não? O que eu poderia ganhar com isso? O que eu poderia perder? O que de pior aconteceria? E se eu decidisse pagar pra ver? E se eu deixasse o medo de lado? 
O que você pode mudar hoje, fazer diferente agora para se sentir melhor, par aproveitar todo o potencial de viver em um lugar diferente?

Carmem Galbes

Esposa expatriada, você não está sendo sustentada! Você está sendo patrocinada!


Em uma dessas conversas super legais que a vida dá de presente pra gente...
Trecho transcrito com a devida autorização:
"Eu odeio ser sustentada pelo meu marido! Isso me humilha, me enfraquece, além de me empobrecer..."
O desabafo é de uma mulher que deixou cargo gerencial em comunicação, salário superior a 15 mil Reais, além dos benefícios, para mudar com os 2 filhos e marido - alçado à alta direção da empresa  alemã, lá na sede.
Eu: Sente mais falta do trabalho ou da renda?
Ela: Na verdade... o que ele passou a ganhar cobre o meu salário com folga...não tenho saudade do trabalho em si, não. Eu estava muito estressada e minha atividade pegou um rumo que eu não queria muito...passou a exigir cada vez mais a minha presença no trabalho e a minha ausência em casa, com as crianças...Pedir demissão foi um alívio pra falar a verdade, ainda mais porque pedi demissão por causa de outra pessoa rsrsrs...Mas sinto falta de me sentir importante!
Eu: Você só conseguiria se sentir importante de novo trabalhando?
Ela: Não necessariamente, mas teria que perceber se estou fazendo a diferença e isso eu não sinto hoje...
Eu: De repente você precisa rever seus conceitos sobre o que é fazer a diferença...
Nossa conversa parou por aí...ela foi para a rotina com as crianças e eu voei para o computador.
Uma pulguinha não saía de trás da orelha, uma não, várias!
A mulher que deixa seus próprios planos em segundo plano para apoiar a carreira do marido em outra cidade, outro país tem a tendência em sentir que saiu perdendo, que virou coadjuvante, café com leite, socialmente invisível, quase como um peso morto, ainda mais se a cultura local não ajuda.
Mas será que é isso mesmo?
  • Será que, na verdade,  a expatriação não é só o pano de fundo, a desculpa do universo para que a gente faça o que tem que ser feito, que faça na vida o que a gente veio realmente fazer aqui ?
  • Será que, na verdade, o marido transferido não é mais uma peça dessa conspiração do universo para que a gente assuma a nossa missão? Achamos que mudamos por causa dele, mas será que o universo não colocou uma expatriação na carreira dele para nos atingir?
  • Dizemos que perdemos a renda, que agora o marido ganha os tubos e nós nada, mas será que, na verdade, o universo não turbinou o salário dele para fôssemos patrocinadas para fazer o que temos que fazer nessa vida?
  • Então não estamos sendo sustentadas, mas sendo patrocinadas?

Bom...se é patrocínio a história é outra! Temos que mostrar trabalho! Dar resultado! A vida está nos patrocinando para que algo seja feito, que algo aconteça!
Que algo é esse?
Já descobriu?
O que você sempre quis fazer e só agora você pode porque tem patrocínio?
E a pergunta mais importante, vou até falar alto:
COMO VOCÊ ESTÁ HONRANDO ESSE PATROCÍNIO?
Então, para que fique bem claro: Coexpat, você não está sendo sustentada, você está sendo patrocinada!
Durma com um barulho desse!
Carmem Galbes

Marido expatriado, dor e solidão. Quando o homem tem que engolir o choro mais uma vez.


Comecei a pesquisar e a falar sobre o universo da mulher que deixa seus próprios planos em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em um outro lugar há 10 anos, quando meu marido foi transferido para os Estados Unidos.
Minha ideia era abastecer um blog para, de volta ao Brasil, poder mostrar ao meu futuro empregador que eu não tinha ficado parada, eu tinha produzido!!  Na época, eu ainda achava que eu era uma máquina...
As pesquisas foram avançando e eu me apaixonei pelo tema.
Não só não parei mais de escrever sobre isso, como reestruturei minha carreira a partir desse conceito: que a expatriação também fosse enriquecedora para a "esposa expatriada" e não apenas para o profissional transferido.
Escolhi olhar especificamente para a "mulher que acompanha"  por dois motivos:
1 - Estratégia: como jornalista, queria falar com a maioria. De cada 10 expatriações, 8 ainda são motivadas pela carreira deles, apontam relatórios.
2 - Minha história pessoal e minha própria dor: em 10 anos mudamos 5 vezes de endereço por causa da carreira do meu amor.
Mas quando é o homem que acompanha a mulher?
Quando o expatriado vira "marido expatriado" o que acontece com ele?
O senso comum, inclusive entre as mulheres, é que a dor é maior.
Dor é dor!
Existe dor maior, dor menor ?
Dor é uma questão de ponto de vista, de referenciais, de valores e ponto!
Mas...
Ok, tenho a tendência, nesse caso,  em seguir o senso comum: sim, também acredito que a dor do "marido expatriado" seja maior.
Pode ser por uma questão arquetípica do feminino que embasa e do masculino que se lança e lança ao mundo.
Pode ser pela questão histórica e social do homem como provedor.
Pode ser pela questão histórica e social que traz para o universo da mulher o conceito da dependência como algo natural e esperado.  Embora eu tenha uma profunda dificuldade em entender o que seja dependência em um casamento, que pressupõe objetivos em comum.
Pode ser por uma questão biológica, de hormônios, de sinapses.
Mas sabe o que eu acho mesmo?
Dói mais porque homem que é homem não chora.
Nossa...e como a gente chora quando perde as coisas que a gente acha que gosta, quando perde a mesa no escritório, o crachá, o cargo, quando perde o gosto de reclamar que não tem tempo pra nada, quando perde o contracheque, quando perde o reconhecimento e o elogio por algo que se esforçou muito, quando fica socialmente invisível, porque - no mundo dos adultos - você só tem forma e cor se você dá algum tipo de resultado palpável para alguém, especialmente se esse alguém for uma pessoa jurídica.
A gente, mulher,  chora...
 Mas homem foi criado para engolir o choro.
Não pode chorar e tem que aceitar o julgamento, as brincadeiras maldosas, o olhar impiedoso de quem não tem a mínima ideia do esforço que se faz para sufocar os conceitos e preconceitos e apoiar o sucesso alheio...
Dar conta das próprias perdas e angústias e ainda cuidar da rotina da casa, dos filhos, da logística, ser a ponte entre a família e a nova cultura e sem poder se abrir, sem ter um olhar, um apoio, sem ouvir um "eu sei o que é passar por isso" é abraçar um papel pesado demais para qualquer ser humano criado para produzir e dar lucro.
Pior é quando o "marido expatriado" se convence de que toda essa gente do mal tem razão...
Como apoiar esse homem ? Como apoiar essa mulher transferida ?
Meu mantra: apoiando a família. Tratando a mobilidade de profissionais como um projeto em família, em que cada um tem um papel fundamental para fazer dessa transferência um sucesso para profissionais e empresas.
Mas quando a estratégia vai além da nossa própria ação, o retorno pode não vir na velocidade que gostaríamos.
Assumir a função de dar suporte à carreira de outra pessoa é uma decisão séria, que exige autoconhecimento e superação constante de modelos cravados a ferro e fogo em nossa alma por aqueles que amamos, que são nossos referenciais.
Ninguém avança nessa seara sem auto-análise, baby, sem auto-análise, autocrítica  e humildade.
Por que exatamente nos sentimos péssimos - não importa se somos mulher ou homem -  quando muitas das nossas ações diárias, independente se pra lá da fronteira ou não - são em nome do sucesso de outra pessoa?
Quando ameacei dar as mãos com a vitimização e ousei imputar no outro o resultado da minha escolha em aceitar a coexpatriação, me fiz - com muita dor - algumas dessas perguntas:
  • Será que eu sou mesmo uma pessoa altruísta, livre do olhar alheio?
  • Será que eu valorizo mesmo o trabalho doméstico?
  • Será que eu valorizo mesmo a família?
  • Qual é o meu conceito de maternidade?
  • Será que eu valorizo mesmo a maternidade?
  • Qual é o meu conceito de cuidar?
  • Será que eu me permito ser cuidada?
  • O que me faz acreditar que a função que eu estou exercendo não é digna da minha energia, da minha atenção?
  • Será que eu acho que eu sou boa demais, inteligente demais, especial demais para fazer o que eu estou fazendo? Por que eu acho isso?
  • Será que eu quero mesmo o desenvolvimento do meu cônjuge?
  • Por que mesmo eu aceitei essa mudança? Para apoiar alguém ou para fugir de algo que eu não tinha mais coragem de encarar?

É preciso ter coragem para ouvir as respostas.
O discurso é lindo mas a prática é malcheirosa...
Por que tantos parceiros e parceiras entram em crise em um processo de expatriação?
O que muita gente não percebe é que a crise vem, cedo ou tarde, ela vem pra todo mundo, glória!
 Vem na expatriação, porque expatriação faz a gente morrer e nascer de novo, e de novo, e de novo. Quando é coexpatriação, então, nem se fale.
De todas as perguntas que me fiz, a que fez a diferença, que mudou mesmo o curso da minha história foi: o que eu vou fazer com essa minha nova vida, esse meu novo eu? Como eu posso melhorar o meu mundo com o que eu tenho aqui e agora?
Entre casa, comida e roupa lavada, me envolvi com o árduo trabalho de descobrir qual seria minha missão especial nessa minha existência.
Sim, acredito de verdade que cada um de nós tem uma missão muito especial.
 E graças aos céus que há crises!
Porque, geralmente, elas são o cenário onde nossa missão, ou missões, são reveladas.
Quando iria me imaginar falando para um público tão específico, tão ignorado?
Nunca. Eu sempre me via na grande mídia, tratando de assuntos que me mandavam tratar e garantindo meu status e minha renda no fim do mês.
Mas o auto-questionamento veio forte e cá estou nesse "mar internético" com a minha missão de não deixar que desavisadas se afoguem e de resgatar náufragos, que precisam pisar a terra firme de novo para que a vida de outras pessoas voltem a ter brilho!
Como você - homem ou mulher - com esse seu novo modelo de vida pode melhorar o seu mundo ou o mundo de alguém? Como você pode fazer a diferença com esses novos ingredientes que você tem em mãos?
Sabe aquele negócio de que Deus escreve certo por linhas tortas?
Quando a gente pensa nesses termos, não sobra espaço para lamentação.
Fico aqui pensando se não está na hora de tirar o gênero do meu trabalho.
Seria uma grande conquista falar com o cônjuge expatriado, não apenas com "esposa expatriada" porque dor da perda é dor e ponto.
Sabe o que seria conquista mesmo? O meu trabalho não ser mais necessário, porque o papel do "cônjuge expatriado" seria reconhecido e valorizado por todos, inclusive por ele próprio.
Seria uma conquista mesmo eu poder viver sem ter que escrever da dor.
Escrever só sobre cor, sabor e toda a incrível expansão de consciência que se pode ter vivendo em uma cultura diferente da nossa, não importa o que nos levou até lá.
Falar de cor, sabor e de amor - para não perder a rima e falar do que realmente importa, amor...eu amo os homens. Tenho referenciais incríveis na minha vida: meu marido, meu filho, meu pai, meus irmãos, meus avós...
Eu falo com as mulheres.
Eu amo os homens e as mulheres, porque a vida não é uma questão de homem e mulher, é uma questão de gente.
E gente nasceu para ser feliz!

*uso marido expatriado entre aspas como uma forma de protesto porque  acredito que o papel de quem acompanha e dá suporte ao profissional transferido não pode ser reduzido ao estado civil. Faço o mesmo com "esposa expatriada", mas para nós já adotei o termo coexpatriada.

Carmem Galbes

Expatriação do meu marido, como o sucesso dele expandiu a minha consciência.


Minha primeira coexpatriação, ou a primeira vez que deixei meus planos em segundo plano para apoiar a carreira do meu marido em um outro lugar, aconteceu há  11 anos: foi de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Por um ano a ponte aérea manteve nossa sanidade mental e conjugal. Ora meu marido ia pra São Paulo, ora eu ia para o Rio, dependia do preço da passagem, dos meus plantões, da rotina  dele.
A mudança de fato ocorreu um ano depois de idas e vindas, quando tivemos certeza que meu marido iria trabalhar mesmo no Rio.
Organizei sozinha toda a mudança. A primeira que eu fiz na vida com "casa completa". Coloquei nosso apartamento à venda. Pedi as contas no trabalho. Falei tchau para a família que ficava a 45 minutos de carro. Voei para o desconhecido.
O Rio para mim era um misto do glamour da cidade super linda com o pavor das balas perdidas.
"Mas o Rio é logo ali, metrópole também. Para de frescura!"
Não há preocupação em investir em adaptação - nem paciência - quando o endereço muda, mas o idioma não.
O que muita gente não entendia e ainda não entende é que a mudança pode ter sido de 450 quilômetros, mas para mim - pessoalmente - foi de 180 graus.
Não foi apenas uma mudança de endereço. Foi uma mudança de rotina, de estilo de vida, de rumo profissional.
Desde os meus 18 anos, nunca tinha ficado sem emprego formal.
De repente, de mulher sem tempo pra nada, com pós e MBA recém conquistados, me vi atolando em um monte de caixas para organizar e nenhum referencial de ajuda, nenhuma gota de apoio, afinal, mulher acompanhar o homem é normal, né?! Não?! Mas não é isso o que sentem?!
Enquanto meu marido alçava vôo eu me via perdida no questionamento mais triste que se pode fazer quando ainda está fresco na memória o sentimento delicioso das conquistas: o que eu fiz da minha vida, o que eu estou fazendo aqui?
O tempo foi passando, voltei a trabalhar - em uma área que odiei, mas que ajudou a recuperar minha agressividade, tão necessária para dar um chega pra lá na menina amedrontada, reagir e dar a volta por cima.
Fui me apaixonando pela cidade e tudo voltou a ter cor e sabor.
Foi um processo gradual, rápido - característico da pressa de quem tem baixa tolerância ao sofrimento.
Foi um processo de tentativa e erro. Não sabia que vivia ali a dor da coexpatriada. Esse nome, aliás, nem existia. Essa dor, então, nem se fala...
Fiz algumas importantes descobertas nesse período:
1 -  É preciso muito amor - especialmente o próprio - para apoiar o desenvolvimento do outro.
2 - Nem sempre as pessoas são capazes de descobrir - ou entender -  o que estamos sentindo simplesmente por falta de referencial.
3 - Somos mais fortes do que imaginamos.
4 - Podemos adoecer ou crescer com a dor, questão de escolha, nem sempre fácil, nem sempre clara, mas sempre escolha.
Como diria a minha vó, acho que tudo foi por Deus mesmo, porque - logo que completamos 1 ano de Rio - nos mudamos de novo, dessa vez para os Estados Unidos.
Aha, outro idoma!
"Mas é inglês, para de frescura!"
Ok, sem problemas, estou vacinada nesse lance apoiar a carreira alheia em um outro lugar!
Mas na segunda coexpatriação fui mais 'safa', comecei a desenhar uma vida que iria seguir adiante independente das transferências profissionais do meu marido.
E não é que vem dando certo.
Estou na quinta coexpatriação. 
Não pirei, nem adoeci, nem entristeci. Eu floresci e sigo dando frutos!
Eu planejei isso?
Não!
Mas sou muito grata por toda essa vivência e por todo o despertar que já me proporcionou, no sentido mais espiritual do termo!

Carmem Galbes

A Teoria das Necessidades e as necessidades da esposa expatriada.

Quais são as necessidades da "esposa expatriada"?
O que falta na vida de quem está em uma realidade de renda familiar alta e com acesso aos benefícios do pacote de expatriação?
Alguns poderiam responder: não falta nada! 
Então por que tanta insatisfação, tanta dor de quem está nesse papel?
Flertei com a Pirâmide de Maslow para tentar desvendar esse enigma.
Criada pelo psicólogo norte americano Abraham H. Maslow, na metade do século passado, essa teoria atribui uma hierarquia ao que a gente precisa. Pelo esquema, nós só subimos na pirâmide conforme satisfazemos as necessidades de cada nível. Então, não adianta nada querer falar sobre autoestima para uma pessoa que passa fome. Primeiro ela tem que comer bem, dormir bem, para poder pensar em deixar uma situação de violência, por exemplo.

Fitando a pirâmide, quase acredito que a "esposa expatriada" já poderia estar bem lá no alto na satisfação de suas necessidades.
Mas sabe o que eu acho mesmo? Que essa mulher que está longe de casa para apoiar o sucesso do profissional transferido simplesmente toca o terror nessa pirâmide e bota tudo abaixo!
Começando pela base:

  • Necessidades Fisiológicas: comer, matar a sede, dormir e fazer sexo.

* Essa mulher está comendo bem? Sim a família tem dinheiro para comida, mas ela aceita a culinária do lugar onde está vivendo. Seu organismo recebe bem os condimentos, os ingredientes ou isso tem arrebentado com o estômago e o fígado dela
* Essa mulher está dormindo bem? Ou seu cansaço por ter que lidar com a casa e a rotina sem a rede de apoio a que estava acostumada tem lhe roubado horas de descanso? Será que seu sentimento por ter deixado carreira, renda, posição social tem mexido com a qualidade do sono?
* Será que essa mulher tem tido relações sexuais na quantidade e qualidade que precisa? Será que o casal está bem ou a mudança de vida na rotina da mulher e do homem tem mexido com a disposição dos dois?


  • Necessidades de Segurança: Liberdade, ausência de guerras, proteção contra violência, qualidade do meio ambiente.

* Será que essa mulher está vivendo em um local em que se sente segura ou tem que sair de casa em
carro blindado, apenas para uma determinada região, em determinado horário porque pode ser roubada, sequestrada, estuprada
* Será que ela está em um local em que os atos terroristas estão comuns
* Será que ela tem que viver em um determinado endereço, fechada em um condomínio por estar em uma zona de conflito, de guerra
* Será que ela se sente livre ou não pode usar a roupa que quer, não pode dirigir, não pode falar como gostaria por ser mulher, pela tradição local não permitir? 
* Será que essa mulher está sempre insegura porque mudou-se para uma área onde os terremotos são comuns? Onde há furacões? Ou é uma usina nuclear que atormenta a sua vida?

  • Necessidades Sociais: família, amigos, grupos sociais, comunidade.

*Onde estão os pais, os irmãos, tios, primos, amigos dessa mulher? Estão longe? Como ela lida com essa distância
* Ela conseguiu estabelecer uma rede de amizades com pessoas que ela realmente se identifica
*Como é o dia dessa mulher? Com quem ela conversa? Ela tem interação real, cara a cara com alguém? Ela sai de casa
*Ela consegue entender o que falam e se fazer entender no idioma local
*Ela consegue ter um diálogo adulto
*Ela consegue traduzir os códigos culturais
*Ela tem vizinhos? Conversa com eles

  • Necessidade de Estima: aprovação da família, aprovação dos amigos, reconhecimento das comunidades.

* Como a família encara a mudança? Aprova ou a expatriação é motivo de briga, de manipulação emocional, de distanciamento das relações
* Será que as decisões que tomou em nome da mudança são reconhecidas e o papel dela na expatriação é valorizado pela própria família?
* Será que os amigos entendem a decisão dela de mudar a própria vida em nome do desenvolvimento de outra pessoa, ou ela é julgada por ter tomado essa decisão
* Será que ela desenvolve alguma atividade que ela mesma atribui valor e que é valorizada
* Será que essa mulher pode trabalhar ou seu visto não permite, o diploma não pode ser validado?

  • Necessidade de autorealização: educação, religião, passatempos, crescimentos pessoal.

Dependendo da situação dos outros níveis, como imaginar que uma mulher que tem suas necessidades não atendidas sistematicamente pode ter ânimo, ímpeto para buscar um crescimento pessoal, para ter fé em algo, para relaxar, se divertir e aproveitar para também se desenvolver com a expatriação?

Nossa, desenhando parece que fica tudo mais claro, né?
Não adianta exigir uma postura madura, de apoio ao processo de expatriação, quando necessidades tão básicas estão sendo sistematicamente negligenciadas.
Ok, Carmem, mas quem tem que olhar para isso?
Todos, todos os envolvidos em uma transferência e vou além, todos que são próximos da família transferida. 
É preciso identificar e entender os desafios de um processo de expatriação para que a família tenha chance de perceber como ela pode se preparar para eles. Isso é papel da própria família e de quem está trabalhando para transferí-la. 
É preciso que as pessoas próximas tenham um olhar atento para apoiar essa família e fortalecer a mulher. Pode ser pai, mãe, amigo, faxineira, professora do filho, profissional de Global Mobility, esposa expatriada do colega de trabalho expatriado...não importa, expatriação é para ser feita em rede!
Cônjuge apoiado, apóia!
Cônjuge olhado, olha!
Cônjuge reconhecido, reconhece!
Cônjuge abraçado, abraça!
Cônjuge feliz, família bem, expatriação também!

Carmem Galbes

Expatriação: quando todo dia pode ser incrível!

Olá, Coexpat

12 de outubro: feriado aqui no Brasil!!
Isso me leva à uma reflexão: hoje feriado pra mim é legal porque a família fica reunida! Ponto!
Mas quantas vezes o feriado foi FAN TÁS TI CO? Não pelo que ele me proporcionava, mas pelas coisas das quais ele me afastava! Coisas que eu simplesmente detestava fazer mas não me desapegava...Por que? Salário, reconhecimento alheio, medo, preguiça, desconhecimento...
Quantas vezes passei a semana à espera do sábado e do domingo - domingo que ficava deprimente já no fim da tarde...
Quantas vezes passava o mês esperando o feriadão ou o ano não vendo a hora de o período de férias chegar? 


Quantas vezes fiquei doente de verdade - gripada, com garganta infeccionada? De pensar que o tratamento que precisava mesmo era de uma folga, de um tempo. O que eu precisava de verdade era fazer o que eu realmente gostava, o que fizesse sentido para mim.
Foi fácil descobrir?
Não! 
Foi preciso uma coexpatriação, melhor - várias - foi preciso largar crachá, terninhos...foi preciso descer do salto para perceber o que me faz bem.
Foi fácil abraçar isso?
Não! Todo dia preciso descartar um monte de lixo para seguir em frente.
O que me ajudou e ajuda ainda hoje? Autoconhecimento, método, prática, paciência e essa perguntinha:
O que você faria até de graça? 
Aí vem aquela pulguinha: fazer o que ama? Ser feliz? Como? E a fome, a miséria, as desgraças do planeta?
Então tá, deixa eu adocicar a pergunta: como a sua paixão pode ajudar a salvar o mundo? 

O que falta você fazer o que ama e amar o que você faz
Não sabe por onde começar para conseguir essas respostas? 
O coaching pode ser o caminho.
Não sabe o que é coaching? 
Coaching é um processo com início, meio e fim, que te leva de uma situação A (não desejada) para uma situação B (desejada). O coach, que é o profissional que conduz o processo, adota uma metodologia para isso.  
É assim que funciona! Você quer mudar, às vezes  nem sabe o que, não sabe como, mas quer fazer diferente, quer ser diferente e busca a parceira com um coach para te ajudar nisso.
Mas e quando a pessoa tinha a vida que queria e não tem mais? Quando tinha a casa que amava, as amigas por perto, a rede de apoio funcionando, uma carreira que trazia independência financeira e reconhecimento social? Pior, e quando ela perde isso e sabe que não voltará a ter, pelo menos igual ao que tinha antes de embarcar nessa vida "longe de casa", em um outro estado, em um outro país?
Para a mulher que coloca os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em outro lugar, ter força para reconhecer no coaching uma fonte de apoio nem sempre é algo simples.
Quase ouço pensamentos agora: "Para que fazer coaching se 'virei' dona de casa? Como vou pensar em um objetivo se não tenho ânimo para planejar um jantar? De onde vou tirar dinheiro para bancar isso?"
Aí que está a importância de um processo especialmente desenhado para a esposa expatriada.
Nesse caso, o coaching é conduzido como um grande processo de organização externa e interna. É preciso que a esposa expatriada - que eu, carinhosamente chamo de coexpatriada - aterrisse de forma suave nesse novo ambiente. E, se por acaso despencou, é preciso que ela junte as peças e organize-se.
O endereço mudou. A alimentação mudou. Os horários mudaram. A rotina mudou. As demandas da família mudaram. A mulher mudou.
É preciso um passo a passo É preciso abrir e organizar - também - todas essas caixas: a agenda da mulher tem que voltar a existir, a rotina tem que ser restabelecida, os recursos internos, os talentos têm que ser novamente identificados, as ideias tem que ser limpas, o ânimo restaurado e um objetivo tem que ser declarado! Não importa o que, não importa o tamanho, pode ser qualquer coisa, desde que seja único e exclusivo da mulher! 
Tudo isso para que a coexpatriada tenha, também, a oportunidade de ter uma realização pesssoal, só dela, nessa transferência, apesar de ela ter sido motivada pela carreira de outra pessoa.
Para mim, coaching para quem acompanha o profissional transferido já deveria estar no pacote de benefícios faz tempo! Já deveria ser um acordo do casal quando a conversa sobre a transferência começa.
Esse suporte tem que chegar rápido, o quanto antes, se possível, antes do embarque, antes de a mulher entristecer, antes de a mulher perder a fé em si mesma, antes de a mulher adoecer, antes de uma família desmoronar!
Poderia argumentar que isso é fundamental porque expatriação mexe com gente, mexe com vidas, e todos merecem viver em sua melhor versão.
Mas, talvez, os números falem mais alto. A pesquisa Mobility Brasil indica que expatriação é algo caro e de alto risco de fracasso. Dos motivos para esse fracasso, a situação de quem acompanha o profissional transferido é o que tem o maior peso.
Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...