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Você não é multitarefa! Você e absolutamente normal!

Posso te dizer uma coisa? Eu não sou multitarefa! Nem eu, nem você, nem ninguém!
Pelo menos é isso o que diz Jean-Philippe Lachaux, do Laboratório de Pesquisas Cognitivas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em Lyon, França.
Através de seus estudos, o pesquisador mostra que só conseguimos fazer duas coisas ao mesmo tempo se uma delas for automática. 
Exemplos:
  • Dirigir e ouvir música.
  • Andar de bicicleta e cantar.
  • Tomar banho e programar um passeio e por ai vai.
Se as tarefas exigirem atenção, só dá para fazer uma por vez.
  • Já tentou conversar com seu filho enquanto ele está jogando?
  • Já tentou responder um email enquanto alguém está te perguntando alguma coisa?
  • Já tentou fazer uma conta e conversar?
  • Já tentou pedir seu café na padaria enquanto atende ao celular?
Para ter sucesso em uma ação a outra - obrigatoriamente - tem que ser interrompida. Então, nesses casos, não fazemos duas coisas ao mesmo tempo, desviamos a atenção - rapidamente - de uma ação para a outra. O problema é que o foco desviado não é recuperado com a mesma rapidez.
Quem aqui já não se irritou ao ser interropida e ter que começar o raciocínio tudo de novo?
Mas por que isso acontece? Lachaux diz que as ações automáticas percorrem uma rede neural diferente das ações não automáticas, por isso uma ação automática e uma ação que exige atenção podem ocorrer ao mesmo tempo, porque percorrem "vias"separadas. Já quando as duas ações não são automáticas, uma tem que ser paralisada para a outra seguir, é como se a rede neural das ações não automáticas fosse uma via estreita, em que só passa uma ação não automática por vez.
Mas por que o textão mesmo, por que tanta neurociência?
Para parar com esse mito e essa cobrança de que toda mulher é malabarista. 
Agora trazendo o tema para o universo de 'quem-deixou-muita-coisa-de-lado-para-apoiar-a-carreira-de-outra-pessoa, eu sei que muita gente acredita - por processos inconscientes, ou não - que, "já que não trabalha" a Coexpat pode dar conta de muita coisa e ao mesmo tempo! Não pode! Não consegue! A gente termina o dia exausta!
E tem mais, quem aguenta conviver com essa angústia e frustração de não fazer algo realmente importante para a gente por falta de tempo, nosso tempo que está sendo usado e usufruido por outras pessoas?
Mas...não consigo evitar, eu preciso perguntar: 
  • Falta de tempo ou desperdício com o foco se perdendo de uma ação para a outra? 
  • Falta tempo ou retrabalho por ter que começar o raciocínio tudo de novo? 
  • Falta tempo ou de disciplina, de agenda, de programação das atividades? 
  • Falta de tempo ou vício em atividades que não somam?
  • Falta tempo ou falta vontade de parar de reclamar e entender os motivos para você não conseguir ter os resultados que espera?
É...eu sei, nem sempre a conversa é doce...
Precisa de mais apoio para resgatar a organização, o foco e a disciplina na sua vida longe do ninho? Vamos conversar que eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Coaching para esposa expatriada já! Porque expatriação é um projeto em família!

Definição clássica de coaching: processo com início, meio e fim, que te leva de uma situação A (não desejada) para uma situação B (desejada). O coach, profissional que conduz o processo, adota uma metodologia para isso.  
É assim que funciona! Você quer mudar, às vezes  nem sabe o que, não sabe como, mas quer fazer diferente, quer ser diferente e busca a parceira com um coach para te ajudar nisso.
Ok, mas quando a pessoa tinha a vida que queria e não tem mais? Quando tinha a casa que amava, as amigas por perto, a rede de apoio funcionando, uma carreira que trazia independência financeira e reconhecimento social? Pior, e quando ela perde isso e sabe que não voltará a ter, pelo menos igual ao que tinha antes de embarcar nessa vida "longe de casa", em um outro estado, em um outro país?
Para a mulher que coloca os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em outro lugar, ter força para reconhecer no coaching uma fonte de apoio nem sempre é algo simples.
Quase ouço pensamentos agora: "Para que fazer coaching se 'virei' dona de casa? Como vou pensar em um objetivo se não tenho ânimo para planejar um jantar? De onde vou tirar dinheiro para bancar isso?"
Aí que está a importância de um processo especialmente desenhado para a esposa expatriada.
Nesse caso, o coaching é conduzido como um grande processo de organização externa e interna. É preciso que a esposa expatriada - que eu, carinhosamente chamo de coexpatriada - aterrisse de forma suave nesse novo ambiente. E, se por acaso despencou, é preciso que ela junte as peças e organize-se.
O endereço mudou. A alimentação mudou. Os horários mudaram. A rotina mudou. As demandas da família mudaram. A mulher mudou.
É preciso um passo a passo É preciso abrir e organizar - também - todas essas caixas: a agenda da mulher tem que voltar a existir, a rotina tem que ser restabelecida, os recursos internos, os talentos têm que ser novamente identificados, as ideias tem que ser limpas, o ânimo restaurado e um objetivo tem que ser declarado! Não importa o que, não importa o tamanho, pode ser qualquer coisa, desde que seja único e exclusivo da mulher! 
Tudo isso para que a coexpatriada tenha, também, a oportunidade de ter uma realização pesssoal, só dela, nessa transferência, apesar de ela ter sido motivada pela carreira de outra pessoa.
Para mim, coaching para quem acompanha o profissional transferido já deveria estar no pacote de benefícios faz tempo! Já deveria ser um acordo do casal quando a conversa sobre a transferência começa.
Esse suporte tem que chegar rápido, o quanto antes, se possível, antes do embarque, antes de a mulher entristecer, antes de a mulher perder a fé em si mesma, antes de a mulher adoecer, antes de uma família desmoronar!
Poderia argumentar que isso é fundamental porque expatriação mexe com gente, mexe com vidas, e todos merecem viver em sua melhor versão.
Mas, talvez, os números falem mais alto. A pesquisa Mobility Brasil indica que expatriação é algo caro e de alto risco de fracasso. Dos motivos para esse fracasso, a situação de quem acompanha o profissional transferido é o que tem o maior peso. 
Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br
Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!

Carmem Galbes

Mulher de expatriado, mulher expatriada, mulher e expatriada. Como fica a identidade de quem acompanha um profissional transferido?

Uma das decisões mais difíceis quando a mulher aceita mudar de cidade, de país - enfim, de modo de vida -  por causa da carreira do marido é abrir mão dos próprios projetos.
Já vi gente usar a mudança como motivo para deixar de fazer um  monte de coisa que detestava.
Mas tenho visto também muita gente perder a chance de viver uma experiência incrível porque não refletiu sobre suas possibilidades e - de alguma forma - não soube levar os próprios projetos na mudança. Guardou a identidade no fundo da mala...
Concordo que a proposta para cruzar as fronteiras - recheada de benefícios, alguns até interpretados como mimos e caprichos - entorpece.
Ela mexe com os sentidos porque flutua na esfera da promoção, do prêmio. Como, então, fazer com que aquela vozinha: "ei, e eu?" seja ouvida nessa atmosfera de "cê tá louca? Olha só quanta coisa a gente vai ter-viver-conquistar-bla-bla-blá"?
Mas uma hora a conta chega!
E não há grana, carrão, casona, escola paga, clube bacana e vida em país "desenvolvido" que acabe com aquela sensação que a mulher que deixa-muita-coisa-de-lado-para-seguir-ao-lado-de-alguém acaba tendo com o passar do tempo:"acho que saí perdendo nessa..."
Se você foi só em nome do outro e das coisas, é legítima e real essa sensação. Quem não parte com um projeto próprio perde muito. Perde-se de si mesma.
Ok, o começo de uma expatriação exige muita doação. Como está "sem trabalho", cabe - muitas vezes  - à mulher a tarefa de abrir as portas de um novo sistema de vida. Ela atua equilibrando pratos:  estrutura o lar, desbrava a cidade, dá suporte ao parceiro - para que tenha tranquilidade ao mergulhar nas novas atribuições, dá atenção e presença aos filhos, para que consigam se adaptar à nova cultura. Mas isso é motivo para dar um chega pra lá nas próprias necessidades?
Você está nessa situação? Partiu sem acolher os próprios anseios? 
O legal é que sempre há tempo para resgatar o bom relacionamento com a gente mesma!
E o bom relacionamento é baseado na escuta. Escute-se!
Do que você precisa para dar conta do próprio bem estar nessa vida "coexpatriática"? 
O que você pode fazer para sua vida voltar a ter sentido? 
Como você pode resgatar aquela vontade de seguir em frente?
Como você pode recuperar o brilho? O brilho dos seus olhos?
O que você poderia fazer para aproveitar o tempo aí e enriquecer: sua vida, suas experiências, suas relações, suas emoções, suas finanças, seu currículo?
O que você pode aprender "longe de casa"?
O que você vai fazer para passar de mulher de expatriado para mulher e expatriada?
Por onde começar?
Eu sugiro começar! Comece! Uma ação! Um comportamento diferente! Apenas comece...
Carmem Galbes

Expatriação e a importância da amizade com você mesma!

A primeira amizade que temos que fazer quando mudamos de cultura é com a gente mesma.
Claro que ter outras pessoas por perto, principalmente falando o nosso idioma, ajuda muito a alcançar aquele sentimento "quentinho e gostosinho" - quase com sabor de brigadeiro - de não estarmos sós num mar de gente e coisas estranhas!
Mas estar num bom e estável relacionamento com nós mesmas ajuda e muito no processo de adaptação a um novo lugar e à uma nova vida
Mas como assim fazer amizade comigo mesma? Eu convivo comigo 24 horas por dias! 
Aha! Mas isso não quer dizer que somos íntimas de nós mesmas. Sabe aquele negócio de viver na mesma casa, mas um não saber nada do outro: sonhos, desejos e necessidades?
Pois é, acontece com a gente também! 
A mente e o espírito residem no corpo, mas um simplesmente não conhece o outro, e assim perdemos a  noção do que realmente queremos, do que realmente importa, do que realmente nos faz bem...
Mas como é que se faz amizade com a gente mesma? É que parece tão óbvio, que nem sempre sabemos por onde começar...
Como é que você conhece mais sobre alguém? Observando e, com muito jeito para não ser inconveniente, perguntando!
Então, tenha interesse por você! Pergunte-se!
Preste atenção nos seus pensamentos: qual é o conceito que você tem sobre você mesma? Como você chegou nessa ideia sobre você? Que ações revelam esses conceitos que você tem sobre você?  Isso é realmente verdade?
Preste atenção nos seus sentimentos. O que te faz bem? O que te incomoda? O que você gosta de sentir? Que sentimentos você se esforça para ter mas que não fazem sentido pra você?
Preste atenção no seu corpo. Como seu corpo reage aos seus pensamentos e sentimentos? Como você tem tratado o seu corpo? Você está satisfeita com o seu comportamento com relação ao seu corpo?  Que relação você gostaria de estabelecer com ele?
Essas perguntas aproximam você de você mesma. Quanto mais você descobrir sobre você, mais você vai querer explorar. Nem sempre vai ser fácil, afinal, relacionamentos não são fáceis - inclusive com a gente mesma. Mas pode ser interessante porque deixa a sua vida mais produtiva! Se você sabe o que você quer e o que te faz bem de verdade (não porque alguém falou), para que você vai agir para atentar contra seu próprio bem estar? 
Eu sempre gosto de pontuar a importância da gente ficar íntima da gente mesma - especialmente em um processo de expatriação - porque, muitas vezes, é só com a gente mesma que iremos poder contar, é na gente mesma que teremos que encontrar as forças para seguir em frente!
Então trabalhe para poder contar com você. 
Não, isso não é uma defesa da solidão ou do isolamento. É só uma pausa para dizer que sim, está tudo bem você querer prestar atenção em você, atender suas necessidades e dar prioridade a você. Isso é justo e pode ser, em alguns momentos, a única maneira de se manter saudável "longe de casa".

Carmem Galbes

A casa perfeita é a casa possível.

Estou aqui, totalmente emaranhada em meus devaneios.
Enquanto - vez ou outra - penso alto durante as conversas comigo mesma, vou mapeando, quase em transe, a casa onde vivo.
Penso nas paredes que derrubaria, no piso que - certamente - trocaria, nos azulejos que substituiria, nos armários que colocaria, na cor que mudaria. Penso nos antigos moradores e o que buscavam ao escolherem certo tipo de torneira, por exemplo.
É um exercício pra lá de gostoso, que me relaxa e só! 
É pura imaginação...sem intenção nenhuma de encher a casa de pedreiros, mesmo porque ela é alugada e ela é provisória. Há algum tempo é assim, coisa de quem nunca se atreveu a dizer não as mudanças ofertadas pela vida.
Mas aí, para meu tormento, vem Hilda Hilst e sussurra: "A minha casa é guardiã do meu corpo e protetora das minhas ardências..." 
E aí? 
A casa é - então - extremamente importante porque é ela quem abriga o meu corpo, o local onde está tudo o que sou.
Não, não pode ser - então - qualquer casa, tem que ser 'A' casa perfeita: com paredes no lugar certo, com os móveis sob medida, com a cor ideal.
Vixe!
Coitado de quem está comigo sob o mesmo teto.
Piração total! Aquela vontade de por a mão na massa atropela tudo.
Eu me conheço: ninguém mais vai ficar sossegado no fim de semana. Serão mil visitas a esses home centers, mil cotações, a trena vai ficar neurótica esticando e encolhendo - tirando mil medidas.
Cansada só de pensar, eu respiro, respiro de verdade, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca.
Estirada no sofá, eu abro a minhã mão direita em direção ao infinito e peço uma pausa para Hilda Hilst.
Ela atende!
Silêncio.
Aí sim consigo me ouvir: a casa perfeita não existe para quem se rende à mobilidade. A casa de quem vive mudando de endereço é a casa possível e - ao mesmo tempo -  repleta de potencial - o que pode ser muito interessante.
Aprendi que não tem problema, vez ou outra, implantar no apê alugado alguma coisa do meu projeto de casa ideal. Não, não dá para mudar a disposição da pia da cozinha, mas já aconteceu de - em uma nova cidade - um quadro novo, um móvel diferente, um tapete mais extravagante ajudarem a me sentir em casa mais rápido.
Nessa minha atual experiência, por exemplo, decidi instalar uns cortineiros. 
Falar de cortina numa hora dessas? 
Sim: e não são cortinas, são os cortineiros - aquele negócio que esconde o trilho! Ok, coisa pequena,  mas um detalhe que trouxe beleza e aconchego, e um carinho ao se começar uma nova jornada é sempre muito bom. 
Gesso? Nem pensar. Pesquisando acabei encontrando uma solução simples, rápida, limpa e mais em conta do que eu calculava: cortineiro em MDF!
Alguém pode me provocar: "Dã...descobriu a América!"
Não desbravei um continente, mas percebi que tenho lá criatividade para dar um up grade na estética de um ambiente! E dar uma massageada no ego - identificando novos talentos - é outra forma de encarar com mais leveza uma mudança!
Enfim...o que não dá é para passar a experiência em um determinado lugar pensando em como a casa poderia ser, em como tudo poderia ser. Tudo sempre pode ser diferente, mas se tenho uma crença é que a vida que levo é a que escolho, sempre! Isso não quer dizer que não me arrependo de algumas escolhas...enfim 2...
Acho mesmo que a casa de quem muda muito é uma eterna construção, é o puxadinho de todas as casas imperfeitas que já vivi. Essas casas nunca são demolidas da minha lembrança. E na memória elas são ainda mais importantes, porque - apesar de já não guardarem mais o meu corpo - elas protegem da corrosão e dos estragos do tempo tudo o que senti e aprendi em um determinado endereço.

Carmem Galbes

Expatriada: é hora de assumir a sua âncora!

Para você que anda triste que só, com saudade da sua ex-casa, da sua ex-rotina, do seu ex-emprego, dos seus lugares prediletos, das festas de família, do almoço com as amigas, do bate-papo descompromissado com conhecidas.
Pra você que anda vivendo com aquele buraco imenso no peito e um nó bem apertado na garganta porque ainda não conseguiu se reconhecer no seu novo endereço, não tem vontade de descobrir a cidade, de arriscar um dedo de prosa nem com o porteiro.
Pra você que anda comendo demais, ou sem apetite, ou não aguenta de sono ou vem sofrendo com uma insônia danada porque perdeu suas raízes...Ah...essas raízes.
Então para você que pensa que nosso dia a dia ainda comporta raízes trago uma sugestão de Zygmunt Bauman: não pense em raízes, pense em âncoras!
"Quando extraídas do solo em que cresceram, as raízes tendem a secar, matando a planta que nutriam e tornando sua restauração algo próximo do miraculoso - as âncoras são içadas apenas para serem lançadas novamente, e o podem ser com facilidade semelhante em muitos portos de escala. Além disso, as raízes designam e determinam antecipadamente a forma a ser assumida pelas plantas que crescem a partir delas, e excluem a possibilidade de qualquer outra. Mas as âncoras são apenas utensílios que servem para a anexação ou desanexação explicitamente temporária, a um lugar, e de maneira alguma definem as características e qualidades do navio (...) A escolha do porto em que a âncora será lançada da próxima vez é mais provavelmente determinada pelo tipo de carga que o navio transporta no momento: um porto que é bom para um tipo de carga pode ser totalmente inadequado para outro."
Então vem cá e dá um abraço!
Caso precise de mais Bauman para se animar, esse trecho que separei foi tirado do livro "A Arte da Vida", da editora Zahar.
Quer mais apoio? Fale comigo eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e amadurecimento.

Tanto se fala das possibilidades de crescimento que a mobilidade pode proporcionar.
Mas, humildemente, admito minha inabilidade para lidar com situações toscas - mesmo passando os últimos anos indo de um lugar para outro e conhecendo um mundaréu de gente.
E aí...a surpresa! 
Gentilmente, Fernando Pessoa sussura em meus ouvidos: "Não evoluo, VIAJO...Não subi de um andar para o outro; segui, em planície, de um para outro lugar."
E eu, em um rompante de birra mental: "Não, não é possível. Devo aprender algo com toda essa andança! Está no pacote de expatriação!"
Pessoa me interrompe: "há poemas meus, escritos aos vinte anos, que são iguais em valia - tanto quanto posso apreciar - aos que escrevo hoje. Não escrevo melhor do que então, salvo quanto ao conhecimento da língua portuguesa - caso cultural e não poético. Escrevo diferentemente."
É isso, então! Mesmo caminhando e acumulando bagagem, talvez eu não faça melhor; talvez consiga - no máximo - fazer diferente.
E Pessoa me dá uma alternativa, desconfio que farto dessa busca por me sentir mais madura, mais bem preparada, mais equilibrada: "Vou mudando de personalidade, vou (aqui é que pode haver evolução) enriquecendo-me na capacidade de criar personalidades novas, novos tipos de fingir que compreendo o mundo, ou, antes, de fingir que se pode compreendê-lo."
Eu sei, eu tomei posse da resposta que Fernando Pessoa endereçou para Adolfo Casais Monteiro, em 1935.
Mas acredito que enquanto escrevia ao camarada, pensou em mim e na minha provável súplica por algumas palavras que desatassem o nó da garganta, que esquentassem a barriga, que aliviassem os nervos.
Obrigada, poeta!

Carmem Galbes

Expatriado, fuja do "fio do bigode". Benefícios têm que estar no papel!

"Preto no branco". É isso o que você quer na hora de negociar uma transferência. Mas qual é o preço e o desgaste de deixar tudo bem definido antes de ir atuar em outro endereço da empresa?
Eu não sei quão dolorido - ou não - esse processo pode ser. O que eu já vi acontecer é profissional quase pirar ou perder o emprego por cobrar que a empresa cumpra algo combinado, mas que não havia sido registrado em lugar algum.
Minha impressão, baseada nos emails que recebo, é que poucos profissionais se empenham em deixar tudo esclarecido antes da viagem. Por esclarecido quero dizer: tudo registrado no papel.
Não falo dos direitos garantidos pela lei 11.962, como adicional de transferência, custeio de
passagem, seguro saúde e de vida. Falo de remuneração, apoio à família, plano de carreira e por aí vai.
Aqui o advogado Miguel Gondin Galbes já deixou bem claro como o profissional deve agir: "ele não deve aceitar uma expatriação sem ter formalmente tratado o que vai acontecer com ele lá fora. A orientação é: tudo o que for definido - como benefícios, remuneração, bônus, plano de carreira, tempo de expatriação - deve estar oficializado." O advogado explica que o documento pode prever - inclusive - multa em caso de descumprimento de algum item. O instrumento legal vai variar de caso para caso, pode ser desde um termo de compromisso assinado entre funcionário e empresa até um aditivo ao contrato de trabalho.  O advogado comenta que "a empresa que aceita detalhar os termos da expatriação em um documento já sinaliza que o processo será sério".
Já conversamos algumas vezes aqui no Expatriadas sobre não aceitar o"fio do bigode" quando o assunto é: mandar você pra longe. Acontece que vira e mexe aparece um profissional furioso por não ter seus benefícios respeitados no exterior.
A revista Exame traz mais um caso desse. O advogado Marcelo Mascaro Nascimento é quem diz o que expatriado deve fazer.
Uma dica: documento é sinal de maturidade e profissionalismo. "O que é combinado não é caro."
Para ler o texto da Exame, clique aqui.
Para ler mais aqui no blog sobre direitos e benefícios do expatriado, clique aqui.
Para mais informações sobre a Lei do Expatriado, clique aqui.
Carmem Galbes

Mudança: quando a rotina da casa vai pra...o espaço.

Se fosse para fazer uma lista das consequências mais chatas de uma mudança de endereço, eu diria que perder o domínio sobre a rotina da casa tem grande chance de estar lá no topo.
Eu chamo de rotina da casa aquele esquema de você acordar e já meio que saber pra onde ir, o que fazer primeiro para a casa 'funcionar' e você conseguir aquele tempo para investir nos seus projetos, só seus. É aquele movimento de equilibrar os pratos: de dar um tapa no visual enquanto cata um brinquedo aqui, ajeita uma papelada lá e acerta - com um toque do quadril - a cadeira que alguém insiste em deixar fora do lugar!
Atingir logo esse ponto - o de você se entender com a casa e não passar um dia inteiro afundada em roupa, louça, comida e afins - vai depender da sua disposição emocional, física e sim - claro - da sua organização e dos recursos que você tem para te auxiliar.
É nesse ponto que quero chegar: organização.
Pergunto: da mesma forma que a gente leva as roupas, os móveis e os badulaques na mudança, seria possível levar um método de arrumação pronto para ser implantado, não importa se em uma casa ou apartamento, grande ou pequeno?
Sim! É possível e necessário!
Preparar-se para começar uma nova vida sem a acostumada rede de apoio pode deixar tudo mais Leve. Saber por onde começar pode salvar da loucura quem chega a um novo ambiente e está por conta do próprio entusiasmo.
Carmem Galbes

Quando a mãe vira uma expatriada...

Pense em um filho demorando para andar, para falar, que prende o cocô, que não come nem ar, com aquele nariz que não para de escorrer, sem se adaptar na escolinha. 
Mesmo que esteja tudo ok, que o pequeno esteja demonstrando todos os sinais esperados de desenvolvimento - inclusive com as devidas birras - pense em você tendo que lidar com o dia dia - normalmente - sozinha da Silva. Lembre de você podre de cansaço. Agora imagine tudo isso em outra língua!
Imaginou? Tudo bem, um-dois,três, respira, vooolta é só um exercício. E olha, tranquilo, tem gente que garante ser possível sobreviver a isso. Melhor, tem mulher que fala que maternidade no exterior pode ser fortificante.
Achei bem interessante o relato  da publicitária Camila Furtado sobre criar filho em outro país. No caso dela, na Alemanha.
Ela faz uma lista - daquelas que a gente adora por aqui - sobre tudo o que já aprendeu sendo uma mãe expatriada.
Dá um pulo lá no blog "Tudo sobre minha mãe." Espero que o texto te encoraje, te de um norte, um alívio. Porque ser mãe é...nossa não tenho nem palavras para qualificar as maravilhas da maternidade, mas todas nós também sabemos que não é fácil...pra lá da fronteira então...
Para ler o texto da Camila, clique aqui.
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Carmem Galbes

Seis dicas para quem está cuidando de uma expatriação.

Hoje a conversa é com o povo que viabiliza a transferência internacional de um funcionário. Mas isso também te interessa, já que é sempre bom ficar por dentro do que acontece "do lado de lá" da expatriação.
A consultoria Mercer lista algumas recomendações podem ajudar as empresas a gerir melhor os programas de mobilidade.
Aqui vão as dicas, nas palavras da própria Mercer:

  1. Avalie se o programa de mobilidade internacional cumpre os objetivos estratégicos e operacionais previamente definidos.
  2. Defina competências específicas para líderes internacionais para depois se certificar que os seus programas estão formando indivíduos que possam ocupar os lugares desses mesmos líderes no futuro. Não deixe o talento internacional à sua sorte.
  3. Os custos de moradia são, normalmente os mais elevados do processo de mobilidade internacional - depois de salários e impostos. Tenha informação precisa e fidedigna sobre os preços praticados nas cidades para onde seus funcionários serão transferidos. 
  4. Avalie se a expatriação compensa. Pode fazer mais sentido contratar localmente em vez de expatriar. Ou então é melhor “localizar” colaboradores expatriados através do alinhamento dos seus pacotes de benefícios com os níveis dos mercados locais. Atente para a duração da missão. Se o expatriado estiver no mesmo país há cinco ou mais anos, talvez seja hora de o localizar. 
  5. Analise com frequência o pacote de benefícios para o expatriado. Certifique-se de que a empresa tem os incentivos adequados para o expatriado e que esses benefícios possam ajudar à manutenção dos programas definidos.Mudar ou atualizar esse pacote pode ser uma ação, ao mesmo tempo, realista e econômica. Numa economia cada vez mais global, com trabalhadores jovens, isso pode contribuir para reduzir os custos ao longo do tempo.
  6. Receba feedback dos colaboradores expatriados de forma mais eficiente. Os colaboradores raramente expressam a sua insatisfação sobre a sua estrutura de compensação e sobre outros assuntos relevantes. Mas os problemas que mais os preocupam de forma recorrente – dificuldades de comunicação, falta de ajuda nas recolocações, prestadores de serviços ineficientes e planejamento da repatriação – não podem ser resolvidos apenas disponibilizando mais dinheiro. Para se obter um parecer honesto que resulte numa melhoria de políticas praticadas, considere usar um agente independente que mantenha as respostas dos colaboradores confidenciais.
Para acessar a página da Mercer com essas dicas, clique aqui.
Para ver mais sobre políticas de expatriação, clique aqui
Quer assumir o controle da sua transição e aproveitar ao máximo todo o potencial que uma transferência carrega? Fale comigo que eu posso te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes

Seis perguntas para se fazer antes de aceitar uma expatriação.

Eu sempre olho de canto de olho para aquela gente que tenta minar nosso entusiasmo diante de uma mudança. Mas acho também que - em meio à vibração com o convite para uma transferência - temos que avaliar - sim - o que vai ser diferente e se estamos preparadas para encarar uma nova rotina.
Sugiro, então, que você busque a resposta para essas seis perguntas e avalie se a expatriação tem chance de dar certo. Tenho certeza que você se fará muito mais perguntas. Essas seriam só para dar início ao processo.

1 - Seus filhos são adolescentes?
A fase já é complicada no Brasil, tente vislumbrar como será o comportamento deles longe de tudo o que é importante nesse período: os amigos! Você está equilibrada para dar o suporte que eles vão precisar até se sentirem incluídos novamente? Foquei os adolescentes, mas isso pode valer para filho de qualquer idade.

2 - Você vai ficar sem trabalho?
O upgrade no salário de quem está sendo expatriado - geralmente - compensa que  a mulher deixe o emprego no Brasil. Mas dinheiro não é tudo. Você está pronta para ser - nem que seja por pouco tempo - a pessoa sem crachá, sem cargo, sem subordinados e para NÃO ter o gostinho do reconhecimento - aquele - que só a vida profissional nos dá?

3 - Você vai ficar longe dos amigos e parentes?
O quanto a presença física dessas pessoas é importante? Você está acostumada a passar todas as festas com elas? Não perde um almoço de domingo? Consegue reservar uma data ou outra para trocar ideia com as amigas?  Viagens, jantares, passeios são quase sempre em turma? Pense que nos próximos meses  - poucos ou muitos, dependendo do seu perfil - seu parceiro e seus filhos serão sua grande companhia, isso se não forem as únicas. Como você administra a saudade?

4 - Você vai ficar sem empregada ou faxineira?
Se você está acostumada com algum tipo de ajuda, o começo do período de uma transferência pode ser extremamente cansativo. Dependendo da cultura, você até vai ter ajuda de novo, mas sabe-se lá quanto tempo vai demorar até achar alguém. Você, seu marido e filhos conseguiriam se organizar para ter um tipo de vida mais prático, simples e - o melhor de tudo - autônomo? Tudo mundo está pronto para botar a mão na massa?

5 - Sua família vai ficar sem babá?
Você e seu marido estão prontos para assumir de vez e sozinhos todos os cuidados com o(s) pequeno(s)? Lidam bem com o fato de ter que levar o(s) filhote(s) para todos os lugares que vocês precisam ir? Estão prontos para não ter mais aquela chance de um restaurante, cineminha ou chopinho a dois, mesmo que seja por pouco tempo? Essas perguntas podem até carregar um tom de frieza, mas conheço gente que pira se ficar sem babá ou sem o vovô, a vovó, a dinda, a amiga para dar aquela olhadinha nos pimpolhos vez ou outra...

6 - Você vai ter que aprender um novo idioma?
Quando somos "gente grande" aprender não é fácil. Você está rindo, mas é verdade! Aprender um idioma então...Você  sempre acaba se perguntando se precisa mesmo falar com a garganta raspando ou fingir que tem língua presa para se fazer entender...O pior que leva tempo para você compreender e mais ainda para ser compreendida. Você é paciente? É humilde? Está pronta para ter uma opinião adulta sobre um tema mas só conseguir expressar "gugu dada"?

6 - Seu marido vai ter menos tempo para a família?
Isso vai ser uma afronta? Vai ser motivo de altas discussões? De prova de desamor? Pense bem, ninguém é expatriado para trabalhar menos que no Brasil...Aliás, como está seu relacionamento? Uma expatriação  pode ser uma boa oportunidade para melhorá-lo ou o que faltava para ele acabar de vez.

Precisa de ajuda para lidar com as respostas que você encontrou? Fale comigo, eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes

Guia Leve de Mudança - parte 4.

Vocês, finalmente, decidiram por um lugar. Se optaram por não trazer a mudança, é hora de correr atrás dos móveis. Se estão em um centro de consumo qualquer: ótimo! É ir à loja, escolher, pagar e...montar...haja mãos!
Se escolheram trazer as coisas, o momento é de aproveitar o tempo até as caixas chegarem.
Vamos lá: Guia Leve de Mudança - parte 4: enquanto os móveis não chegam.
1 - Infraestrutura do imóvel.
Energia e água estão ligados? Se não, peça  ao corretor ou a algum colega orientação sobre como ligar os serviços.
Se a casa já tem eletrodoméstico, eles estão em ordem?
Vai optar por tv a cabo?
A hora é de pesquisar preços e pacotes de serviço de internet.
E o celular? Esse pode ser um dos equipamentos mais úteis para quem precisa descobrir um novo local. Se ainda está em dúvida com relação à operadora, plano e aparelho, sugiro comprar algo barato, pré-pago, para sair da loja falando mesmo. Depois você decide o que vai querer.
Apesar de trazer a mudança, você vai precisar comprar algo pra casa? Aproveite o tempo!

2 - Conhecendo a cidade e a vizinhança.
Aproveite a empolgação com a nova cultura para descobrir o que esse novo endereço pode oferecer. Circule pelo bairro. Entre nos mercados, farmácias, padarias, shoppings. Explore os espaços abertos, o que oferecem, são seguros? Ah, e - por que não? Vá em busca de uma manicure, pedicure... cuidar da gente ajuda a dar um up naqueles dias mais difíceis.
Se há filhos e eles estão em idade escolar, já decidiram pela escola? Mesmo que as aulas ainda não tenham começando, faça uma visita no local. Faça o trajeto até o colégio - seja a pé, de carro, bicicleta...
Aventure-se pela culinária. Se for muito diferente do que você e sua família estão acostumados, vá com calma!

3- Documentos.
Se tiverem mudado de país, as primeiras semanas vão ser repletas de burocracia: retirada de documento local de identificação, abertura de conta em banco, exame para carteira de motorista...respire fundo, essa chatice vai passar.

4 - Uns dias antes de a mudança chegar.

Tire a semana para acertar os últimos detalhes.
Faça uma faxina. Limpar a casa vazia é bem mais fácil.
Faça compra no supermercado. Será a compra de casa nova, sabe? É tudo mesmo: sal, açúcar, óleo...Reforce o estoque de água: a casa vai estar cheia no dia da mudança.
Não se esqueça dos itens de higiene: papel higiênico, pasta de dente, shampoo...coisas que você só vai lembrar quando precisar usar...
Faça um planejamento do dia da mudança: onde vão tomar o café da manhã, qual será o esquema do almoço e da janta?
Avise o síndico e - se for o caso - os vizinhos sobre a chegada da mudança.

5 - Explorando as possibilidades.
Não se esqueça de pensar em você.  O que você, que está acompanhando um profissional expatriado, vai fazer? Use o tempo para imaginar um pouco que frutos você poderia colher dessa transferência.
Precisa de um curso de idiomas?
Quer aproveitar para se especializar em algum tema da sua carreira?
Quer tentar uma pós?
Quer trabalhar?
Uma academia ajudaria na socialização?

Enfim, ânimo! Eu sei que, às vezes, é difícil. Você está exausta com a mudança. Assustada com tanta novidade. Com medo de se perder, de não se fazer entender, de não entender nada, de ser ridicularizada. Pode acontecer de os filhos não estarem respondendo bem. O marido não conseguir estar tão presente por causa das novas atribuições no trabalho. Mas não deixe a peteca cair. Dê o primeiro passo. Saia de casa! É um exercício diário. Mas cada situação enfrentada, e superada, te fortalece. Você vai ficar mais segura e feliz, porque vai ter sinais de que é capaz!

Se é um apoio personalizado - totalmente pensado na suas necessidades - que você busca, veja como a Leve pode te ajudar. Saiba mais em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Leia também:

Guia Leve de Mudança - parte 1.

Cinco mudanças em 10 anos. A prática + os estudos em organização de espaços e ambientes são a base do Guia Leve de Mudanças que apresento para vocês agora. 
Para fazer o guia, estou levando em conta que a companhia em que você ou seu marido trabalha vai contratar a empresa de mudança, um coisa a menos para você ter de correr atrás.  Também imagino que a empresa que está te transferindo cuidará da burocracia como visto, documentação, seguro saúde...
Então vamos lá:

Guia Leve de Mudança - parte de 1 de 5: Antes da mudança.
O intervalo entre a negociação da transferência e a mudança de fato pode durar meses. Esse período pode ser bem desconfortável: cheio de expectativa, ansiedade, fantasia, medo. Então, aproveite o tempo para ocupar a cabeça e o corpo, porque você vai ter que trabalhar, e muito!

1 - Imóvel.
Se próprio, vai vender ou alugar? Está por dentro de preços? Vai deixar em imobiliária ou vai cuidar de tudo? Vai vender/alugar com ou sem móveis? Se for deixar a casa fechada, alguém fará alguma manutenção em jardim e piscina, por exemplo?
Se a casa é alugada, atente para o prazo de comunicação de saída. Vale lembrar que, pela lei do inquilinato, como está sendo transferido pelo trabalho, você não precisa pagar multa caso deixe o imóvel antes de o contrato terminar
Se morar em prédio, veja em quais dias a mudança pode ser retirada. Tem condomínio que só autoriza durante a semana, outros só aos sábados...

2 - Garagem.
Você vai levar o carro? Se for vender, como vai fazer: anunciar ou deixar em uma concessionária? Já sabe quanto pedir? Os documentos estão em ordem para venda?
E as bicicletas?

3 - Escola.
Peça na escola das crianças o histórico escolar e a transferência. Já verifique procedimento e prazo para encerramento da matrícula. Faça o mesmo na escola de idiomas, artes, balé, natação...

4 - Trabalho.
Se você não foi o motivo da transferência, já é a hora de comunicar a saída? Como fará isso?

5 - Saúde.
Há exame médico pendente para alguém? 
Aproveite para colocar em dia consulta com pediatra, ginecologista, cardiologista, oftalmologista, dentista...
Será necessário comprar algum medicamento, pedir alguma receita para a viagem, fazer óculos novos?

6 - Empregados.
Tem empregada? Vai demitir? Faça as contas: aviso prévio, férias, décimo terceiro...

7 - Animal de estimação.
O que vai fazer com o bichinho? O gatinho e o cachorro podem ir junto, mas e o peixinho, a tartaruguinha...? Vai doar? Para quem?
Voltando ao gato e cachorro, é preciso correr atrás da documentação para a viagem, caso seja para o exterior. 

8 - Contas e correspondência.
Verifique o prazo para desligamento de tv à cabo, internet e telefone.
O que vai fazer com os celulares?
Se vai deixar a casa fechada, vai pedir desligamento de gás e energia?  Há serviços que não precisam ser desligados, podem ser suspensos com o pagamento de uma taxa mínima - o que pode evitar mais trabalho na hora do retorno.
Sobre correspondência de banco e cartão de crédito, você vai mudar o endereço de destinatário? Quem irá receber por você?
Seria o caso de colocar ou tirar alguma conta do débito automático?
Seria possível falar com o síndico, um vizinho ou parente sobre as cartas que chegarem? Alguém poderia guardá-las para você pegar depois ou elas poderiam ser reenviadas?

9 - Guarda-roupa.
Faça um inventário do armário. Tire tudo que não usa: roupa grande, apertada e-ou que não combina mais com seu estilo; peças velhas, estragadas. Isso vale também para roupa íntima, acessórios e sapatos. Veja se algum item precisa de lavanderia, sapataria. Leve tudo limpinho e em ordem.
Pense no lugar para onde está indo. O clima vai permitir que você aproveite o atual guarda-roupa? Avalie se você vai usar todos seus casacos. Em um lugar frio, cachecol nunca é demais. Mas em uma região quente, eles podem acabar estragando de tanto ficar no armário. Lógico que não estou falando para você doar todas as suas peças de inverno, nem dar fim ao seu casaco-sonho-de-consumo. Só estou sugerindo aproveitar a chance de liberar espaço e facilitar a arrumação no novo endereço.
Pense também na cultura do lugar para onde você e sua família estão sendo transferidos. Avalie se, no novo endereço, blusa tomara que caia, minissaia, miniblusa, super decotes, fendas e coisas do tipo não irão te constranger. Mais uma vez, não estou dizendo para dar fim a tudo, só sugiro ficar com aquilo que realmente vale a pena. Guardar por guardar, nesse momento, só irá te dar mais trabalho.

10 - Eletrodomésticos.
Verifique a voltagem do lugar de destino. Se for diferente, você vai comprar transformadores ou equipamentos novos? O que vai fazer com os eletros que já tem? Se for doar, pense em um lugar que retire as peças, normalmente é preciso fazer agendamento. Se for vender, como vai fazer isso e quanto vai pedir?
Importante lembrar que em alguns países, como Estados Unidos, geladeira, fogão, lavalouça e micro-ondas fazem parte da casa, você não precisar ter os seus por lá.

11 - Móveis e decoração.
Irão na mudança?
Se forem ficar, vão ser guardados onde: depósito, casa de alguém ou na sua própria casa?
Se forem para casa de alguém, você vai contratar empresa para fazer embalagem e transporte? Você mesma vai embalar tudo? Você deve precisar de caixas e plástico bolha para os itens frágeis - como taças - e um carreto.
Se sua casa for ficar montada, alguma coisa vai precisar de embalagem ou cuidado especial para não estragar com o tempo? Geladeira desligada por muito tempo, geralmente, dá problema depois.
Compensa levar roupa de cama e mesa? Você já sabe se irá servir na nova casa?
Os quadros ficarão? Como serão guardados?
O que fará com as plantas?

12 - Papelada.
Quais papéis, documentos, contas podem ser descartados? Pense em pastas arquivo - tipo plásticas - para o que precisa ser guardado.

13 - Livros.
Quais serão levados? Onde serão guardados os que podem ficar? As doações irão para onde?

14 - Cortinas e tapetes.
Seria o caso mesmo de irem na mudança? Você já sabe se as cortinas e os tapetes vão servir onde vão morar ou o endereço ainda será definido? Se forem ficar guardados, já seria o caso de lavá-los?

15 - Cozinha.
É hora da faxina nos utensílios. Faça uma limpa nos mil potes plásticos. 
Vocês estão de partida. Nada de estoque. Vá consumindo a reserva do freezer para não ter que jogar comida fora. 

16 - Brinquedos.
Aproveite para doar o que as crianças não brincam mais e para jogar o que está quebrado.
Organize em caixas plásticas. Separe caixas para bloquinhos de madeira, para quebra-cabeça, carrinhos, material de pintura. Não transporte nada solto. Ajuda muito na arrumação.

17 - Transporte.
No começo, como vocês vão se locomover no novo endereço? A ideia é alugar um carro? Se for, já pesquisem o modelo que vocês querem e deixem reservado na locadora.

18 - Outras providências.
Onde vocês vão dormir depois que a mudança sair, na casa de alguém ou vão ter que reservar o hotel? Lembre-se de ser um lugar fácil de chegar, já que vão estar cheios de bagagem.
Será preciso marcar um táxi  ou um transporte maior, por causa das malas?
Onde vão se hospedar assim que chegarem ao novo endereço: hotel, flat, apartamento mobiliado, casa de conhecido?

18 - Coração.
Deixei para o fim o que considero um dos pontos mais importantes: a despedida dos colegas, amigos e parentes. Reserve tempo para dar aquele abraço forte. Com a chegada da data da mudança, tudo fica mais corrido, então não deixe para a última hora. Vá organizando encontros aos poucos. Seja em casa, num restaurante, um cafezinho. Esses "encontros para dizer tchau" são muito importantes, é como um ritual de passagem, marcam uma mudança de vida, te dão aconchego e coragem para encarar a nova fase.

Eu procurei ser abrangente, mas claro que cada casa tem seu funcionamento.

Se é um apoio personalizado - totalmente pensado na suas necessidades - que você busca, veja como a Leve pode te ajudar com a Consultoria Online de Organização da Casa Pós-Mudança. Saiba mais em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Leia também:
Guia Leve de Mudança - parte 2: os dias antes da mudança. 
Guia Leve de Mudança - parte 3: encontrando a nova casa.
Guia Leve de Mudança - parte 4 : enquanto os móveis não chegam.
Guia Leve de Mudança - parte 5: a chegada dos móveis.

Fato: a família é quem aceita ou não a expatriação.

Empresas brasileiras estariam planejando fazer com que os expatriados assumam algumas contas no exterior que, tradicionalmente, compõem o pacote de benefícios, caso do aluguel de casa e mensalidade escolar.  A justificativa: esse tipo de gasto é muito alto. A constatação é da consultoria EY. A informação é da jornalista Maria Cristina Frias, da Folha.
Ok, os gastos são altos e alguns cálculos apontam que um expatriado pode custar até 3 vezes mais que um funcionário local.
Mas por que mesmo a empresa oferece um pacote de benefícios ao propor uma transferência?
Porque convencer alguém a mudar de vida não é fácil. Podem falar que vão cortar ajuda de custo, a questão é manter a mobilidade atrativa. Agora se vai ser pagando isso ou aquilo, aumentando o salário ou dando um abraço, aí vai mesmo do perfil de cada empresa.
Eu fico aqui pensando...se o mundo corporativo olhasse um pouco melhor para as motivações pessoais, talvez fosse possível aliar economia com satisfação do expatriado.
É que um outro levantamento - dessa vez da Cartus Relocation - aponta que antes de qualquer benefício, para a maioria dos profissionais - 40%  - a ideia de que a família vai ser feliz no novo endereço é o que mais pesa na hora de aceitar uma transferência, seja dentro ou para fora do país.
De cada 10 entrevistados, apenas 2 consideram o impacto no salário como o fator mais importante na hora da decisão.
Então, em se tratando de mobilidade profissional, a conversa não pode se resumir à casa, comida e roupa lavada.
Ok, você quer uma orientação mais prática: como convencer o profissional e - principalmente - a esposa - ou o marido - e os filhos a aceitarem a expatriação?
Respondo com outra pergunta: O que seria de fato importante para aquela família, naquele momento?
Tem família que precisa só de uma orientação sobre possibilidades numa nova cidade, tem outras que precisam mesmo que se pegue na mão. Tem gente que requer apoio psicológico. Na maioria dos casos, na minha opinião, um processo de coaching para a esposa que acompanha o profissional transferido traz impacto positivo para toda a família.
A questão é que os pacotes de benefícios são no atacado, e mobilidade é varejo, mais que isso, é butique. Exige tratamento exclusivo, não só porque se está investindo alto num funcionário que - se tudo der certo - quando transferido, vai dar um alto retorno também, é porque uma transferência mexe profundamente com um grupo de seres humanos, inclusive com aqueles que ficam.
É...como muita coisa na vida, transferência de profissional dá trabalho. É...não dá para o RH cuidar de tudo...É pessoal, dói dizer, mas, nesse caso, apenas dinheiro não é suficiente. Seria fácil se fosse tão simples assim... 
Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br

Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer.
Carmem Galbes

Expatriação e o namoro antes do sim.

Se você chegou até aqui em busca de alguma luz que ajude a decidir por um convite de expatriação, a matéria da Revista Exame "Sete pontos para avaliar antes de aceitar um emprego no exterior" traz pontos bem interessantes a serem pesados. 
Basicamente, o especialista no tema, o professor do ISE  - Fernando Bagnoli - orienta o profissional a avaliar se os benefícios compensam a saída do Brasil; se você e a empresa estão afinados no motivo da transferência; e se você e a família estão realmente prontos para tamanha mudança de vida.
Eu achei  a matéria bem útil, mas é um banho de água fria!
A turma que está com barriga gelada e olhos brilhando por causa dessa oportunidade quer mais é  ter o visto de trabalho e partir. Só que eu também sou defensora do pensar-bem-até-cansar-sobre-o-assunto. Isso é fundamental para essa experiência ter chance de ser bem sucedida.
Mas e se você pensou, pesou, pesquisou e decidiu dizer não?
Bom, esse não foi um ponto abordado na matéria: o que vai acontecer se você recusar uma proposta dessas?
Sim,  porque o professor pode até ter dito que "expatriação não é garantia de carreira", mas quando uma empresa decide mandar um profissional pra lá da fronteira é porque acredita que ele vai dar bons resultados.
Então, dizer não - mesmo que justificado - também pode frustrar quem apostou em você e prejudicar sua trajetória profissional.
O que fazer então?
Não sei. Vou tentar perguntar para o professor.
Por enquanto, uma saída é ir ticando prós e contras e pesquisar livros, cursos, coaches, psicólogos, colegas, amigos...tudo, mas tudo mesmo que possa ajudar a te preparar para essa vivência.
Boa sorte!
Para ler a matéria da revista Exame, clique aqui.
Para mais textos no blog sobre expatriação e benefícios, clique aqui e aqui.
Se você precisa de um apoio mais de perto para decidir se a família aceita ou não o convite, fale comigo! Sei como ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...