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Organize-se e cure-se dessa coisa ruim que você sente na sua expatriação!

Olá, Coexpat!
Exaust@?
Desanimad@?
Sem energia?
Parece estar gripad@, mas não tem coriza, nem febre, nem espirros?
Chorando do nada?
Com ódio do mundo?
Querendo voltar "pra casa" no primeiro voo?
Certeza que está deprimid@? Que precisa ser medicad@?
Certo, vá ao medico!
Mas saiba que pode ser que você não esteja doente. Pode ser que você esteja é desorganizad@!
Pode ser que o remédio seja:
✔️ Descartar o excesso e o lixo.
✔️Encontrar o melhor lugar para o que te serve.
✔️Deixar a casa Leve, prática, limpa e bonita.
✔️Criar uma rotina que te libere e não que te escravize.
✔️ Criar uma agenda com tempo para você se dedicar ao que te completa, te faz bem, te deixa feliz.
Organização é a base para uma expatriação plena e de realização.
O tempo é curto, a ajuda é escassa, os desafios são gigantes.
Então organize-se!
Bote as coisas e as ideias no lugar!
Resgate-se do caos!
Agarre essa experiência com unhas e dentes, porque ela - como tudo na vida - também vai passar!
E você vai perder a chance de ouro de aproveitar tudo o que pode da vida em uma outra cultura, em um outro mundo?!
Acordaaaaaa!!!!!!!

Carmem Galbes

Expatriação: a importância do dia da chegada ao novo endereço.


Sobre o dia da chegada...
Não quer nem pensar?
Confia! 
A reflexão vale a pena!
Fecha os olhos...
Responda:
Como foi no instante em que você chegou a esse endereço em que vive agora?
  • Você já conhecia esse local?
  • Já havia passeado por aí?
  • Já tinha alguma memória sobre ele?
  • Você chegou como?
  • Como foi o trajeto?
  • Como estava o tempo?
  • Era dia?
  • Você estava bem de saúde?
  • Como estava seu marido? Seus filhos?
  • Você estava com uma roupa confortável?
  • Estava com fome?  Comeu algo assim que chegou? Gostou do que comeu?
  • Foi para algum hotel, casa de amigos, conhecidos ou direto para a nova casa?
  • Pegou muito transito?
  • Viu alguma cena marcante? Boa ou ruim?
  • Gostou do lugar?
  • Gostou do bairro?
  • Já conheceu algum vizinho?

Eu realmente acredito que o dia da chegada à nova cidade, ao novo país é como um portal para uma nova vida. Dependendo da forma como atravessamos esse portal, nossa adaptação será mais leve ou não...
Por isso a importância de entender a força desse momento.
Estamos fragilizadas. Tudo é novo, tudo é estranho, e as ocorrências nesse primeiro dia podem mudar para sempre nossa relação com esse lugar.
Um vôo mais turbulento ou barulhento,  uma tarde mais cinza, uma chuva mais pesada, uma trovoada mais alta, um trânsito mais difícil, uma comida sem gosto, um mal-estar, uma discussão, um atendente grosseiro, uma noite mais gelada, uma barata no banheiro, um vizinho mais fechado...tudo isso no dia da chegada pode ser pesado demais e marcar para sempre, de forma positiva ou negativa, principalmente para quem ainda não havia digerido muito bem a mudança.
Então, vai se mudar? Está deixando o país? Está voltando para o Brasil depois da expatriação?
Atenção ao dia da chegada! Prepare seu espírito e tenha em mente que tudo o que você vê e sente nesse dia está influenciado pelas lentes  da mudança. E mudar assusta! Mudar dá medo!
Mesma coisa se você está mudando de uma cidade para outra dentro do Brasil!
Ainda guardo cores, cheiros e dores das minhas mudanças de São Paulo para o Rio, do Rio para Recife...
Enfim...pense no trajeto, no dia da chegada, como um mapa, não como o destino. A ideia que você vai construir sobre seu novo endereço precisa de tempo e de exploração adequada para ganhar corpo!

Carmem Galbes

Esposa expatriada, você não está sendo sustentada! Você está sendo patrocinada!


Em uma dessas conversas super legais que a vida dá de presente pra gente...
Trecho transcrito com a devida autorização:
"Eu odeio ser sustentada pelo meu marido! Isso me humilha, me enfraquece, além de me empobrecer..."
O desabafo é de uma mulher que deixou cargo gerencial em comunicação, salário superior a 15 mil Reais, além dos benefícios, para mudar com os 2 filhos e marido - alçado à alta direção da empresa  alemã, lá na sede.
Eu: Sente mais falta do trabalho ou da renda?
Ela: Na verdade... o que ele passou a ganhar cobre o meu salário com folga...não tenho saudade do trabalho em si, não. Eu estava muito estressada e minha atividade pegou um rumo que eu não queria muito...passou a exigir cada vez mais a minha presença no trabalho e a minha ausência em casa, com as crianças...Pedir demissão foi um alívio pra falar a verdade, ainda mais porque pedi demissão por causa de outra pessoa rsrsrs...Mas sinto falta de me sentir importante!
Eu: Você só conseguiria se sentir importante de novo trabalhando?
Ela: Não necessariamente, mas teria que perceber se estou fazendo a diferença e isso eu não sinto hoje...
Eu: De repente você precisa rever seus conceitos sobre o que é fazer a diferença...
Nossa conversa parou por aí...ela foi para a rotina com as crianças e eu voei para o computador.
Uma pulguinha não saía de trás da orelha, uma não, várias!
A mulher que deixa seus próprios planos em segundo plano para apoiar a carreira do marido em outra cidade, outro país tem a tendência em sentir que saiu perdendo, que virou coadjuvante, café com leite, socialmente invisível, quase como um peso morto, ainda mais se a cultura local não ajuda.
Mas será que é isso mesmo?
  • Será que, na verdade,  a expatriação não é só o pano de fundo, a desculpa do universo para que a gente faça o que tem que ser feito, que faça na vida o que a gente veio realmente fazer aqui ?
  • Será que, na verdade, o marido transferido não é mais uma peça dessa conspiração do universo para que a gente assuma a nossa missão? Achamos que mudamos por causa dele, mas será que o universo não colocou uma expatriação na carreira dele para nos atingir?
  • Dizemos que perdemos a renda, que agora o marido ganha os tubos e nós nada, mas será que, na verdade, o universo não turbinou o salário dele para fôssemos patrocinadas para fazer o que temos que fazer nessa vida?
  • Então não estamos sendo sustentadas, mas sendo patrocinadas?

Bom...se é patrocínio a história é outra! Temos que mostrar trabalho! Dar resultado! A vida está nos patrocinando para que algo seja feito, que algo aconteça!
Que algo é esse?
Já descobriu?
O que você sempre quis fazer e só agora você pode porque tem patrocínio?
E a pergunta mais importante, vou até falar alto:
COMO VOCÊ ESTÁ HONRANDO ESSE PATROCÍNIO?
Então, para que fique bem claro: Coexpat, você não está sendo sustentada, você está sendo patrocinada!
Durma com um barulho desse!
Carmem Galbes

Expatriação: quando todo dia pode ser incrível!

Olá, Coexpat

12 de outubro: feriado aqui no Brasil!!
Isso me leva à uma reflexão: hoje feriado pra mim é legal porque a família fica reunida! Ponto!
Mas quantas vezes o feriado foi FAN TÁS TI CO? Não pelo que ele me proporcionava, mas pelas coisas das quais ele me afastava! Coisas que eu simplesmente detestava fazer mas não me desapegava...Por que? Salário, reconhecimento alheio, medo, preguiça, desconhecimento...
Quantas vezes passei a semana à espera do sábado e do domingo - domingo que ficava deprimente já no fim da tarde...
Quantas vezes passava o mês esperando o feriadão ou o ano não vendo a hora de o período de férias chegar? 


Quantas vezes fiquei doente de verdade - gripada, com garganta infeccionada? De pensar que o tratamento que precisava mesmo era de uma folga, de um tempo. O que eu precisava de verdade era fazer o que eu realmente gostava, o que fizesse sentido para mim.
Foi fácil descobrir?
Não! 
Foi preciso uma coexpatriação, melhor - várias - foi preciso largar crachá, terninhos...foi preciso descer do salto para perceber o que me faz bem.
Foi fácil abraçar isso?
Não! Todo dia preciso descartar um monte de lixo para seguir em frente.
O que me ajudou e ajuda ainda hoje? Autoconhecimento, método, prática, paciência e essa perguntinha:
O que você faria até de graça? 
Aí vem aquela pulguinha: fazer o que ama? Ser feliz? Como? E a fome, a miséria, as desgraças do planeta?
Então tá, deixa eu adocicar a pergunta: como a sua paixão pode ajudar a salvar o mundo? 

O que falta você fazer o que ama e amar o que você faz
Não sabe por onde começar para conseguir essas respostas? 
O coaching pode ser o caminho.
Não sabe o que é coaching? 
Coaching é um processo com início, meio e fim, que te leva de uma situação A (não desejada) para uma situação B (desejada). O coach, que é o profissional que conduz o processo, adota uma metodologia para isso.  
É assim que funciona! Você quer mudar, às vezes  nem sabe o que, não sabe como, mas quer fazer diferente, quer ser diferente e busca a parceira com um coach para te ajudar nisso.
Mas e quando a pessoa tinha a vida que queria e não tem mais? Quando tinha a casa que amava, as amigas por perto, a rede de apoio funcionando, uma carreira que trazia independência financeira e reconhecimento social? Pior, e quando ela perde isso e sabe que não voltará a ter, pelo menos igual ao que tinha antes de embarcar nessa vida "longe de casa", em um outro estado, em um outro país?
Para a mulher que coloca os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em outro lugar, ter força para reconhecer no coaching uma fonte de apoio nem sempre é algo simples.
Quase ouço pensamentos agora: "Para que fazer coaching se 'virei' dona de casa? Como vou pensar em um objetivo se não tenho ânimo para planejar um jantar? De onde vou tirar dinheiro para bancar isso?"
Aí que está a importância de um processo especialmente desenhado para a esposa expatriada.
Nesse caso, o coaching é conduzido como um grande processo de organização externa e interna. É preciso que a esposa expatriada - que eu, carinhosamente chamo de coexpatriada - aterrisse de forma suave nesse novo ambiente. E, se por acaso despencou, é preciso que ela junte as peças e organize-se.
O endereço mudou. A alimentação mudou. Os horários mudaram. A rotina mudou. As demandas da família mudaram. A mulher mudou.
É preciso um passo a passo É preciso abrir e organizar - também - todas essas caixas: a agenda da mulher tem que voltar a existir, a rotina tem que ser restabelecida, os recursos internos, os talentos têm que ser novamente identificados, as ideias tem que ser limpas, o ânimo restaurado e um objetivo tem que ser declarado! Não importa o que, não importa o tamanho, pode ser qualquer coisa, desde que seja único e exclusivo da mulher! 
Tudo isso para que a coexpatriada tenha, também, a oportunidade de ter uma realização pesssoal, só dela, nessa transferência, apesar de ela ter sido motivada pela carreira de outra pessoa.
Para mim, coaching para quem acompanha o profissional transferido já deveria estar no pacote de benefícios faz tempo! Já deveria ser um acordo do casal quando a conversa sobre a transferência começa.
Esse suporte tem que chegar rápido, o quanto antes, se possível, antes do embarque, antes de a mulher entristecer, antes de a mulher perder a fé em si mesma, antes de a mulher adoecer, antes de uma família desmoronar!
Poderia argumentar que isso é fundamental porque expatriação mexe com gente, mexe com vidas, e todos merecem viver em sua melhor versão.
Mas, talvez, os números falem mais alto. A pesquisa Mobility Brasil indica que expatriação é algo caro e de alto risco de fracasso. Dos motivos para esse fracasso, a situação de quem acompanha o profissional transferido é o que tem o maior peso.
Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!

Carmem Galbes

De verdade, qual é a verdade que você acredita?


"E a verdade vos libertará."
E que verdade é essa que vai me libertar?
Fui pensando nisso enquanto pendurava a roupa, ainda de olho na unha do meu indicador, pintada ontem de vermelho - uma raridade - e que tinha acabado de ganhar uma lasquinha depois de esfregar a camiseta de futsal do meu moleque. Cadê as luvas de borracha?!
Era um olho na unha, outro no varal e outro no relógio. Três olhos? Quatro! Porque ainda estava de olho na tomada onde o bob quente estava plugado - conhece? Uma maravilha, deixa o cabelo pronto para qualquer evento!
E a verdade?
A verdade é que transitar sem se arrebentar entre expectativa x realidade exige muita maturidade, principalmente quando deixamos os nossos planos em segundo plano para apoiar o parceiro que foi transferido para outra cidade, outro país.
Decidimos sempre a partir da expectativa - que teremos uma nova vida mais tranquila, saudável, de descanso, sem stress... mas é na realidade, no dia a dia, que vivemos.
No dia a dia de fartura - sim,  de alegria - sim, mas também de falta de inspiração, de falta de paciência, de incidentes, de acidentes, de desencontros, de desânimo, de perda de referências e da própria identidade.
Talvez muitos projetos fiquem pela metade, talvez muitos sonhos nem saiam da fantasia porque nos pautamos pela expectativa de que o processo de realização pessoal é linear, num ascendente lindo, liso, em velocidade constante. 
Vivemos com a expectativa de - como num passe de mágica - dar conta de todos os papéis: mulher, mãe, esposa, filha, amiga, profissional. Mas na realidade somos uma só e esses papéis não se separam. 
Tomamos decisões sobre a carreira, por exemplo, a partir de uma expectativa com relação ao casamento ou a maternidade. Isso dá mesmo certo? Ou o caminho seria decidir a partir do que realmente somos, como realmente vivemos? O caminho seria decidir a partir do que a realidade vai nos mostrando?
Quantas vezes na prática a teoria é outra?
Por isso a importância da atenção constante com relação à nós mesmas, às nossas necessidades, aos nossos limites.
Ok, mas qual é a tal da verdade?
A verdade, a minha verdade, é que não há vida em vão, não há presença nesse mundo que não tenha um motivo de estar aqui. Minha verdade é que cada ser é único, é uma raridade e onde há raridade não há receita.
A verdade que me deixa livre é que o que cabe em você pode não servir em mim. O que te realiza pode não me satisfazer. E tudo bem! Posso seguir me amando e te amando!
Isso liberta porque faz com que eu volte o olhar para mim e deixe a sua grama em paz. Isso liberta porque me libera da necessidade de perseguir objetivos que não são desejados genuinamente por mim. 
E você, qual é a sua verdade?

Carmem Galbes

As mudanças que fiz por amor.

Cinco mudanças de endereço em uma década por causa da carreira do meu marido. 
Ainda tem cortina para pendurar e livro para organizar da última, há um mês.
Não tem como ignorar a pergunta que todo mundo que muda seus planos em nome da evolução profissional de outra pessoa  se faz: e eu?
Poderia ter adotado um "e euuuuu...?" com voz baixa, embargada que me colocaria na posição de vítima, de coadjuvante, de alguém predestinada a trabalhar nos bastidores em prol do brilho de outra pessoa.
Mas escolhi o "epa, e eu?!", que me lançou a ação, não importa se, no começo, mais para dar uma satisfação aos meus amigos, antigos colegas, aos meus pais: "tô longe, mas tô na área."
O fato é que a jornada do "e eu?!" me levou a uma outra pergunta : o que eu posso fazer pela valorização do papel dessas mulheres - que mudaram de cidade dentro do Brasil ou foram para o exterior - e  estão em condições similares à minha?
Ao olhar ao redor, me reinventei profissionalmente!
Olha que eu  cheguei a imaginar que tinha deixado o jornalismo (outro amor da minha vida) para lá...que nada!
Hoje vejo que nesse processo não houve rompimentos, só soma.
A Carmem organizadora profissional ajuda as esposas de profissionais transferidos a deixar a casa e a rotina em ordem e assim prepara o terreno para a Carmem coach ajudar essas mulheres a organizar as ideias, as metas e a alcançar objetivos em uma mudança que não foi provocada por elas.
A  Carmem jornalista? Nutre essas mulheres com conteúdo relevante em um grupo no Facebook, o Coexpatriadas, que tem por objetivo unir e fortalecer a "esposa expatriada".
Mudei muito? Sim
Mudei por amor? Sim, amor ao meu marido e, principalmente, por amor a mim.
Amor próprio nessas idas e vindas é fundamental para lidar com tanta coisa que pode nos atingir nesse processo, como a angústia do malabarista, a invisibilidade social e o tal do fracasso, que também está nessa história.
Fracasso: essa coisa que ninguém gosta, mas que - quando bem utilizada - faz a gente seguir adiante.
Um livro infantil lindo...e 50 nãos!
Eu já disse nesse texto como isso não me afundou, mas me inspirou. 
Espero que a minha história seja fonte de coisas boas para você! E que você possa encontrar nessa mudança provocada pela carreira do seu parceiro o caminho para você ter uma vida plena e fazer a diferença na vida de outras pessoas!
Não tem ideia de por onde começar?
Vamos conversar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br.
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Siga em frente! Use as mudanças da vida - não importa o motivo - a seu favor!
Carmem Galbes

A expatriação, o cocô e a arte de ficar bem em qualquer lugar.

Olá, Coexpat!
Spoiler: palavrões no caminho, licença poética em nome da clareza da minha tese. Perdão às mais sensíveis, não é um recurso que goste, jamais havia usado em texto, mas senti ser necessário. Vamos lá!
Como se preparar para uma expatriação? 
Eu dei um google. 174.000 resultados. Resumindo: qualifique-se, viaje, estude inglês, aprenda o idioma do país para onde a família poderia ser transferida, matricule as crianças em escola internacional, faça cursos no exterior, seja adaptável, estude a cultura do país dos sonhos e mapeie as diferenças e por aí vai.
Isso é importante? Sem dúvida, mas não vai fazer a menor diferença se a pessoa não investir na conquista e manutenção da primeira característica de quem se propõe a "sair do ninho": a autonomia.
Eu poderia trazer a etimologia da palavra, apontar o significado no dicionário, destrinchá-la pelo olhar da filosofia, da psicologia ou da mecânica. Não vou te aborrecer com isso. Mas vou, sim, recorrer à linguagem dos youtubers  - que as crianças amam e os pais desdenham - para simplificar o discurso e, assim,  não deixar dúvidas sobre o que quero dizer.
Autonomia = a capacidade de limpar a própria bunda!
Ok, sei que você estranhou, até eu estranhei em "falar" assim, calma...essa frase chula é pra lá de didática!
Quando a criança aprende a limpar o bumbum, um mundo se abre. Um grande e importantíssimo passo é dado rumo à autonomia. O cocô deixa de ser um evento público. Agora é totalmente privado. A criança não precisa mais avisar que vai ao banheiro, não precisa mais gritar que já acabou. Já não tem mais seu produto inspecionado, comentado, criticado. Também não precisa mais prestar contas sobre já ter feito ou não o número dois naquele dia. Ela sente vontade, vai, faz, se limpa e dá a descarga. Tudo porque ela aprendeu a lidar com a própria higiene! E assim  -  no mundo ideal - ela segue agindo a partir de suas necessidades e cuidando dela mesma: passa a comer sozinha, a arrumar a própria bagunça, a tomar banho sem ajuda, a fazer o próprio prato, a arrumar a própria cama, a limpar o próprio quarto...e vai crescendo...e aprende a cozinhar o que quer comer, a cuidar da própria roupa, a cuidar da própria saúde, a reconhecer os próprios objetivos, os próprios limites, aprende a buscar o próprio sustento...e vai crescendo...
Aí, quando surge uma oportunidade de mudança - não importa se através da carreira de outra pessoa - ela vai e se adapta!
Sabe por que? Porque ela sabe se limpar sozinha. 
Ela sabe que pode dar a maior merda do mundo, que ela vai saber lidar com isso. 
Se ainda não sabe falar o idioma, ela vai se virar com algum app de tradução. Se não conhece ninguém, ela vai se meter em um grupo de rede social até acessar a própria tribo. Se o local não tem transporte público, ela vai dirigir um carro, uma bike, vai a pé, de Uber...Se ela não tem empregada doméstica, ela vai pesquisar um jeito de simplificar a rotina e fazer a casa funcionar a favor dela, porque ela não passou a ser dona de casa com a expatriação do marido, ela sempre foi a dona da casa e domina todos os seus processos. Se não tem mais o próprio salário, ela não vai se sentir diminuida, porque a família esclareceu como vai lidar com as finanças, além disso, ela sabe quanto a família ganha, quanto gasta, o preço e o valor das coisas. Se deixou o modo de vida que ela amava, ela vai buscar outro tão apaixonante quanto. Se está com tempo de sobra, ela vai estudar, aprender algo, vai se reinventar. Porque ela é autônoma, ela é senhora dos próprios desejos, necessidades e valores, ela tem a capacidade de identificar o que fazer e energia para aprender como fazer. 
A gente sabe que as cagadas da vida são diferentes, né?
Nem sempre a gente sabe lidar com elas logo de cara, mas se a gente aprendeu o básico, vai tentando. Pode ser que, no começo, a coisa não fique assim tão limpinha, mas com o tempo, a gente pega o jeito e tudo volta ao normal.
Juro que não pensava avançar tanto na escatologia assim, mas, às vezes, sinto que só exemplos mais concretos, mais palpáveis, mais fedidos para provocar a ação.
Acha que é tarde demais para aprender a lidar com você mesma nessa expatriação? Nunca é tarde pra nada! 
Carmem Galbes

Imagem: Projetado pelo Freepik

Esposa expatriada, não embarque nessa viagem sem um norte, sem um objetivo!


Qual a diferença entre sonho e objetivo? 
No meu dicionário é isso: sonho a gente fantasia, objetivo a gente realiza. 
E todo sonho pode virar objetivo? Se você quer mesmo, de verdade, com certeza absolutamente todos!
Como?
Faço o seguinte exercício: 

  • Visualizo o objetivo conquistado. Exemplo: Eu participando de um workshop em Dubai.
  • Mentalmente volto no tempo e anoto todas as ações que me levaram a conquistar o meu objetivo. Exemplo: Estou em Dubai, no Workshop. O que eu fiz imediatamente antes? Cheguei no aeroporto. O que eu fiz imediatamente antes? Viajei. O que eu fiz imediatamente antes? Organizei minha bagagem e a rotina para a família ficar sem mim. Como é essa rotina? Combinei com meus pais de ficarem com meu filho. Meu marido combinou de sair mais cedo do trabalho nessa semana para pegá-lo na escola. Combinei com a faxineira de ela vir todos os dias da semana que eu vou ficar fora. O que fiz antes disso? Comprei o pacote de viagem. Como paguei? Fiz o seguinte planejamento financeiro...e assim por diante. Faça as perguntas até você chegar no agora.
  • Com tudo anotado, essas "ações mentais" viram metas e com prazo estipulado por você. Exemplo:   19/06 - Planejar, junto com a família, a minha viagem e as decisões necessárias, anotar. 20/06 - fazer planejamento financeiro para viagem. 21/06 - Fazer pré-incrição no workshop. 22/06 - Reservar as passagens...e assim por diante.
Então o que você tem que fazer a partir de agora? Realizar o passo a passo que você anotou pra chegar no ponto em que você quer.
No coaching,  esse "caminho" é chamado de roadmap, a rota que vai te levar do sonho ao objetivo.
Toda esposa de um profissional transferido deveria ter, pelo menos, um documento desses em mãos! É que ter um planejamento assim de um objetivo te mantém focada também em você! Te ajuda a mostrar que você existe e que merece ter uma realização pessoal, só sua, apesar de a mudança ter sido provocada pelo sucesso de outra pessoa. 
Agora já sabemos como transformar sonho em objetivo. E objetivo pode virar sonho e ficar real só na nossa imaginação? Também, claro! Basta você não se organizar, não se comprometer com as metas, acreditar piamente que as conqusitas são uma questão de sorte, são coisas para "os outros" e que você não "merece" o que deseja. Mas aí a gente já está entrando na seara das crenças que limitam e da autossabotagem, papo pra outra hora...
E você, tem sonhado alto? Sonhado muito? Tem conseguido transformar seus sonhos em objetivos?Tem conquistado o que deseja? Perdeu o foco do que você quer ao decidir apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não sabe como voltar a olhar para você mesma? Vamos conversar, o coaching é um processo super poderoso para te ajudar nesse resgate. 
 
Carmem Galbes

Você não é multitarefa! Você e absolutamente normal!

Posso te dizer uma coisa? Eu não sou multitarefa! Nem eu, nem você, nem ninguém!
Pelo menos é isso o que diz Jean-Philippe Lachaux, do Laboratório de Pesquisas Cognitivas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em Lyon, França.
Através de seus estudos, o pesquisador mostra que só conseguimos fazer duas coisas ao mesmo tempo se uma delas for automática. 
Exemplos:
  • Dirigir e ouvir música.
  • Andar de bicicleta e cantar.
  • Tomar banho e programar um passeio e por ai vai.
Se as tarefas exigirem atenção, só dá para fazer uma por vez.
  • Já tentou conversar com seu filho enquanto ele está jogando?
  • Já tentou responder um email enquanto alguém está te perguntando alguma coisa?
  • Já tentou fazer uma conta e conversar?
  • Já tentou pedir seu café na padaria enquanto atende ao celular?
Para ter sucesso em uma ação a outra - obrigatoriamente - tem que ser interrompida. Então, nesses casos, não fazemos duas coisas ao mesmo tempo, desviamos a atenção - rapidamente - de uma ação para a outra. O problema é que o foco desviado não é recuperado com a mesma rapidez.
Quem aqui já não se irritou ao ser interropida e ter que começar o raciocínio tudo de novo?
Mas por que isso acontece? Lachaux diz que as ações automáticas percorrem uma rede neural diferente das ações não automáticas, por isso uma ação automática e uma ação que exige atenção podem ocorrer ao mesmo tempo, porque percorrem "vias"separadas. Já quando as duas ações não são automáticas, uma tem que ser paralisada para a outra seguir, é como se a rede neural das ações não automáticas fosse uma via estreita, em que só passa uma ação não automática por vez.
Mas por que o textão mesmo, por que tanta neurociência?
Para parar com esse mito e essa cobrança de que toda mulher é malabarista. 
Agora trazendo o tema para o universo de 'quem-deixou-muita-coisa-de-lado-para-apoiar-a-carreira-de-outra-pessoa, eu sei que muita gente acredita - por processos inconscientes, ou não - que, "já que não trabalha" a Coexpat pode dar conta de muita coisa e ao mesmo tempo! Não pode! Não consegue! A gente termina o dia exausta!
E tem mais, quem aguenta conviver com essa angústia e frustração de não fazer algo realmente importante para a gente por falta de tempo, nosso tempo que está sendo usado e usufruido por outras pessoas?
Mas...não consigo evitar, eu preciso perguntar: 
  • Falta de tempo ou desperdício com o foco se perdendo de uma ação para a outra? 
  • Falta tempo ou retrabalho por ter que começar o raciocínio tudo de novo? 
  • Falta tempo ou de disciplina, de agenda, de programação das atividades? 
  • Falta de tempo ou vício em atividades que não somam?
  • Falta tempo ou falta vontade de parar de reclamar e entender os motivos para você não conseguir ter os resultados que espera?
É...eu sei, nem sempre a conversa é doce...
Precisa de mais apoio para resgatar a organização, o foco e a disciplina na sua vida longe do ninho? Vamos conversar que eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Estratégias para afastar os pensamentos negativos que torturam as expatriadas.

Olá, Coexpat!
Vira e mexe tem gente que fala sobre o número de pensamentos que temos por dia. Eu pesquisei e não encontrei nenhuma fonte que trouxesse algum número comprovado científicamente. A internet está cheia de palpites: teríamos de 12.000 a 70.000 pensamentos diariamente. Destes, 80% seriam negativos...Lenda? Exagero? Não sei...O que sei é que um único pensamento negativo pode acabar com o dia da gente, pode nos jogar no fundo do poço e fazer a gente ficar por lá por vários outros dias. 
Ah...me sinto tão sozinha aqui...não tenho mais minha carreira...estou sem renda...minhas amigas estão longe...agora sou "só" dona de casa...Motivo tem de sobra para a gente se afundar - especialmente quando mudamos nossa vida em nome do sucesso da carreira do marido em outro  lugar. O que precisamos é de força e foco para não deixar isso acontecer! 
Dizem que uma boa tática para afastar um pensamento negativo é pôr um positivo no lugar. Mas como ser positiva quando estamos afundadas na negatividade? 

Eu tenho uma estratégia que é tiro e queda: livros e sites de piadas. A-MO! Toda noite temos o momento piada aqui em casa. Não há pensamento mala que resista à uma boa gargalhada! As risadas dessa horinha deixam tudo mais leve, a noite mais relaxante, o sono mais profundo, a mente disponível, com espaço livre para pensar diferente! 
Dizem que dos pensamentos que temos por dia, só 5% são novos, o restante é pensamento repetitivo! Como ter resultado diferente se pensamos e - portanto - sentimos e agimos sempre da mesma forma?

Quando estou sozinha, sem minha trupe da gargalhada, e um pensamento cruel me pega, eu corro para os vídeos. Rápido e fácil! Quando vejo, a risada expulsou o pensamento ruim e já me sinto mais aberta para a positividade!
Quer mais sugestões?
  • Converse com gente alto astral.
  • Assista a um besterol.
  • Vá ver uma comédia no teatro.
  • Ouça e cante uma música pra cima!
  • Namore!
  • Desligue-se um pouco das redes sociais.
  • Medite.
  • Reze.
  • Saia pra caminhar.
  • Vá tomar chuva!
  • Tome Sol!
  • Brinque na neve!
  • Brinque com seu bichinho.
  • Dê um mergulho!
  • Visite uma livraria, uma biblioteca e passeie por temas que você adora.
  • Sente-se em algum lugar e fique observando o povo passar.
  • Faça uma massagem.
  • Teste um penteado ou uma maquiagem.
  • Aplique uma máscara no rosto...
  • Faça um curso online ou presencial.
  • Volte a estudar!
  • Coloque-se em primeiro lugar de novo.
  • Tenha um objetivo e faça acontecer! (A melhor estratégia para se manter positiva).
E você, tem uma estratégia para afastar os pensamentos negativos? Inspire! Inspire-se! Positive-se!
Carmem Galbes

Esposa expatriada e a invisibilidade social.


Invisibilidade Social. Já ouviu falar? 
O termo passou a ser usado em 2004 depois que o pesquisador Fernando Braga da Costa constatou em seu de trabalho de conclusão de curso que - ao usar um uniforme de gari no campus - ficava invisível, inclusive para quem o conhecia, como colegas e professores. A definição do pesquisador: a invisibilidade pública é uma construção psíquica e social. O homem aparece a partir daquilo que ele produz e do preço e valor de sua produção, e a forma como tratamos e somos tratados segue a lógica de mercado.
Os estudiosos do assunto argumentam que essa invisibilidade atinge principalmente o trabalhador de baixa renda, como lixeiro, empregada doméstica, porteiro etc e tals. 
Concordo e vou além. 
Acredito que todos, em algum grau, em algum momento, estamos sujeitos a desaparecer aos olhos do outro, tudo depende da visão de mundo da outra pessoa. E é a nossa visão de mundo que vai nos impedir - ou não - de ser afetada pela deficiência alheia.
Ai penso: invisibilidade ou cegueira social?
Já vi assistente jurídico reclamar da invisibilidade, coordenador de marketing dizer que estava invisível, gerente de comunicação denunciar que não era vista. Já vi gente doente, gente mais velha, gente mais gorda, gente mais baixa reclamar que parecia não ser vista. 
Tenho pensado que deparacer para o outro não é única e exclusivamente uma questão de renda, de instrução. É uma questão do que o grupo em que estamos envolvidas, as pessoas com que nos relacionamos valoriza. 
Percebo muita coexpat sofrer de e com a invisibilidade. Afinal, quem fica no teatro depois que a peça acaba para ver o trabalho de quem arruma o cenário? 
Dizem que só existimos através dos olhos da outra pessoa. Mas em um mundo de cegos, como vamos existir?
Eu já me senti muito invisível. Na época não sabia que tinha esse nome, dizia que eu me sentia "café com leite".
Mas consegui reaparecer!
Como? Quando abri meus olhos para mim mesma, quando passei a olhar para dentro. É certo que não me livrei da produção, mas passei a produzir algo que fizesse sentido para mim.
Ainda tem gente que não me enxerga? Com certeza! Mas essa cegueira deixo pra essa pessoa resolver. Decidi não dar ouvidos a quem não me vê. E assim, valorizando um sentido, acalmando outro, sigo para que eu seja real, totalmente a mostra para mim mesma. E quando eu me percebo, eu me vejo e produzo algo que faz sentido não há cegueira que me afete!

Carmem Galbes

Aproveite a expatriação para usar o tempo a seu favor!

Olá, Coexpat!
Princípo de Pareto: 80-20
Você conhece?
Basicamente: 80% dos resultados vêm de 20% das causas.
Exercício para mostrar como o Pareto opera no dia a dia: abra seu armário. Observe. Você vai conseguir identificar que em 80% do tempo você usa apenas 20% das suas roupas. 
Mesmo? 
Mesmo! 
Depois do susto, vem a constatação: fica muito mais fácil avaliar o que pode ser guardado mais no fundo, o que pode ser vendido ou doado. Facilita até suas compras, já que o Pareto ajuda a desvendar as suas preferências.
O Pareto é bem popular nas empresas e é uma mão na roda na nossa vida também!
Eu uso bastante essa regra nas minhas tomadas de decisão.
Como?
Da rotina que tenho que seguir para minha casa funcionar, avalio quais atividades facilitam mais o meu dia. São essas atividades que vão para o topo da minha agenda. 
No meu caso, uma atividade com grande impacto na rotina é lidar com a cozinha. Se eu levanto e vou pra a cozinha, já tomo café, organizo o espaço, planejo o almoço e identifico se preciso atualizar a lista de mercado. Isso mexe com toda a manhã, porque essa ação vai pautar o tempo para eu organizar o restante da casa, o tempo para eu curtir com meu filho, vai definir se meu menino vai comer de forma saudável, com calma e se vai chegar no horário na escola. E quando isso acontece, me sinto fortalecida para dar todo o gás na minha vida profissional no período da tarde.
Sei que as coisas não são assim tão separadinhas. A profissão invade minha manhã, assim como os cuidados com a casa, a maternidade e o casamento acabam pegando espaço também da minha agenda profissional, mas a organização da rotina faz com que esses atropelos sejam exceção e não a regra.
Então para deixar mais claro como o Pareto é bem  interessante, vou fazer uma substituição no postulado: 80% dos resultados vêm de 20% do esforço.
Sério? Mas por que a gente não percebe isso?
Porque a gente não olha pra gente, para o nosso dia, para as nossas preferências e para o que faz a gente feliz. Se investíssemos mais no autoconhecimento, iríamos ter na ponta da língua quais ações requerem apenas 20% da nossa energia para que a gente fique satisfeita em 80% do tempo.
Assim funciona o Pareto na vida prática: qual é a ação específica que pode trazer mais resultados positivos, mais facilidade pra sua vida, que pode abrir espaço na sua agenda em vez de lotá-la?

E você tem adotado esse princípio? Quer adotar? Não sabe como? 
Um exercício poderoso é anotar, durante uma semana, tintim por tintim, todas as suas atividades, quando tempo dedica a cada uma delas e o motivo. Isso vai se transformar em uma fotografia bem nítida e vai te mostrar se você investe ou gasta o seu tempo.
O dia tem as mesmas 24 horas para cada um de nós. O que você vai mudar para fazer valer esse tempo? Lembre-se, o tempo é o recurso mais valioso que temos. 
Já parou para pensar que a sua expatriação pode não durar pra sempre?
Carmem Galbes

Esposa expatriada, adaptação à nova vida e a síndrome de Ulisses: quando a dor deixa de ser tratada como doença.



Olá, Coexpat!

Você pode estar lidando com seu processo de mudança de forma errada.
Você já ouviu falar na síndrome de Ulisses?
Ela ganhou esse nome como referência à trajetória do herói grego. No poema de Homero, Ulisses é consumido pelo choro, lamento e tristeza enquanto volta pra casa depois combater na Guerra de Troia.
Segundo os estudiosos do tema, "a síndrome de Ulisses é um quadro de estresse muito intenso ligado a fatores específicos relacionados à migração, que são basicamente a solidão forçada, não ter chances de crescimento no país de acolhida, submeter-se a condições difíceis de sobrevivência, estar constantemente com medo e desamparado."
Em entrevista ao UOL, há 3 anos, o professor Joseba Achotegui, que descreveu e pesquisa a síndrome de Ulisses há anos, diz que essa síndrome atinge apenas as pessoas que foram forçadas a ir embora, não inclui os profissionais transferidos ou quem decidiu buscar oportunidades em outro lugar.
Será mesmo?
Será que essa síndrome não estaria atingindo também as Coexpats?
Tracei um paralelo, guardadas as devidas proporções, entre o dia a dia dos refugiados e da Coexpat:
• Obriga-se a partir, mesmo que inconscientemente - para que o marido não perca o emprego ou a oportunidade.
• Não tem chances de crescimento no país de acolhida, já que são raros os casos da Coexpat também ter visto de trabalho.
• Submete-se a condições financeiras humilhantes, muitas coexpatriadas "empobrecem" ao deixarem a própria renda para apoiarem a carreira do parceiro.
• Está constantemente com medo: de não voltar a ter a própria carreira, de não reencontrar a própria identidade.
• Sente-se desamparada: é vista como dondoca, mimada, ingrata ao abordar os próprios sentimentos.

Será que acabamos nos transformando em refugiadas de um sistema que prioriza o dinheiro, a realização profissional e a carreira do homem?

Enviei um email para o professor Achotegui perguntando se essa síndrome não poderia atingir também as Coexpats.
A resposta dele:
"Considero que sí que se da el Síndrome en los casos que planteas."

E qual a importância desse posicionamento do professor, que também é secretário da sessão de Psiquiatria Transcultural da Sociedade Mundial de Psiquiatria?
A ampliação do olhar em direção ao processo de adaptação da Coexpat!
O professor explica que os sintomas da síndrome de Ulisses podem ser confundidos com os de uma doença mental. Acontece que a síndrome e uma depressão, por exemplo, devem ser tratadas de formas diferentes. "Os sistemas de saúde se equivocam e tendem a psiquiatrizar o problema. Por isso, é importante que se entenda que não é uma doença mental, mas um quadro de estresse crônico e múltiplo que requer apoio, ajuda e não uma intervenção psiquiátrica."
Então ganhamos um elemento para turbinar para melhor a vida longe de casa!
RHs/família/parentes/amigos: a adaptação da Coexpat pode não ser frescura, a dor da Coexpat pode não ser depressão, a dificuldade da Coexpat em lidar com o novo modo de vida pode ser uma síndrome!
Então eu pergunto: será que o processo de transferência da Coexpat não precisa de outra abordagem ou de mais abordagens, além dos benefícios mais comuns do pacote de expatriação? Será que não é possível fazer algo para que não seja necessário chegar na medicação para a Coexpat cdfonseguir lidar com respostas que são "normais" diante de tantas perdas? Será que saber que é normal ser atingida por sentimentos "ruins" não incentivaria uma ação preventiva?
São perguntas cujas respostas exigem a valorização do papel da Coexpat nos processos de transferências profissionais. Não tem como lidar com isso sem reconhecer que o estado da Coexpat vai determinar o tom da expatriação.

Mais informações - em espanhol - sobre o assunto: http://www.elmundodelamente.com/
Carmem Galbes

Esposa expatriada e a arte de criar o próprio arco-íris.

Olá, Coexpat!
Você viu o arco-íris hoje de manhã?! 
Eu amo arco-íris. E Recife é a capital mundial do arco-íris, tenho certeza! Estou sempre vendo um, o que pode ser um 'problema', porque paro tudo e fito o arco-íris até ele desaparecer, afinal, quando vou ver algo tão fantástico assim de novo?
Além disso, arco-íris me conecta com minha espiritualidade e me lembra de que não estou desamparada, coisas da Arca de Noé...
Ah...você não viu o arco-íris?
Você não deve ter visto mesmo...

Minha tese: ver arco-íris é uma experiência absolutamente pessoal. O arco-íris que eu vi hoje só eu vi, mais ninguém!
Sim, tinha Sol. Sim, tinha chuvisco e o arco-íris estava estampado lá no céu, bem no alto! Mas isso não basta. Para existir, o arco-íris depende, essencialmente, do observador. Não é o arco-íris que aparece para a gente, é a gente que revela o arco-íris! 
É preciso estar no lugar e no momento certos para ver um arco-íris! É preciso estar ao ar livre ou com a janela aberta, com os olhos abertos e é preciso estar com a cabeça erguida e olhando para o céu. É preciso estar no presente para ver um arco-íris. O arco-íris fica invisível se nossos olhos estão presos no passado ou aflitos com o futuro.
A vida que você tem - essa vida de ter deixado os próprios projetos de lado em nome do sucesso de outra pessoa -  não está propícia para arco-íris? 
Então crie um!


Material:
1. Uma folha de papel em branco.
2. Um copo com água.
3. Uma lanterna.
Como fazer:
1. Coloque o papel em frente ao copo com água.
2. Coloque a lanterna ao lado do copo e acenda .
O que acontece:
Aparece um arco-íris refletido no papel.

Ah...você acha que assim não vale? 
Então saia à caça de seu arco-íris! 
Ganhe o mundo, abra os olhos, observe o céu e se mantenha no presente que ele vai surgir. 
Mas fique atenta que arco-íris pode aparecer disfarçado. Arco-íris é mágico e é mutante: pode ser flor, pode ser bicho, pode ser sentimento, pode ser situação, pode ser palavra, pode ser gente, pode ser até você mesma, desde que você permita, desde que você crie o ambiente para ser um arco-íris!
Cadê sua luz? Cadê sua água? 
Faça seu Sol brilhar em meio a chuva! Reflita todas as suas cores e revele o que há de mais belo em você! Faça você o seu milagre. Crie você o seu espetáculo!
Deixo meu arco-íris particular de hoje. Espero que ele traga cor e inspiração também para o seu dia!
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...