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De verdade, qual é a verdade que você acredita?


"E a verdade vos libertará."
E que verdade é essa que vai me libertar?
Fui pensando nisso enquanto pendurava a roupa, ainda de olho na unha do meu indicador, pintada ontem de vermelho - uma raridade - e que tinha acabado de ganhar uma lasquinha depois de esfregar a camiseta de futsal do meu moleque. Cadê as luvas de borracha?!
Era um olho na unha, outro no varal e outro no relógio. Três olhos? Quatro! Porque ainda estava de olho na tomada onde o bob quente estava plugado - conhece? Uma maravilha, deixa o cabelo pronto para qualquer evento!
E a verdade?
A verdade é que transitar sem se arrebentar entre expectativa x realidade exige muita maturidade, principalmente quando deixamos os nossos planos em segundo plano para apoiar o parceiro que foi transferido para outra cidade, outro país.
Decidimos sempre a partir da expectativa - que teremos uma nova vida mais tranquila, saudável, de descanso, sem stress... mas é na realidade, no dia a dia, que vivemos.
No dia a dia de fartura - sim,  de alegria - sim, mas também de falta de inspiração, de falta de paciência, de incidentes, de acidentes, de desencontros, de desânimo, de perda de referências e da própria identidade.
Talvez muitos projetos fiquem pela metade, talvez muitos sonhos nem saiam da fantasia porque nos pautamos pela expectativa de que o processo de realização pessoal é linear, num ascendente lindo, liso, em velocidade constante. 
Vivemos com a expectativa de - como num passe de mágica - dar conta de todos os papéis: mulher, mãe, esposa, filha, amiga, profissional. Mas na realidade somos uma só e esses papéis não se separam. 
Tomamos decisões sobre a carreira, por exemplo, a partir de uma expectativa com relação ao casamento ou a maternidade. Isso dá mesmo certo? Ou o caminho seria decidir a partir do que realmente somos, como realmente vivemos? O caminho seria decidir a partir do que a realidade vai nos mostrando?
Quantas vezes na prática a teoria é outra?
Por isso a importância da atenção constante com relação à nós mesmas, às nossas necessidades, aos nossos limites.
Ok, mas qual é a tal da verdade?
A verdade, a minha verdade, é que não há vida em vão, não há presença nesse mundo que não tenha um motivo de estar aqui. Minha verdade é que cada ser é único, é uma raridade e onde há raridade não há receita.
A verdade que me deixa livre é que o que cabe em você pode não servir em mim. O que te realiza pode não me satisfazer. E tudo bem! Posso seguir me amando e te amando!
Isso liberta porque faz com que eu volte o olhar para mim e deixe a sua grama em paz. Isso liberta porque me libera da necessidade de perseguir objetivos que não são desejados genuinamente por mim. 
E você, qual é a sua verdade?

Carmem Galbes

As mudanças que fiz por amor.

Cinco mudanças de endereço em uma década por causa da carreira do meu marido. 
Ainda tem cortina para pendurar e livro para organizar da última, há um mês.
Não tem como ignorar a pergunta que todo mundo que muda seus planos em nome da evolução profissional de outra pessoa  se faz: e eu?
Poderia ter adotado um "e euuuuu...?" com voz baixa, embargada que me colocaria na posição de vítima, de coadjuvante, de alguém predestinada a trabalhar nos bastidores em prol do brilho de outra pessoa.
Mas escolhi o "epa, e eu?!", que me lançou a ação, não importa se, no começo, mais para dar uma satisfação aos meus amigos, antigos colegas, aos meus pais: "tô longe, mas tô na área."
O fato é que a jornada do "e eu?!" me levou a uma outra pergunta : o que eu posso fazer pela valorização do papel dessas mulheres - que mudaram de cidade dentro do Brasil ou foram para o exterior - e  estão em condições similares à minha?
Ao olhar ao redor, me reinventei profissionalmente!
Olha que eu  cheguei a imaginar que tinha deixado o jornalismo (outro amor da minha vida) para lá...que nada!
Hoje vejo que nesse processo não houve rompimentos, só soma.
A Carmem organizadora profissional ajuda as esposas de profissionais transferidos a deixar a casa e a rotina em ordem e assim prepara o terreno para a Carmem coach ajudar essas mulheres a organizar as ideias, as metas e a alcançar objetivos em uma mudança que não foi provocada por elas.
A  Carmem jornalista? Nutre essas mulheres com conteúdo relevante em um grupo no Facebook, o Coexpatriadas, que tem por objetivo unir e fortalecer a "esposa expatriada".
Mudei muito? Sim
Mudei por amor? Sim, amor ao meu marido e, principalmente, por amor a mim.
Amor próprio nessas idas e vindas é fundamental para lidar com tanta coisa que pode nos atingir nesse processo, como a angústia do malabarista, a invisibilidade social e o tal do fracasso, que também está nessa história.
Fracasso: essa coisa que ninguém gosta, mas que - quando bem utilizada - faz a gente seguir adiante.
Um livro infantil lindo...e 50 nãos!
Eu já disse nesse texto como isso não me afundou, mas me inspirou. 
Espero que a minha história seja fonte de coisas boas para você! E que você possa encontrar nessa mudança provocada pela carreira do seu parceiro o caminho para você ter uma vida plena e fazer a diferença na vida de outras pessoas!
Não tem ideia de por onde começar?
Vamos conversar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br.
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Siga em frente! Use as mudanças da vida - não importa o motivo - a seu favor!
Carmem Galbes

A expatriação, o cocô e a arte de ficar bem em qualquer lugar.

Olá, Coexpat!
Spoiler: palavrões no caminho, licença poética em nome da clareza da minha tese. Perdão às mais sensíveis, não é um recurso que goste, jamais havia usado em texto, mas senti ser necessário. Vamos lá!
Como se preparar para uma expatriação? 
Eu dei um google. 174.000 resultados. Resumindo: qualifique-se, viaje, estude inglês, aprenda o idioma do país para onde a família poderia ser transferida, matricule as crianças em escola internacional, faça cursos no exterior, seja adaptável, estude a cultura do país dos sonhos e mapeie as diferenças e por aí vai.
Isso é importante? Sem dúvida, mas não vai fazer a menor diferença se a pessoa não investir na conquista e manutenção da primeira característica de quem se propõe a "sair do ninho": a autonomia.
Eu poderia trazer a etimologia da palavra, apontar o significado no dicionário, destrinchá-la pelo olhar da filosofia, da psicologia ou da mecânica. Não vou te aborrecer com isso. Mas vou, sim, recorrer à linguagem dos youtubers  - que as crianças amam e os pais desdenham - para simplificar o discurso e, assim,  não deixar dúvidas sobre o que quero dizer.
Autonomia = a capacidade de limpar a própria bunda!
Ok, sei que você estranhou, até eu estranhei em "falar" assim, calma...essa frase chula é pra lá de didática!
Quando a criança aprende a limpar o bumbum, um mundo se abre. Um grande e importantíssimo passo é dado rumo à autonomia. O cocô deixa de ser um evento público. Agora é totalmente privado. A criança não precisa mais avisar que vai ao banheiro, não precisa mais gritar que já acabou. Já não tem mais seu produto inspecionado, comentado, criticado. Também não precisa mais prestar contas sobre já ter feito ou não o número dois naquele dia. Ela sente vontade, vai, faz, se limpa e dá a descarga. Tudo porque ela aprendeu a lidar com a própria higiene! E assim  -  no mundo ideal - ela segue agindo a partir de suas necessidades e cuidando dela mesma: passa a comer sozinha, a arrumar a própria bagunça, a tomar banho sem ajuda, a fazer o próprio prato, a arrumar a própria cama, a limpar o próprio quarto...e vai crescendo...e aprende a cozinhar o que quer comer, a cuidar da própria roupa, a cuidar da própria saúde, a reconhecer os próprios objetivos, os próprios limites, aprende a buscar o próprio sustento...e vai crescendo...
Aí, quando surge uma oportunidade de mudança - não importa se através da carreira de outra pessoa - ela vai e se adapta!
Sabe por que? Porque ela sabe se limpar sozinha. 
Ela sabe que pode dar a maior merda do mundo, que ela vai saber lidar com isso. 
Se ainda não sabe falar o idioma, ela vai se virar com algum app de tradução. Se não conhece ninguém, ela vai se meter em um grupo de rede social até acessar a própria tribo. Se o local não tem transporte público, ela vai dirigir um carro, uma bike, vai a pé, de Uber...Se ela não tem empregada doméstica, ela vai pesquisar um jeito de simplificar a rotina e fazer a casa funcionar a favor dela, porque ela não passou a ser dona de casa com a expatriação do marido, ela sempre foi a dona da casa e domina todos os seus processos. Se não tem mais o próprio salário, ela não vai se sentir diminuida, porque a família esclareceu como vai lidar com as finanças, além disso, ela sabe quanto a família ganha, quanto gasta, o preço e o valor das coisas. Se deixou o modo de vida que ela amava, ela vai buscar outro tão apaixonante quanto. Se está com tempo de sobra, ela vai estudar, aprender algo, vai se reinventar. Porque ela é autônoma, ela é senhora dos próprios desejos, necessidades e valores, ela tem a capacidade de identificar o que fazer e energia para aprender como fazer. 
A gente sabe que as cagadas da vida são diferentes, né?
Nem sempre a gente sabe lidar com elas logo de cara, mas se a gente aprendeu o básico, vai tentando. Pode ser que, no começo, a coisa não fique assim tão limpinha, mas com o tempo, a gente pega o jeito e tudo volta ao normal.
Juro que não pensava avançar tanto na escatologia assim, mas, às vezes, sinto que só exemplos mais concretos, mais palpáveis, mais fedidos para provocar a ação.
Acha que é tarde demais para aprender a lidar com você mesma nessa expatriação? Nunca é tarde pra nada! 
Carmem Galbes

Imagem: Projetado pelo Freepik

Esposa expatriada, a angústia do trapezista e a rede de proteção.

Angústia do trapezista. Já ouviu falar? 
É aquele momento em que o trapezista, lá no alto, voando, deixa um trapézio para pegar o outro. Nesse espaço de tempo tudo pode acontecer. Ele pode não ter força, não ter velocidade, perder o timing para pegar o outro trapézio. Ele pode cair, pode se machucar, a apresentação pode ser um fiasco...
Mas o trapezista, apesar da angústia, tem fé. 
Confia no seu conhecimento, confia na sua técnica, confia no seu tempo de treino e confia na mágica que faz tudo acontecer como o esperado: depois de uma linda acrobacia, agarrar o outro trapézio e voltar seguro para a plataforma.
Mas sabe o que eu acho? Que o trapezista confia mesmo é na rede de proteção! Ele confia que, em último caso, se necessário, ela estará lá para segurá-lo, para evitar que ele se arrebente. De alguma forma, ele sabe que, se o número der errado, não vai morrer se cair, não importa o tamanho da queda, porque a rede de proteção é forte, é bem cuidada e é de altíssima qualidade.
Para mim, tudo isso ilustra bem uma fase muito complicada da "esposa expatriada", quando ela decide deixar seus próprios projetos em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em um outro lugar. Ela deixa um trapézio para pegar o outro...e fica lá...voando e fazendo acrobacias até conseguir se agarrar em algo palpável de novo...
Se há autoconhecimento, técnica e treino envolvidos, a tendência é que tudo dê certo, que a transferência seja um sucesso e enriquecedora para o profissional e para quem o acompanha. Mas, como uma expatriação tem muitas variáveis e nem sempre é tratado com o cuidado que exige, tudo pode acontecer...alguém pode - sim - cair.
Por isso, nesse caso, a rede de proteção também é a estrela da história. Todo mundo quer que ela não seja usada. Mas se for acionada, ela tem que estar lá, pronta para salvar vidas.
E do que seria feita a rede de proteção de quem acompanha um profissional expatriado? De gente! De gente com sentidos apurados: com olhos para ver, ouvidos para ouvir e boca para disseminar apoio! De gente que pode ser de casa, da vizinhança, da escola das crianças, de um curso, de uma associação e, também, da empresa que mandou a família para longe, da equipe de mobilidade, dos colegas do expatriado e da liderança.
Por falar em quem lidera expatriados, ser uma liderança global é mais do que saber negociar em diferentes idiomas e transitar por diferentes culturas. É ser especialista em ser humano! É ter sensibilidade para entender que a empresa é feita de pessoas e que foram pessoas que foram transferidas, não caixas, não objetos...

Percebo ainda um desdém - ou seria um prazer doentio em menosprezar? - de algumas lideranças com relação às necessidades de quem acaba de chegar de outra cultura e traz na bagagem as angústias de quem veio junto com ele. Por que isso? Sócrates, Tesla, Yung, Pessoa, Clarice Lispector, Chomsky, Bauman, Rubem Alves, Papai Noel, Papai do Céu me ajudem, por favor, a entender como uma liderança pode atentar contra a produtividade de um colaborador? Colaborador cuja rede de proteção sabe que é? Uia...é a família que o acompanha! 
Carmem Galbes

Esposa expatriada, não embarque nessa viagem sem um norte, sem um objetivo!


Qual a diferença entre sonho e objetivo? 
No meu dicionário é isso: sonho a gente fantasia, objetivo a gente realiza. 
E todo sonho pode virar objetivo? Se você quer mesmo, de verdade, com certeza absolutamente todos!
Como?
Faço o seguinte exercício: 

  • Visualizo o objetivo conquistado. Exemplo: Eu participando de um workshop em Dubai.
  • Mentalmente volto no tempo e anoto todas as ações que me levaram a conquistar o meu objetivo. Exemplo: Estou em Dubai, no Workshop. O que eu fiz imediatamente antes? Cheguei no aeroporto. O que eu fiz imediatamente antes? Viajei. O que eu fiz imediatamente antes? Organizei minha bagagem e a rotina para a família ficar sem mim. Como é essa rotina? Combinei com meus pais de ficarem com meu filho. Meu marido combinou de sair mais cedo do trabalho nessa semana para pegá-lo na escola. Combinei com a faxineira de ela vir todos os dias da semana que eu vou ficar fora. O que fiz antes disso? Comprei o pacote de viagem. Como paguei? Fiz o seguinte planejamento financeiro...e assim por diante. Faça as perguntas até você chegar no agora.
  • Com tudo anotado, essas "ações mentais" viram metas e com prazo estipulado por você. Exemplo:   19/06 - Planejar, junto com a família, a minha viagem e as decisões necessárias, anotar. 20/06 - fazer planejamento financeiro para viagem. 21/06 - Fazer pré-incrição no workshop. 22/06 - Reservar as passagens...e assim por diante.
Então o que você tem que fazer a partir de agora? Realizar o passo a passo que você anotou pra chegar no ponto em que você quer.
No coaching,  esse "caminho" é chamado de roadmap, a rota que vai te levar do sonho ao objetivo.
Toda esposa de um profissional transferido deveria ter, pelo menos, um documento desses em mãos! É que ter um planejamento assim de um objetivo te mantém focada também em você! Te ajuda a mostrar que você existe e que merece ter uma realização pessoal, só sua, apesar de a mudança ter sido provocada pelo sucesso de outra pessoa. 
Agora já sabemos como transformar sonho em objetivo. E objetivo pode virar sonho e ficar real só na nossa imaginação? Também, claro! Basta você não se organizar, não se comprometer com as metas, acreditar piamente que as conqusitas são uma questão de sorte, são coisas para "os outros" e que você não "merece" o que deseja. Mas aí a gente já está entrando na seara das crenças que limitam e da autossabotagem, papo pra outra hora...
E você, tem sonhado alto? Sonhado muito? Tem conseguido transformar seus sonhos em objetivos?Tem conquistado o que deseja? Perdeu o foco do que você quer ao decidir apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não sabe como voltar a olhar para você mesma? Vamos conversar, o coaching é um processo super poderoso para te ajudar nesse resgate. 
 
Carmem Galbes

Leve Entrevista. Expatriação e administração do tempo de sobra.

Olá, Coexpat!
Dizem que o tempo começou a ser medido há 5 mil anos. Antes disso, o homem não tinha muito mais que a claridade e a escuridão para saber quando caçar e quando se recolher. O relógio que conhecemos hoje é uma invenção recente, dos anos 20 do século passado. Até a criação do mecanismo tic-tac, muita criatividade rondou o relógio, que já funcionou a base do Sol, fogo, azeite, água e areia.
Esse negócio de minutos, horas, dias, enfim...me deixa um pouco atordoada. Meu foco, apesar da vida em um mundo que parece girar cada vez mais rápido, tem sido o que fazer quando descobrimos que - sim! - estamos com tempo livre. Acostumados com a correria, temos respostas na ponta da língua. Mas também podemos ficar embananados quando conquistamos uma agenda generosa em espaço a ser preenchido.
Na tentativa de ter algo prático sobre o tema, conversei com o consultor Christian Barbosa. Ele defende que a agenda livre também precisa de organização.
Como tempo é coisa rara, ele falou rapidamente sobre o assunto.
Em tempo, parto hoje de férias. Voltamos a conversar depois do dia 23. Até lá!


Leve - Tempo de sobra, hoje em dia, é sintoma de que algo está errado?
CB - Tempo de sobra é o desejo de qualquer pessoa estressada nesse mundo sem tempo!! O problema não é a sobra, é a falta de um uso que leve na direção dos seus maiores sonhos e objetivos.

Leve - Da mesma maneira que existem metodologias para administrar um dia cheio, há esquemas para lidar com tempo de sobra?
CB - O princípio é o mesmo seja para tempo cheio ou sobra dele, pois o conceito é usar seu tempo com sabedoria, seja ele abundante ou não. Viver o tempo com sabedoria significa evoluir na direção de seus objetivos e principais sonhos. Quando você tem tempo de sobra precisa definir uma meta e trabalhar o tempo vago para dar passos na direção da sua realização.

Leve - Mas como usar o tempo com sabedoria em um mundo em que, dificilmente, temos autonomia sobre os rumos da nossa agenda?
CB - Temos que controlar nossa vida ou alguém fará isso por nós. Ter autonomia significa planejar sua agenda com base no que é importante e deixar um tempo para os imprevistos que possam surgir. A dica é reservar uns 20 minutos do fim de semana para planejar toda a semana, colocando no papel os compromissos com papéis, projetos e metas. Algumas dicas para focar seu tempo na direção certa:

1 - Escolha uma ferramenta - digital ou física - que faça com que você tire as pendências e tarefas da cabeça e centralizem em um lugar confiável.

2 - Estabeleça objetivos - se você quer ter mais tempo na sua vida é importante saber o que você gostaria de alcançar.

3 - Reserve 15 minutos na semana para planejar os próximos 7 dias. Antecipe eventuais problemas que possam surgir, veja se pode antecipar algo para suas reuniões e crie atividades importantes para seu equilíbrio pessoal.

4 - Organize seu local de trabalho, sua papelada, suas revistas e seus armários. Estima-se que uma pessoa gasta 40 minutos por dia localizando informações... e isso é muito tempo perdido.

Carmem Galbes

Mais um pouco sobre o tempo de quem é expatriado...

Olá, Coexpat!Ainda no esquema de usar o meu tempo pesquisando o que melhor fazer com ele, encontrei uma sugestão interessante para quem tem se sentindo perseguido por essa coisa que dizem não passar de um conceito.
No blog Mais Tempo, no post de hoje, o consultor especializado em administração do tempo - Christian Barbosa - abre uma clareira. Ele sugere uma trilha para quem está tentando dar a largada para horas mais bem aproveitadas e para você não ser pego de surpresa se a sua agenda virar de ponta cabeça.
Entre as provocações estão:
- Você está realizando atividades que vão fazer você se destacar em sua área de atuação profissional?
- Você está investindo algum tempo no desenvolvimento de um Plano B, para o caso de mudanças bruscas na sua rotina profissional ou pessoal?
- Você está conseguindo tempo para você mesmo equilibrar sua vida pessoal, seus relacionamentos importantes e sua saúde?
- Você sente que sua vida está evoluindo na direção de seus objetivos ou apenas agindo frenéticamente para resolver as urgências diárias?
Então, se está podendo, aproveite para pensar no assunto. 

E, por favor, espalhe se conseguir respostas simples.
Carmem Galbes

Imagem: SXC

Tempo e expatriação, da sobra ao excesso...

Olá, Coexpat!
O tempo está sempre em pauta. Normalmente ele é o assunto quando está em falta. Mas, dependendo do motivo da expatriação, ele é presença marcante pela abundância.
Adoro vagar por Eclesiastes e mudar a ordem e os pares de um dos clássicos sobre o tema : “Tempo para calar...tempo para bailar...tempo para curar...tempo para destruir...”
Gosto do som da palavra tempo, principalmente quando dita pelo “Seo Silvo Santis”: temmmmmpo.
E dessa brincadeira de imitar o inimitável saiu:
Temmmpo, temmpo, tempo.
Tempo, temperamento, tempestade.
Tempo, temperança, tem piedade.
Tempo, temperatura e pressão anormais.
Tempo, tempos, templo.
Temmmmpo.


Carmem Galbes

Imagem: SXC

Entre o que se fala e o que se entende.

Olá, Coexpat!
Não é novidade dizer que a fala - seja lá como for - está entre os recursos que fazem a separação entre o que é gente e o que é bicho. Indo um pouquinho além, também é possível dizer que ela é resultado de um trabalho complexo do corpo e que faz a ponte entre o sentir, o pensar e o agir.
Fora isso, na prática, a fala é o que permite a gente costurar e romper o tecido social. Sim, porque ô troço pra embaraçar, embaralhar, embasbacar como a fala!
Explico. Com o tempo a gente aprende que cada um dos zilhões de variações fonéticas da letra a, por exemplo, quer dizer uma coisa. Pode ser um “a” de susto, de tristeza, de lembrança - tipo: “a, não esquece de...” Pode ser ainda um” ã?”, sem contar no “aaaaaa, eu sabia!”
Essa denotação passeia sem cerimônia pelos diálogos vida afora. A gente vai aprendendo pouco a pouco. Aí, de repente, você tem que acessar um outro idioma. Você sabe as regras gramaticais, tem um bom vocabulário, mas se perde no sentido...
É que tem coisa que parece, mas não é.
No meu caso, tenho dificuldade com dois termos pelas bandas de cá.
Exemplo: a gente aprende logo nas primeiras lições as respostas básicas para um “thank you”. Numa versão seriam: You’re welcome - de nada, my pleasure - um prazer ou não por isso, that’s ok - tudo bem.
Mais aqui descubro que a resposta mais comum é: ahã. Sim, aquele sim rápido para perguntas simples da vida, sabe? “Você quer água? ahã.” Aqui, esse ahã é o mesmo que “de nada, um prazer!” Confesso que soa muito mal pra mim, é como se a alma do outro lado se importasse tanto com o meu agradecimento, mas tanto, que ela usa todo o seu potencial e simpatia para responder: ahã.
Descobri que isso é uma cisma de muitos brasileiros. Mas é também um jeito normal e educado de responder ao cumprimento por aqui.
O problema é que ouvido vai acostumando. Tem brasileiro que quer morrer depois que solta o primeiro ahã com o significado de “de nada”.
Outra situação de lascar. Você, feliz da vida, conta que vai passar um fim de semana em um local show. O sujeito vira e, em meio a um sorriso, lança um: “good for you.” Isso mesmo, bom pra você!
Bom pra mim?! Claro que é, mas isso não é coisa que se diga. Pior que aqui é! No inglês dessa região é um comentário sadio. Tudo bem que não é um bom pra você seco. Seria um boooooooom pra voeeeeê ou good for yyyyyyyooooouuuu!
Então tá,vou ficando por aqui. Good for meeeeeee! Ou seria good for you?
Imagem: SXC
Carmem Galbes

Todo mundo sente preguiça, mas expatriado tem preguiça e culpa...

Olá, Coexpat!
Meu propósito por aqui é ter uma conversa pelo menos uma vez por dia. 

Gosto de conteúdo. 
O problema é que nem sempre penso que tenho algo relevante que mereça seu tempo ou o meu. Pior, como é o caso hoje, quando não estou com muita disposição para desenrolar...
Sabe...os últimos dias têm sido especialmente simples. 

Rotinas biológica e social: comer, dormir, ler, passear, conversar e assim vai.
Tamanha simplicidade tem deixado tudo muito especial. 

Especial porque flui. Porque há apetite, há gosto e há vontade de esticar a conversa, nem que - às vezes - o silêncio marque uma frase ou outra.
Normalmente a escrita me preenche e me satisfaz, mas nem sempre consigo seguir em frente. Como estou expatriada, em uma fase que decidi que eu não tenho - necessariamente - que seguir em frente,  acho melhor deixar pra depois. Hoje vou ficar assim imóvel, só imóvel...e que que tem, né?
Perdão. Sei que é pecado. Mas hoje estou deliberadamente com preguiça, simplesmente preguiça.

Com preguiça e culpada, é que "esposa" expatriada já não faz nada, né? Priguiça de que? Será?
Vixe...
Carmem Galbes

Foto: João Marcos

Certo, certinho e certeiro. A expatriação de cada um!

Olá, Coexpat!
De um bate-papo descompromissado sobre a definição de certo e errado:
Kuwaitiano: certo é o que Alá diz que é.
Venezuelana: certo é o que está previsto nas leis e regras sociais.
Francesa: preferiu só ouvir.
Brasileira: certo deveria ser o que não fere ninguém.
Colombiano: é certo que é muito difícil estabelecer uma diferença entre certo e errado, porque é quase impossível saber o que existe no coração de uma pessoa. 

Tá certo!

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Expatriação e amor próprio.

Olá, Coexpat!
Eu sempre tive muita dificuldade em entender o relato de Mateus lá no capítulo 22 em relação ao que Jesus disse sobre o amor: “ama o seu próximo como a si mesmo.”
Eu me lembro que na adolescência achava isso improvável e na fase adulta passei acreditar ser impossível. Mas com as últimas mudanças de endereço e, por causa disso, a necessidade de me relacionar com gente bem diferente, voltei a pensar no assunto.
Pode mesmo acontecer de a gente amar outra pessoa como a gente se ama? Claro que não falo aqui de filho, marido, família e amigos, falo de ser humano no geral.
Hoje estou quase certa que sim. Mas, essa certeza não tem a ver com conversão espiritual ou coisas do tipo, não. Tem a ver com as descobertas práticas da vida.
Acho que a minha confusão com as palavras de Jesus tinha mais a ver com o fato de eu pressupor que a gente se ama incondicionalmente e no máximo grau que o amor possa existir, o que não é verdade.
Será, então, que a gente ama o próximo à medida que a gente conhece o amor para com a gente mesma? Se me amo pouco só posso amar outras pessoas na mesma intensidade? Então, será que quanto mais me amo, mais tenho a capacidade de amar os outros?
Tudo bem que esse negócio de se amar primeiro para depois amar o mundo pode parecer um clichezão brabo, mas vai tentar se amar de verdade, de verdade mesmo! É um árduo trabalho, mas é absolutamente possível!

Comece por parar de se sacanear, de se machucar, de se prejudicar. É difícil, às vezes a gente se esquece, às vezes a gente nem percebe a sabotagem. Mas mude a chavinha para o autoperdão, autopaciência. Trata-se com carinho, fale com você mesma com delicadeza, converse sendo a você adulta e madura lidando com a você criança, pronta para absorver todas as experiências. Entenda e explique para você mesma o que aconteceu e como você pode fazer diferente, fazer melhor. Pare com essa história: "você é uma burra mesmo, não faz nada direito, eu sabia que você ia desistir, você sempre faz isso..." Pare com isso já!
É um exercício diário e sem fim. Mas vale a pena. No fim das contas, somos nós com nós mesmas em uma jornada que existe única e exclusivamente para que a gente evolua!

Carmem Galbes

Minha primeira virada de ano como expatriada e as lições que aprendi!

Olá, Coexpat!

Depois de umas férias pra lá de divertidas, período cheio de rodopios e frio na barriga, cá estou. E de pensar que a gente se viu lá em 2008 e já é 2009. Interessante que dessa vez não tem essa de festa esticada, entende? Não tem carnaval para dar aquela preparada no recomeço. Quando o calendário pulou do 31 para o dia primeiro foram uns fogos ali, um brinde acolá e “vamo que vamo.” Isso pra quem é daqui dos States, porque pra quem não é, pra quem tem sangue brazuca na veia, houve fogos, brindes, festa, comida, brindes, fogos...e claro, retrospectiva!
E como dizem nos campos de futebol da vida, o retrospecto foi positivo.
Dentro da categoria “o que aprendi” tem bastante coisa.
Aprendi, por exemplo, novas palavras, sinônimos, antônimos e metáforas. Conheci regras gramaticais mais apuradas e termos mais atualizados.
Fui a lugares diferentes, encontrei pessoas diferentes, lidei com jeitos diferentes, mas nem por isso me senti estranha, só diferente.
Aprendi a blogar, mas sei que vai demorar para eu deixar de engatinhar no assunto.
Lembrei que carpete no quarto é uma delícia e que entrar sem sapato ajuda a conservá-lo limpo.
Aprendi que casa com menos móveis pode deixar a vida mais simples e que dirigir não é algo perigoso que te expõe à violência.
Também aprendi que varal não faz falta e que produto que tira mancha aqui pode substituir o vermelho do molho de tomate por um buraco. Nunca vi poder igual!
Espantada, vi que uma chave de fenda e um martelo são suficientes para aprontar a decoração da casa, ao mesmo tempo compreendi que o tamanho da nossa felicidade é proporcional à habilidade que temos em acumular ferramentas.
Comprovei que só depende da gente o dia ser bom, a experiência ser rica e o momento valer a pena. 
Aprender que só depende da gente dá um baita poder!
Claro que vai ter sempre alguém para dizer que não...mas só depende da gente!
Ah, também entendi que não é porque a gente está longe que tem que aturar certas situações, certas ocasiões, certas pessoas.. Mas também entendi que, definitivamente, sem gente por perto a gente é menos gente...
Mais uma vez vi que a mudança é inevitável e será mais tranquila à medida que não relutemos diante do que já está em curso.
Outra lição: nem tudo que enverga quebra!
Pera aí, esse é meu primeiro dia útil do ano, então chega de pretérito, vamos ao presente. Aliás, o melhor presente foi não ter que ficar batendo a cachola sobre o que dar de presente, apesar de adorar presentear...
Mas, sobre o dia de hoje, chuvoso, seis graus, arrumação geral...

Tenho certeza que vai ser um ótimo ano pra todos nós!

Carmem Galbes
Imagem: SXC

Tem um tempinho?

Olá, Coexpat!
Não tem jeito, parece que a educação e os bons modos são diretamente proporcionais à quantidade de tempo. Tenho percebido que quanto mais tempo tenho, mais paciente, mais atenciosa e cuidadosa com o outro sou.
É triste ter que admitir isso, a falta de tempo rouba mais que a qualidade da vida, ela provoca um verdadeiro saque na boa conduta, zera o estoque de boa vizinhança a arrasa com as plantações de delicadeza e tolerância.
Espero que esse excesso de tempo que hoje preenche meu dia me ensine a viver bem - inclusive comigo - mesmo com a falta de tempo que um dia voltarei a enfrentar.
Espero que as lições aprendidas durante a abundância não me deixem na escassez.
Espero que aprenda a lidar melhor com relógios, agendas e contadores em geral e que a minha política pessoal não varie de acordo com os minutos a mais ou a menos.
Espero que o tempo não me deixe esquecer desse compromisso.


Carmem Galbes

Tem outra pessoa em meu corpo!

Olá, Coexpat!
Tenho me achado muito estranha. Tenho me flagrado fazendo coisas improváveis. Calma...nada que agrida meus valores...
Sabe, acho que o grande lance dessa experiência longe de casa é ter um olhar estrangeiro, ver as coisas de fora do aquário...
O problema é quando você não percebe que você não está mais percebendo a diferença, entende?
Assim, já me peguei fazendo tac-tac-tac com cabides quando procuro uma roupa na arara da loja - o que reflete o comportamento compulsivo do americano em comprar - já me peguei bebendo um balde de café, usando um biquíni ultra-mega grande e agora estou numas de não suportar gente falando alto. Já não gostava, isso sempre me irritou. Agora fico constrangida!
Pior é que tudo isso vai tomando lugar silenciosamente e suspeito que logo logo vou descobrir que posso ter me transformado em uma pessoa sem referências culturais, que já não sabe de onde é, para onde vai, tampouco onde quer ficar.
Isso é complicado: ser uma estrangeira para sempre, não importa o lugar!
Mas se a gente está mesmo só de passagem por esse planeta, então melhor assim.
Pensando bem, problema mesmo vai ser se eu não me acostumar de novo com a moda praia brasileira. Já pensou o biquinão daqui em Ipanema? Aff...


Carmem Galbes

Expatriação e a experiência de quase morte.

Olá, Coexpat!
Fiquei pensando que desbravar uma cultura diferente, seja ela estrangeira ou não, poder ser similar à experiência de sair do corpo, à experiência de quase morte...

Você, desorganizada nessa sua condição de coexpatriad@, deve estar pensando: isso mesmo, sou um@ mort@-viva.
Não! Não é esse o ponto! A ideia aqui é sempre deixar uma mensagem positiva!

Vamos lá!
Eu adoro ler as histórias: a pessoa está dormindo ou está em coma e sai por aí flutuando. Tenho preferência pela parte em que o ser flutuante narra a sensação de ver o próprio corpo, deitado, existindo independente da alma que agora está grudada no teto...
Bom, em geral, pelo que pesquiso, a pessoa que não vai em direção à famosa luz volta mais otimista, feliz e com energia para vencer desafios. Fruto, defendem os especialistas, de um aumento da noção do diferente, de que há vida na morte, que há possibilidade até no impossível.

É aí que eu acho que esse processo de quase morte pode ter muitos traços em comum com a expatriação.
Em uma nova cultura, praticamente deletamos nossa receita de vida. Não por que simplesmente abandonamos nossas referências, mas porque precisamos abrir espaço para perceber um mundo diferente, porém repleto de sinônimos do nosso antigo modo de viver.

Acho que o sinônimo não está só na fala e na escrita. Está na ação também.
Um exemplo besta: lavar roupa. No Brasil o esquema é máquina, varal e ferro. Aqui nos States é máquina de lavar, de secar e guarda-roupa, não tem que passar. Modos diferentes para um mesmo objetivo: roupa limpa.
Tudo bem, as pessoas adotam determinado esquema por motivos que vão da facilidade à viabilidade econômica. Pode ser por costume também...
O fato é que quando aceitamos fazer as coisas de outra forma ganhamos uma espécie de senha, uma chave capaz de abrir sem grandes traumas - pelo menos assim deveria ser - os cadeados que impedem a nossa inserção em um mundo que pode ser novo, louco, inacreditável e por aí vai, mas que carrega todo um potencial de alargar e aguçar os sentidos!

Então não tema a experiência de quase morte pela qual tod@ expatriad@ passa. Saiba que essa é só mais uma experiência, só mais uma. Depende de você acordar para essa nova vida ou não. 
É uma escolha!

Carmem Galbes

Entre o belo, o útil e o indispensável.

Olá, Coexpat!
O período aqui nos States é de volta às aulas. 
Nada novo, isso acontece no mundo todo pelo menos uma vez no ano. Mas uma cena me cativou. 
No supermercado uma mãe tentava convencer a filha sobre os benefícios de uma mochila mais em conta, porém menos atraente esteticamente em relação ao modelo que a menininha havia escolhido.
Esse nhe-nhe-nhem na seção de material escolar também não é novidade. Aliás, o mais comum em período assim é acompanhar verdadeiras batalhas por causa de caderno, borracha, canetinha e apontador.
Não, essa conversa não é sobre a luta da aluninha pelo belo e nem pretendo abordar o esforço da mãe na defesa do útil.
O fato é que mais um clichê bateu à porta. 

Dizem por aí que não importa o que acontece na vida da gente mas no que transformamos esses acontecimentos. 
A menininha não será a única com a mochila mais útil que bonita na escola. Uma legião de colegas deverá estar na mesma situação, mas como cada uma vai se acertar com as experiências do cotidiano isso é outra coisa...
Gosto dos 'causos' da astrônoma Maria Mitchell. Ela viveu sob os mandos e desmandos dos costumes, como todas as mulheres no século 18. 

Como ela administrou isso
Ela poderia ter decidido seguir o que determinava a sociedade, poderia ter ficado deprimida, poderia ter ficado apática e ter deixado tudo pra lá...
Mas ela preferiu posicionar-se ativamente - porém de forma pacífica - em relação ao que não concordava.
Um exemploParou de usar roupa de algodão para protestar contra o trabalho escravo.
E nessa jornada pela própria liberdade e pela liberdade de outros seres humanos, Mitchell fez muitas descobertas! Descobriu até um cometa - que leva o seu nome!
Sim, também temos um universo a explorar. 
E não precisamos estar tão longe, tão só, tão...Basta coragem para simplesmente olhar. É que, como dizia Michell, quanto mais vemos, mais estamos capacitados para ver.
Então abra os olhos, inclusive os da alma, para perceber a beleza e a utilidade dessa incrível experiência que é uma expatriação. Essa fantástica experiência de estar em um lugar desconhecido - dentro e fora de você -  pronto para ser desbravado!

Carmem Galbes

Que sucesso essa gata que sabe latir.

Olá, Coexpat!Não, não é só você...
Por mais que alguém seja fluente em um outro idioma, essa tal língua não deixa de ser estrangeira e sempre tem uma hora que cansa...
Aí pode acontecer de você soltar uns fonemas em Português, não dar algumas respostas e deixar de fazer certas perguntas.
Tudo bem, pode ser que você não esteja pra conversa hoje e deve estar cansada até para falar na língua materna. Mas a história é pequena e bonitinha. Ouvi agora a pouco.
A gata seguia com sua prole pela rua quando apareceu um cachorrão, o mais invocado da vizinhança. Os filhotes ficaram assustados com o bicho e surpresos com a reação da mãe.

Em vez de recuar, a gata seguiu toda empinada e parou em frente ao Rex. Encheu o pulmão e, em vez de "miauuu", deu uma bela latida. 
O Rex nem tentou enfrentar, virou a esquina e sumiu. 
A bichana, muito sábia, virou para a cria e disse: viu como é bom saber uma segunda língua?
Então não desanima! Aproveite sua estada em outro país para seguir com seus estudos no idioma! Fale sem medo de passar vergonha! Meta as caras! Fique fera em latido, mugido e o que for necessário! E, se um dia precisar latir, o "au au" pode sair até com sotaque, mas que o receptor vai entender a mensagem , isso vai!

Carmem Galbes

Desejo e gozo.

Olá, Coexpat!
Numa sexta-feira dessas defendi a importância do ócio, do lazer, do papo pro ar ou o nome que você preferir para o famoso “dar um tempo”.
Engraçado, como é difícil aceitarem - me incluo - que me propus a ficar um período sem seguir a cartilha sócioprofissional. 

Sempre chega a pergunta, 'e aí o que tem feito?' 
É muito estranho responder: nada!
Mas eu estou fazendo nada mesmo. Nada do que dizem que deveria fazer nesse período de coexpatriada. 

Não, não estou fazendo trabalho voluntário. Também não, não participo de grupos de mulheres de-sei-lá-o-que. E não, não estou grávida. 
Desculpe, não, não e não. 
Ok, estou estudando, quero viajar o que puder e experimentar, experimentar e experimentar. Adoro número primo!
Mas não é que envolvida nesse meu projeto bloquímico, sim - porque, pra mim, lidar com tal tecnologia é quase tão difícil quanto entender química - lembrei de uma palestra da psicanalista Maria Rita Kehl.
Ela falava sobre passividade quando soltou a trovoada: "até a morte estamos entre o desejo e o gozo, queremos estar muito mais tempo no gozo, mas a vida é mais valiosa à medida que dedicamos mais esforços em alimentar o desejo."
Não tem jeito, o desejo é o combustível do dia seguinte. A gente morre é de prazer!
Claro que batalho para não cair no desejo comum, alienado. Aqui, pelo menos aqui, quero desejar para o bem, para o meu bem. Busco o desejo que resulte - tomara - em uma satisfação realmente plena e pessoal.
Mas hoje é sexta. E só posso desejar uma coisa: que o mundo tenha um fim de semana de gozo total.


Carmem Galbes

Um minuto de silêncio, você consegue?

Olá, Coexpat!
Nesse mundo em que a gente acha que tem tanto a dizer e em que o tempo todo é convocad@ a falar, ficar em silêncio é quase uma derrota.
Ok, poder falar e conseguir dizer o que se pretende é tudo de bom.
Mas hoje queria conversar um pouco sobre aquele outro silêncio. Eu sei...esse tema é quase clichê de tão debatido, estudado, explorado - até. Mas, na prática, quem consegue encontrar o silêncio interno, a tal da quietude?
Engraçado, é quase um autoelogio falar: “nossa, não consigo ficar quieta!” Isso tende a soar como "nossa, sou super esperta, agitada, envolvida com o mundo, bacana, jovial, legal..."
Mas, será que se a gente fechar os olhos e abrir os ouvidos não vai conseguir ouvir um: "nossa, não consigo parar cinco minutos para dar espaço ao nada."

Que fuga é essa do nada?
Será que o fato de estar assim tão longe de casa, do ninho, eu não posso ficar quieta?
É que a gente sabe que isso pode doer,

O silêncio dói, a pausa dói!
É que a gente sempre acha que no silêncio ouve assombração...
Mas como tudo é uma questão de foco, de para onde direcionamos a nossa atenção, a gente pode ouvir passarinho também... e grilo... e miados & latidos... e ideias... e respostas que não conseguiríamos prestar atenção em meio a tanto barulho...
Então acho que vou pedir ao Supremo, não ao Tribunal Federal, mas ao Supremo Poder do Universo que me conceda o direito - ou a coragem - de ficar calada. Que me conceda o privilégio de não dizer nada, apesar das exigências internas e das expectativas alheias, apesar das urgências, dos receios, da angústia, dos questionamentos. 

Tudo porque quero ter a chance de ouvir o que o silêncio tem a me dizer!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...