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Esposa expatriada e a arte de criar o próprio arco-íris.

Olá, Coexpat!
Você viu o arco-íris hoje de manhã?! 
Eu amo arco-íris. E Recife é a capital mundial do arco-íris, tenho certeza! Estou sempre vendo um, o que pode ser um 'problema', porque paro tudo e fito o arco-íris até ele desaparecer, afinal, quando vou ver algo tão fantástico assim de novo?
Além disso, arco-íris me conecta com minha espiritualidade e me lembra de que não estou desamparada, coisas da Arca de Noé...
Ah...você não viu o arco-íris?
Você não deve ter visto mesmo...

Minha tese: ver arco-íris é uma experiência absolutamente pessoal. O arco-íris que eu vi hoje só eu vi, mais ninguém!
Sim, tinha Sol. Sim, tinha chuvisco e o arco-íris estava estampado lá no céu, bem no alto! Mas isso não basta. Para existir, o arco-íris depende, essencialmente, do observador. Não é o arco-íris que aparece para a gente, é a gente que revela o arco-íris! 
É preciso estar no lugar e no momento certos para ver um arco-íris! É preciso estar ao ar livre ou com a janela aberta, com os olhos abertos e é preciso estar com a cabeça erguida e olhando para o céu. É preciso estar no presente para ver um arco-íris. O arco-íris fica invisível se nossos olhos estão presos no passado ou aflitos com o futuro.
A vida que você tem - essa vida de ter deixado os próprios projetos de lado em nome do sucesso de outra pessoa -  não está propícia para arco-íris? 
Então crie um!


Material:
1. Uma folha de papel em branco.
2. Um copo com água.
3. Uma lanterna.
Como fazer:
1. Coloque o papel em frente ao copo com água.
2. Coloque a lanterna ao lado do copo e acenda .
O que acontece:
Aparece um arco-íris refletido no papel.

Ah...você acha que assim não vale? 
Então saia à caça de seu arco-íris! 
Ganhe o mundo, abra os olhos, observe o céu e se mantenha no presente que ele vai surgir. 
Mas fique atenta que arco-íris pode aparecer disfarçado. Arco-íris é mágico e é mutante: pode ser flor, pode ser bicho, pode ser sentimento, pode ser situação, pode ser palavra, pode ser gente, pode ser até você mesma, desde que você permita, desde que você crie o ambiente para ser um arco-íris!
Cadê sua luz? Cadê sua água? 
Faça seu Sol brilhar em meio a chuva! Reflita todas as suas cores e revele o que há de mais belo em você! Faça você o seu milagre. Crie você o seu espetáculo!
Deixo meu arco-íris particular de hoje. Espero que ele traga cor e inspiração também para o seu dia!
Carmem Galbes

Expatriação e a importância da amizade com você mesma!

A primeira amizade que temos que fazer quando mudamos de cultura é com a gente mesma.
Claro que ter outras pessoas por perto, principalmente falando o nosso idioma, ajuda muito a alcançar aquele sentimento "quentinho e gostosinho" - quase com sabor de brigadeiro - de não estarmos sós num mar de gente e coisas estranhas!
Mas estar num bom e estável relacionamento com nós mesmas ajuda e muito no processo de adaptação a um novo lugar e à uma nova vida
Mas como assim fazer amizade comigo mesma? Eu convivo comigo 24 horas por dias! 
Aha! Mas isso não quer dizer que somos íntimas de nós mesmas. Sabe aquele negócio de viver na mesma casa, mas um não saber nada do outro: sonhos, desejos e necessidades?
Pois é, acontece com a gente também! 
A mente e o espírito residem no corpo, mas um simplesmente não conhece o outro, e assim perdemos a  noção do que realmente queremos, do que realmente importa, do que realmente nos faz bem...
Mas como é que se faz amizade com a gente mesma? É que parece tão óbvio, que nem sempre sabemos por onde começar...
Como é que você conhece mais sobre alguém? Observando e, com muito jeito para não ser inconveniente, perguntando!
Então, tenha interesse por você! Pergunte-se!
Preste atenção nos seus pensamentos: qual é o conceito que você tem sobre você mesma? Como você chegou nessa ideia sobre você? Que ações revelam esses conceitos que você tem sobre você?  Isso é realmente verdade?
Preste atenção nos seus sentimentos. O que te faz bem? O que te incomoda? O que você gosta de sentir? Que sentimentos você se esforça para ter mas que não fazem sentido pra você?
Preste atenção no seu corpo. Como seu corpo reage aos seus pensamentos e sentimentos? Como você tem tratado o seu corpo? Você está satisfeita com o seu comportamento com relação ao seu corpo?  Que relação você gostaria de estabelecer com ele?
Essas perguntas aproximam você de você mesma. Quanto mais você descobrir sobre você, mais você vai querer explorar. Nem sempre vai ser fácil, afinal, relacionamentos não são fáceis - inclusive com a gente mesma. Mas pode ser interessante porque deixa a sua vida mais produtiva! Se você sabe o que você quer e o que te faz bem de verdade (não porque alguém falou), para que você vai agir para atentar contra seu próprio bem estar? 
Eu sempre gosto de pontuar a importância da gente ficar íntima da gente mesma - especialmente em um processo de expatriação - porque, muitas vezes, é só com a gente mesma que iremos poder contar, é na gente mesma que teremos que encontrar as forças para seguir em frente!
Então trabalhe para poder contar com você. 
Não, isso não é uma defesa da solidão ou do isolamento. É só uma pausa para dizer que sim, está tudo bem você querer prestar atenção em você, atender suas necessidades e dar prioridade a você. Isso é justo e pode ser, em alguns momentos, a única maneira de se manter saudável "longe de casa".

Carmem Galbes

Aceite ou não o convite, você vai mudar!

Olá, Coexpat!
Você até que está feliz com sua vida.  
Há equilíbrio no casamento.
Com as crianças está tudo bem. Vão para a escola que tem os mesmos valores que vocês. O dia a dia é na paz.
Você conseguiu formar sua rede de apoio. Tem um contratempo ou outro, mas você geralmente tem a ajuda que precisa.
No trabalho, as coisas estão fluindo super bem.  
A rotina está redondinha. Com muito foco, você está conseguindo ter tempo para se alimentar direito, para escapar para  um lanche com seus pais durante a semana, consegue malhar e ir à maioria dos encontros com as amigas.
A sua casa está do jeitinho que você sempre quis. Finalmente cada coisa tem o seu lugar e a parede chegou ao tom perfeito.
E é durante um jantar,  entregue pelo restaurante que vocês amam, servido à mesa feita sob medida, que - envolto à uma atmosfera de orgulho - o maridão dispara: fui promovido...É brinde pra cá, você merece pra lá e ele continua: vou ser ________(preencha como quiser) em ________(preencha como quiser).
Pronto! Aquela comidinha deliciosa parece dar um iiiiá no seu estômago. Que soco!
É uma mistura louca de sentimentos. Você está super animada, o pacote de benefícios é show! O lugar da transferência é top! Mas mexer em time que está ganhando?!
Como vai ser com as crianças? O idioma? Onde vão estudar? E esse clima?! E minha carreira? E nossa casa? E meus pais? Minhas amigas? E nós, você vai ter tempo pra nós?! Como vai ser a nossa rotina?!
Numa dessas o ser, agora sentado em uma cadeira, amarrado com as mãos para trás, com um holofote na cara, só pensa: por que, Senhor? Por que me fizeram esse maldito convite?!
Esse é um daqueles momentos "ou vai ou racha". É aquele negócio de olho no olho sem filtros. Todo mundo fica desnudado, escancarado. Pode ser muito pesado, mas é uma daquelas grandes chances que a gente tem de checar valores: "na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe?"
Um convite desses ilumina lugares dentro da gente que estão escondidos ou que nunca foram explorados. Faz a gente pensar; "hummm...uma vida diferente do que todo mundo diz ser o normal? Vixe...ele só pensa na carreira dele... Hummm...um desafio? Vixe...ela não é tão parceira como eu pensei...
Hummm...Vixe...
Nesse exercício de hummm...vixe...muita conversa vai rolar. Algumas mais tranquilas, outras do tipo quebra pau. As coisas podem se acertar, os objetivos podem ser alinhados - ou não - mas aí é outra história...
Fato mesmo é que depois que sua família recebe um convite de transferência, nada será como antes! Aceite a oferta ou não!
Pode ser que naquela noite mesmo vocês decidam continuar onde estão. Pode ser que vocês nunca mais falem sobre isso.
Mas, mesmo não mudando de endereço, você vai mudar, seu parceiro vai mudar, sua visão sobre a vida provavelmente será outra.
E mudança vem de qualquer jeito, porque dizem que de certo mesmo na vida só a inconstância...

Em tempo, dia desses reformaram parte do calçadão aqui perto de casa. Tiraram os postes e aterraram os fios. Moral da história: até poste sai do lugar.
Em tempo dois: digo que o marido recebeu o convite para ser fiel à realidade: de acordo com levantamento da consultoria Brookfield, de cada 10 profissionais transferidos, 8 são homens.

Carmem Galbes

Quando um novo idioma abre as portas, a mente, o coração...

“Setembrochove?”
“Se eu tenho o que?”
“Setembrochove?”
“Ã?”
“Uhahahahahahahahaha”
O pequeno Orlando ficou mal, muito mal. Sim, ele era da turma que não levava zoação pra casa.
Minúsculo no tamanho, não podia partir pra porrada. Gigante na inocência, tentava desenvolver o tema: “que cê tá falando, o que que é brochove?”
E a galera - cruel que só: “Uhahahahahahaha”
Tudo bem vai, quem nunca  teve  que parar e pensar para poder responder: “chove, em setembro chove.” Babaquisse, viu!
Mas, como disse, o Orlando não era de brincadeira, não embarcava mesmo! E no seu íntimo prometeu que ninguém jamais  esculhambaria com ele de novo por causa desse inglês.
Coitado do Orlando, né gente?
Mas não teve jeito, ele achou porque achou que o povo estava sacaneando em outra língua.
E Orlando não era de piada, era de trabalho duro.
E lá foi ele para as aulas de Inglês.  Novas palavras, novas pessoas, tudo novo!  Orlando virou bilíngue! 
Seu mundo perdeu a legenda. Ele não precisava mais de ninguém para entender as músicas que ouvia, os filmes que assistia, a comida que engolia.  
Com o inglês, Orlando saiu da caixa. Ele passou a pensar grande e longe! E  lá foi ele cursar o terceiro ano nos Estados Unidos,  e com bolsa de estudo e tudo!
De volta ao Brasil, sucesso no vestibular!
E como Orlando cresceu! 
Da faculdade para a pós no Canadá foi um pulo.
Pulo do gato, aliás, foi a cena incrível que garantiu um estágio em Londres! O diretor da universidade Inglesa havia acabado de dar uma palestra na pós do Orlando. 
Orlando, esperto que agora era, percebeu que o mestre procurava algo. Orlando não hesitou: “Can I help you?”
O professor - perdido em sua mente cheia de teorias - se limitou a pensar alto: “where is the book?”
Orlando ia soltar um “the book is on the table”, ele viu que o livro estava sobre a mesa!  Mas não! Agora Orlando tinha repertório! Além do mais ele havia prometido que jamais seria humilhado novamente por causa do inglês.
Coitado do Orlando, né gente?
Coitado nada,  Orlando arrasou! Descreveu em detalhes onde estava o livro, usou as palavras mais requintadas e se esquivou heroicamente do “the book is on the table.”
O professor - que lecionava literatura comparada - se encantou  com o texto de Orlando, quase um poema. E veio assim, desse encontro inesperado, com Orlando  rasgando seu inglês -  o convite para o estágio que, no futuro , viraria vaga efetiva.
E Orlando rodou o planeta!
Em suas andanças é bonito de se ver como Orlando nunca recorreu a um “the book is on the table” sequer!
Mas o passado bateria à porta...
Durante umas férias, Orlando esbarrou com o fantasma...
Mal soltou um “Orlandoooo!! Quanto tempo!!”,  o abençoado lascou um: “E aí Orlando, setembrochove?”
Orlando ficou enrugado, nossa, nunca vi um rosto se transformar daquele jeito, nem o Hulk - o incrível - me assustaria tanto!
É...Orlando era o tal, mas ele tinha um trauma. Não, não era do Inglês.  Na verdade não era trauma, acho que era uma trava, um enrosco mesmo  com essa maldita pergunta.
E em  meio à sua angústia, a beldade ao lado ria. Não, não estou falando do abençoado, falo da beldade mesmo, da lindona que acompanhava a cena de longe.
Gente, o Orlando surtou!
“Dessa vez não!”, ordenou aos céus, e - no mesmo timbre do He-man - liberou um: “cheeegggaaaaa.” Lá foi ele tirar satisfação com a ruiva.
Coitado do Orlando, né gente?
“Qual é o seu problema?”
A ruiva sorriu sem graça. Balançou a cabeça sem jeito. Mal sabia Orlando...
Na sua aventura pela língua portuguesa, a gringa havia acabado de pedir  um caixão em vez de uma caixa grande para suas compras...Nem preciso falar que a raça no mercado rolou de rir.
A mulher ficou tão zureta, que ria um riso trêmulo, feio até, mas ria olhando para o Orlando, que - naquele instante - não passava de um poste para ela...
Mas vai explicar tudo isso, ela só falava Inglês...
Então, com o olhar mais delicado do mundo, fitou o enfurecido Orlando e limitou-se a um: ”Excuse me.”
Pronto, bastou para Orlando baixar a guarda e cair nas graças daqueles cachos vermelhos, olhos azuis, pele rosada, hálito fresco...
Bom, já sabe que o final da história é feliz, né? Orlando casou e se multiplicou. Formou uma linda família bilíngue. Ok que está tendo um trabalho danado com o Orlando Jr.
O pequeno é terrível: “o, pai?”
Orlando, docemente: “sim, meu anjo.”
O anjo: “setembrochove?”
“Já pro quarto, moleque!”
E foi do quarto que o anjo gritou: “Eu tenho brochove e o Mussum tinha forevis, né pai?”
Com o riso entalado, Orlando: “Pra cama, Júnior!”
Bom, se tem, não tem, o que é, como é, Orlando nunca entendeu esse tal de brochove. O que ele sabe é que se não fosse o brochove ele nunca teria se envolvido com o Inglês, e - talvez  - passasse uma vida sem ter a alegria assim tão por perto.
Carmem Galbes









Que o diferente nunca fique igual, mas que todos os envolvidos em uma expatriação sejam valorizados!

Olá, Coexpat!
Quando eu nasci, os sutiãs já tinham sido queimados.
A minha mãe e o meu pai já acreditavam que fosse filho ou filha, tinha que estudar e se preparar para ser autossustentável.
Em casa, lavar louça e limpar o carro, fazer comida e tirar o lixo sempre foram vistas como atividades unissex.

Da minha parte: adorava ajudar meu pai com o carro, não conseguia evolução na cozinha - o que ocorre até hoje e sempre amei limpar e arrumar a casa, até hoje. 
Nesse momento de altos debates, e às vezes, de embate entre homem e mulher, admito: meus pais ainda são da antiga. Gente - absurdo - eles ainda acreditam que meninas e meninos são - no mínimo - biologicamente, fisiologicamente, neurologicamente diferentes. Pode? Nossa, na idade deles, que liberdade, eles podem tudo!
Para eles o humano tem de carregar um princípio básico: respeito, próprio e ao próximo. Para eles, menino e menina têm a mesma essência: raciocínio, sentimentos, emoções. Mas eles também acreditam que homens e mulheres conversam, pensam, sofrem e amam de maneiras diferentes.
Existem correntes que dizem que tudo isso é uma construção social. Defendem que meninas e meninos podem ser absolutamente iguais. Pode ser, ou não...mas acho que eu também acredito que somos de Vênus e eles de Marte, é isso, ou o contrário? Enfim, somos de planetas diferentes...me julguem, eu aguento!
Você: "ok, tudo bem, mas o que o salto tem a ver com a meia calça? O que esse assunto tem a ver com o mundo 'expatriático?"
Tudinho!
O ponto em que quero chegar é que, para uma expatriação dar certo, homem e mulher tem que embarcar juntos nessa, tirando proveito das igualdades e, principalmente, das diferenças, sejam nossas, sejam deles.
Se, na expatriação, levamos na mala a armadura, cada ponto positivo pode ser usado como arma para crítica, tensão e disputas. Aí, as habilidades de cada um, que deveriam equilibrar a relação, podem servir mesmo é para romper.
Só para exercitar, vamos supor a cena: tentativa de ida com os filhos ao parque depois do jantar.
Ela, cuidadosa: "crianças, ponham o tênis, peguem capacete e joelheira se quiserem andar de patins."
Ele, prático: "não precisa, vamos de chinelo, só pra andar um pouco por aí."

A partir daí, o que vem a seguir é só loucura:
Ela: "você não está nem aí 'pras' crianças."
Ele,: "para!"
Ela: "por que? Tá cansado, né? Só pensa no seu trabalho!"
Ele: "para, vai!"
Ela: "é só isso que você sabe dizer?"
Ele: "não! Eu quero dizer que não tem sido fácil a vida aqui e tem ficado pior com uma louca neurótica que só sabe reclamar e impor as suas vontades!"
Ela: "você não me escuta, não está nem aí pra tudo o que deixei pra trás para te acompanhar!"
Ele: "tudo bem, a gente volta, eu procuro outro emprego."
Ela: "vai a mer..!"

Ele: "vai você!"
E as crianças só queriam ficar em casa, na sala, com todo mundo junto. A pequena curtindo suas fantasias. O pequeno "quebrando" qualquer brinquedo. Mas os dois querendo ver papai e mamãe em paz, reclamando aqui, tirando sarro ali, resmungando acolá, mas juntos, cúmplices no crime de enriquecer a experiência de vida no exterior.
Você pode ter achado essa conversa machista demais. "Por que, no exemplo, papai trabalha e mamãe está em casa?"
Realidade, baby...Lembra que quando o assunto é família expatriada, de cada 10 famílias transferidas, 8 embarcaram por causa da carreira dele? Então, pelo menos quando o assunto é expatriação, o debate/embate ele x ela está ainda nos anos de 1950. 

Nesse caso, não defendo a igualdade, que aqui seria o casal tendo as mesmas oportunidades profissionais no exterior (isso seria maravilhoso, mas - na prática - cruel com os filhos). O que defendo é o mesmo nível de valorização das atividades exercidas, seja ele "botando o dinheiro dentro de casa" seja ela "deixando a casa em pé" ou vice-versa. Defendo a valorização da família expatriada como um todo, que - embora receba benefícios para deixar sua pátria - ainda embarca sozinha, rumo ao desconhecido e pode, sim, se despedaçar por falta de um olhar que admita que todos os envolvidos estão exercendo um papel fundamental para a expatriação ser um sucesso!
Se você sente-se só, sem apoio e não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br

Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!
Carmem Galbes

Acho que eu "vou não ir"...

Olá, Coexpat!
Essa é para quem está em dúvida se casa ou compra a bicicleta, se fica com um pássaro na mão, se aceita o convite de expatriação.
Água e sabão, capacete, cinto de segurança, filtro solar, mosquiteiro, vacina, camisinha...
A fala, ou o raciocínio - como preferem alguns - pode até distinguir o humano dos outros animais, mas é a capacidade de previnir que nos torna supremos nessa selva.
O porém é que, às vezes, é tanta proteção, que parece que a gente só consegue respirar tranquila sob o aval de uma grande apólice.
É seguro saúde, de vida, de casa, de carro. Tem seguro de perna, de bumbum, e um gênio já deve ter segurado o próprio cérebro.
É um tal de ligar o alarme, trancafiar os portões, soltar os cachorros.
E pega o antiácido. Renova o antivirus.
Panela? Só antiaderente!
Ai de quem esquece de tomar o anticoncepcional.
E quem não se rende ao antiruga, antiolheira, anticelulite?
E como gastamos com shampoo antiqueda, anticaspa, antifrizz.
Tá certo que o piso antiderrapante só ajuda, que corrimão é fundamental, que apartamento com criança tem que ter grade na janela, que poupança pode ser uma aliada para um bom sono.
Mas, sinceramente, quem consegue usar a tal da garantia estendida?
E esse negócio de pagar uma taxa anti-inadimplência em financiamento caso você fique desempregada? Se você acredita que pode ser despedida, não se endivide!
Seja você mesma a sua corretora de seguros, porque entre "uma-pequena-taxa-extra" e outra gasta-se tanto para afastar o risco que não sobra nada, nem energia, para aventurar-se!
Ok, acho fundamental pesquisar, ponderar, planejar.
Mas, no fim das contas, muitas vezes, o jeito é dar um upgrade na coragem e cair na vida!
No mínimo, você vai ter muita coisa pra contar!
Pode até ser um "causo" de carro batido, de alarme de incêndio...mas capítulo na sua história de vida é o que não vai faltar!
E tenha sempre em mente que nada é garantia de nada.
Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br
Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!
Carmem Galbes

Salve Jorge!

Olá, Coexpat!
O Guerreiro, a lança, o cavalo, o dragão.
A bravura!
Ah...se expatriada tivesse padroeiro...
23 de abril, dia de São Jorge.
Dia de Ogum.
Dia da coragem, decreto eu.
Se pudesse, decretaria esse também o dia da Coexpatriada.
O dia de quem, com ânimo, aceita dar um longo passo, fazer uma grande mudança em nome do sucesso de outra pessoa.
Dia de quem ousa seguir.
Dia de quem acredita na força da experiência.
Dia de quem topa errar e tentar de novo.
Dia de quem tem fé na perseverança e reconhece um acerto.
Dia de quem constata a diferença, de quem aceita a diferença, de quem luta pelo direito de ser diferente.
Dia de quem enrola a língua, mas se faz entender.
Dia de quem capricha na imaginação para compreender.
Dia de quem sente saudade, 
Que enverga, mas não quebra.
Dia de quem tem medo de avião, mas embarca.
Dia de quem tem a alma livre e solta.
Dia de quem vai e vem, mas não se esquece da essência, do que é importante, do que vale a pena.
Parabéns Coexpat!
Carmem Galbes

A melhor viagem de todas!

Olá Coexpat!
“A vida é curta demais para ser pequena”, disse o escritor inglês Benjamin Disraeli.
Mas o que é mesmo uma grande vida? Ficar rico, ter prestígio, ser bem sucedido na carreira?
Apesar de tentar não me apegar às respostas religiosas, foi na Bíblia que encontrei a minha definição.
Para mim uma grande vida é ser como os lírios do campo, e compreender por que nem só de pão vive o homem.
É confiar na promessa de que os mansos, os misericordiosos e os puros de coração herdarão o céu e é ainda perdoar setenta vezes sete.
Ter uma grande vida é conseguir não desperdiçar um dia de alegria e, ao mesmo tempo, aceitar que há tempo pra tudo sobre a terra.
Há oito anos descobri que uma grande vida é poder deixar pai e mãe rumo à uma só carne.
Há um mês percebi que uma vida realmente grandiosa tem a ver com crescer e multiplicar.
Depois de um ano intenso, recheado de experiências e mudanças, pude enxergar claramente que uma vida plena requer entregar o caminho a Deus, confiar Nele e crer que o mais Ele fará.
Cara Coexpat, obrigada pela rica companhia durante esta viagem.
Estou começando uma nova jornada, a mais desafiadora, longa - Deus queira - e prazerosa que já experimentei: a jornada da maternidade.
Então é quase certo supor que minhas aparições por aqui não serão tão rotineiras como antigamente, mas sempre que der, aterrisso, desembarco minhas impressões e sigo.
Um delicioso 2010 pra você, cheio de vistos, bagagens, embarques e desembarques!

Carmem Galbes

Um brinde à expatriação!

Olá, Coexpat!
Tem coisa muito interessante na vida mesmo. Uma delas é como, com o tempo, a gente se acostuma com as coisas ou se encaixa nos costumes.
Pode parecer bobo ou simples demais, mas quando finquei bandeira na terra do tio Sam tinha uma coisa que me incomodava muito em restaurante: o fato de ter que pedir a bebida sem ter a chance de olhar o cardápio.
Isso mesmo. Geralmente acontece assim: você chega, a (o) hostess te acompanha até à mesa já com os talheres em mãos. Você senta e aí vem o garçom: “olá, meu nome é fulano e vou “estar atendendo” (aqui essa construção gramatical é correta) vocês hoje. E de cara já solta: “o que vão beber?”
Eu não sei! Acabei de chegar! Tenho que ver! Essa era a resposta que sempre calava. No começo esse negócio de ter que pedir a bebida de supetão me irritava um pouco. É que gosto de ver o cardápio, ver o que tem, apesar de sempre pedir a mesma coisa: água sem gás ou vinho tinto.
Uma opção seria dizer ao garçom que ainda não tinha decidido. A resposta comum era: “ok, vou trazer água assim você vai pensando.” Um minuto depois lá vinha o ser: “já decidiu a bebida?”
Adotei táticas. Pensava na bebida já no caminho. Assim, a resposta saia quase antes da pergunta. Também comecei a considerar a opção de só ficar na água, já que tem garçom que traz a água sem você pedir.
Outra estratégia para evitar estresse é não pedir sugestão para quem serve. Gente, parece um narrador de corrida de cavalo. Além de você não entender nada, ainda fica na dúvida se seu bicho realmente ganhou. E de pensar que basta olhar o cardápio...
O engraçado é que dia desses percebi que havia me acostumado tanto com esse esquema, que fiquei impaciente com a demora do garçom em perguntar o que eu iria beber.
Mas o que interessa mesmo é o brinde. Seja com água ou sei lá o que. Em cristal ou de plástico. O fato é que adoro brindar, coisa de filme, sabe...
Então, um brinde à expatriação, essa coisa que vira a gente do avesso, que carrega a semente de transformar a gente em gente melhor!

Carmem Galbes
Imagem: SXC

Sobre sacolinhas, mochilas e super malas.

Olá, Coexpat! 
Tenho pensado muito em mala, talvez pelo meu eterno vai e vem...
O fato é que fazer mala virou uma atividade que exige tanta especialização que dá até medo. Eu sei, sou organizadora profissional, acabo com bagunça que até eu duvido, mas confesso - constrangida - que eu tenho medo de mala, principalmente das pequenas.
Sabe que eu procuro melhorar sempre...mas até hoje não sei se é melhor enrolar ou dobrar as roupas. Se é melhor espalhar os sapatos ou colocar nos cantos, se é melhor colocar as calças por baixo, ir recheando a mala e só depois pôr as pernas das calças por cima, também ainda não encontrei a melhor forma de levar as calcinhas.
Conheci uma menina que dizia que só levava as piores calcinhas nas viagens. A receita: ela ia usando e deixando pelo caminho. Já ouvi dizer que tem calcinha dela na Coreia do Norte. Como foi parar lá? Nem me atrevo!
Outro dia comprei uma mala de mão. Descobri que só a mala pesa quatro quilos. Sobraram 6 quilos para minhas coisas, caso ela vá comigo a bordo no avião. Eita mala mala.
O pior é que mala é como carro ou computador. Mal você compra a top de linha e já tem outra ultra mega mais fácil de levar...

É de dar inveja daquele povo que viaja o mundo com uma malinha empurrada pelo dedo indicador...
Eu desisti, assumo de peito aberto que, para mim, mala é um "ser" estranho de lidar.
Tanto que eu trabalhei em um lugar que tinha um concurso: o mala do ano. A premiação era sempre no dia da festa de confraternização da 'firrrma'. O mala, eleito pelos colegas, recebia faixa e tinha que dar volta olímpica pela empresa. Cena ridícula.
Ridículo foi um chefe que recortou um anuncio da Louis Vuitton e colou na testa: “eu sou mala, mas sou chique”, disse o eleito.

Confesso que tinha mala que era só uma sacolinha. Tinha aquele que era, na verdade, uma mochila, daquelas que parecem uma mala, mas não são, aliás, te ajudam...
Mas mala é uma coisa necessária não é mesmmm?
Então quando tenho que me relacionar com ela eu respiro fundo, me abasteço de paciência e encaro peça por peça, controlo o peso e faço o doloroso exercício da escolha: salto marrom ou mais claro? Camisa branca ou off white?
Tem situação mais desagradável? 

Claro que tem! Gente mala! Que fala e não tem rodinha, a não ser que esteja de patins...
ops...decisão mais recente da minha vida: cri-cri mode off. Afinal, somos o que somos, com ou sem mala por perto...
Então bora exercitar a leveza e a simplicidade ao arrumar a bagagem e bora agradecer à nossa malinha companheira de viagem, que carrega nossas coisas, nossos presentes, nossa saudade...  
Ah...eu juro que busquei links sobre o "melhor jeito de arrumar mala". Mas existe tanta informação na rede, que preferi deixar essa navegação pra você!
Vai viajar? Desejo um feliz relacionamento entre você e sua bagagem!!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...