Era pra você estar feliz, já que estão em outro país, com upgrade no salário, usufruindo de benefícios.
Era pra você estar animada, mas nem a possibilidade de comprar a um preço nunca-antes-visto-na-história-da-sua-vida te faz abrir a porta.
Era pra você estar bem, afinal tem a chance de fazer mil coisas que nunca teve tempo. Mas você está um caco...Pior, se sentindo horrível por se sentir assim.
Caaaalma. Você não está louca e é normal passar por isso quando se está em um ambiente desconhecido. Você vai entender mais adiante.
Era pra você estar animada, mas nem a possibilidade de comprar a um preço nunca-antes-visto-na-história-da-sua-vida te faz abrir a porta.
Era pra você estar bem, afinal tem a chance de fazer mil coisas que nunca teve tempo. Mas você está um caco...Pior, se sentindo horrível por se sentir assim.
Caaaalma. Você não está louca e é normal passar por isso quando se está em um ambiente desconhecido. Você vai entender mais adiante.
A conversa hoje é com
uma especialista em mobilidade que nos apresenta um termo novo: a psicologia da expatriação.
Heloisa Yoshida - psicóloga,
coach intercultural e sócia-diretora da Sistêmica Consultoria em RH – diz que
ninguém passa imune a uma mudança de endereço - seja pra perto ou longe, exatamente
porque mudança pressupõe que a vida já não será como antes.
Entre orientações para
quem quer viver uma linda expatriação e dicas para melhorar o processo para
quem já está longe, ela enfatiza: é preciso cuidar das mulheres expatriadas. Elas
são o alicerce de uma expatriação bem-sucedida.
Obrigada Heloisa pela
participação!
E você, aproveite!
Leve - De cada 10 expatriados em todo o mundo, 5 voltam para
casa antes do fim da missão (Pesquisa Global Mobility Effectiveness). O principal motivo: falta de adaptação pessoal e
familiar. Que choque cultural é esse que faz com que tantos adultos não
suportem mais ficar longe de casa - por
mais que esse “longe de casa” tenha data para acabar?
Heloisa: A mudança do
ambiente cultural - seja de um estado para outro ou de um país para o outro - é
considerada um dos eventos mais traumáticos na vida de uma pessoa, ao lado da
morte e da separação conjugal.
Antropologicamente falando, podemos
dizer que a expatriação é um processo complexo de mudança de cultura, que exigirá
da pessoa conhecimento das etapas do processo de ajustamento sociocultural.
É fundamental ter disponibilidade
emocional para aprender e desenvolver competências para lidar com o estranhamento que
surge quando entramos em contato com novos valores, crenças, tabus, mitos,
hábitos e costumes, ou seja, novas formas de viver, de se comunicar, de pensar
e de se comportar. Se não estivermos dispostos a aceitar que a mudança não é só
de endereço, teremos muita dificuldade em viver plenamente essa experiência.
É importante acrescentar
outras situações que contribuem para o retorno precoce dos executivos e de suas
famílias, como o casal de dupla carreira - isto é, quando os dois têm cargos de
média gerência. Também são mais suscetíveis famílias com crianças menores de 5
anos, profissionais que prestam assistência financeira e ou emocional aos pais
e parentes e casais que estão em crise conjugal.
A questão é que -
normalmente - o profissional e sua
família ainda não são informados, como deveriam, dos sintomas físicos e emocionais
resultantes do chamado estresse intercultural. Quando somos afastados do nosso
ambiente, todas as dimensões do nosso ser são mobilizadas emocionalmente e
fisicamente. Conhecer a psicologia da expatriação - ou seja - as fases, os
sentimentos e sintomas característicos do processo de mudança de endereço pode
ajudar a amenizar o choque cultural e, portanto, o retorno precoce.
A postura da empresa,
nesse sentido, é fundamental para o sucesso da transferência. Ter um programa de gestão que difunda a
necessidade de uma educação intercultural e avaliar adequadamente se o
profissional está apto para - em termos interculturais - ser transferido, ajuda
a promover o sucesso de uma mudança.
Leve- É possível dizer que uma preparação para a expatriação não se trata somente de “guiar” a família
por uma nova cultura e ajudá-la na
adaptação? A mudança que uma expatriação provoca na dinâmica familiar e na
vida do cônjuge pode ser mais dramática que o
choque cultural?
Heloisa - É verdade, porque
a transferência é do sistema familiar. A dimensão do choque cultural vivenciado
pelos membros da família será decorrência da qualidade da interação – ou
qualidade do relacionamento - entre os cônjuges e os filhos. Por isso, é
importante que o casal esteja em sintonia fina para viver junto a experiência da
expatriação.
Leve - Nesse trabalho de avaliar como somos capazes de lidar com o novo e o desconhecido, o que seria um
indicativo de que ainda não estamos
preparados para mudar de vida?
Heloisa
- A globalização da economia internacionalizou o capital, as empresas, os
profissionais, a família – enfim, as pessoas. Nesse contexto, os profissionais
deverão, desde o início da carreira, procurar desenvolver competências como:
comunicação intercultural, adaptabilidade social, habilidade de explorar outras
culturas, motivação, flexibilidade, estabilidade emocional, habilidade de
escuta, habilidade em administrar a ansiedade, habilidade de se afastar da
família, habilidade de aprender na nova cultura, habilidade de administração do
estresse intercultural, etc..
Leve - Para quem já está longe, como trabalhar a insatisfação
para - assim - salvar a missão?
Heloisa
- Uma sugestão para o executivo e sua família expatriada que estão vivenciando
o choque cultural, ou seja, experimentando determinado grau de desconforto
psicológico frente à psicodinâmica do estilo de vida em outra cultura, diria
que procurasse entender e compreender o modo de se comunicar e de se comportar
dos cidadãos desta cultura. Evitar impor seu ponto de vista cultural e passar a
se comportar como os cidadãos desta cultura, que não violentem os seus valores
culturais, sabendo que a sua permanência neste contexto é temporária e que o
mal estar intercultural vai diminuir de acordo com a sua capacidade de relativizar
e de flexibilizar.
Vale, também,
procurar consumir cultura, fazer atividades esportivas de modo a diminuir os
sintomas do estresse intercultural, além de manter contato com os parentes e
amigos deixados na cultura de origem.
Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Heloisa - O apoio e
suporte para a mulher do executivo expatriado é um fator vital para o sucesso
da missão em outro contexto
intercultural, seja no Brasil ou no
exterior. É a mulher que fica cara a cara com a cultura. É ela que vai lidar
diretamente com as diferenças culturais, nas interações com os vizinhos, com a
escola, com a rede de saúde, empregados, compras etc. Desse modo, prepará-la
com antecedência para lidar objetivamente com a realidade do novo contexto terá
reflexos sistêmicos no desempenho do executivo expatriado, na empresa e no
sucesso da expatriação.
Esse é o seu caso? Está a frente dessa expatriação? Deixou os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não está feliz com a sua mudança? Vamos conversar que eu sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes
Esse é o seu caso? Está a frente dessa expatriação? Deixou os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não está feliz com a sua mudança? Vamos conversar que eu sei como te ajudar!
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Carmem Galbes