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Expatriação e a violência patrimonial contra a esposa expatriada.

Olá, Coexpat!
Eu sei que já me propus a falar sobre mulheres e homens aqui no blog, mas hoje vou me referir especialmente à elas, já que a situação a ser tratada é muito mais comum no universo feminino no que se refere à expatriação.
Parte das mulheres que aceita apoiar a transferência do parceiro acaba empobrecendo!
Elas empobrecem porque:



  • Deixam o próprio emprego e, por consequência, o próprio salário.
  • Abrem mão da própria carreira (porque o visto não permite o trabalho, o diploma não pode ser validado no exterior, alguém tem que cuidar dos filhos...)
  • Não participam da administração das finanças da casa.
  • Não têm acesso às informações financeiras do parceiro no exterior.
  • Não sabem como o patrimônio da família está sendo investido, etc etc e etc

Isso é quase uma traição (se é que existe quase traição) porque o cargo, o salário, os benefícios do profissional transferido e a promessa de uma melhora no nível econômico da família estão entre os argumentos mais fortes para convencer a parceira a embarcar na coexpatriação (para entender o que isso significa, clique aqui.) Mas depois do embarque, o que acaba acontecendo é que o assunto finanças vira tabu e a "esposa" acaba assumindo a função de dependente ao pé da letra e não apenas aos olhos do fisco:


  • infantiliza-se ao ter que prestar conta de todos os gastos, 
  • submete-se ao pedir permissão para consumir, 
  • sujeita-se ao receber uma mesada.

Há ainda quem escolha a via criminosa - alimentando um caixa dois para ter acesso aos bens que tinha antes da expatriação...(sarcasmo mode on).
Não tem jeito: expatriação =  dores + delícias de todos os envolvidos! Se essa conta não fecha...a expatriação capenga!
Já abordei aqui no blog algumas vezes a importância de se tratar - com seriedade e em família - das finanças, especialmente em uma expatriação.
Hoje vou por uma seara mais dramática: violência patrimonial, prevista na lei Maria da Penha.
Sim, porque se não dá para acabar com o empobrecimento da coexpat com conversa e orientação, tem que acabar com a mão da lei!
Mariana Regis, advogada especialista em direito das famílias, fundadora da Rede Nacional de Advogadas Familistas Feministas explica que "violência patrimonial é qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos da mulher."
A advogada pontua ainda outras formas de violência patrimonial:
  • Recusar-se a reconhecer que o trabalho doméstico e de cuidado dos filhos possui valor financeiro atribuível, e que a mulher que se dedicou exclusivamente a estes contribuiu efetivamente para a construção do patrimônio comum, com a sua força de trabalho e tempo.
  • Desqualificar a contribuição da mulher na construção do patrimônio do casal e sustento dos filhos, desconsiderando a dupla ou tripla jornada da mulher em sua rotina de trabalho.
  • Registrar todos os bens do casal exclusivamente em nome do homem; possibilitando-o, em casos de união estável, desfazer-se rapidamente deles sem a autorização da companheira.
  • Aquisição e registro de bens em nome da mãe ou outros familiares, para manipular a legislação e assim garantir que todos os bens construídos na constância da união sejam de exclusiva propriedade do homem.
  • Usar procuração conferida em confiança pela mulher para realizar transações financeiras que a prejudicam...e por aí vai.
Quem pratica a violência patrimonial está sujeito à pena de 3 meses a 3 anos de prisão.
Segundo o advogado Mário Luiz Delgado, "além das conseqüências penais, a lei também prevê medidas protetivas ao patrimônio da mulher, tanto no tocante à proteção da meação dos bens da sociedade conjugal como dos bens particulares, e que poderão ser adotadas em caráter liminar pelo juiz, tais como: restituição de bens indevidamente subtraídos; proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais."

Esse não é um assunto fácil de ser tratado. Não é algo bom de ser reconhecido. Dói, principalmente em uma cultura em que amor e finanças são vistos como assuntos divergentes.
Mas como não abordar o tema? Melhor: como não orientar, apoiar e proteger o casal contra uma situação que pode vir à tona exatamente durante a expatriação, em que a família se vê pela primeira vez em uma situação em que o rendimento vem apenas de uma fonte?
Ah...essa prosa não é para você? Você não vive esse drama?
Nossa...sem chance...agora que você sabe mais sobre isso, não tem como não passar a informação pra frente, não ajudar outra coexpat a reconhecer a própria importância e o valor do trabalho de quem tem forte contribuição para o sucesso de uma transferência profissional.
Identificar que a brasileira que mora ao lado pode sim estar sendo vítima de violência patrimonial pode salvar um relacionamento, uma expatriação, uma vida.
Claro que ninguém quer que isso termine de forma dramática, na justiça. O ideal é que o casal que vive em uma situação de violência patrimonial tenha orientação e suporte para conseguir acertar as contas e seguir feliz.

Para saber mais:
Lei Maria da Penha - clique aqui
Sobre Violência Patrimonial - clique aqui

Carmem Galbes

Expatriação, suporte à carreira de outra pessoa e o tempo das coisas...

Olá, Coexpat!

Há tempo pra tudo...principalmente quando o assunto é expatriação, especialmente quando o assunto é apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar.
Há tempo de empacotar e de desembalar.
Há tempo de bagunçar e de organizar.
Há tempo de criticar e de se adaptar.
Há tempo de se assustar e de se maravilhar.
Há tempo de sentir saudade e tempo de não querer ir embora.
Há tempo de explorar o mundo e de olhar pra dentro.
Há tempo de se dedicar aos outros e tempo de investir em si.
Em que tempo você está?
Já deu tempo de se investigar nessa vida longe do ninho, de encontrar algo que encha seu dia e sua alma de alegria nesse endereço tão distante? 
Isso pode levar tempo também!
Mas isso não é motivo para menosprezar a busca pelo que te faz bem e pelo que deixa o mundo melhor!
Eu sigo aqui investindo em um novo projeto!!

Me fala de você!

Carmem Galbes

Leve: novos serviços, mais apoio!


Olá, Coexpat!
Apoiar o desenvolvimento da carreira do meu marido em outras cidades do Brasil e do exterior resultou em mais que mudanças de endereço e de pontos de vista. Trouxe - e ainda traz - uma violenta expansão de consciência. Violenta porque vem como um tsunami, arrastando todos os conceitos e modelos de vida. Expansão da consciência porque não reestruturou só  aspectos da minha vida familiar, profissional, afetiva - remodelou a minha espiritualidade, a minha relação mais profunda com meu Eu superior.
O fato é que estou muito bem, obrigada e expandida! Grande! Tão grande que restringir os serviços da Leve e o conteúdo do blog às esposas expatriadas vinha me incomodando e muito!
O que eu poderia fazer então?
Incluir!
Por isso a partir de agora a Leve também oferece suporte ao "marido expatriado"
A proposta continua sendo a mesma, ajudar o cônjuge do profissional transferido a também ter uma experiência enriquecedora em outra cidade, outro país. Porque expatriação pode ser de um profissional, mas o impacto da mudança é sobre a família toda.
Nós ajudamos o parceiro ou a parceira a ter uma realização só dele ou dela com o uso de ferramentas de autoconhecimento e de organização de coisas, rotinas, sentimentos, pensamentos, metas e objetivos.
Nesse sentido, o grupo Coexpatriadas - até então exclusivo para esposas expatriadas -  perdeu o a no final para ganhar um @ e ser unissex. A comunidade no Facebook continua com a proposta de informar, apoiar e inspirar as "esposas" e agora também os "maridos" expatriados. 
Outra novidade, a Leve passa a olhar também para o casal expatriado.
O Suporte ao Casal Expatriado é um serviço feito especialmente para melhorar a comunicação e incrementar a parceria e a cumplicidade do casal transferido, características fundamentais para a saúde do casamento e o bem estar da família em um vida “longe de tudo”. 
As empresas também estão recebendo especial atenção nessa nova fase da Leve.
Sabemos que transferir um profissional - especialmente para o exterior - exige cuidado, atenção e muito trabalho. É tanta burocracia, são tantas providências, que nem sempre os profissionais envolvidos com a mobilidade conseguem dar a devida atenção a quem acompanha o profissional transferido.
Segundo pesquisa Mobility Brasil 2018, feita pela consultoria Global Line, com o apoio da Worldwide ERC, FIA e ABRH-SP , "observamos que na maioria das empresas pesquisadas (73%) a satisfação dos transferidos em relação ao apoio recebido em sua expatriação é baixa, havendo clara necessidade de melhorias."
O Leve nas Empresas oferece os seguintes serviços:
  • Workshop para profissionais de Global Mobility: “Melhores práticas para lidar com o ‘cônjuge expatriado’ e transformá-lo em um parceiro no processo de mudança.”
  • Palestra de ambientação a um novo modelo de vida para grupos de cônjuges.
  • Produção de conteúdo para veículos internos.
Para saber mais sobre cada serviço, é só clicar nas palavras em negrito no texto.
  • Visite a página da Leve: www.leveorganizacao.com.br
  • Continue com a gente aqui no blog!
  • Instagem: @levepelomundo
  • Facebook: https://www.facebook.com/levepelomundo/?ref=bookmarks
Carmem Galbes

Expatriação, quando a dependência do casal não é uma questão financeira.

Hoje eu tô polemicona!
Por isso o tema (in)dependência financeira, o dito cujo que arranca lágrimas de mágoa e raiva até dos casais expatriados mais descolados, apaixonados e maduros, principalmente nessa época de visita de família, de compras de natal...
Que tal a gente começar com calma, pelo começo, pelo significado das palavras?
Na definição do Michaelis independência é:

  • Estado, condição ou característica daquele que goza de autonomia ou de liberdade completa em relação a alguém ou algo.
  • Caráter ou qualidade de alguém ou daquilo que não se deixa influenciar ao fazer julgamento; isenção, imparcialidade.
  • Caráter ou qualidade de alguém ou daquilo que rejeita conceitos, ideias, regras predeterminados; autonomia.
  • Caráter ou qualidade de quem rejeita qualquer tipo de submissão.
  • Caráter de um estado que não se acha submetido à soberania política de uma outra nação; autonomia política.
  • Condição financeira favorável de alguém ou de uma instituição, sem que precise depender de outrem; independência financeira suficiente.
Dito isso, pergunto: 
  • Quem na face dessa terra é independente?
  • Quem goza de autonomia ou de liberdade completa em relação a alguém ou algo?
  • Quem não  se deixa influenciar?
  • Quem rejeita conceitos, ideias, regras?
  • Quem rejeita qualquer tipo de submissão?
  • No mundo globalizado, abarrotado de títulos financeiros, existe mesmo separação entre política e economia? Sendo assim, existe mesmo soberania política?
  • Quem, senhor, quem tem independência financeira, quem não precisa do dinheiro do outro?
Me explico:
Vamos pensar na independência financeira, o tipo de independência que as pessoas mais valorizam. Imagine uma rede financeira começando por você, que se sente toda desgostosa da vida porque aceitou apoiar a expatriação do seu marido - deixando o próprio emprego de lado - e agora diz sofrer por estar dependendo financeiramente dele.
Você depende financeiramente da renda do seu marido → ele depende financeiramente do empregador dele → o empregador depende financeiramente dos clientes → os clientes dependem financeiramente de quem paga os salários → quem paga os salários depende financeiramente de quem recebe os salários...
É um ciclo! Interdependência financeira! 
Só consegue ter independência financeira quem não participa desse ciclo. Quem não precisa de dinherio para comer, beber, vestir-se e proteger-se.
Vez ou outra ouvimos histórias de gente que conquistou - ou pelo menos tentou conqusitar - a independência financeira de fato.
Caso de Thoreau, que em 1845, aos 28 anos, mudou-se para uma cabana no bosque e demonstrou minuciosamente que poderia tirar tudo o que precisava da natureza. Por dois anos ele viveu à parte do sistema financeiro, dependente (o que todos somos) direto - sem atravessadores - da natureza. 
Mas o ponto que eu quero chegar nem é como podemos nos libertar do uso da moeda ou de quem sustenta quem. 
Eu quero é conversar sobre essa ideia de hierarquia nas relações de dependência.
Esse negócio de a dependência financeira provocar/fomentar/facilitar outros tipos de dependência: de opinião, de decisão, de crença, de humor...
Entende onde quero chegar?
"Eu pago as contas então quem manda aqui sou eu." Essa frase é filha daquela que ouvimos desde a primeira birra/revolta: "quando você tiver o seu próprio dinheiro, você pode fazer o que quiser."
Posso mesmo?
Que tipo de sociedade é essa que diz que com dinheiro a gente pode tudo?
A gente aprende lá bem pequeno que dinheiro é o pai e a mãe de toda a liberdade e submissão.
Então, como não aceitar o fato de que quem tem mais dinheiro, quem recebe o salário é sim mais importante, melhor, superior e pode fazer e desfazer de quem e do que bem entender?
Bom, na minha humilde opinião, não pode e não consegue.
Porque a nossa dependência real - a dependência de que nenhum humano consegue se livrar - é de amor, de afeto, de olhar. Só acreditamos que existimos porque o outro diz que nos vê! E isso não está à venda. Amor autêntico, afeto de verdade, olhar genuíno não podem ser comprados.
Aaaa. você tá decepcionada porque diz que estou chovendo no molhado e esperava um outro desfecho.
Sim, estou chovendo no molhado e não, não há outro desfecho.
Desempenhamos diferentes e simultâneos papéis nessa vida e a dependência está presente em todos eles!
Durante uma expatriação, as relações de dependência ficam ainda mais escancaradas e a limitação do poder do dinheiro ainda mais evidente, tanto que chega uma hora que os pacotes de benefícios podem ficar ainda mais valiosos mas seu efeito não cresce na mesma proporção, porque não conseguem contemplar algo que pode fazer a diferença para o sucesso ou fracasso de uma expatriação: a dependência de apoio e a valorização - na mesma medida - desse apoio! 
"Eu apoio e valorizo a decisão de você trabalhar em outro pais ⇿ Eu apoio e valorizo a decisão de você mudar a sua vida para me apoiar."
Aceitar que a importância desses papéis sejam qualificados por montantes financeiros e origem da renda é pequeno demais para um processo tão complexo que é uma transferência profissional - que considero uma mudança de mundo, não apenas de país ou de cidade.
Penso que são muitos os processos que levam alguém a sentir-se inferior porque não é a fonte da renda, mesmo que esteja à frente de vários outros importantes papéis.
Você pode argumentar  que a relação direta de poder e dinheiro está no DNA do ser humano e que se você não reconhecer que o outro é sim mais importante porque é o "dono" da renda, você ficará desamparada, você passará fome. 
Well...
Tudo bem! Independência de opinião!
Resta saber, você tem fome de que?
Mas aí é muito assunto pra pouco espaço...
Carmem Galbes

A Teoria das Necessidades e as necessidades da esposa expatriada.

Quais são as necessidades da "esposa expatriada"?
O que falta na vida de quem está em uma realidade de renda familiar alta e com acesso aos benefícios do pacote de expatriação?
Alguns poderiam responder: não falta nada! 
Então por que tanta insatisfação, tanta dor de quem está nesse papel?
Flertei com a Pirâmide de Maslow para tentar desvendar esse enigma.
Criada pelo psicólogo norte americano Abraham H. Maslow, na metade do século passado, essa teoria atribui uma hierarquia ao que a gente precisa. Pelo esquema, nós só subimos na pirâmide conforme satisfazemos as necessidades de cada nível. Então, não adianta nada querer falar sobre autoestima para uma pessoa que passa fome. Primeiro ela tem que comer bem, dormir bem, para poder pensar em deixar uma situação de violência, por exemplo.

Fitando a pirâmide, quase acredito que a "esposa expatriada" já poderia estar bem lá no alto na satisfação de suas necessidades.
Mas sabe o que eu acho mesmo? Que essa mulher que está longe de casa para apoiar o sucesso do profissional transferido simplesmente toca o terror nessa pirâmide e bota tudo abaixo!
Começando pela base:

  • Necessidades Fisiológicas: comer, matar a sede, dormir e fazer sexo.

* Essa mulher está comendo bem? Sim a família tem dinheiro para comida, mas ela aceita a culinária do lugar onde está vivendo. Seu organismo recebe bem os condimentos, os ingredientes ou isso tem arrebentado com o estômago e o fígado dela
* Essa mulher está dormindo bem? Ou seu cansaço por ter que lidar com a casa e a rotina sem a rede de apoio a que estava acostumada tem lhe roubado horas de descanso? Será que seu sentimento por ter deixado carreira, renda, posição social tem mexido com a qualidade do sono?
* Será que essa mulher tem tido relações sexuais na quantidade e qualidade que precisa? Será que o casal está bem ou a mudança de vida na rotina da mulher e do homem tem mexido com a disposição dos dois?


  • Necessidades de Segurança: Liberdade, ausência de guerras, proteção contra violência, qualidade do meio ambiente.

* Será que essa mulher está vivendo em um local em que se sente segura ou tem que sair de casa em
carro blindado, apenas para uma determinada região, em determinado horário porque pode ser roubada, sequestrada, estuprada
* Será que ela está em um local em que os atos terroristas estão comuns
* Será que ela tem que viver em um determinado endereço, fechada em um condomínio por estar em uma zona de conflito, de guerra
* Será que ela se sente livre ou não pode usar a roupa que quer, não pode dirigir, não pode falar como gostaria por ser mulher, pela tradição local não permitir? 
* Será que essa mulher está sempre insegura porque mudou-se para uma área onde os terremotos são comuns? Onde há furacões? Ou é uma usina nuclear que atormenta a sua vida?

  • Necessidades Sociais: família, amigos, grupos sociais, comunidade.

*Onde estão os pais, os irmãos, tios, primos, amigos dessa mulher? Estão longe? Como ela lida com essa distância
* Ela conseguiu estabelecer uma rede de amizades com pessoas que ela realmente se identifica
*Como é o dia dessa mulher? Com quem ela conversa? Ela tem interação real, cara a cara com alguém? Ela sai de casa
*Ela consegue entender o que falam e se fazer entender no idioma local
*Ela consegue ter um diálogo adulto
*Ela consegue traduzir os códigos culturais
*Ela tem vizinhos? Conversa com eles

  • Necessidade de Estima: aprovação da família, aprovação dos amigos, reconhecimento das comunidades.

* Como a família encara a mudança? Aprova ou a expatriação é motivo de briga, de manipulação emocional, de distanciamento das relações
* Será que as decisões que tomou em nome da mudança são reconhecidas e o papel dela na expatriação é valorizado pela própria família?
* Será que os amigos entendem a decisão dela de mudar a própria vida em nome do desenvolvimento de outra pessoa, ou ela é julgada por ter tomado essa decisão
* Será que ela desenvolve alguma atividade que ela mesma atribui valor e que é valorizada
* Será que essa mulher pode trabalhar ou seu visto não permite, o diploma não pode ser validado?

  • Necessidade de autorealização: educação, religião, passatempos, crescimentos pessoal.

Dependendo da situação dos outros níveis, como imaginar que uma mulher que tem suas necessidades não atendidas sistematicamente pode ter ânimo, ímpeto para buscar um crescimento pessoal, para ter fé em algo, para relaxar, se divertir e aproveitar para também se desenvolver com a expatriação?

Nossa, desenhando parece que fica tudo mais claro, né?
Não adianta exigir uma postura madura, de apoio ao processo de expatriação, quando necessidades tão básicas estão sendo sistematicamente negligenciadas.
Ok, Carmem, mas quem tem que olhar para isso?
Todos, todos os envolvidos em uma transferência e vou além, todos que são próximos da família transferida. 
É preciso identificar e entender os desafios de um processo de expatriação para que a família tenha chance de perceber como ela pode se preparar para eles. Isso é papel da própria família e de quem está trabalhando para transferí-la. 
É preciso que as pessoas próximas tenham um olhar atento para apoiar essa família e fortalecer a mulher. Pode ser pai, mãe, amigo, faxineira, professora do filho, profissional de Global Mobility, esposa expatriada do colega de trabalho expatriado...não importa, expatriação é para ser feita em rede!
Cônjuge apoiado, apóia!
Cônjuge olhado, olha!
Cônjuge reconhecido, reconhece!
Cônjuge abraçado, abraça!
Cônjuge feliz, família bem, expatriação também!

Carmem Galbes

Expatriação: quando todo dia pode ser incrível!

Olá, Coexpat

12 de outubro: feriado aqui no Brasil!!
Isso me leva à uma reflexão: hoje feriado pra mim é legal porque a família fica reunida! Ponto!
Mas quantas vezes o feriado foi FAN TÁS TI CO? Não pelo que ele me proporcionava, mas pelas coisas das quais ele me afastava! Coisas que eu simplesmente detestava fazer mas não me desapegava...Por que? Salário, reconhecimento alheio, medo, preguiça, desconhecimento...
Quantas vezes passei a semana à espera do sábado e do domingo - domingo que ficava deprimente já no fim da tarde...
Quantas vezes passava o mês esperando o feriadão ou o ano não vendo a hora de o período de férias chegar? 


Quantas vezes fiquei doente de verdade - gripada, com garganta infeccionada? De pensar que o tratamento que precisava mesmo era de uma folga, de um tempo. O que eu precisava de verdade era fazer o que eu realmente gostava, o que fizesse sentido para mim.
Foi fácil descobrir?
Não! 
Foi preciso uma coexpatriação, melhor - várias - foi preciso largar crachá, terninhos...foi preciso descer do salto para perceber o que me faz bem.
Foi fácil abraçar isso?
Não! Todo dia preciso descartar um monte de lixo para seguir em frente.
O que me ajudou e ajuda ainda hoje? Autoconhecimento, método, prática, paciência e essa perguntinha:
O que você faria até de graça? 
Aí vem aquela pulguinha: fazer o que ama? Ser feliz? Como? E a fome, a miséria, as desgraças do planeta?
Então tá, deixa eu adocicar a pergunta: como a sua paixão pode ajudar a salvar o mundo? 

O que falta você fazer o que ama e amar o que você faz
Não sabe por onde começar para conseguir essas respostas? 
O coaching pode ser o caminho.
Não sabe o que é coaching? 
Coaching é um processo com início, meio e fim, que te leva de uma situação A (não desejada) para uma situação B (desejada). O coach, que é o profissional que conduz o processo, adota uma metodologia para isso.  
É assim que funciona! Você quer mudar, às vezes  nem sabe o que, não sabe como, mas quer fazer diferente, quer ser diferente e busca a parceira com um coach para te ajudar nisso.
Mas e quando a pessoa tinha a vida que queria e não tem mais? Quando tinha a casa que amava, as amigas por perto, a rede de apoio funcionando, uma carreira que trazia independência financeira e reconhecimento social? Pior, e quando ela perde isso e sabe que não voltará a ter, pelo menos igual ao que tinha antes de embarcar nessa vida "longe de casa", em um outro estado, em um outro país?
Para a mulher que coloca os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em outro lugar, ter força para reconhecer no coaching uma fonte de apoio nem sempre é algo simples.
Quase ouço pensamentos agora: "Para que fazer coaching se 'virei' dona de casa? Como vou pensar em um objetivo se não tenho ânimo para planejar um jantar? De onde vou tirar dinheiro para bancar isso?"
Aí que está a importância de um processo especialmente desenhado para a esposa expatriada.
Nesse caso, o coaching é conduzido como um grande processo de organização externa e interna. É preciso que a esposa expatriada - que eu, carinhosamente chamo de coexpatriada - aterrisse de forma suave nesse novo ambiente. E, se por acaso despencou, é preciso que ela junte as peças e organize-se.
O endereço mudou. A alimentação mudou. Os horários mudaram. A rotina mudou. As demandas da família mudaram. A mulher mudou.
É preciso um passo a passo É preciso abrir e organizar - também - todas essas caixas: a agenda da mulher tem que voltar a existir, a rotina tem que ser restabelecida, os recursos internos, os talentos têm que ser novamente identificados, as ideias tem que ser limpas, o ânimo restaurado e um objetivo tem que ser declarado! Não importa o que, não importa o tamanho, pode ser qualquer coisa, desde que seja único e exclusivo da mulher! 
Tudo isso para que a coexpatriada tenha, também, a oportunidade de ter uma realização pesssoal, só dela, nessa transferência, apesar de ela ter sido motivada pela carreira de outra pessoa.
Para mim, coaching para quem acompanha o profissional transferido já deveria estar no pacote de benefícios faz tempo! Já deveria ser um acordo do casal quando a conversa sobre a transferência começa.
Esse suporte tem que chegar rápido, o quanto antes, se possível, antes do embarque, antes de a mulher entristecer, antes de a mulher perder a fé em si mesma, antes de a mulher adoecer, antes de uma família desmoronar!
Poderia argumentar que isso é fundamental porque expatriação mexe com gente, mexe com vidas, e todos merecem viver em sua melhor versão.
Mas, talvez, os números falem mais alto. A pesquisa Mobility Brasil indica que expatriação é algo caro e de alto risco de fracasso. Dos motivos para esse fracasso, a situação de quem acompanha o profissional transferido é o que tem o maior peso.
Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer!

Carmem Galbes

De verdade, qual é a verdade que você acredita?


"E a verdade vos libertará."
E que verdade é essa que vai me libertar?
Fui pensando nisso enquanto pendurava a roupa, ainda de olho na unha do meu indicador, pintada ontem de vermelho - uma raridade - e que tinha acabado de ganhar uma lasquinha depois de esfregar a camiseta de futsal do meu moleque. Cadê as luvas de borracha?!
Era um olho na unha, outro no varal e outro no relógio. Três olhos? Quatro! Porque ainda estava de olho na tomada onde o bob quente estava plugado - conhece? Uma maravilha, deixa o cabelo pronto para qualquer evento!
E a verdade?
A verdade é que transitar sem se arrebentar entre expectativa x realidade exige muita maturidade, principalmente quando deixamos os nossos planos em segundo plano para apoiar o parceiro que foi transferido para outra cidade, outro país.
Decidimos sempre a partir da expectativa - que teremos uma nova vida mais tranquila, saudável, de descanso, sem stress... mas é na realidade, no dia a dia, que vivemos.
No dia a dia de fartura - sim,  de alegria - sim, mas também de falta de inspiração, de falta de paciência, de incidentes, de acidentes, de desencontros, de desânimo, de perda de referências e da própria identidade.
Talvez muitos projetos fiquem pela metade, talvez muitos sonhos nem saiam da fantasia porque nos pautamos pela expectativa de que o processo de realização pessoal é linear, num ascendente lindo, liso, em velocidade constante. 
Vivemos com a expectativa de - como num passe de mágica - dar conta de todos os papéis: mulher, mãe, esposa, filha, amiga, profissional. Mas na realidade somos uma só e esses papéis não se separam. 
Tomamos decisões sobre a carreira, por exemplo, a partir de uma expectativa com relação ao casamento ou a maternidade. Isso dá mesmo certo? Ou o caminho seria decidir a partir do que realmente somos, como realmente vivemos? O caminho seria decidir a partir do que a realidade vai nos mostrando?
Quantas vezes na prática a teoria é outra?
Por isso a importância da atenção constante com relação à nós mesmas, às nossas necessidades, aos nossos limites.
Ok, mas qual é a tal da verdade?
A verdade, a minha verdade, é que não há vida em vão, não há presença nesse mundo que não tenha um motivo de estar aqui. Minha verdade é que cada ser é único, é uma raridade e onde há raridade não há receita.
A verdade que me deixa livre é que o que cabe em você pode não servir em mim. O que te realiza pode não me satisfazer. E tudo bem! Posso seguir me amando e te amando!
Isso liberta porque faz com que eu volte o olhar para mim e deixe a sua grama em paz. Isso liberta porque me libera da necessidade de perseguir objetivos que não são desejados genuinamente por mim. 
E você, qual é a sua verdade?

Carmem Galbes

A expatriação, o cocô e a arte de ficar bem em qualquer lugar.

Olá, Coexpat!
Spoiler: palavrões no caminho, licença poética em nome da clareza da minha tese. Perdão às mais sensíveis, não é um recurso que goste, jamais havia usado em texto, mas senti ser necessário. Vamos lá!
Como se preparar para uma expatriação? 
Eu dei um google. 174.000 resultados. Resumindo: qualifique-se, viaje, estude inglês, aprenda o idioma do país para onde a família poderia ser transferida, matricule as crianças em escola internacional, faça cursos no exterior, seja adaptável, estude a cultura do país dos sonhos e mapeie as diferenças e por aí vai.
Isso é importante? Sem dúvida, mas não vai fazer a menor diferença se a pessoa não investir na conquista e manutenção da primeira característica de quem se propõe a "sair do ninho": a autonomia.
Eu poderia trazer a etimologia da palavra, apontar o significado no dicionário, destrinchá-la pelo olhar da filosofia, da psicologia ou da mecânica. Não vou te aborrecer com isso. Mas vou, sim, recorrer à linguagem dos youtubers  - que as crianças amam e os pais desdenham - para simplificar o discurso e, assim,  não deixar dúvidas sobre o que quero dizer.
Autonomia = a capacidade de limpar a própria bunda!
Ok, sei que você estranhou, até eu estranhei em "falar" assim, calma...essa frase chula é pra lá de didática!
Quando a criança aprende a limpar o bumbum, um mundo se abre. Um grande e importantíssimo passo é dado rumo à autonomia. O cocô deixa de ser um evento público. Agora é totalmente privado. A criança não precisa mais avisar que vai ao banheiro, não precisa mais gritar que já acabou. Já não tem mais seu produto inspecionado, comentado, criticado. Também não precisa mais prestar contas sobre já ter feito ou não o número dois naquele dia. Ela sente vontade, vai, faz, se limpa e dá a descarga. Tudo porque ela aprendeu a lidar com a própria higiene! E assim  -  no mundo ideal - ela segue agindo a partir de suas necessidades e cuidando dela mesma: passa a comer sozinha, a arrumar a própria bagunça, a tomar banho sem ajuda, a fazer o próprio prato, a arrumar a própria cama, a limpar o próprio quarto...e vai crescendo...e aprende a cozinhar o que quer comer, a cuidar da própria roupa, a cuidar da própria saúde, a reconhecer os próprios objetivos, os próprios limites, aprende a buscar o próprio sustento...e vai crescendo...
Aí, quando surge uma oportunidade de mudança - não importa se através da carreira de outra pessoa - ela vai e se adapta!
Sabe por que? Porque ela sabe se limpar sozinha. 
Ela sabe que pode dar a maior merda do mundo, que ela vai saber lidar com isso. 
Se ainda não sabe falar o idioma, ela vai se virar com algum app de tradução. Se não conhece ninguém, ela vai se meter em um grupo de rede social até acessar a própria tribo. Se o local não tem transporte público, ela vai dirigir um carro, uma bike, vai a pé, de Uber...Se ela não tem empregada doméstica, ela vai pesquisar um jeito de simplificar a rotina e fazer a casa funcionar a favor dela, porque ela não passou a ser dona de casa com a expatriação do marido, ela sempre foi a dona da casa e domina todos os seus processos. Se não tem mais o próprio salário, ela não vai se sentir diminuida, porque a família esclareceu como vai lidar com as finanças, além disso, ela sabe quanto a família ganha, quanto gasta, o preço e o valor das coisas. Se deixou o modo de vida que ela amava, ela vai buscar outro tão apaixonante quanto. Se está com tempo de sobra, ela vai estudar, aprender algo, vai se reinventar. Porque ela é autônoma, ela é senhora dos próprios desejos, necessidades e valores, ela tem a capacidade de identificar o que fazer e energia para aprender como fazer. 
A gente sabe que as cagadas da vida são diferentes, né?
Nem sempre a gente sabe lidar com elas logo de cara, mas se a gente aprendeu o básico, vai tentando. Pode ser que, no começo, a coisa não fique assim tão limpinha, mas com o tempo, a gente pega o jeito e tudo volta ao normal.
Juro que não pensava avançar tanto na escatologia assim, mas, às vezes, sinto que só exemplos mais concretos, mais palpáveis, mais fedidos para provocar a ação.
Acha que é tarde demais para aprender a lidar com você mesma nessa expatriação? Nunca é tarde pra nada! 
Carmem Galbes

Imagem: Projetado pelo Freepik

Esposa expatriada, a angústia do trapezista e a rede de proteção.

Angústia do trapezista. Já ouviu falar? 
É aquele momento em que o trapezista, lá no alto, voando, deixa um trapézio para pegar o outro. Nesse espaço de tempo tudo pode acontecer. Ele pode não ter força, não ter velocidade, perder o timing para pegar o outro trapézio. Ele pode cair, pode se machucar, a apresentação pode ser um fiasco...
Mas o trapezista, apesar da angústia, tem fé. 
Confia no seu conhecimento, confia na sua técnica, confia no seu tempo de treino e confia na mágica que faz tudo acontecer como o esperado: depois de uma linda acrobacia, agarrar o outro trapézio e voltar seguro para a plataforma.
Mas sabe o que eu acho? Que o trapezista confia mesmo é na rede de proteção! Ele confia que, em último caso, se necessário, ela estará lá para segurá-lo, para evitar que ele se arrebente. De alguma forma, ele sabe que, se o número der errado, não vai morrer se cair, não importa o tamanho da queda, porque a rede de proteção é forte, é bem cuidada e é de altíssima qualidade.
Para mim, tudo isso ilustra bem uma fase muito complicada da "esposa expatriada", quando ela decide deixar seus próprios projetos em segundo plano para apoiar a carreira do parceiro em um outro lugar. Ela deixa um trapézio para pegar o outro...e fica lá...voando e fazendo acrobacias até conseguir se agarrar em algo palpável de novo...
Se há autoconhecimento, técnica e treino envolvidos, a tendência é que tudo dê certo, que a transferência seja um sucesso e enriquecedora para o profissional e para quem o acompanha. Mas, como uma expatriação tem muitas variáveis e nem sempre é tratado com o cuidado que exige, tudo pode acontecer...alguém pode - sim - cair.
Por isso, nesse caso, a rede de proteção também é a estrela da história. Todo mundo quer que ela não seja usada. Mas se for acionada, ela tem que estar lá, pronta para salvar vidas.
E do que seria feita a rede de proteção de quem acompanha um profissional expatriado? De gente! De gente com sentidos apurados: com olhos para ver, ouvidos para ouvir e boca para disseminar apoio! De gente que pode ser de casa, da vizinhança, da escola das crianças, de um curso, de uma associação e, também, da empresa que mandou a família para longe, da equipe de mobilidade, dos colegas do expatriado e da liderança.
Por falar em quem lidera expatriados, ser uma liderança global é mais do que saber negociar em diferentes idiomas e transitar por diferentes culturas. É ser especialista em ser humano! É ter sensibilidade para entender que a empresa é feita de pessoas e que foram pessoas que foram transferidas, não caixas, não objetos...

Percebo ainda um desdém - ou seria um prazer doentio em menosprezar? - de algumas lideranças com relação às necessidades de quem acaba de chegar de outra cultura e traz na bagagem as angústias de quem veio junto com ele. Por que isso? Sócrates, Tesla, Yung, Pessoa, Clarice Lispector, Chomsky, Bauman, Rubem Alves, Papai Noel, Papai do Céu me ajudem, por favor, a entender como uma liderança pode atentar contra a produtividade de um colaborador? Colaborador cuja rede de proteção sabe que é? Uia...é a família que o acompanha! 
Carmem Galbes

Esposa expatriada, não embarque nessa viagem sem um norte, sem um objetivo!


Qual a diferença entre sonho e objetivo? 
No meu dicionário é isso: sonho a gente fantasia, objetivo a gente realiza. 
E todo sonho pode virar objetivo? Se você quer mesmo, de verdade, com certeza absolutamente todos!
Como?
Faço o seguinte exercício: 

  • Visualizo o objetivo conquistado. Exemplo: Eu participando de um workshop em Dubai.
  • Mentalmente volto no tempo e anoto todas as ações que me levaram a conquistar o meu objetivo. Exemplo: Estou em Dubai, no Workshop. O que eu fiz imediatamente antes? Cheguei no aeroporto. O que eu fiz imediatamente antes? Viajei. O que eu fiz imediatamente antes? Organizei minha bagagem e a rotina para a família ficar sem mim. Como é essa rotina? Combinei com meus pais de ficarem com meu filho. Meu marido combinou de sair mais cedo do trabalho nessa semana para pegá-lo na escola. Combinei com a faxineira de ela vir todos os dias da semana que eu vou ficar fora. O que fiz antes disso? Comprei o pacote de viagem. Como paguei? Fiz o seguinte planejamento financeiro...e assim por diante. Faça as perguntas até você chegar no agora.
  • Com tudo anotado, essas "ações mentais" viram metas e com prazo estipulado por você. Exemplo:   19/06 - Planejar, junto com a família, a minha viagem e as decisões necessárias, anotar. 20/06 - fazer planejamento financeiro para viagem. 21/06 - Fazer pré-incrição no workshop. 22/06 - Reservar as passagens...e assim por diante.
Então o que você tem que fazer a partir de agora? Realizar o passo a passo que você anotou pra chegar no ponto em que você quer.
No coaching,  esse "caminho" é chamado de roadmap, a rota que vai te levar do sonho ao objetivo.
Toda esposa de um profissional transferido deveria ter, pelo menos, um documento desses em mãos! É que ter um planejamento assim de um objetivo te mantém focada também em você! Te ajuda a mostrar que você existe e que merece ter uma realização pessoal, só sua, apesar de a mudança ter sido provocada pelo sucesso de outra pessoa. 
Agora já sabemos como transformar sonho em objetivo. E objetivo pode virar sonho e ficar real só na nossa imaginação? Também, claro! Basta você não se organizar, não se comprometer com as metas, acreditar piamente que as conqusitas são uma questão de sorte, são coisas para "os outros" e que você não "merece" o que deseja. Mas aí a gente já está entrando na seara das crenças que limitam e da autossabotagem, papo pra outra hora...
E você, tem sonhado alto? Sonhado muito? Tem conseguido transformar seus sonhos em objetivos?Tem conquistado o que deseja? Perdeu o foco do que você quer ao decidir apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não sabe como voltar a olhar para você mesma? Vamos conversar, o coaching é um processo super poderoso para te ajudar nesse resgate. 
 
Carmem Galbes

Você não é multitarefa! Você e absolutamente normal!

Posso te dizer uma coisa? Eu não sou multitarefa! Nem eu, nem você, nem ninguém!
Pelo menos é isso o que diz Jean-Philippe Lachaux, do Laboratório de Pesquisas Cognitivas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em Lyon, França.
Através de seus estudos, o pesquisador mostra que só conseguimos fazer duas coisas ao mesmo tempo se uma delas for automática. 
Exemplos:
  • Dirigir e ouvir música.
  • Andar de bicicleta e cantar.
  • Tomar banho e programar um passeio e por ai vai.
Se as tarefas exigirem atenção, só dá para fazer uma por vez.
  • Já tentou conversar com seu filho enquanto ele está jogando?
  • Já tentou responder um email enquanto alguém está te perguntando alguma coisa?
  • Já tentou fazer uma conta e conversar?
  • Já tentou pedir seu café na padaria enquanto atende ao celular?
Para ter sucesso em uma ação a outra - obrigatoriamente - tem que ser interrompida. Então, nesses casos, não fazemos duas coisas ao mesmo tempo, desviamos a atenção - rapidamente - de uma ação para a outra. O problema é que o foco desviado não é recuperado com a mesma rapidez.
Quem aqui já não se irritou ao ser interropida e ter que começar o raciocínio tudo de novo?
Mas por que isso acontece? Lachaux diz que as ações automáticas percorrem uma rede neural diferente das ações não automáticas, por isso uma ação automática e uma ação que exige atenção podem ocorrer ao mesmo tempo, porque percorrem "vias"separadas. Já quando as duas ações não são automáticas, uma tem que ser paralisada para a outra seguir, é como se a rede neural das ações não automáticas fosse uma via estreita, em que só passa uma ação não automática por vez.
Mas por que o textão mesmo, por que tanta neurociência?
Para parar com esse mito e essa cobrança de que toda mulher é malabarista. 
Agora trazendo o tema para o universo de 'quem-deixou-muita-coisa-de-lado-para-apoiar-a-carreira-de-outra-pessoa, eu sei que muita gente acredita - por processos inconscientes, ou não - que, "já que não trabalha" a Coexpat pode dar conta de muita coisa e ao mesmo tempo! Não pode! Não consegue! A gente termina o dia exausta!
E tem mais, quem aguenta conviver com essa angústia e frustração de não fazer algo realmente importante para a gente por falta de tempo, nosso tempo que está sendo usado e usufruido por outras pessoas?
Mas...não consigo evitar, eu preciso perguntar: 
  • Falta de tempo ou desperdício com o foco se perdendo de uma ação para a outra? 
  • Falta tempo ou retrabalho por ter que começar o raciocínio tudo de novo? 
  • Falta tempo ou de disciplina, de agenda, de programação das atividades? 
  • Falta de tempo ou vício em atividades que não somam?
  • Falta tempo ou falta vontade de parar de reclamar e entender os motivos para você não conseguir ter os resultados que espera?
É...eu sei, nem sempre a conversa é doce...
Precisa de mais apoio para resgatar a organização, o foco e a disciplina na sua vida longe do ninho? Vamos conversar que eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...