"Percebemos uma tendência de deficit de apoio em tópicos relacionados à família e a superavit de apoio em tópicos relacionados aos procedimentos práticos da transferência profissional."
Essa é uma das principais conclusões da pesquisa Mobility
Brasil 2017, feita pela Global Line, Worldwide ERC e Fundação Instituto
de Administração.
Uau, parece que dessa vez os expatriados foram ouvidos! E foram mesmo!
No estudo, que tem como objetivo gerar informações para apoiar o trabalho dos profissionais de RH envolvidos com mobilidade internacional no Brasil, foram catalogadas as respostas de profissionais responsáveis pela mobilidade em 200 empresas e de 400 funcionários expatriados.
O que os expatriados disseram?
- 92% consideram a expatriação muito desafiadora. 4 dos 3 principais desafios estão relacionados à família. O mais difícil nisso tudo? A transição da carreira do cônjuge que acompanha.
- Metade dos funcionários expatriados não está nada feliz com os departamentos de RH que cuidam da mobilidade e sugerem que as políticas de expatriação sejam mais flexíveis.
Outros dados:
- De cada 10 transferências que fracassam, 9 não dão certo por questões familiares e pessoais!
- As empresas seguem oferecendo, em média, 13 benefícios para os expatriados. Um terço admite pagar também uma verba para as Coexpatriadas, para saber o significado do termo, clique aqui.
- Para reduzir custos, as empresas estão, cada vez mais, mudando o regime de expatriação - com tempo determinado - para transferência definitiva, em que o profissional passa a ser um funcionário local sem prazo para retorno.
Agora, atente para outra conclusão super importante dos pesquisadores:"Os membros da família expatriada frequentemente vivenciam alterações mais profundas em suas vidas diárias do que o próprio expatriado. Apesar de um treinamento intercultural bem conduzido ser uma comprovada base inicial para uma adaptação bem-sucedida, alguma famílias podem enfrentar problemas específicos que exijam acompanhamento continuado. Nesses casos, o apoio através de serviços de follow up, coaching e do desenvolvimento de uma forte comunidade de expatriados parecem ser iniciativas mais efetivas."
Finalmente, o que muitas famílias expatriadas vem sentindo na pele, ganhou aval científico: treinamento intercultural é fundamental, mas é básico, não dá para parar por aí!
Isso quer dizer que as famílias expatriadas têm que fazer piquete na porta das empresas? Quem ressoa com isso, fique à vontade!
Isso quer dizer que as famílias expatriadas têm que fazer piquete na porta das empresas? Quem ressoa com isso, fique à vontade!
Mas, sinceramente, acredito que, até as empresas internalizarem o discurso e o colocarem na prática,
a estratégia mais inteligente seja assumir as rédeas da situação, pôr a
mão na massa e não ficar à espera de um suporte que pode não chegar.
Agora ficou bem claro que há menos apoio que o necessário às famílias expatriadas,
ficou claro que as empresas vão ter que contornar essa situação para
melhorar aquela taxa de fracasso da expatriação e ficou claro também que a família expatriada tem que entender definitivamente a complexidade de aceitar um convite de expatriação e
assumir essa bucha, em todos os níveis. Tem que cuidar da própria saúde física, mental e
espiritual nessa jornada.
Então, o que VOCÊ E SEU PARCEIRO, eu disse VOCÊS, vão fazer para deixar a vida longe de casa enriquecedora para TODOS os membros da família, não apenas para quem foi transferido?
Existem várias respostas, o céu é o limite! Que tal começar por abrir a cabeça e se propor a enxergar essa experiência de uma forma que te tire da dor?
Pense nisso e conte comigo!
Para ler toda a pesquisa, clique aqui.
Carmem Galbes