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Repatriando...

Olá, Coexpat!Algumas ponderações sobre repatriação e minhas constatações nas mudanças que já fiz dentro do Brasil:
Que carioca não fica de bochecha para o ar ao cumprimentar a paulista acostumada a um beijo no rosto em vez de dois? 

E que paulista não fica sem graça com essa situação? 
Dizem que em alguns lugares do Paraná o oi é com três beijinhos.
E o vocabulário? Saber que bergamota é mixirica no Rio Grande do Sul e que macaxeira é mandioca no nordeste facilita a alimentação.
Agora pedir um pãozinho pode exigir um alto grau de envolvimento com a rica cultura brasileira.
Peça o francês em São Paulo, o cacetinho no Rio Grande do Sul e na Bahia. No Ceará esse pão é o carioquinha. Em Belo Horizonte é pão de sal, e por aí vai...
Mas isso se resolve com o tempo. O que vai ser difícil de empurrar goela abaixo é o tal do jeitinho...essa coisa de querer fazer a lei valer para um lado só.
Um exemplo bem bobo que escutei de enxerida um dia desses. O dono de um imóvel dizia que punha no contrato de aluguel multa de 20% por atraso no pagamento. Ele sabia que a lei permite até 10%. Mas se o contratante reclamava da taxa ele logo dispensava o possível inquilino, porque isso já era um bom sinal de que o sujeito iria atrasar o pagamento.
Incrível! A lei diz X mas faz-se Y para testar a conduta alheia!
Voltar a viver em um ambiente em que fazer valer a lei é sinal de calote e de trapaça assusta um pouco...
O jeito é seguir nesse processo de repatriação, tentando resgatar o que já é irresgatável: a tal da sensação de pertencimento a algum lugar, se é que isso - em sã consciência - seja realmente possível
...
Como já disse: até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Espanha, crise e repatriação.

Olá, Coexpat!
A conversa hoje é rápida, se resume à uma dica.
A BBC Brasil fez um apanhado sobre a situação dos estrangeiros na Espanha, país com a maior taxa de desemprego na Europa.
O material, levantado pela repórter Babeth Bettencourt, traz - além de um histórico sobre a expatriação de brasileiros para a Espanha - informações sobre os direitos dos imigrantes por lá e sobre o pacote de incentivo para quem está pronto para voltar.
Veja a matéria aqui.


Carmem Galbes

Leve Entrevista. Serviço de Orientação Intercultural - USP.

Olá, Coexpat!

Temos conversado bastante nos últimos dias sobre a mobilidade internacional e como essa crise econômica tem feito muita gente voltar para “casa”.
A questão é que não importa se você está indo ou voltando, aventurar-se longe do ninho exige, além de todo o planejamento das questões práticas, cuidado com os próprios sentimentos durante o processo.
Mas você não precisa passar por essa sozinha.
A Universidade de São Paulo disponibiliza o Serviço de Orientação Intercultural, um atendimento desenhado para dar suporte a quem está de partida ou está com passagem de volta.
Uma das fundadoras e coordenadora do programa, a psicóloga Sylvia Dantas, dá mais detalhes sobre o atendimento. A pesquisadora buscou na própria experiência de expatriada as respostas para muitas dúvidas e dilemas que atravessam a vida de estrangeiro.
O serviço de Orientação Intercultural é gratuíto, mais informações aqui ou pelo telefone 11 3091-4360.
Aproveite a entrevista!


Leve - Como nasceu o Serviço? Houve uma demanda específica? Qual o objetivo do trabalho e quantas pessoas já foram atendidas pela equipe?
SD - Morei fora por de 12 anos, entre idas e vindas para os EUA. Na última vez fiquei 7 anos no exterior, período em que realizei minhas pesquisas de mestrado e doutorado sobre famílias brasileiras imigrantes nos EUA. A tese foi publicada em forma de livro nos EUA, “Changing gender roles: Brazilian immigrant families in the US”.
Quando voltei para o Brasil passei pelo processo do retorno e também realizei
pesquisa sobre isso, o resultado dos estudos faz parte do livro “Psicologia, E/Imigração e Cultura”.
O serviço nasceu assim, da minha percepção da necessidade de um acompanhamento psicológico desse processo de mudança de país a partir de minha experiência pessoal e de pesquisa.
Idealizei um projeto de pesquisa junto com Professor Geraldo Paiva no departamento de Psicologia Social da USP. Assim, ao mesmo tempo em que estudamos as implicações psicológicas do contato entre culturas, prestamos um serviço de auxílio ao expatriado e repatriado.

Leve - Qual o perfil do público atendido?
SD - A procura por atendimento no Serviço de Orientação Intercultural se dá por pessoas das mais diversas nacionalidades e ascendências, e de pessoas que se preparam para partir para outro país ou que estão voltando para o local de origem.
Até o momento assistimos imigrantes da Bolívia, Japão, Peru,
México, Espanha, EUA, Alemanha, Congo, Angola, Guiné-Bissau, que vinham dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Israel, Portugal e Canadá.
Também já atendemos brasileiros descendentes de imigrantes do Japão, Coréia, China, Bolívia e pessoas que iriam emigrar para Austrália, Canadá, Alemanha, Cuba, Irlanda e França.
A faixa etária varia entre 21 e 58 anos, a maioria tem grau superior.
Cabe ressaltar que todos que nos procuraram relataram sentir-se aliviados ao perceberem que os questionamentos pelos quais estavam passando eram compreendidos e acolhidos pelos profissionais do Serviço de Orientação Intercultural.

Leve - Qual a metodologia do trabalho? Que tipo de orientação o expatriado ou repatriado recebe no Serviço?
SD - Trabalhamos com psicoterapia breve e orientação individual, grupal e familiar, e preparo de quem vai para fora. Realizamos também assessorias e parcerias no sentido de oferecer workshops de preparo intercultural a grupos de expatriados e famílias.

Leve - Sei que cada caso é uma caso, mas é possível falar em um padrão quando nos referimos aos impactos de uma experiência internacional?
SD - Sim. Todos sofrem um choque cultural quando entram em contato com uma nova cultura. Todos passam por um processo de estresse de aculturação que vai depender de uma série de fatores que podem influir para que esse estresse seja maior ou menor, como por exemplo, a similaridade ou não entre uma cultura e outra - quanto mais diferentes as culturas maior o estresse que isso ocasiona – a idade da pessoa na mudança, a fase de vida e assim por diante.

Leve - Costumo comparar a experiência de expatriação com a experiência de saída do corpo. Longe de “casa”, entramos em contato com novas sensações, novos valores estéticos, novas formas de pensar, de agir e de classificar o mundo. É tudo tão novo que, muitas vezes, é difícil dimensionar o quanto nossa vida pode mudar. Sendo assim, como preparar alguém para viver algo tão novo para os próprios padrões, algo complicado de elaborar, inclusive na prática?
SD - Sua pergunta é ótima. O preparo tem uma parte informativa e outra formativa. A partir do que sabemos do impacto que o contato ocasiona transmite-se isso à pessoa. Contudo, é necessário que esse trabalho seja também interativo e não apenas informativo a fim de que possa ser elaborado, refletido e assimilado.

Leve - O especialista Demetrios Papademetriou disse que há indícios de que a crise econômica está provocando um retorno para “casa”. O repatriado tende a classificar a volta como um processo mais tranquilo, como a sra. avalia essa tendência de minimizar os efeitos do reingresso na própria cultura?
SD - O retorno é uma nova migração. Em geral as pessoas tendem a crer que voltam para casa, para o conhecido, o familiar. Contudo, elas mudaram e quem ficou também não parou no tempo. Afinal, estamos falando de cultura o que é algo dinâmico.
O olhar daquele que foi para fora mudou em relação ao país de origem. As experiências por que passou não são compartilhadas por aqueles que ficaram, isso cria um certo hiato.
Há, portanto, um período de reajuste no retorno e a comparação com o que foi vivido e o que é encontrado é inevitável.
Por isso, falo que se trata também de um processo de ajuste, uma aculturação de retorno.

Leve - Faz alguma sugestão de leitura?
SD - Mencionei o livro Psicologia, E/Imigração e Cultura da Editora Casa do
Psicólogo, que publicamos em 2004.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
SD - Essa é uma área relativamente nova no Brasil, mas que tem sido percebida como fundamental com a crescente internacionalização das instituições, empresas e organizações.


Infomaníaca.

Olá, Coexpat!
Expatriação e vida profissional são temas que costumam caminhar bem juntinhos. Uma explicação para isso pode estar no fato de, geralmente, o trabalho ser - diretamente ou não - o veículo para levar a gente pra longe.
Assim fui parar no artigo “O humanismo revisitado nas empresas”.
Me chamou a atenção o fato da autora, Andréa Sebben, pontuar algo que parece, mas não é tão óbvio assim: não importa o endereço, ser alguém aberto ao diferente facilita a vida em outra cultura e também no próprio país, na relação familiar, entre amigos, "quanto mais evitarmos o claustro do individualismo, numa forma monocultural de ver e perceber o mundo e de nos relacionar com as pessoas de forma mecânica, ausente ou distante, tanto menos nos fossilizaremos e mais prepararemos o terreno para uma mentalidade intercultural, onde a tolerância será o recurso para seu desenvolvimento de um ponto de vista de maior humanização”, diz a especialista em expatriação.
A autora concorda que esse não é um exercício fácil e diz que a evolução das mídias sociais não facilitou esse processo como o esperado. Para ela “se por um lado o mundo se estreitou e nos deu essa possibilidade de contato e informação, por outro lado trouxe-nos dimensões de vida, valores, práticas, crenças que ainda não sabemos ordenar em nosso sistema cultural local.”
Interessante é que uma dica bem comum quando se está para encarar o novo é destrinchar o desconhecido, ir fundo na pesquisa, procurar saber, saber, saber.
De que adianta, então, tudo isso? Pelo jeito a gente sabe colecionar informação, o problema é o que fazer com ela!
Mesmo assim vou continuar coletando, é mania, ou vai que um dia eu descubro pra que serve...


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Voltando? Será mesmo?

Olá, Coexpat!
Fitando a parede, depois de um dia de tagarelice em diferentes sotaques, em meio às últimas providências de amigas que se preparam para embarcar rumo ao país de origem, uma palavra sequestrou meus miolos: voltar.
Todo mundo sabe o que voltar quer dizer, mesmo assim fui dar uma espiada no dicionário.
Há no mínimo 30 significados para esse verbo que pode ser transitivo, intransitivo, direto ou não, né - como diria um baiano.
O sentido mais usado faz referência ao passado. Usamos voltar quando queremos retornar a ou de algum lugar ou retornar para um estado anterior. Voltar tem ainda o sentido de manifestar-se de novo, de repetição e de reprodução. “Volta-me a saudade ao coração. É o passado que volta”, exemplifica o dicionário Michaelis.
Mas sempre tive um pouco de dificuldade com o sentido dessa palavra. É que, no fundo, penso que não existe volta, só ida. Na estrada da foto, por exemplo, o voltar é diferente da ida, as curvas à direita na ida estão à esquerda na volta. Então, considerando a definição do dicionário, nessa estrada a gente só consegue ir para um lado ou para o outro, não conseguimos ir e voltar! Assim vejo a vida, um ir constante, porque tudo muda, todos mudam. Ok, isso é coisa que Heráclito disse faz tempo, “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio.”
Seguindo na leitura do dicionário, atentei que voltar tem sim esse sentido com mais lógica para mim, o voltar carregado de bagagem.
Beleza! Sigo indo, então, deixando um pouco do que juntei sobre voltar, no sentido “expatriático” da coisa: dirigir para outro lado, virar, volver: voltar a cabeça, voltar os olhos. Mudar de posição por um movimento em linha curva. Apresentar-se de frente. Agitar-se, mover-se, revolver-se, expondo ora um lado ora outro. Retroceder para atacar. Acometer, investir: voltar-se a, contra, sobre alguém. Mostrar-se contrário. Pôr do avesso. Remexer. Aplicar, dirigir, encaminhar: “voltou todo o interesse para os seus negócios.” Apelar, dirigir-se, recorrer: "voltou-se então para Deus o meu espírito" (Gonçalves Dias). Devolver, restituir, dar em troco. Dizer em resposta, retrucar: “a tantas perguntas nem uma só palavra lhe voltou.” Converter, mudar, transformar: “voltar em positiva uma emoção negativa”. Indenizar ou recompensar: “que prêmio lhe voltaram por sua abnegação?”


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Leve Entrevista. Repatriação.

Olá, Coexpat!
Não importa o estágio da expatriação, se no início ou já bem vivido, o tema retorno sempre ronda as conversas de quem está longe do ninho, ainda mais em tempos assim de crise generalizada.
Por isso a conversa de hoje é sobre repatriação. Pode parecer difícil entender por quê, às vezes - apesar da alegria de regressar ao país de origem - é tão doloroso voltar para casa.
A psicanalista e psicóloga Leila Rockert de Magalhães é quem vai desenrolar um pouco esse assunto hoje.
Consultora nas áreas de negociação internacional, desenvolvimento e preparação de expatriados e familiares, Leila salienta a importância de dedicar devida atenção ao retorno e nos ajuda a compreender porque nunca mais voltaremos para mesma casa, apesar das circunstâncias geográficas serem as mesmas.
Nossa entrevistada fala com a experiência de quem viveu na pele esse processo. Em 1992 deixou carreira e mestrado para trás para, junto com os filhos, acompanhar a empreitada do marido na Malásia, onde a psicanalista fundou uma associação de brasileiros.
Além do capital cultural, a vivência rendeu para ela a especialização no tema expatriação, com a tese de mestrado “Senda do Capital: A Expatriação dos Executivos Brasileiros e Respectivas Famílias 1956-2005” e com o livro “Conquistando o Mundo, um Guia para quem vai trabalhar e estudar no exterior.”
Aproveite a conversa.

Leve - A repatriação exige tanta atenção quanto a expatriação? Por que?
Leila - Como assinalado em meu livro (Magalhães 2000), a repatriação ou retorno, como algumas empresas preferem, é um momento que exige bastante atenção e cuidados, em virtude de várias questões. Diversos fatores se aglutinam nesse momento tornando a experiência do retorno mais impactante para uns, menos para outros e até mesmo um alívio em raríssimos casos. Dentre as razões que dificultam esse novo momento podemos destacar a dificuldade do profissional em adaptar-se à planta de origem, a falta de apoio psicocultural por parte da maioria das empresa, a perda do leque de benefícios e principalmente a falta de identificação cultural e social em seu próprio país.

Leve - Quais os principais desafios da repatriação?
Leila - Para a organização:
* Transformar a experiência adquirida pelos seus profissionais no processo de expatriação, alocando internamente o conhecimento absorvido, transformando-o em um diferencial competitivo.
*Criar programas de coaching e mentoring que funcionem efetivamente, poucas são as empresas que apresentam resultados concretos sobre esses programas.
*Acompanhar lado a lado, o processo de adaptação na saída e no retorno.
- Para os profissionais:
* As dificuldades são ainda maiores, pois a readaptação implica na reiteração dessas pessoas com o meio profissional e social. Uma das razões é que a nova bagagem cultural - hibridismo - faz com que o indivíduo veja as situações por um novo prisma.
* Lidar com a frustração de retornar para o mesmo cargo ou função anteriormente desempenhada.
* Conviver com a perda dos benefícios, dos espaços e do status quo conquistado na cultura hospedeira.
* Demanda tanto do profissional, como da família em formar novas redes sociais.

Leve - Sabemos que há expatriações que não dão certo. A sra. conhece casos de repatriação malsucedida? Quais foram as consequências disso?
Leila - Sim. Exemplo: o caso de um profissional que durante a expatriação teve muita dificuldade de adaptação, ao contrário da família, que teve excelente trânsito cultural. A empresa fez o processo de repatriação, entretanto, esse retorno antecipado significou uma marca negativa para o profissional, que além de amargar o sentimento de fracasso frente à família, se sentiu desconfortável dentro da organização. A consequência, foi o pedido de demissão e a vivência de um período de "inferno astral" profissional e familiar, uma vez que a condição de retorno foi potencializada.

Leve - Quais as dicas para a família que está prestes a voltar para a casa?
Leila - Ter em mente que nada será como antes ao voltar. Fazer um balanço do aprendizado nessa experiência e criar situações que esse aprendizado possa ser aplicado. Também ajuda evitar comparar os países com seus interlocutores, pois quem não viveu a experiência não entende o sofrimento. E sempre buscar e valorizar os ganhos com esse retorno.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Leila - Gostaria de salientar a necessidade das empresas tratarem a questão intercultural como tema prioritário, uma vez que os efeitos produzidos pelo choque cultural tanto no momento de saída, como no retorno ao país de origem, trazem efeitos psicológicos muito diferentes entre si, dependendo da pessoa envolvida e do quanto a situação exige dela.


Carmem Galbes

90 segundos!

Olá, Coexpat!
Uma coisa que sempre ouvi nas “entrevistas da vida” sobre exportação é que o empresário brasileiro tem um enorme problema com prazo. O ser simplesmente não consegue organizar a agenda para entregar a encomenda na data combinada.
E eu - treinada para nunca deixar esperando, o que me faz odiar atrasos - pensava comigo, como assim, como a pessoa batalha pra caramba pra conquistar um espaço no mercado mundial e simplesmente morre na praia?
Talvez uma experiência dia desses tenha me dado uma pequena noção sobre o que passa na cabeça do cabeção - me incluo - quando o tema é: normas culturais...Por sinal, miopia aqui é uma boa palavra!
Sexta-feira. Para matar a saudade optamos por um restaurante brasileiro. Na porta ouvimos um sonoro “tá fechado”. Eu: fechado? A moça: sim, fechou às 2. Eram 2h25. Tentei argumentar...sem chance.
E a história de que o cliente tem sempre razão? Bom, deixa pra lá...
Dia seguinte, no café da manhã: quero isso, aquilo e aquilo outro. A moça do caixa: desculpe, não estamos mais servindo o café, passa das 11. Eu: mas cheguei antes das 11, estava na fila, agora são 11 horas, um minuto e 30 segundos! Ela limitou-se a um: sorry.
Fiquei fula!
Ahh...se fosse no Brasil...
Humm...mas não é!!!
Acho que esse é o pulo do gato. Não interessa se é uma coisa estranha, se não faz sentido falar não para o consumidor, se daria pra abrir uma exceção...
Esse é o ponto de quem se propõe a transitar pelo mundo: respeitar a cultura e os costumes locais. Não sei se concordo com eles, se gosto deles, se atentam contra meus valores, não sei se quero replicá-los por aí, não sei se são lógicos, mas há motivos (também não sei se concordo com eles) para regras, políticas, normas, condutas, jeito, mania...
Acho que uma boa receita pra mim pode ser primeiro identificar com mais tranquilidade o estranho e o diferente. Sim, é estranho e, sim, é diferente! Depois, tentar conviver com essa estranheza...aí sim, aos poucos, com a alma livre, tentar entender. Saber do histórico ajuda e ameniza o caminho para o senso crítico. 

Acontece que pesquisar, procurar saber sobre os motivos dá trabalho.
Pensar dá trabalho, permitir dá trabalho, ir um pouco além do óbvio, da opinião comum dá trabalho, pior, dá medo, porque o que a gente pode encontrar pode ser libertador, e quem quer ser livre? Liberdade dá trabalho, exige responsabilidade, controle sobre a vida...viver dá trabalho...

Não, essa não é uma conversa para defender as atrocidades cometidas em nome das crenças e costumes, esse é um tema grave que não faz parte desse bate-papo. 
Esse texto é só uma forma de dizer que esses pequenos atos irritantes e que parecem sem sentido não são nada contra você, porque - quando estamos na fase de adaptação à uma nova cultura temos a tendência de achar que estão de sacanagem com a gente!  
A moça da padaria não queria me irritar, apesar dos noventa segundos! Era apenas a regra que, ali, valeria para todos...
Pense nisso com carinho!  
Carmem Galbes

Imagem: SXC

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...