Eu lembro como se
fosse hoje. Estava em São Paulo, era uma quarta-feira - não sei o porquê, mas
amo as quartas-feiras, estava meio cinza, meio frio e, ao meio-dia, no meio do
caminho para a estação do metrô, pensei: "estou inteira feliz, não poderia
estar mais feliz! Amo meu trabalho, meus estudos, meu relacionamento. Até meu
pequeno ap eu amo com o maior amor do mundo!"
Interessante que
nesse dia eu já sabia que iria me mudar. Minha mudança para o Rio estava
marcada para 7 de maio. Mas naquele momento, nenhuma certeza roubava aquele
instante de equilíbrio que eu vivia!
E chegou o dia que
deixei esse mundo - e tudo o que ali finquei - rumo à terra do nada: nada de
emprego, nada de amigos por perto, nada de rede de apoio, nada de aconchego do
meu ap, nada de cantinhos preferidos pela cidade, nada de paz. Foi uma decisão
em nome do amor e da fé. Amor ao meu marido - que começava uma nova carreira -
e fé de que eu iria me sentir feliz por inteiro de novo!
Do Rio para cá foram
mais três mudanças para a terra do nada.
A do Rio para os
Estados Unidos me deu uma nova perspectiva de vida. Me ensinou muito sobre
humildade. Afinal, como lidar com uma identidade que muitas pessoas insistem em
resumir como esposa de expatriado?
Foi buscando
respostas que comecei o Expatriadas, o blog que deu início à minha transição de carreira. Minha proposta com o blog era contar sobre mim, a rotina de uma pessoa que
deixa muita coisa de lado para seguir ao lado de alguém. Mas, diante de tantas
histórias e experiências de outras mulheres, o blog seguiu uma trilha que ia
além dos meus sentimentos e impressões. Comecei a estudar esse universo da
expatriação e das mulheres que acompanham seus maridos, e de tudo o que temos
que lidar, e da importância do nosso bem-estar para que o processo seja um
sucesso para a família expatriada e para a empresa que expatria.
A volta dos Estados
Unidos e a nova vida no Rio revelaram uma outra faceta, a de mãe, melhor, a de
mãe que teve chance e paz para fazer escolhas e exercer a maternidade da forma
que achasse melhor.
Lógico que penso
como seria minha vida se não tivesse deixado São Paulo, se não tivesse deixado
o jornalismo diário. Penso em como seria a maternidade nesse contexto. Com certeza,
muita coisa seria diferente.
O legal é que gosto
de ser quem sou hoje e percebo que só consegui ser assim por causa dessas
mudanças para a terra do nada.
A ida do Rio para
Recife foi de resgate e de síntese. Resgate da minha espiritualidade. Recife é
ótima para colocar a pessoa em contato com ela mesma. Síntese de tudo o que
havia pensado e pesquisado sobre expatriação e de como poderia fazer a
diferença nesse meio.
A ficha caiu quando
uma amiga muito querida relatou que - na última visita ao pediatra - foi
constatado que a filhinha dela tinha parado de crescer. Investigando, pediatra
e família chegaram ao diagnóstico: a criança não crescia porque não dormia bem.
A pequena não conseguia ter um sono de qualidade poque o quartinho dela ainda
não estava organizado, mesmo passados seis meses da mudança para o Recife.
Isso me comoveu,
porque o que parecia estética, vaidade, capricho acertava em cheio a vida da
criança: um ser que tenta ao máximo vencer os desafios que lhe são propostos.
Essa criançada é
fogo! Essa história mudou o rumo da minha carreira.
Juntei tudo o que já
tinha vivido em jornalismo, mergulhei em algumas teorias psicossociais,
resgatei minha especialização em gestão de expatriados, me profissionalizei em
organização de espaços, estudei sobre decoração e me certifiquei como
Coach.
Foquei nas famílias
que se mudam muito e criei o meu método para deixar a casa portátil.
A missão do meu
trabalho passou a ser: que a famílias mudem com apoio, que se
organizem, que as crianças voltem a dormir tranquilas, que a casa entre nos
eixos, que a mulher se reencontre e de significado à mudança - mesmo sem ela
ter sido o motivo dessa mudança - e que a vida volte a fluir o mais rápido
possível!
Assim nasceu a Leve: Organizando Vidas, Promovendo
Mudanças.
Trabalho em três frentes: Coaching em Para Esposas Expatriadas, Consultoria em Organização de Lares de Famílias Trasnferidas e em Organização de
Rotinas.
Não, não foi um
processo rápido. Nem fácil: decidir que não voltaria a investir no jornalismo diário,
como fazia antes, foi dolorido. A dor foi passando a medida que os feedbacks
foram chegando.
Poder colaborar para
que uma transferência, especialmente as provocadas pela carreira, seja rica em
vários aspectos da vida funciona como um sinal de que estou indo por um caminho
bom e isso faz com que eu me sinta feliz por inteiro, mesmo estando de mudança,
só que, dessa vez, não mais para a terra do nada!
Quer saber mais como posso te ajudar? Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br.
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes
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