Expatriação e a importância da amizade com você mesma!

A primeira amizade que temos que fazer quando mudamos de cultura é com a gente mesma.
Claro que ter outras pessoas por perto, principalmente falando o nosso idioma, ajuda muito a alcançar aquele sentimento "quentinho e gostosinho" - quase com sabor de brigadeiro - de não estarmos sós num mar de gente e coisas estranhas!
Mas estar num bom e estável relacionamento com nós mesmas ajuda e muito no processo de adaptação a um novo lugar e à uma nova vida
Mas como assim fazer amizade comigo mesma? Eu convivo comigo 24 horas por dias! 
Aha! Mas isso não quer dizer que somos íntimas de nós mesmas. Sabe aquele negócio de viver na mesma casa, mas um não saber nada do outro: sonhos, desejos e necessidades?
Pois é, acontece com a gente também! 
A mente e o espírito residem no corpo, mas um simplesmente não conhece o outro, e assim perdemos a  noção do que realmente queremos, do que realmente importa, do que realmente nos faz bem...
Mas como é que se faz amizade com a gente mesma? É que parece tão óbvio, que nem sempre sabemos por onde começar...
Como é que você conhece mais sobre alguém? Observando e, com muito jeito para não ser inconveniente, perguntando!
Então, tenha interesse por você! Pergunte-se!
Preste atenção nos seus pensamentos: qual é o conceito que você tem sobre você mesma? Como você chegou nessa ideia sobre você? Que ações revelam esses conceitos que você tem sobre você?  Isso é realmente verdade?
Preste atenção nos seus sentimentos. O que te faz bem? O que te incomoda? O que você gosta de sentir? Que sentimentos você se esforça para ter mas que não fazem sentido pra você?
Preste atenção no seu corpo. Como seu corpo reage aos seus pensamentos e sentimentos? Como você tem tratado o seu corpo? Você está satisfeita com o seu comportamento com relação ao seu corpo?  Que relação você gostaria de estabelecer com ele?
Essas perguntas aproximam você de você mesma. Quanto mais você descobrir sobre você, mais você vai querer explorar. Nem sempre vai ser fácil, afinal, relacionamentos não são fáceis - inclusive com a gente mesma. Mas pode ser interessante porque deixa a sua vida mais produtiva! Se você sabe o que você quer e o que te faz bem de verdade (não porque alguém falou), para que você vai agir para atentar contra seu próprio bem estar? 
Eu sempre gosto de pontuar a importância da gente ficar íntima da gente mesma - especialmente em um processo de expatriação - porque, muitas vezes, é só com a gente mesma que iremos poder contar, é na gente mesma que teremos que encontrar as forças para seguir em frente!
Então trabalhe para poder contar com você. 
Não, isso não é uma defesa da solidão ou do isolamento. É só uma pausa para dizer que sim, está tudo bem você querer prestar atenção em você, atender suas necessidades e dar prioridade a você. Isso é justo e pode ser, em alguns momentos, a única maneira de se manter saudável "longe de casa".

Carmem Galbes

Quando a gente não sabe, a gente aprende!

Dia desses levei meu filho em uma pista específica para ele brincar com o hoverboard, essa coisa elétrica de duas rodas, um tipo de skate ou patinete sem guidão. 
Ele nunca tinha subido num negócio desses...
Capacete, cotoveleiras e joelheiras no lugar, lá vai ele para as instruções: para ir para frente, incline o corpo para frente. Para dar ré, jogue o corpo para a trás...sempre direcione o corpo para o lugar que você quer ir. Se cair: levante. Para subir de novo no brinquedo: pise aqui e aqui. 
Pronto!
Bora curtir?
Eu sentei e fiquei observando... como criança aprende rápido! A instrutora deve ter segurado um minutinho só nas mãos dele...
Vi como ele teve paciência e cuidado até pegar segurança...
Ele caiu? Trocentas vezes.
Levantou? Trocentas vezes. 
Percebi que a cada tombo ele levantava mais rápido, afinal ele tinha meia hora para deslizar, não podia ficar pensando muito sobre a queda. Era uma escolha: ou ele se lamentava ou voltava logo a brincar. O que ficou mais fácil a cada tombo foi subir sem ajuda no equipamento.
Eu lá sentada e mentalizando o equilíbrio do meu pequeno, resolvi abstrair...e a expatriação começou a piscar nos meus pensamentos como um luminoso.
Uau: ser coexpatriada é como andar pela primeira vez de hoverboard!
Você embarca em uma experiência totalmente nova. Mas por mais que você receba orientação, é totalmente natural você cair, cair muito e continuar caindo. Mas você foi instruída a se levantar. E a cada tombo, você se levanta e, cada vez mais rápido, volta a deslizar. É difícil? Concordo, não é fácil. Mas é um processo que pode ser aprendido a ponto de você se esquecer como tombou no começo!
Tem risco? Claro que tem! Para meu filho poder andar nesse troço, eu assinei um termo assumindo toda a responsabilidade em caso de tombos, roxos, contusões e quebradeiras.
Tem risco em uma expatriação? Zilhões! O correto seria você se informar e ser informada, como aconteceu na pista de hoverboard, sobre todos os riscos.
Mas saber sobre os riscos não torna o processo mais fácil ou seguro, só exime responsabilidades, mas te prepara em caso de emergências!
Bom, meu filho pode se machucar nisso? Qual o hospital mais próximo?
Bom, posso passar por isso e aquilo em um outro país? Onde vou buscar socorro? O que eu vou fazer para me recuperar? 
Eu poderia ter falado para meu filho: você não vai é muito perigoso! Mas ali eu achei que não era pra tanto.
Você também pode optar por não embarcar em uma expatriação se você considerar os riscos muito altos. A decisão é sua.
Se eu estivesse convicta de que andar de hoverboard é muito perigoso, meu filho poderia protestar, chorar, me odiar, que eu não deixaria...
Se você estiver convicta de que uma mudança vai machucar demais, não vá...mas aguente os protestos, choros e aquela dúvida: será que eu não aguentaria mesmo?
Então é isso: como pilotar hoverboard, expatriação tem a ver - principalmente - com aprendizado: sobre cultura, modo de vida e sobre você!! E tem muito a ver também com paciência, autonomia, responsabilidade sobre os próprios atos e sentimentos, humildade, fé e disposição de criança para começar de novo e de novo. 
Pronta para aprender?
Não sabe como fazer? Converse comigo, sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Estamos nos preparando direito para uma expatriação?

O que mais pesa em uma transferência, a mudança cultural ou a mudança da rotina da família, dos filhos, da mulher que acompanha o profissional transferido? 
É possível separar os dois?
Todas nós tememos o famoso choque cultural. Desconfio que ele pode até matar (de medo, de tristeza, de angústia, de vergonha...), tanto que muitas empresas que mandam seus funcionários para outro lugar investem pesado para tentar apresentar o máximo da cultura antes da família partir: promovem encontros em que se fala sobre os costumes, as leis, o clima, as tradições locais.  Investem em treinamento intercultural. Pagam pela mudança, pelo transporte do bichinho de estimação. Custeiam serviços especializados para ajudar a família a encontrar casa, comida, escola e contratar serviços no novo endereço. Patrocinam reuniões com brasileiros que já vivem no país de destino. Bancam cursos de idioma.
Isso tudo é fundamental! Uma ação e tanto para que a vida comece com dignidade em uma nova cultura.
Mas isso basta?
Tratar a questão cultural, entender as 4 fases da adaptação em uma nova cultura e ter paciência para passar por elas são suficientes para que, após um ano ou dois, estejamos nos sentindo confortáveis com a nova vida?
Se é isso, como explicar o sentimento ambíguo de parte das coexpatriadas: a de, sim, se sentir em casa após um tempo, mas completamente desconectada de si mesma e insatisfeita?
Se é uma questão de fazer de forma competente uma transição cultural, como explicar  a mesma dor que percebo em muitas mulheres que acompanham seus parceiros em uma transferência profissional dentro do Brasil? Aqui não há mudança de idioma, talvez de uma palavra ou outra. Há alguns costumes e comportamentos típicos do lugar, mas nada que seja ofensivo ou muito difícil de lidar.
Será que dedicamos devida atenção ao choque na rotina que sofremos quando deixamos o nosso endereço de sempre?
A  mulher pode não ser a "estrela principal" do processo de expatriação. A mudança pode não ter sido motivada pela carreira dela (como acontece em 80% dos casos), mas a sua vida é virada do avesso por causa dessa transferência: deixa amigos, referências, rede de apoio, a própria carreira, independência financeira...
O que mais me preocupa é que temos "virado nossa vida do avesso" na base da sorte, da tentativa e erro, do "vamos ver no que vai dar."
Será que esse lado B de uma expatriação entra, pelo menos, em pauta na hora de se decidir pela transferência de alguém?  Será que a equipe envolvida na expatriação pensa, em algum momento, como a mudança vai afetar a vida, a felicidade, a saúde de quem acompanha o profissional transferido? Será que quem transfere e a família transferida ainda pensa que o valor do salário compensa tudo?
Encarar essa reviravolta na vida de quem acompanha não seria um caminho pra oferecer um suporte adequado? 
Pesquisas mostram que os pacotes de expatriação oferecem, em média, 13 benefícios. Mesmo assim, das expatriações que fracassam, 75% foram porque a família diz não ter se adaptado. Como assim, se há tanto esforço para a adaptação? Não se adaptou a que, ao local ou a vida totalmente diferente da que se tinha?
Não seria a hora de começar a encarar com mais seriedade esse lado B da expatriação para que a família possa buscar e as empresas possam oferecer um suporte mais adequado e, assim, evitar danos tão profundos na vida das pessoas expatriadas?
Percebo que algumas empresas começam a olhar para esse lado que, quando mal administrado, pode afetar em cheio o desempenho de seu colaborador. Tem empresa, por exemplo, que paga um salário para a esposa do funcionário. Já vi em pacotes de expatriação que a empresa disponibiliza assessoria para recolocação profissional do acompanhante (voluntariado), isso mesmo, voluntariado entre parênteses, porque visto para a esposa trabalhar é outro assunto.   
Pela minha experiência, meu trabalho como coach de esposas expatriadas, tenho certeza que a abordagem precisa mudar. Mas preciso ter isso tabulado, passado no papel para que vire um documento! Quem sabe as coisas não mudem?
Por isso, eu gostaria que você me falasse como se sente com relação a sua experiência como a mulher que acompanha um profissional transferido.
Proponho algumas perguntas. O link dessa pesquisa está aqui e no fim do texto.
Você não precisa se identificar. Caso faça, seus dados estão protegidos.
Se queremos um resultado diferente com relação ao sucesso pessoal e profissional nos processos de expatriação, temos que começar a agir diferente.
Para responder a pesquisa, clique aqui.
Obrigada pela sua participação!


Carmem Galbes
Imagens: Freeimages

Reconstruindo a rotina da casa depois da mudança.

O que atormenta mais quando mudamos de endereço: a mudança cultural ou a mudança do modo de vida? Será que é possível separar uma coisa da outra? Será que o desconforto é proporcional à mudança da rotina, quanto mais ela é alterada, mais sofremos?
Ok. Até deixar seu ninho, você tinha uma rede de apoio, não precisava se preocupar com a casa, não se sentia tão sobrecarregada...
O fato é que tudo mudou...O que você poderia fazer de diferente para a vida ficar melhor? Que tal assumir o controle da situação? 
Mas como começar uma rotina do nada, em um lugar que você não conhece bulhufas?
Vou propor um caminho para estabelecer um esquema para a casa. Comece por ela e, depois, ficará mais fácil você organizar sua agenda, seus pensamentos, seus sentimentos, seus objetivos!
Mude, rasure, pule, experimente, descarte até encontrar um modelo que funcione para você.

Comece por fazer uma faxina nas suas ideias! 
Reconheça e entenda que você está em uma nova cultura: talvez as estratégias que funcionavam no antigo endereço não sirvam mais, seja porque os horários nesse  novo local são diferentes, porque a comida é diferente, porque o transito é mais caótico, porque cozinha e banheiro não têm ralo, porque o clima é diferente, porque a rede de apoio está distante, porque a diária da empregada é muito alta... 

Desentulhe. Menos coisas = menos trabalho e mais tempo. Avalie seus pertences e descarte o excesso. Olhe com cuidado para a decoração. Os objetos trazem mais conforto ou mais trabalho?

Estude o local, a cultura e veja as possibilidades. Vasculhe as redes sociais, pesquise sobre produtos, equipamentos e serviços disponíveis na cidade que possam facilitar a sua rotina. Nos países onde o trabalho doméstico é valorizado, é mais comum encontrar produtos mais práticos e mais em conta que no Brasil, como lenço umedecido para limpeza e aspirador de pó robô, que você programa e ele aspira a sujeira sozinho.

Divida as tarefas entre todos os moradores da casa. Exemplo? Cada um é responsável pela limpeza, organização e manutenção do próprio quarto. Cada um também assume uma tarefa diária de acordo com a idade: um fica responsável pelo lixo, outro pela louça de determinada refeição, outro pela higiene do animal de estimação e assim por diante.

Em vez de escolher uma data para fazer "aquela faxina", faça um planejamento de limpar um pouco por dia. Divida as tarefas ao longo da semana e determine quem irá fazer o que. Exemplo:
Segunda-feira: banheiros + Roupa.
Terça-feira: tirar o pó + aspirar.
Quarta feira: Cozinha + área de serviço.
Quinta-feira: Roupa + mercado.
Sexta: Alimentação.

Sobre a alimentação:
Escolha um dia para fazer a base da alimentação da semana: cozinhe arroz e outros grãos, separe em porções e congele. Limpe a carne, separe em filés e congele. Cozinhe o inhame/aipim/macaxeira e congele. Faça molho de tomate e congele em porções. Faça sopa e congele em porções. Lave todas as folhas, seque e guarde na geladeira. Lave os legumes, pique e congele. Atenção: coloque no freezer um filé separado do outro. Só junte todos em um mesmo recipiente quando já estiverem congelados.
Faça também um cardápio semanal, imprima e cole na porta da geladeira. Serão 7 almoços e 7 jantares. Isso ajuda no planejamento e na elaboração da lista do mercado, além, de acelerar o preparo das refeições.

Sobre o mercado:
Economize tempo definindo o dia que fará as compras. Baixe um app de lista de mercado ou deixe papel e caneta na cozinha. Vá anotando os produtos que precisa comprar. Confie na sua lista e evite levar o que já tem em casa.

Sobre a limpeza e a organização:
Comprometa-se com a manutenção da limpeza e da organização da casa. Não espere a sujeira tomar conta para limpar. Limpe assim que sujar. Com essa manutenção, a limpeza ficará mais rápida e simples, e a casa estará sempre limpa. 
Aceite a cultura do local. Se o banheiro não tem ralo é porque não é cultura lavar o banheiro. Ao jogar água você pode danificar o piso. Encontre uma nova forma de higienizar. Com certeza isso existe no local onde você está.
Avalie a contratação de uma empresa especializada para limpar vidros e ar-condicionado.
Não espere a bagunça se espalhar pela casa. Todas as noites certifique-se de qua cada objeto esteja no cômodo que deve ser guardado.

Sobre a lavanderia:
Repense seu guarda-roupa. Inclua a praticidade nas suas escolhas. As peças são fáceis de cuidar? Vão para máquina de lavar e secar? É preciso passar?

Priorize! 
Às vezes, com criança pequena, quando tem alguém doente em casa, visita ou alguém precisando de mais atenção não é possível seguir - como gostaríamos - uma rotina muito redondinha. Nesses períodos avalie: qual atividade que você pode adotar que vai trazer um grande impacto positivo na rotina da casa? Faça primeiro o que traz mais resultados positivos!



Carmem Galbes

Como presentear alguém que está de mudança?

Já aconteceu de você anunciar que vai pra longe e um  monte de gente, até pessoas que você não mantinha contato há tempos, querer ficar mais perto?
E ai vem aquela série dos famosos encontros de despedida. Isso é muito legal: tem beijo, abraço, risadas, lágrimas, declaração de amor e muitos votos de sucesso.
E queremos mesmo essa proximidade. Parece que nessas ocasiões conseguimos abastecer nosso reservatório de energia para encarar o desafio de viver longe de tudo o que conhecemos.
Mas como lidar com um comportamento bem comum também nessa fase, o desejo de presentear quem está de mudança? Seria essa a estratégia para ser lembrado por quem está indo embora?
A ideia aqui nem é avaliar a motivação de cada um. O propósito dessa conversa e falar sobre as coisas, a bagagem.
Quem está de partida, geralmente, está passando por um profundo processo de desapego e descarte. Desapego porque é preciso abrir mão de muitos conceitos para ter coragem de desbravar. Descarte porque transportar coisas é caro e trabalhoso. Não vai ser você que vai deixar tudo isso mais difícil, vai?
Mas como eu posso mostrar que eu quero que minha amiga que está indo para o outro lado do mundo não me esqueça?
Por outro lado, para quem está indo, como recusar um presente repleto de boas intenções?
Vamos começar por quem presenteia. Você pode usar inúmeros artifícios para ser lembrada. Prefira os artifícios do bem! Lembre-se que quem está de mudança, geralmente, está exausta e insegura. Então vamos à lista de sugestões, a ideia é presentear com seu próprio tempo, com serviços e experiências. Isso não pesa, não ocupa espaço e marca para sempre!
  • Ofereça-se para ajudar na mudança! Pode ser embalando, carregando, limpando...
  • Ofereça refeições nos dias de embalagem da mudança: acredite, por mais que haja fome, no período de mudança, nunca há espaço reservado para a comida.
  • Ofereça-se para cuidar das crianças enquanto a mudança está sendo retirada: não ter crianças "perdidas" e exaustas por perto deixa tudo mais Leve para todos!
  • Ofereça hospedagem quando a mudança já tiver saído: um hotel é sempre a solução mais fácil, mas a casa de alguém íntimo é um carinho que não tem preço.
  • Ofereça-se para levar e buscar as crianças na escola: não ter que lidar com o relógio em dias de mudança é um grande presente.
  • Ofereça uma refeição com o prato que ela mais gosta. 
  • Se puder, faça um planejamento para passar um período com a pessoa no novo endereço e ajudá-la a lidar com a organização da casa, com o novo e com toda a saudade...
  • Pesquise e marque a pessoa em páginas das redes sociais que possam facilitar a vida dela e da família no novo endereço.
  • Pesquise textos e vídeos que ajudem no processo.
  • Escreva ou grave uma mensagem.
  • Marque e pague uma massagem, um cuidado especial com os cabelos, com a pele, pés ou mãos: sabe-se lá quando esse ser vai ter tempo de cuidar dela de novo.
  • Banque uma consultoria: pode ser uma consultoria em mudança, em organização de rotina, organização da casa, em estilo, em alimentação, uma consultoria sobre a cultura para a qual a pessoa está indo...
  • Banque uma sessão de Coaching: essa sessão pode fazer com que a pessoa comece com ânimo renovado no novo endereço.
Você está de partida, ganhou um presente, não sabe o que fazer?
Sugiro fazer o que seu coração mandar.
No mais, desejo uma ótima mudança para quem vai e para quem fica!
Que tal presentear uma querida com um pacote de sessões de coaching e/ou um processo de organização de agenda e rotina? Fale comigo! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Transferência profissional: um acordo em família.

Como vai a sua carreira?
Como estão as suas finanças?
Como está a sua autoestima?
Quantas vezes, na última semana, alguém sugeriu ou disse - sem rodeios mesmo - que você não deveria reclamar de nada?
Quantas vezes na última semana você se sentiu tão culpada...que pediu perdão a Deus - espremendo as suas mãos com força -  e ficou morrendo de medo de uma onda de azar entrar na sua vida porque você está desestimulada, se sentindo fracassada, a pior pessoa do mundo, apesar da carreira do seu marido estar bombando, de o salário dele dar para toda família e ainda sobrar, de a casa ser linda?
Ao mesmo tempo, quantas vezes na última semana você ficou com raiva de você mesma por ter aceitado largar o seu trabalho, a sua independência financeira, a sua rede de apoio em nome da carreira de outra pessoa?
Há quanto tempo você oscila entre culpa e raiva, raiva e culpa?
É assim mesmo que deve ser?
Quantas e quantas vezes testemunho pessoas inteligentíssimas sendo esmagadas pelo estereótipo da mulher que acompanha o marido em uma mudança: dondoca-folgada-ingrata?
Aí eu penso como deveria ser a cena de anúncio de uma transferência: 
- "Oi gata, recebi uma proposta ultra-mega-power para trabalhar no fim do mundo." (Pausa para close no rosto do maridão, sorriso campeão, um 'tim' no dente branco e aquela piscada matadora).
Ai entra a mulher - não a mãezona que se sacrifica por tudo e resolve a vida de todos - a mulher mesmo, ser humano, que pode ter carreira e ganhar dinheiro sem ser acusada de ser gananciosa: 
- "Parabéns, honney, você merece!" (Pausa para beijos, abraços, brindes e planos)..."Mas...o que eu ganho nisso?"
- " Bem...tem meu mega-blaster-salário, um pacote de expatriação com casa-comida-roupa lavada, vamos conhecer uma nova cultura, passear muito, além de você poder deixar seu trabalho que te estressa tanto..."
- "Pera aí...eu me estresso, mas passa...você terá um salário, eu não...teremos casa-comida-roupa lavada, mas eu farei sozinha o trabalho pesado de montar uma casa do zero, de empurrar pra fora a saudade, de abrir as nossas vidas para a cultura local, de enxugar as lágrimas das crianças que estão levando mais tempo para fazer novos amigos..."
O maridão sacando tudo: - "ok, quanto você quer para entrar nessa comigo?"
A mulher faz uma lista de tudo que vai abrir mão, das tarefas que vai perder e vai ganhar e da responsabilidade que vai assumir. Ela chega ao número. Anota no guardanapo e passa ao homem.
Ele desfaz as dobras temeroso. Ele sabe qual é o atual salário dela. A proposta é um tabefe: "Você tá doida? Isso aqui é 37 vezes o meu salário, incluindo o bônus! Diz que você não quer ir que é melhor"
Ela rebate: "Ué, diz você que meu trabalho não vale isso ou que você não quer pagar!"
Pausa para a cena clássica: braços cruzados, olhares para o infinito, climão!
Mas o cara é inteligente! Não é à toa o reconhecimento que tem: "Querida, você deveria receber muito mais por esse trabalho, mas eu não consigo pagar esse valor. Está aberta à negociação?"
Ela derrete. É lógico que ela quer ir. Será uma super chance para a carreira dele e para a experiência de vida de toda a família. Ela quer ir, mas quer ir de igual para igual!
E então surge a contraproposta:
  1. Escreveremos, juntos, o propósito dessa mudança. Decidiremos quanto tempo estamos dispostos a "ficar fora", o que nos fará desistir, o que faremos com o dinheiro, como vamos lidar com a minha carreira. Tudo será anotado! Esse documento será assinado e ficará visível para que a gente nunca se esqueça de como chegamos aqui.
  2. O salário será nosso. E a poupança que fizermos lá também. 
  3. Se eu conseguir trabalhar lá, o meu salário também será nosso.
  4. Nunca, nunca, nem por brincadeira, você dirá ou insinuará que a sua vida está mais difícil que a minha. As atividades e os cenários em que atuaremos podem ser diferentes, mas a peça será um grande desafio para todos!
  5. Entenda que quando eu reclamar da cidade ou do modo das pessoas, eu não estarei reclamando de você, nem para você, nem do fato de você ter aceitado o convite. Só estarei elaborando situações difíceis e, principalmente no início da nossa vida nesse novo lugar, só conseguirei fazer isso através de você. Se você me recriminar, ficarei magoada com você e com raiva de mim!
  6. Confie em mim! Deixe-me tomar as decisões que acredito que farão diferença na qualidade de vida de nossa família. Eu passarei - pelo menos no início - a maior parte do tempo em nossa casa, então deixe que eu escolha o imóvel, o bairro, os móveis. Não se preocupe com isso. O fato de eu pedir a sua opinião ou ajuda não quer dizer que estou abrindo mão dessas decisões!
  7. Lembre-se que você será exigido muito mais na empresa e - na mesma proporção - na família. Você terá que se dedicar a sua família com o mesmo afinco com que se dedica ao trabalho. Sei que não conseguiremos o mesmo número de horas em casa, mas precisamos que você passe momentos importantes com a gente: alguma refeição do dia, algum momento antes do sono, finais de semana. Que você esteja presente de corpo e alma.
  8. Você terá que disponibilizar doses infinitas de paciência.
  9. Você será, pelo menos no início, minha principal fonte de reforço positivo. Por ter aberto mão de tantas coisas, nem sempre conseguirei enxergar a minha força. Então sempre reconheça a minha importância nisso tudo. Diga em voz alta como sou importante nisso tudo! Um beijo e um abraço no lugar de uma cara de saco cheio salvarão o dia! Me comprometo a fazer o mesmo por você.
  10. Assumo que a decisão de ir também é minha. Fica vetado que eu te culpe por qualquer coisa.
  11. Eu não estarei mais chata, mais brava, mais ciumenta, mais consumista, mais estressada, mais nervosa. Assim como você, estarei insegura, exausta e sentindo a pressão de não poder falhar. Então me ouça. Se não puder falar nada que some, que melhore a situação, simplesmente me ouça!
  12. Nunca, nunca, em hipótese nenhuma, nem por brincadeira, me chame de louca. Eu sei que - com a mudança - enlouquecerei um pouco, mas deixe-me acreditar que só eu saberei disso.
  13. Ao mesmo tempo, fique atento a mim. Talvez eu precise de ajuda profissional.
  14. O mais importante: entenda que estou aqui por nós. Se você não ficar nessa comigo, também não conseguirei ficar nessa com você.
Foram dias de conversa. No item 2 ele queria trocar "salário será nosso" por "pagar uma mesada". Ela argumentou que quem recebe mesada é filho e então seria  melhor voltar ao salário que ela tinha proposto. Ele preferiu ficar com "nosso salário". Os dois combinaram que - para a saúde das finanças da família- todo gasto acima de uma determinada faixa seria decidido pelos dois, não importando de quem fosse o gasto.
Ele queria tirar também o item 6. Tinha receio, como a maioria, de ela enlouquecer nas compras...O item 6 ficou, já que o item dois acabou acertando a questão.
Se essa história é real? Se ela está aqui escrita, agora é.
Pode não ter acontecido ainda...
Desconfio que terá mais chance de ter uma expatriação feliz quem fizer essa história  acontecer!

Carmem Galbes

Os países em que os expatriados se dizem mais felizes.

Pergunte para qualquer família que pensa um dia em morar em outro país: onde vocês gostariam de viver? Quase sempre a resposta vem em um disparo sem pausa para a respiração: um lugar rico, com ótima infraestrutura e um alto índice de qualidade de vida. 
Eu até suponho o motivo:  se não tivéssemos que nos preocupar com dinheiro, educação, saúde e segurança, a vida seria o máximo!
Interessante é que um estudo da rede Internations revela que a resposta não é tão óbvia assim, nem a minha suposição...
Os pesquisadores ouviram 14.300 expatriados, de 174 nacionalidades, espalhados por 191 países! 
É muita gente!
Esse povo todo avaliou 43 aspectos da vida no exterior. As respostas levaram a um ranking: os países em que os expatriados se dizem mais felizes.
E...tcharam...no topo da lista nada de mega potência...
Então estar em um lugar que se pode ganhar muito dinheiro e ter tudo funcionando não é garantia de que o expatriado será feliz?
Pelo resultado da pesquisa: não.
Obviamente que isso ajuda, mas o pulo do gato é que os expatriados conseguem conciliar - por exemplo - o acesso à educação de qualidade - com fatores como clima ameno, baixo custo de vida, boa comida, boa bebida, população local receptiva e belezas naturais.
Pelo jeito, a conta que se faz não é quanto se ganha, mas o quanto se paga para conseguir viver bem. É conseguir bancar  serviços de qualidade e ainda aproveitar outros fatores que não são exclusividade de países ricos.
Então, se está rolando um convite para um lugar que não é assim o seu destino dos sonhos, em que você tem a sensação que está "subindo para baixo", pense um pouco e reflita sobre o que te motiva.
Faça um exercício: coloque no papel as coisas que te fazem bem. Não tenha filtros e libere os preconceitos e crenças limitantes. Pode ser que esse destino que se mostra tão decepcionante venha a ser o endereço da sua vida super feliz!
Para ajudar, segue a lista com os 17 países em que os expatriados dizem que é maior a chance de se viver uma experiência show:
  1. Costa Rica
  2. Malta
  3. México 
  4. Filipinas
  5. Equador
  6. Nova Zelândia
  7. Tailândia
  8. Vietnã
  9. Panamá
  10. Espanha
  11. Taiwan
  12. Uganda
  13. Hungria
  14. Perú
  15. Quênia
  16. Omã
  17. Portugal
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...