Leve Entrevista. Repatriação.

Olá, Coexpat!
Não importa o estágio da expatriação, se no início ou já bem vivido, o tema retorno sempre ronda as conversas de quem está longe do ninho, ainda mais em tempos assim de crise generalizada.
Por isso a conversa de hoje é sobre repatriação. Pode parecer difícil entender por quê, às vezes - apesar da alegria de regressar ao país de origem - é tão doloroso voltar para casa.
A psicanalista e psicóloga Leila Rockert de Magalhães é quem vai desenrolar um pouco esse assunto hoje.
Consultora nas áreas de negociação internacional, desenvolvimento e preparação de expatriados e familiares, Leila salienta a importância de dedicar devida atenção ao retorno e nos ajuda a compreender porque nunca mais voltaremos para mesma casa, apesar das circunstâncias geográficas serem as mesmas.
Nossa entrevistada fala com a experiência de quem viveu na pele esse processo. Em 1992 deixou carreira e mestrado para trás para, junto com os filhos, acompanhar a empreitada do marido na Malásia, onde a psicanalista fundou uma associação de brasileiros.
Além do capital cultural, a vivência rendeu para ela a especialização no tema expatriação, com a tese de mestrado “Senda do Capital: A Expatriação dos Executivos Brasileiros e Respectivas Famílias 1956-2005” e com o livro “Conquistando o Mundo, um Guia para quem vai trabalhar e estudar no exterior.”
Aproveite a conversa.

Leve - A repatriação exige tanta atenção quanto a expatriação? Por que?
Leila - Como assinalado em meu livro (Magalhães 2000), a repatriação ou retorno, como algumas empresas preferem, é um momento que exige bastante atenção e cuidados, em virtude de várias questões. Diversos fatores se aglutinam nesse momento tornando a experiência do retorno mais impactante para uns, menos para outros e até mesmo um alívio em raríssimos casos. Dentre as razões que dificultam esse novo momento podemos destacar a dificuldade do profissional em adaptar-se à planta de origem, a falta de apoio psicocultural por parte da maioria das empresa, a perda do leque de benefícios e principalmente a falta de identificação cultural e social em seu próprio país.

Leve - Quais os principais desafios da repatriação?
Leila - Para a organização:
* Transformar a experiência adquirida pelos seus profissionais no processo de expatriação, alocando internamente o conhecimento absorvido, transformando-o em um diferencial competitivo.
*Criar programas de coaching e mentoring que funcionem efetivamente, poucas são as empresas que apresentam resultados concretos sobre esses programas.
*Acompanhar lado a lado, o processo de adaptação na saída e no retorno.
- Para os profissionais:
* As dificuldades são ainda maiores, pois a readaptação implica na reiteração dessas pessoas com o meio profissional e social. Uma das razões é que a nova bagagem cultural - hibridismo - faz com que o indivíduo veja as situações por um novo prisma.
* Lidar com a frustração de retornar para o mesmo cargo ou função anteriormente desempenhada.
* Conviver com a perda dos benefícios, dos espaços e do status quo conquistado na cultura hospedeira.
* Demanda tanto do profissional, como da família em formar novas redes sociais.

Leve - Sabemos que há expatriações que não dão certo. A sra. conhece casos de repatriação malsucedida? Quais foram as consequências disso?
Leila - Sim. Exemplo: o caso de um profissional que durante a expatriação teve muita dificuldade de adaptação, ao contrário da família, que teve excelente trânsito cultural. A empresa fez o processo de repatriação, entretanto, esse retorno antecipado significou uma marca negativa para o profissional, que além de amargar o sentimento de fracasso frente à família, se sentiu desconfortável dentro da organização. A consequência, foi o pedido de demissão e a vivência de um período de "inferno astral" profissional e familiar, uma vez que a condição de retorno foi potencializada.

Leve - Quais as dicas para a família que está prestes a voltar para a casa?
Leila - Ter em mente que nada será como antes ao voltar. Fazer um balanço do aprendizado nessa experiência e criar situações que esse aprendizado possa ser aplicado. Também ajuda evitar comparar os países com seus interlocutores, pois quem não viveu a experiência não entende o sofrimento. E sempre buscar e valorizar os ganhos com esse retorno.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Leila - Gostaria de salientar a necessidade das empresas tratarem a questão intercultural como tema prioritário, uma vez que os efeitos produzidos pelo choque cultural tanto no momento de saída, como no retorno ao país de origem, trazem efeitos psicológicos muito diferentes entre si, dependendo da pessoa envolvida e do quanto a situação exige dela.


Carmem Galbes

Apurando o escutador de samba...

Olá, Coexpat!
Sei de um expatriado que chegou a ir ao médico, apavorado por não entender os nativos - a propósito os ouvidos dele estão bem sadios. 
Mas o assunto aqui passa longe surdez, falo da ausência mesmo de cuidado e de atenção com o que o outro fala. Por isso uma professora me surpreendeu hoje ao dedicar quase meia hora de aula para defender a importância de apurar a escuta.
Ela começou dizendo que todo idioma tem seu ritmo e que, basicamente, a força da entonação está nas palavras que carregam o sentido da mensagem. Os termos que não importam saem quase como um suspiro ou acabam apagados da frase.
Os protestos começaram. Por que então tanta insistência nas regras gramaticais se elas são simplesmente enxotadas da fala diária?
Isso nem Freud explica...o fato é que, resumindo, a professora alertou para a necessidade de a gente aprender a identificar o que é realmente importante e direcionar os ouvidos para isso. O conselho dela: “não se perca em termos usados apenas para deixar o discurso gramaticalmente correto.”
Mas falar errado também transmite uma mensagem... Quem quer ser tachado?
Como expatriado não consegue mesmo fugir de rótulos, tudo bem, acho que vale mais um para - quem sabe - conseguir afiar os ouvidos, avançar na compreensão e tentar ser compreendido.
Carmem Galbes

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Inglaterra.

Olá, Coexpat!
Depois de uma semana de cardápio pra lá de especial, com direito a reencontros deliciosos, conversas saborosas e - claro - receitas com temperos incomparáveis, estou de volta à situação "expatriática". 
Recomeço com a presença de uma colega de profissão e de condição. Tatiana Sanchez Schnoor mora na Inglaterra. A jornalista entrou para o rol de expatriadas quando decidiu fazer as malas para acompanhar aquele que chama carinhosamente de namorido, ocupadíssimo com um mestrado. Eles estão em Londres há um ano, tempo que Tatiana está aproveitando também para dar um upgrade no Inglês e para rever projetos profissionais. O sorriso largo aí na foto indica que essa história está mesmo valendo a pena. Hoje é a vez dela falar como está sendo essa experiência. Obrigada Tati!

Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
TS - Isso nunca aconteceu aqui em Londres. Não me sinto nem perto de como me sinto no país de origem. O que acontece é que me sinto mais confiante porque agora consigo me comunicar melhor, entendo e sinto confiança para conversar com as pessoas. Quando cheguei aqui, pouco falava o idioma, mesmo tendo estudado inglês por anos.
Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
TS - O mais difícil foi o idioma. Entendia muito pouca coisa. O meu ouvido não estava acostumado ao acento inglês. Aos poucos, isso foi mudando, como disse acima. O segundo ponto para mim, é que sinto falta de natureza, de ar livre. Com o inverno, é impossível estar nos parques. Fora isso, como o pound é muito caro, é preciso viver de forma bastante regrada quando se está na vida de estudante. Isso é outro fato que pega. Mudar de estilo de vida demanda uma paciência, ou seja, voltar a ser estudante é difícil depois de uma certa etapa na vida. Mas não é impossível, só requer mais flexibilidade da pessoa.
Leve - O que faria diferente?
TS - Nada. Eu acho que tem certas coisas que você não consegue se preparar, tipo mudança de estilo de vida. Só é possível lidar com a situação quando se está nela.
Leve - Toparia ser expatriada de novo?
TS - Eu estou sempre disposta a viver experiências novas. Acho que quando você consegue planejar a parte financeira, ou seja, não ficar trabalhando como louca para sobreviver, vale a pena. Esse é o caso aqui. Eu e o Cris nos planejamos para estar um ano sem ter de trabalhar. Claro que dentro de um padrão de vida inferior ao de São Paulo, mas tudo numa boa. Se você vai para um país sem ter condições para tal, a experiência será bem mais dura. Eu digo por experiência própria. Há quatro anos, fui fazer um mestrado na Espanha. Lá tive que me sustentar. Bom, eu trabalhava como uma louca e não me sobrava muito tempo para estudar.
Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
TS - Aí é que está. O interessante é não criar grandes expectativas para não se sentir frustrado depois, caso algo dê errado. A minha expectativa aqui é aprender inglês. Isso está acontecendo naturalmente. Claro, como sou ansiosa, gostaria de já estar falando como eles, mas isso ainda vai demorar um pouco, normal. Tudo o que acontece extra o inglês é lucro, e eu tenho aproveitado bastante. Quanto ao namorido, sei que os objetivos dele estão sendo alcançados, que, no caso, é fazer o mestrado. A qualidade do curso está dentro do almejado. Agora, se você vem com grandes expectativas, digo, tanto presentes como futuras, hum... é melhor tomar cuidado.
A boa surpresa:
Encontrar tempo para mim. Voltar a estudar, algo que gosto.

Carmem Galbes

Leve Entrevista. Expatriação e administração do tempo de sobra.

Olá, Coexpat!
Dizem que o tempo começou a ser medido há 5 mil anos. Antes disso, o homem não tinha muito mais que a claridade e a escuridão para saber quando caçar e quando se recolher. O relógio que conhecemos hoje é uma invenção recente, dos anos 20 do século passado. Até a criação do mecanismo tic-tac, muita criatividade rondou o relógio, que já funcionou a base do Sol, fogo, azeite, água e areia.
Esse negócio de minutos, horas, dias, enfim...me deixa um pouco atordoada. Meu foco, apesar da vida em um mundo que parece girar cada vez mais rápido, tem sido o que fazer quando descobrimos que - sim! - estamos com tempo livre. Acostumados com a correria, temos respostas na ponta da língua. Mas também podemos ficar embananados quando conquistamos uma agenda generosa em espaço a ser preenchido.
Na tentativa de ter algo prático sobre o tema, conversei com o consultor Christian Barbosa. Ele defende que a agenda livre também precisa de organização.
Como tempo é coisa rara, ele falou rapidamente sobre o assunto.
Em tempo, parto hoje de férias. Voltamos a conversar depois do dia 23. Até lá!


Leve - Tempo de sobra, hoje em dia, é sintoma de que algo está errado?
CB - Tempo de sobra é o desejo de qualquer pessoa estressada nesse mundo sem tempo!! O problema não é a sobra, é a falta de um uso que leve na direção dos seus maiores sonhos e objetivos.

Leve - Da mesma maneira que existem metodologias para administrar um dia cheio, há esquemas para lidar com tempo de sobra?
CB - O princípio é o mesmo seja para tempo cheio ou sobra dele, pois o conceito é usar seu tempo com sabedoria, seja ele abundante ou não. Viver o tempo com sabedoria significa evoluir na direção de seus objetivos e principais sonhos. Quando você tem tempo de sobra precisa definir uma meta e trabalhar o tempo vago para dar passos na direção da sua realização.

Leve - Mas como usar o tempo com sabedoria em um mundo em que, dificilmente, temos autonomia sobre os rumos da nossa agenda?
CB - Temos que controlar nossa vida ou alguém fará isso por nós. Ter autonomia significa planejar sua agenda com base no que é importante e deixar um tempo para os imprevistos que possam surgir. A dica é reservar uns 20 minutos do fim de semana para planejar toda a semana, colocando no papel os compromissos com papéis, projetos e metas. Algumas dicas para focar seu tempo na direção certa:

1 - Escolha uma ferramenta - digital ou física - que faça com que você tire as pendências e tarefas da cabeça e centralizem em um lugar confiável.

2 - Estabeleça objetivos - se você quer ter mais tempo na sua vida é importante saber o que você gostaria de alcançar.

3 - Reserve 15 minutos na semana para planejar os próximos 7 dias. Antecipe eventuais problemas que possam surgir, veja se pode antecipar algo para suas reuniões e crie atividades importantes para seu equilíbrio pessoal.

4 - Organize seu local de trabalho, sua papelada, suas revistas e seus armários. Estima-se que uma pessoa gasta 40 minutos por dia localizando informações... e isso é muito tempo perdido.

Carmem Galbes

Quase lá!

Olá, Coexpat!Passando aqui rapidinho, só para dar um oi. É que expatriada quando está para visitar a terra natal fica como criança uma semana antes da colônia de férias.
Organiza tudo, planeja tudo, separa tudo.
Só que gente grande sempre complica, né? Se apega a detalhes, mas sofre de memória curta. Então fica ziguezagueando para deixar tudo pronto até o embarque.
Já comentei aqui minha dificuldade com malas. Interessante é que o acúmulo de roteiros não tem feito com que melhore a arrumação e o conteúdo da bagagem.
Eu gosto de dar uma volta por aí para tentar capturar dicas, mas a coisa acaba saindo mesmo do meu jeito. Minha bagagem nunca tem espaço vazio! Pior é aquela sensação de que estou esquecendo de fazer alguma coisa, uma hora eu descubro o que é...
Agora, de volta ao ziguezague.

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Xenofobia.

Olá, Coexpat!
Se tem uma coisa que a gente aprende desde pequenininho é respeitar a casa dos outros. E somos aconselhados a levar essa lição por toda vida, porque dizem que assim será mais fácil de sermos respeitados.
Mas não há garantia de nada. Por mais que você tenha cumprido toda a burocracia, tenha todos os vistos e documentos, tenha intimidade com o idioma e batalhe para adequar-se à cultura local, você não está livre de ser vítima da aversão ao estrangeiro, a xenofobia.
Segundo matéria do Estado de São Paulo, a advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, que trabalha para o grupo Moeller/Maersk na Suiça, foi atacada por um bando de sei lá o que (me recuso a dizer um bando de gente ou de bicho), ontem à noite, quando voltava do trabalho.
O Itamaraty disse à reportagem do Estadão que Paula estava no terceiro mês de gravidez e que os gêmeos não resistiram aos 15 minutos de agressão que a mãe sofreu. Nada material foi roubado.
Para a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitória Clever, Paula foi atacada porque era estrangeira.
Coincidência ou não, o ataque ocorreu no dia seguinte ao referendo em que a maioria dos suíços disse sim à entrada de trabalhadores búlgaros e romenos no país. Além disso, Paula teve todo o corpo marcado com as iniciais SVP, mesma sigla de um partido político que quer limitar a nacionalização de estrangeiros e quer dificultar a entrada de trabalhadores imigrantes na Suíça.
Já ouvi a tese de que o ódio ao estrangeiro é a tentativa de marcar a própria identidade em um mundo globalizado. A justificativa atual para episódios de barbárie como o de ontem é de que a crise econômica tem feito o povo pensar duas vezes antes de abrir os braços para quem ameaça roubar a renda. Mas o avanço da intolerância a quem vem de fora não é um debate de agora.
Claro que o atentado ao corpo e a alma dessa mulher pode intimidar quem está pensando ou se preparando para a experiência em outro país. Não dá para digerir tamanha violência!
É muito difícil ter uma opinião sobre o assunto olhando para apenas um fato, que repito, não se justifica. A relação entre o povo local e imigrantes sempre foi tensa, sempre foi marcada pela dificuldade de se estabelecer o que é justo para todos os lados, apesar das leis e das exigências.
Só sei que, se confirmada a agressão por esse motivo, nem Paula, ninguém - aliás - merece ser garoto de recado dos insatisfeitos com os imigrantes.

Carmem Galbes

Imagem: Estadão

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Estados Unidos.

Olá, Coexpat!
É um misto de euforia e preocupação. Quem já viveu ou está para encarar a experiência da expatriação sabe dessa mistura de sentimentos que envolvem desde a primeira informação da partida até as decisões práticas da chegada. Apesar do esquema cada vez mais profissional que embasa a mudança, nem tudo é tão claro. Para mim o horizonte demorou um pouco a desembaçar. Mas à medida que ia vivendo as situações e trocando informações, o ambiente foi clareando. Esse é o ponto, troca de informações. Com cinco perguntas e uma boa surpresa proponho a exploração de diferentes vivências para, quem sabe, facilitar a nossa própria experiência.
Na estréia desse espaço a advogada Carol Guerra conta um pouco do seu processo - com o perdão do trocadilho. Há dois anos em Houston, Estados Unidos, ela divide com a gente como tem sido seu dia a dia em terras texanas. Obrigada Carol!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
CG - Para mim, CASA é para onde eu e meu núcleo familiar (marido e eu, por enquanto!) voltamos no final do dia - um lugar aconchegante e gostoso. Para ser sincera, eu não tive muito tempo para me preocupar com "sentir em casa" no meio do caminho. Antes de responder à sua pergunta, eu nunca tinha parado para pensar no assunto. Quando resolvemos aceitar o desafio, estávamos em um período de correria muito louco na vida: casamento, casa nova, vida turbinada no trabalho, mudança para outro país etc. Quando dei conta, já estava aqui! Fui muito bem recebida e já conhecia a cidade e algumas das pessoas com quem iria trabalhar, o que ajudou muito. Desta forma, acho que comecei a me sentir mais em casa quando alugamos o apartamento que queríamos, mesmo durante as primeiras semanas, quando ainda estávamos morando "acampados" na própria casa. A mudança ainda não havia chegado e só tínhamos os itens básicos na casa. Apesar de ter sido um período cheio de coisas acontecendo ao mesmo tempo e cansativo, foi muito legal.


Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
CG - O que foi mais difícil: o processo burocrático (na saída e chegada - oficiais e do trabalho). O que é mais difícil: não poder estar com a família e amigos a qualquer momento.

Leve - O que faria diferente?
CG - Não sei. Estou feliz.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
CG - Sem dúvidas, mas sempre depende do local e condições.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
CG - Tudo aconteceu mais ou menos como eu esperava. Na vida pessoal e no trabalho. Sou bastante pé no chão, então não estava cheia de ilusões ou deslumbrada. Como havia mencionado, já conhecia o lugar e algumas pessoas, o que faz tudo ficar mais fácil e menos misterioso. Por isso, nada foi extremamente maravilhoso nem decepcionante. Falando assim, parece que foi meio sem sal. Não é isso, mas o que eu esperava e queria (experimentar nova vida, cultura, trabalho) aconteceu. Ou seja, foi e é muito bom. Talvez onde eu mais tenha sentido diferença quando comparado com que eu esperava, tenha sido no trabalho. Para minha surpresa, estou tendo a oportunidade de fazer coisas ainda mais interessantes profissionalmente do que imaginava. Claro que encontrei vários obstáculos e tive que ir me adaptando, mas prefiro concentrar minha vida nas coisas positivas.

A boa surpresa:
Os novos amigos! Claro que a maioria é brasileira, mas eles adicionam mais um "estou em casa" no dia-a-dia, que é muito bom.

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Só não vale ficar mudo!

Olá, Coexpat!
Se tem uma coisa que expatriado aprende na marra é pensar antes de falar. Não, isso não tem nada a ver com amadurecimento, embora acredite que a experiência em outro país tende a abrir a cabeça.
Essa coisa de pensar antes de dar com a língua nos dentes está mais no nível básico de tentar ter domínio sobre a fala e se esforçar para ser compreendido.
Já conversamos aqui sobre o peso do idioma natal e como pode ser dolorida a adaptação à nova gramática, ao novo vocabulário e ao sentido das frases em uma língua estranha.
Mas o jeito é mesmo não ficar afobado. É que sempre tem alguém pra mandar pra longe o balde e o pau da barraca. Já vi gente fazendo mistureba de dicionários e metendo desenho, mímica, pirueta e até dança onde deveria haver simplesmente voz. E tudo bem, isso se for “no estrangeiro” e em prol da boa comunicação.
Porque tem gente que diz que no Brasil esse negócio de importar termos não pode!
Então expatriados, repatriados - ou seja lá qual for sua condição - atenção redobrada na tradução!
Como resgatado na última edição da revista Você SA, ficar aportuguesando outro idioma no Brasil pega super mal. Primeiro porque falam que é petulante, segundo porque aumenta o risco de mal-entendidos. Mas, pelo jeito, who cares - ops - quem se importa?
O fato é que por mais que isso machuque tradicionalistas, puristas e todos os istas não lembrados aqui, a língua é o que os falantes querem que ela seja e não, necessariamente, o que a norma diz que ela é. 

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Leve Entrevista: Expatriação e Casamento.

Olá, Coexpat!
Já trocamos aqui algumas impressões sobre como ficam as relações pessoais com a expatriação, especialmente o casamento. O assunto é delicado e pode arrasar vidas pessoais e profissionais. Esse é um dos pontos dessa entrevista.
Faz dez anos que a professora da Fundação Getúlio Vargas, Maria Ester de Freitas, vem estudando o assunto. Com o olhar de quem também viveu fora, período em que concluiu seu pós-doutorado, a professora já estudou o impacto da expatriação tanto em famílias brasileiras no exterior, quanto de estrangeiros que vivem no Brasil.
Com 6 livros na bagagem e vários artigos publicados, Maria Ester nos ajuda na reflexão sobre esse tema, nem sempre tratado com devida atenção e carinho durante a expatriação. Também por isso, a vida longe de casa pode ser “uma experiência que pode trazer o céu ou o inferno”, alerta a pesquisadora.
Aproveite!

Leve: A expatriação pode mudar, e em que sentido, a relação familiar e conjugal?
M.Ester: Uma expatriação é um acordo feito entre um profissional e sua empresa, fundada na necessidade de cumprir uma missão em outra unidade da organização, não raro em outro país. Ora, a experiência de turista nos mostra como é bom e gostoso rodar o mundo e descobrir coisas novas, mas quando o programa fica chato a gente simplesmente se manda para outra coisa que nos dê prazer; então viajar é para turista. A vida do expatriado difere da do turista em vários sentidos, pois ele não pode se desligar quando as coisas não lhe agradam, ele tem que conviver no código do outro e dar respostas rapidamente que sejam aceitáveis, ele tem que conviver com parâmetros e interpretações diferentes, precisa ser aceito pelo grupo etc. Existe um nível enorme de ajustes necessários na vida profissional que são mais ou menos catalogadas no ambiente da empresa. Na vida da família, a coisa se passa de maneira mais difusa, as regras não são tão claras, os apoios são escassos, a paciência alheia é menor que a dos colegas de trabalho e geralmente é a mulher quem segura toda a carga. Na maioria das vezes a mulher (caso mais comum) abre mão de seu projeto profissional e não tem direito ao visto de trabalho, ficando somente com o universo da casa. Não é incomum que ela não fale o idioma do país de destino, pois as empresas são negligentes em relação a isto e acabam favorecendo curso apenas para o profissional. Sem falar o idioma, sem ter amigos, sem entender nada da cidade, sem ter maiores apoios para as decisões que ela estava acostumada a tomar quase automaticamente (escola dos filhos, supermercado, marcas de produtos, serviços diversos, empresas...), a mulher fica extremamente sobrecarregada e forçada a dar respostas imediatas, pois tão logo chega ao local ela deve organizar a vida e a rotina da família. Não raro os maridos enfiam a cara no trabalho, pois são cobrados desde o inicio, ou se acham na obrigação de ser mais realista que o rei, de forma que o nativo não fique se perguntando “por que precisaram trazer aquele cara do Brasil se a gente tinha pessoal aqui?”, ou seja, o cara precisa se legitimar e aí se esquece da família, da mulher e do resto... Acho que isto muda a relação mesmo do casal que é bem ajustado, que se ama e que quer que tudo dê certo, imagine dos que têm algum problema mal resolvido. Em relação aos filhos, eles absorvem toda a carga de insegurança da mãe e se forem adolescentes que viajaram deixando namoradas para trás, é o inferno que desponta no horizonte.

Leve: A expatriação pode acabar com um casamento?
M.Ester: Pode. Se o projeto de expatriação é de uma pessoa e não do casal, a outra parte ficará se sentindo lesada e toda a carga de sacrifícios será potencializada. É muito duro alguém ser culpado o tempo todo por algo. Por outro lado, expatriação é para quem tem disponibilidade para viver outra vida e não para quem gosta de viajar, isso significa que vai ter que conviver com coisas estranhas, vai ter que passar dias sem conversar com outras pessoas, vai perceber a sua fragilidade frente ao desconhecido e qualquer pequeno detalhe idiota pode lhe desestabilizar emocionalmente. Nas minhas pesquisas vi alguns casamentos que foram por água a baixo e vi alguns que foram salvos pelo gongo, vi casais ficarem quase um ano sem transar porque a mulher estava ressentida, vi esposas querendo ir embora com os filhos, fiquei sabendo de esposas que se mandaram e o marido foi atrás e demitido em seguida... tem um pouco de tudo. Vi casal aguentar o tranco enquanto estava lá e quando voltou para casa o peso era tamanho que eles não se suportavam mais, passou do ponto.

Leve: E o casamento pode atrapalhar a ponto de interromper uma expatriação?
M.Ester: Qualquer situação que leva um parceiro a dizer para o outro “ou eu ou a empresa” fica muito difícil de ser sustentada. Veja acima.
Por outro lado, as minhas pesquisas mostram que embora os casados demorem mais a se adaptar na nova cultura, quando isto ocorre é um processo mais seguro e aí tudo vai bem. Os solteiros, ainda que sejam mais baratos para as empresas no curto prazo, são mais arriscados no longo prazo, pois ficam muito sozinhos e infelicidade crônica dá zebra e eles chutam o pau da barraca. Então, projetos acima de 1 ano não são muito recomendados para solteiros, cuja adaptação acaba sendo alimentada apenas pela fonte do trabalho e as interações na sociedade podem ser mais complicadas. Em alguns lugares solteiros ainda despertam sérias suspeitas.

Leve: Pesquisas indicam que as empresas que transferem seus funcionários para o exterior estão investindo cada vez mais na adaptação das famílias. O suporte vai do financiamento do aprendizado do idioma ao apoio nas primeiras visitas ao supermercado. As empresas realmente consideram o grau de influência da família na transferência do funcionário?
M.Ester: Acho de bom tamanho que as empresas comecem a se dar conta de que elas não expatriam apenas 1 profissional mas uma família inteira, ela desarranja os relacionamentos e influencia a forma de vida dessas pessoas. É estranho que algo tão óbvio tenha sido tão negligenciado por tanto tempo, mas à medida que os fracassos começaram a ficar caros, as empresas perceberam que não estavam fazendo tudo o que podiam para que o seu expatriado fosse um sucesso e quem garante o sucesso dele é uma família ajustada. Quanto mais rapidamente os membros da família estiverem cuidando de sua própria vida, com agenda própria e independente, mais rapidamente este expatriado estará livre para dar o melhor de si. É simples assim. Existem algumas empresas que ainda acham que isto não é problema delas, mas isso faz parte da burrice organizacional que acontece em qualquer lugar. Não creio que seja demais que uma empresa que quer que eu vá trabalhar em outro local faça o investimento necessário para que isto ocorra sem maiores riscos, faz parte do acordo, pois eu só posso trabalhar direito se eu tiver condições. Cada vez mais o apoio psicológico é um requisito importante in loco, daí também nesta área muitos psicólogos estão se diferenciando por falar vários idiomas.

Leve: Apesar do relacionamento estar na esfera pessoal, em que sentido as empresas de transição cultural poderiam ajudar a vida do casal a ser bem-sucedida longe de casa?
M.Ester: O relacionamento do casal é pessoal, mas a variável que alterou tudo foi um evento profissional, portanto as empresas têm obrigações não apenas morais, mas objetivas e contratuais. Existem muitas empresas de consultoria que hoje se ocupam dessas questões preparatórias e vendem pacotes de 10, 20, 80 horas para ajudar uma família a ser organizar noutro lugar. É um mercado que vem crescendo muito, pois geralmente as empresas que expatriam fazem uso de terceirizados para isto. Além dessas questões de natureza prática da vida quotidiana, as empresas poderiam aproveitar melhor estas experiências e construir uma base de dados com feedback, mas geralmente o cara volta e ninguém quer saber dele, a experiência dele é invalidada e não gera nenhuma aprendizagem organizacional. Ora, cada vez mais hoje somos instados a trabalhar com pessoas de outras formações, origens étnicas e culturas, portanto devemos desde cedo aprender a ser tanto bons anfitriões quanto bons hóspedes, pois se você não vai o estrangeiro vem; penso que as empresas ainda são um pouco cegas para a importância da questão intercultural como parte de seus valores, mas isto tende a mudar.

Leve: Gostaria de acrescentar algo?
M.Ester: Uma das coisas mais interessantes revelada na minha pesquisa com brasileiros na França foi o fato de eles considerarem a educação dos filhos uma das principais razões para aceitar a expatriação e olhe que Paris é um espetáculo; então me parece que o intercultural é uma questão que veio para ficar e tende a ser irreversível. De um lado, creio que isto nos melhora como seres humanos, nos faz enxergar e respeitar o outro diferente de nós, nos conscientiza de nossas verdades relativas e do quanto somos frágeis quando estamos fora da nossa casca cultural; de outro, cada vez mais tende a se acentuar fanatismos, patriotismos burros, preconceitos e medos do outro. Quero crer que a nova geração será mais desencanada em relação a estes preconceitos se ela aprender a conviver com a diferença desde cedo, isto não é uma descoberta extraordinária, mas um fato da vida, uma evidencia quotidiana de que a vida é feita mais de coisas diferentes que iguais e isso não significa melhor ou pior, apenas diferente.

Carmem Galbes

Mais um pouco sobre o tempo de quem é expatriado...

Olá, Coexpat!Ainda no esquema de usar o meu tempo pesquisando o que melhor fazer com ele, encontrei uma sugestão interessante para quem tem se sentindo perseguido por essa coisa que dizem não passar de um conceito.
No blog Mais Tempo, no post de hoje, o consultor especializado em administração do tempo - Christian Barbosa - abre uma clareira. Ele sugere uma trilha para quem está tentando dar a largada para horas mais bem aproveitadas e para você não ser pego de surpresa se a sua agenda virar de ponta cabeça.
Entre as provocações estão:
- Você está realizando atividades que vão fazer você se destacar em sua área de atuação profissional?
- Você está investindo algum tempo no desenvolvimento de um Plano B, para o caso de mudanças bruscas na sua rotina profissional ou pessoal?
- Você está conseguindo tempo para você mesmo equilibrar sua vida pessoal, seus relacionamentos importantes e sua saúde?
- Você sente que sua vida está evoluindo na direção de seus objetivos ou apenas agindo frenéticamente para resolver as urgências diárias?
Então, se está podendo, aproveite para pensar no assunto. 

E, por favor, espalhe se conseguir respostas simples.
Carmem Galbes

Imagem: SXC

Expatriação e a agenda cheia...de tempo livre!

Olá, Coexpat!
Fui dessas crianças que têm compromissos além do colégio. Natação, inglês, balé, teatro. Algumas atividades foram abraçadas por iniciativa própria, outras com o incentivo dos meus pais, mas, no fim das contas, todas ajudaram a dar um “upgrade” na caixa de ferramentas da vida.
É dessa caixa que tiro muitos utensílios que me ajudam a encarar situações de agora. Da prática diária da natação, por exemplo, tirei a disciplina. As aulas de inglês facilitaram - e muito - o meu processo de expatriação, e por aí vai.
E foi sempre assim. Agenda cheia. Se não era uma coisa era outra. Como muitos, trabalhei durante o dia e estudei a noite. Tive época de dois empregos ao mesmo tempo, de duas pós ao mesmo tempo. Hoje, de longe, vejo a loucura.
O fato é que, de repente, com a mudança de país e de perspectiva, a agenda lotada ficou cheia de tempo vago, livre para eu fazer o que bem quisesse da vida.
E a pessoa que fazia parte do time dos “sem tempo pra nada” ficou meio zonza com o tempo de sobra.
Já tinha ouvido falar nisso. Empreendedores dizem que é mais fácil, não necessariamente mais prazeroso, ter alguém mandando no seu tempo. O chefe diz a hora de começar a trabalhar, a escola diz a hora de começar a estudar, e - no tempo livre - sempre tem alguém para dizer o que há de divertido para fazer.
Sem a terceirização da administração do seu tempo, a coisa muda. No começo é muito bom, porque parece que todos vivemos em um cansaço extremo e bem longe do que nos agrada. Há espaço para sono, leitura, filmes, passeios tranquilos, almoços, conversas, cursos improváveis. Mas não demora muito para bater a sensação de culpa, de que a gente está perdendo algo nessa corrida da vida.
Ainda bem que em momentos de angústia a pesquisa me conforta. Li artigos e mais artigos sobre o manejamento de agenda, agora para saber como lidar com ou utilizar da melhor maneira a abundância de horas. Também fui atrás do outro lado da coisa, entrei em contato com o slow movement.
Concordo que temos inúmeras possibilidades e ninguém nessa vida pode reclamar que não tem nada para fazer. A diferença agora é que a iniciativa é exclusicamente minha. Se não rechear a agenda, ninguém vai fazer isso por mim. E isso cansa!
Pensando bem, sentir-se ok em uma sociedade que tem receita e modelo pra tudo é muito complicado. Se não é a falta é o excesso que atormenta! Como alertou Freud lá atrás, desde sempre e para sempre estaremos desencaixados, sentiremos a todo instante um mal-estar. 

Mesmo assim vou continuar pesquisando receitas, só para aproveitar o tempo...
Carmem Galbes

Imagem: SXC

Fragmentos de uma vida expatriada.

Olá, Coexpat!
Venho de um exercício cansativo de digitar e deletar, digitar e deletar. Comecei vários assuntos hoje, mas não consegui concluir nenhum.
Tentei dar as minhas impressões sobre o trânsito daqui, que, apesar de regras interessantes - como poder virar a direita mesmo com o sinal fechado - também tem suas maluquices e grosserias - como acelerar para não dar lugar para o cara que está há mil anos com a seta ligada.
Também dei uma navegada para ver se encontrava algo novo sobre o mundo “expatriático”. Nada!
Enquanto a máquina de secar chacoalha a roupa e deixa a casa com um barulho que acho que incomoda, consulto unhas e cutícula, que clamam por uma especialista brasileira.
Olho para um lado, para o outro, procuro inspiração.
Lembro do trecho de uma conversa com uma amiga do peito, também expatriada: “na vida a gente tem a obrigação de tentar, não - necessariamente - de conseguir”.
Revejo umas fotos.
Folheio uma papelada.
Olho para o teto e me prendo ao negocinho que esguicha água em caso de incêndio. Interessante ter esses ornamentos de escritório em casa.
De repente um som que lembra sinal do recreio da escola. É a secadora que terminou o serviço. Corro para tirar e dobrar a roupa. O ar quente facilita a vida. Basta uma ajeitada com a mão, pronto! Nem precisa de ferro de passar! Essa é uma parte boa daqui: os equipamentos que te ajudam.
Daqui a pouco tenho que sair, e não consigo dar liga para os fragmentos que tingem o papel virtual.
Hoje acho que vai ser só isso mesmo, retalhos...

Carmem Galbes

Imagem:SXC

Touchdown!

Olá, Coexpat!
Domingo me entreguei à "pesquisa antropológica" e entrei de cabeça no clima do Super Bowl.
Tv, appetizers, bebericos e olho no laaaance! Ééééééééé touchdown! Que essa cabeça de mulher traduz livremente como gooooooool!
Tudo bem, ainda não entendi direito as regras do jogo, mas deu pra perceber o peso do evento por aqui.
Aprendi que o negócio vai além de pura "pancadaria" em campo. Tem a ver com as premissas de todo esporte como dedicação e, no caso dessa modalidade, trabalho em equipe e tem a ver - claro - com altas cifras.
A final do campeonato nacional de futebol americano é uma festança.

Entre as curiosidades: dizem que é um dos dias em que o americano mais come, a data fica atrás apenas do dia de Ação de Graças.
O jogo não acontece necessariamente na casa de um dos finalistas. A cidade é eleita nos moldes da escolha para a sede da Olimpíada, ela se candidata e tem que provar que é capaz de receber o público, gente do país inteiro. Um grande negócio!
Por causa da grande audiência, algumas campanhas publicitárias são lançadas no horário da transmissão da final, que ocorre entre cinco da tarde e nove da noite - mais ou menos. Um espaço de 30 segundos na TV pode custar US$ 3 milhões!
Escutando rádio hoje, descobri que tem concurso depois para que os ouvintes escolham o melhor comercial.
No mais, lembra muito o que a gente está acostumado: comentaristas, convidados, bastidores.
Mas não tem jeito, no fim do jogo, mesmo sem entender lá muita coisa, já estava vibrando, xingando o juiz e reclamando de jogador folgado, acho que era saudade...Pode, saudade de futebol?!
Bom, o que eu mais gostei? Gosto de ver a paixão e o entusiasmo do povo. Mas o melhor foi mesmo a companhia durante o jogo e o show de 20 minutos do Bruce Springsteen durante o intervalo.

Carmem Galbes
Fotos: Jamie Squire - Getty Images.

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...