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Organize-se e cure-se dessa coisa ruim que você sente na sua expatriação!

Olá, Coexpat!
Exaust@?
Desanimad@?
Sem energia?
Parece estar gripad@, mas não tem coriza, nem febre, nem espirros?
Chorando do nada?
Com ódio do mundo?
Querendo voltar "pra casa" no primeiro voo?
Certeza que está deprimid@? Que precisa ser medicad@?
Certo, vá ao medico!
Mas saiba que pode ser que você não esteja doente. Pode ser que você esteja é desorganizad@!
Pode ser que o remédio seja:
✔️ Descartar o excesso e o lixo.
✔️Encontrar o melhor lugar para o que te serve.
✔️Deixar a casa Leve, prática, limpa e bonita.
✔️Criar uma rotina que te libere e não que te escravize.
✔️ Criar uma agenda com tempo para você se dedicar ao que te completa, te faz bem, te deixa feliz.
Organização é a base para uma expatriação plena e de realização.
O tempo é curto, a ajuda é escassa, os desafios são gigantes.
Então organize-se!
Bote as coisas e as ideias no lugar!
Resgate-se do caos!
Agarre essa experiência com unhas e dentes, porque ela - como tudo na vida - também vai passar!
E você vai perder a chance de ouro de aproveitar tudo o que pode da vida em uma outra cultura, em um outro mundo?!
Acordaaaaaa!!!!!!!

Carmem Galbes

Expatriação, suporte à carreira de outra pessoa e o tempo das coisas...

Olá, Coexpat!

Há tempo pra tudo...principalmente quando o assunto é expatriação, especialmente quando o assunto é apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar.
Há tempo de empacotar e de desembalar.
Há tempo de bagunçar e de organizar.
Há tempo de criticar e de se adaptar.
Há tempo de se assustar e de se maravilhar.
Há tempo de sentir saudade e tempo de não querer ir embora.
Há tempo de explorar o mundo e de olhar pra dentro.
Há tempo de se dedicar aos outros e tempo de investir em si.
Em que tempo você está?
Já deu tempo de se investigar nessa vida longe do ninho, de encontrar algo que encha seu dia e sua alma de alegria nesse endereço tão distante? 
Isso pode levar tempo também!
Mas isso não é motivo para menosprezar a busca pelo que te faz bem e pelo que deixa o mundo melhor!
Eu sigo aqui investindo em um novo projeto!!

Me fala de você!

Carmem Galbes

Diário de mudança: o dia que os móveis vão embora...

Faz cinco  meses que meu endereço mudou, mas lembro como se fosse hoje!
A semana foi assim: entre caixas, janelas e portas escancaradas, armários vazios, lembranças embaladas, pessoas indo e vindo, barulho de fita adesiva sendo cortada, poeira, as vezes um goool escapando em uma comemoração contida - é copa, tv fica intacta até o final. 
Fui "vendo" os quartos ganhando eco...Oi...oi...oi...

Por um tempo essa casa foi minha. Era alugada, mas totalmente minha! 
Abrigou minha história e de minha família. Nossas conquistas, nossa alegria, nossos anseios...acolheu nossas angústias, nossos amigos, nossos parentes. Quanta visita boa que trazia um pouco dos lugares que deixamos pra trás... As paredes tinham ouvidos, braços, coração...que casa delícia, amada! Agora ela será de outros e que siga feliz em sua missão!

De todas as cenas que me encheram os olhos nos últimos instantes, essa foi a que mais aqueceu meu coração: a bicicleta embalada. Veio como uma mensagem dos anjos que ficam voando em volta da gente: a vida é um passeio de bike, ora com o Sol assando, ora com a chuva rasgando, ora com a brisa relaxando. 
E assim sigo para um novo endereço. Será o fim da vida nômade? Quem sabe? E que diferença faz saber, já que partindo ou ficando, a bicicleta está sempre comigo! 

Como foi a sua última mudança
Como quer que seja a próxima? 
Carmem Galbes

Voltando? Será mesmo?

Olá, Coexpat!
Fitando a parede, depois de um dia de tagarelice em diferentes sotaques, em meio às últimas providências de amigas que se preparam para embarcar rumo ao país de origem, uma palavra sequestrou meus miolos: voltar.
Todo mundo sabe o que voltar quer dizer, mesmo assim fui dar uma espiada no dicionário.
Há no mínimo 30 significados para esse verbo que pode ser transitivo, intransitivo, direto ou não, né - como diria um baiano.
O sentido mais usado faz referência ao passado. Usamos voltar quando queremos retornar a ou de algum lugar ou retornar para um estado anterior. Voltar tem ainda o sentido de manifestar-se de novo, de repetição e de reprodução. “Volta-me a saudade ao coração. É o passado que volta”, exemplifica o dicionário Michaelis.
Mas sempre tive um pouco de dificuldade com o sentido dessa palavra. É que, no fundo, penso que não existe volta, só ida. Na estrada da foto, por exemplo, o voltar é diferente da ida, as curvas à direita na ida estão à esquerda na volta. Então, considerando a definição do dicionário, nessa estrada a gente só consegue ir para um lado ou para o outro, não conseguimos ir e voltar! Assim vejo a vida, um ir constante, porque tudo muda, todos mudam. Ok, isso é coisa que Heráclito disse faz tempo, “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio.”
Seguindo na leitura do dicionário, atentei que voltar tem sim esse sentido com mais lógica para mim, o voltar carregado de bagagem.
Beleza! Sigo indo, então, deixando um pouco do que juntei sobre voltar, no sentido “expatriático” da coisa: dirigir para outro lado, virar, volver: voltar a cabeça, voltar os olhos. Mudar de posição por um movimento em linha curva. Apresentar-se de frente. Agitar-se, mover-se, revolver-se, expondo ora um lado ora outro. Retroceder para atacar. Acometer, investir: voltar-se a, contra, sobre alguém. Mostrar-se contrário. Pôr do avesso. Remexer. Aplicar, dirigir, encaminhar: “voltou todo o interesse para os seus negócios.” Apelar, dirigir-se, recorrer: "voltou-se então para Deus o meu espírito" (Gonçalves Dias). Devolver, restituir, dar em troco. Dizer em resposta, retrucar: “a tantas perguntas nem uma só palavra lhe voltou.” Converter, mudar, transformar: “voltar em positiva uma emoção negativa”. Indenizar ou recompensar: “que prêmio lhe voltaram por sua abnegação?”


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Xenofobia.

Olá, Coexpat!
Se tem uma coisa que a gente aprende desde pequenininho é respeitar a casa dos outros. E somos aconselhados a levar essa lição por toda vida, porque dizem que assim será mais fácil de sermos respeitados.
Mas não há garantia de nada. Por mais que você tenha cumprido toda a burocracia, tenha todos os vistos e documentos, tenha intimidade com o idioma e batalhe para adequar-se à cultura local, você não está livre de ser vítima da aversão ao estrangeiro, a xenofobia.
Segundo matéria do Estado de São Paulo, a advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, que trabalha para o grupo Moeller/Maersk na Suiça, foi atacada por um bando de sei lá o que (me recuso a dizer um bando de gente ou de bicho), ontem à noite, quando voltava do trabalho.
O Itamaraty disse à reportagem do Estadão que Paula estava no terceiro mês de gravidez e que os gêmeos não resistiram aos 15 minutos de agressão que a mãe sofreu. Nada material foi roubado.
Para a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitória Clever, Paula foi atacada porque era estrangeira.
Coincidência ou não, o ataque ocorreu no dia seguinte ao referendo em que a maioria dos suíços disse sim à entrada de trabalhadores búlgaros e romenos no país. Além disso, Paula teve todo o corpo marcado com as iniciais SVP, mesma sigla de um partido político que quer limitar a nacionalização de estrangeiros e quer dificultar a entrada de trabalhadores imigrantes na Suíça.
Já ouvi a tese de que o ódio ao estrangeiro é a tentativa de marcar a própria identidade em um mundo globalizado. A justificativa atual para episódios de barbárie como o de ontem é de que a crise econômica tem feito o povo pensar duas vezes antes de abrir os braços para quem ameaça roubar a renda. Mas o avanço da intolerância a quem vem de fora não é um debate de agora.
Claro que o atentado ao corpo e a alma dessa mulher pode intimidar quem está pensando ou se preparando para a experiência em outro país. Não dá para digerir tamanha violência!
É muito difícil ter uma opinião sobre o assunto olhando para apenas um fato, que repito, não se justifica. A relação entre o povo local e imigrantes sempre foi tensa, sempre foi marcada pela dificuldade de se estabelecer o que é justo para todos os lados, apesar das leis e das exigências.
Só sei que, se confirmada a agressão por esse motivo, nem Paula, ninguém - aliás - merece ser garoto de recado dos insatisfeitos com os imigrantes.

Carmem Galbes

Imagem: Estadão

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Estados Unidos.

Olá, Coexpat!
É um misto de euforia e preocupação. Quem já viveu ou está para encarar a experiência da expatriação sabe dessa mistura de sentimentos que envolvem desde a primeira informação da partida até as decisões práticas da chegada. Apesar do esquema cada vez mais profissional que embasa a mudança, nem tudo é tão claro. Para mim o horizonte demorou um pouco a desembaçar. Mas à medida que ia vivendo as situações e trocando informações, o ambiente foi clareando. Esse é o ponto, troca de informações. Com cinco perguntas e uma boa surpresa proponho a exploração de diferentes vivências para, quem sabe, facilitar a nossa própria experiência.
Na estréia desse espaço a advogada Carol Guerra conta um pouco do seu processo - com o perdão do trocadilho. Há dois anos em Houston, Estados Unidos, ela divide com a gente como tem sido seu dia a dia em terras texanas. Obrigada Carol!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
CG - Para mim, CASA é para onde eu e meu núcleo familiar (marido e eu, por enquanto!) voltamos no final do dia - um lugar aconchegante e gostoso. Para ser sincera, eu não tive muito tempo para me preocupar com "sentir em casa" no meio do caminho. Antes de responder à sua pergunta, eu nunca tinha parado para pensar no assunto. Quando resolvemos aceitar o desafio, estávamos em um período de correria muito louco na vida: casamento, casa nova, vida turbinada no trabalho, mudança para outro país etc. Quando dei conta, já estava aqui! Fui muito bem recebida e já conhecia a cidade e algumas das pessoas com quem iria trabalhar, o que ajudou muito. Desta forma, acho que comecei a me sentir mais em casa quando alugamos o apartamento que queríamos, mesmo durante as primeiras semanas, quando ainda estávamos morando "acampados" na própria casa. A mudança ainda não havia chegado e só tínhamos os itens básicos na casa. Apesar de ter sido um período cheio de coisas acontecendo ao mesmo tempo e cansativo, foi muito legal.


Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
CG - O que foi mais difícil: o processo burocrático (na saída e chegada - oficiais e do trabalho). O que é mais difícil: não poder estar com a família e amigos a qualquer momento.

Leve - O que faria diferente?
CG - Não sei. Estou feliz.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
CG - Sem dúvidas, mas sempre depende do local e condições.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
CG - Tudo aconteceu mais ou menos como eu esperava. Na vida pessoal e no trabalho. Sou bastante pé no chão, então não estava cheia de ilusões ou deslumbrada. Como havia mencionado, já conhecia o lugar e algumas pessoas, o que faz tudo ficar mais fácil e menos misterioso. Por isso, nada foi extremamente maravilhoso nem decepcionante. Falando assim, parece que foi meio sem sal. Não é isso, mas o que eu esperava e queria (experimentar nova vida, cultura, trabalho) aconteceu. Ou seja, foi e é muito bom. Talvez onde eu mais tenha sentido diferença quando comparado com que eu esperava, tenha sido no trabalho. Para minha surpresa, estou tendo a oportunidade de fazer coisas ainda mais interessantes profissionalmente do que imaginava. Claro que encontrei vários obstáculos e tive que ir me adaptando, mas prefiro concentrar minha vida nas coisas positivas.

A boa surpresa:
Os novos amigos! Claro que a maioria é brasileira, mas eles adicionam mais um "estou em casa" no dia-a-dia, que é muito bom.

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Expatriação e a agenda cheia...de tempo livre!

Olá, Coexpat!
Fui dessas crianças que têm compromissos além do colégio. Natação, inglês, balé, teatro. Algumas atividades foram abraçadas por iniciativa própria, outras com o incentivo dos meus pais, mas, no fim das contas, todas ajudaram a dar um “upgrade” na caixa de ferramentas da vida.
É dessa caixa que tiro muitos utensílios que me ajudam a encarar situações de agora. Da prática diária da natação, por exemplo, tirei a disciplina. As aulas de inglês facilitaram - e muito - o meu processo de expatriação, e por aí vai.
E foi sempre assim. Agenda cheia. Se não era uma coisa era outra. Como muitos, trabalhei durante o dia e estudei a noite. Tive época de dois empregos ao mesmo tempo, de duas pós ao mesmo tempo. Hoje, de longe, vejo a loucura.
O fato é que, de repente, com a mudança de país e de perspectiva, a agenda lotada ficou cheia de tempo vago, livre para eu fazer o que bem quisesse da vida.
E a pessoa que fazia parte do time dos “sem tempo pra nada” ficou meio zonza com o tempo de sobra.
Já tinha ouvido falar nisso. Empreendedores dizem que é mais fácil, não necessariamente mais prazeroso, ter alguém mandando no seu tempo. O chefe diz a hora de começar a trabalhar, a escola diz a hora de começar a estudar, e - no tempo livre - sempre tem alguém para dizer o que há de divertido para fazer.
Sem a terceirização da administração do seu tempo, a coisa muda. No começo é muito bom, porque parece que todos vivemos em um cansaço extremo e bem longe do que nos agrada. Há espaço para sono, leitura, filmes, passeios tranquilos, almoços, conversas, cursos improváveis. Mas não demora muito para bater a sensação de culpa, de que a gente está perdendo algo nessa corrida da vida.
Ainda bem que em momentos de angústia a pesquisa me conforta. Li artigos e mais artigos sobre o manejamento de agenda, agora para saber como lidar com ou utilizar da melhor maneira a abundância de horas. Também fui atrás do outro lado da coisa, entrei em contato com o slow movement.
Concordo que temos inúmeras possibilidades e ninguém nessa vida pode reclamar que não tem nada para fazer. A diferença agora é que a iniciativa é exclusicamente minha. Se não rechear a agenda, ninguém vai fazer isso por mim. E isso cansa!
Pensando bem, sentir-se ok em uma sociedade que tem receita e modelo pra tudo é muito complicado. Se não é a falta é o excesso que atormenta! Como alertou Freud lá atrás, desde sempre e para sempre estaremos desencaixados, sentiremos a todo instante um mal-estar. 

Mesmo assim vou continuar pesquisando receitas, só para aproveitar o tempo...
Carmem Galbes

Imagem: SXC

Certo, certinho e certeiro. A expatriação de cada um!

Olá, Coexpat!
De um bate-papo descompromissado sobre a definição de certo e errado:
Kuwaitiano: certo é o que Alá diz que é.
Venezuelana: certo é o que está previsto nas leis e regras sociais.
Francesa: preferiu só ouvir.
Brasileira: certo deveria ser o que não fere ninguém.
Colombiano: é certo que é muito difícil estabelecer uma diferença entre certo e errado, porque é quase impossível saber o que existe no coração de uma pessoa. 

Tá certo!

Carmem Galbes

Imagem: SXC

Gente, que coisa! Sobre amizades e expatriação.

Olá, Coexpat!
Eu não sei se também acontece com você, mas, às vezes, eu fico meio enjoada de gente...
Sabe, essa condição de estrangeira é danada.
Quem está longe quer se enturmar, quer trocar experiência, quer conhecer o máximo possível da outra cultura e também não quer se sentir sozinha, então não perde a oportunidade de estabelecer laços com quem vai encontrando pelo caminho.
É como uma esponja recém-saída da embalagem que vai absorvendo, aceitando tudo. 

Em um cenário novo acho até normal a gente se propor a ser super-ultra-mega receptiva.
A questão é que, para se relacionar - especialmente em um mundo inexplorado - você tem que ter padrões ainda mais maleáveis e nem sempre isso acontece.
O fato é que chega uma hora em que você já se sente mais confortável na novidade e se permite pensar sobre a qualidade dos relacionamentos.
Aí as coisas não são tão simples, parece que o verão acaba, as férias chegam ao fim.
Eu ainda não sei se alguns comportamentos e comentários irritam pela intimidade ou pela distância. Quero dizer, pela proximidade com a nova cultura ou pelo distanciamento dos próprios costumes. O que era normal, já não é. O insuportável começa a ser aceitável...
Sei lá.
Ia continuar... mas não, não vou ceder à deselegância.

Carmem Galbes

Chora não.

Olá, Coexpat!
Sempre achei que o choro é uma coisa grave.
O choro chama a minha atenção, me assusta. Às vezes me constrange.
Para mim uma cena com choro é sempre urgente e é sempre muito dramática, talvez porque o choro, no meu caso, não seja abundante.
Não que não tenha vontade de chorar, lógico que tenho, mas quando ele vem é porque muita coisa se rompeu, é como um dique que segura até quando dá...
Pensando bem, não foram lágrimas e soluços que me fizeram parar para pensar, mas o motivo.
Foi uma cena forte e delicada ao mesmo tempo. Uma colega de turma caiu em prantos quando a gente batia um papo descontraído sobre a dificuldade em transmitir idéias e sentimentos em uma língua estranha.
A tarefa dela não tem sido fácil. Divide as 24 horas do dia entre casa, marido, filhas, trabalho como pesquisadora, estudante de mestrado, além de dedicar um grande período ao aperfeiçoamento do inglês.
Mas não é esse cansaço que a entristece. Nas palavras dela: "é o sentimento de parecer idiota que fere a alma."
A gente já conversou outras vezes aqui sobre a importância do próprio idioma, a caixa de ferramentas para lidar com o mundo. Também é parte do nosso RG.
Claro que essa expatriada vai ter que tratar essa ferida linguística, só não sei se vai ser fácil...
Não, não quero ser antipática. É que fiquei pensando que encontrar a palavra certa para passar exatamente o que pensamos e sentimos é uma tarefa árdua mesmo na nossa língua materna!
Freud já dizia isso...
A questão, então, é como encaramos tudo isso. Às vezes pode ser interessante ter uma espécie de licença para parecer idiota, eu disse parecer...
O que eu acho é que nessa história entra tanta coisa, desde a impaciência do ouvinte nativo até nossa arrogância em supor que vamos tirar de letra qualquer desafio.
O fato é que raramente temos cuidado com a palavra. Só acordamos quando ela nos falta, quando nos trai. Aí, ou a gente cai no choro ou permite mais gargalhadas...


Carmem Galbes

O choque que mata e faz viver!

Olá, Coexpat!
Muito interessante quando se tem acesso ao lado de lá do espelho. 

Estava lendo uma matéria, dessas de domingo, que conta a experiência de um expatriado alemão no Brasil, especificamente em São Paulo.
Interessante que as dúvidas, os receios - ou pavor, como preferir - os micos e as boas surpresas são comuns, independente da origem do expatriado.
Aí veio a fala de uma especialista que trabalha para tentar facilitar a vida do estrangeiro."O que tentamos fazer é dar todo o apoio psicológico para atenuar o choque cultural. O importante é que o estrangeiro se acostume com São Paulo o mais rápido possível, para poder render no trabalho.”
Que somos mais um número ou uma cifra, não é novidade nem aqui, nem lá longe. O interessante foi ouvir o termo “tentar diminuir o choque.”
Ótima informação: expatriação dá choque e ponto! Pode ser um baita choque ou só um tremelique, mas vai ter choque!

É normal assustar, é normal doer, é normal reagir meio que sem pensar.
Concordo que levar choque é chato pra caramba. Conheço gente que tem raiva de levar choque, fica com ódio até!

A reação é mesmo pessoal...
E as consequências desse choque vão variar de pessoa para pessoa, a partir das suas experiências, da sua resiliência, da sua resistência a dor, da sua capacidade de recuperação...
O choque da expatriação pode ferir com gravidade a alma...mas dizem que não mata! 

Ah...eu já acho que pode matar, sim!
Vou viajar agora, aperte os cintos...
Eu acho que o choque da expatriação (que pode ser cultural, de identidade e por aí vai) pode matar sonhos, pode matar relações, pode matar afeto, pode matar o prazer, pode matar a saúde, pode matar a disposição, pode matar a autoestima, pode matar a coragem, pode matar o senso de identidade, pode matar projetos em comum, pode matar valores, pode matar crenças, pode matar todo um modo de ver o mundo, pode matar todo um modelo de vida.
O bom é que esse choque mata, mas também tem carga para fazer viver. Não para ressuscitar, mas para gerar uma nova vida. E, pelo que tenho visto, essa nova vida geralmente vem super energizada! 
Quem renasce desse choque surge com mais poder, mais força! É algo difícil de colocar em palavras...o choque da expatriação transfere uma carga tão alta para a pessoa, que é como se ela se transformasse naqueles equipamentos que só precisam, de tempos em tempos, ficar um pouco expostos ao Sol para voltar a funcionar. É como se a pilha, a força para lidar com os acontecimentos da vida nunca mais acabasse.
Claro que o processo não é simples. Como já disse, choque fere, choque dói.
Mas os ferimentos podem ser tratados e cicatrizados. 
Melhor ainda: a saída não seria se preparar, usar luvas, uma toalha, chinelos de borracha para isolar um pouco corpo e alma
A descarga não seria evitada, mas reduzida... 
Por outro lado, se o choque pode trazer tanto poder, tanta energia, por que atenuá-lo?
Para evitar mortes desnecessárias!
Então é isso! Desejo conhecimento e discernimento para a exposição ao choque da expatriação e coragem, força e paciência para tirar o melhor dele.

Carmem Galbes

Adeus escova...

Olá, Coexpat!
Agora o furacão está me deixando de cabelo em pé!
O negócio é fazer o que as “otoridadi” mandam: meu kit desastre já está ok, mas não, não evacuei a cidade.
Aliás, ô palavrinha ordinária para o contexto, hein?
Uma amiga - em bom carioquês - diria, tem que evacuar porque esse furacão vai dar a maior mer...!
Eita natureza sábia. Chega uma hora que ela cansa, aí manda todo mundo sair.
As bombas de gasolina viram cambalhota de tanto cuspir combustível!
As estradas lembram feriadão em Santos.
A criançada fica feliz da vida porque não tem aula.
Por falar nisso, um colega de classe do Kuwait sugeriu aproveitar o dia sem universidade para um churrascão na sexta. É que esse furacão pra ele é um ventinho, ?
Mas o negócio é estocar água potável, enlatados e pilha, deixar a lanterna por perto e rezar pra que ninguém fique ferido.
Se por acaso eu não aparecer nos próximos dias...caiu a rede de energia - ESPERO!


Carmem Galbes

Esse furacão me deixa zonza!

Olá, Coexpat!É a primeira temporada de furacão que eu pego na minha vida. 
Já enjoei! 
Cansei desse negócio de um alerta de desastre por semana. Quem consegue viver nessa situação de tragédia iminente?
É um ufa atrás do outro!!
Ok, prefiro que continue assim, só alerta, só ameaça...
Mas, para mim, “já deu” esse clima de pavor que se instala dias antes da chegada do bicho e a novela que se faz em torno dele.
Com a TV, já aprendi todos os nomes: começa como tempestade tropical, vai para tornado, aí vem o furacão de 1 a 5. Também já peguei várias dicas ultra-mega-exclusivas sobre a melhor forma para se preparar para a visita. Desocupe a varanda, proteja as janelas. Se tiver que deixar a cidade, não esqueça do seu animal de estimação...Oi?!
Tem gente que prefere acompanhar os sites especializados que trazem zilhões de fotinhos coloridas, números, projeções e pouco juízo de valor.
Ah, tem ainda a tal cartinha do condomínio lembrando que eles não se responsabilizam por nada. Nossa que novidade...
Mas a natureza é assim. Eu que saia da frente!

Aliás, preciso ir. Vou atrás do kit água-lanterna-angu-mochila.
Espero que seja só mais um treinamento...um treinamento intercultural!


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...