Repatriando...

Olá, Coexpat!Algumas ponderações sobre repatriação e minhas constatações nas mudanças que já fiz dentro do Brasil:
Que carioca não fica de bochecha para o ar ao cumprimentar a paulista acostumada a um beijo no rosto em vez de dois? 

E que paulista não fica sem graça com essa situação? 
Dizem que em alguns lugares do Paraná o oi é com três beijinhos.
E o vocabulário? Saber que bergamota é mixirica no Rio Grande do Sul e que macaxeira é mandioca no nordeste facilita a alimentação.
Agora pedir um pãozinho pode exigir um alto grau de envolvimento com a rica cultura brasileira.
Peça o francês em São Paulo, o cacetinho no Rio Grande do Sul e na Bahia. No Ceará esse pão é o carioquinha. Em Belo Horizonte é pão de sal, e por aí vai...
Mas isso se resolve com o tempo. O que vai ser difícil de empurrar goela abaixo é o tal do jeitinho...essa coisa de querer fazer a lei valer para um lado só.
Um exemplo bem bobo que escutei de enxerida um dia desses. O dono de um imóvel dizia que punha no contrato de aluguel multa de 20% por atraso no pagamento. Ele sabia que a lei permite até 10%. Mas se o contratante reclamava da taxa ele logo dispensava o possível inquilino, porque isso já era um bom sinal de que o sujeito iria atrasar o pagamento.
Incrível! A lei diz X mas faz-se Y para testar a conduta alheia!
Voltar a viver em um ambiente em que fazer valer a lei é sinal de calote e de trapaça assusta um pouco...
O jeito é seguir nesse processo de repatriação, tentando resgatar o que já é irresgatável: a tal da sensação de pertencimento a algum lugar, se é que isso - em sã consciência - seja realmente possível
...
Como já disse: até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Espacato.

Olá, Coexpat!
Foram quase 30 dias sem contato!
O afastamento tem nome: repatriação.
Claro que a volta para a casa é diferente da partida, mas nem por isso é menos nebulosa, para fugir do turbulenta.
Meus planos eram retomar nossas conversas diárias quando conseguisse o mínimo de organização: endereço residencial, telefone fixo...essas coisas que identificam o ser social.
Mas alguém já disse que uma vez idealizada a realidade já mudou de nome.
Volto com um pé cá e outro lá.
Ainda sigo em meio a malas, papelada e estranhamentos.
O tempo “no estrangeiro” não foi longo não - penso eu - só que o suficiente para marcar para sempre um X colossal em minha alma. Mas isso é assunto para depois.
O fato é que, como toda expatriada repatriada que se preze, por motivos técnicos - que envolvem todas as dificuldades que você possa imaginar - não tenho certeza da regularidade dos nossos próximos encontros.
Por isso o termo do momento é: até segunda ordem - seja da vida, do destino, de mim ou de alguém...
Então, até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...