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Os países em que os expatriados se dizem mais felizes.

Pergunte para qualquer família que pensa um dia em morar em outro país: onde vocês gostariam de viver? Quase sempre a resposta vem em um disparo sem pausa para a respiração: um lugar rico, com ótima infraestrutura e um alto índice de qualidade de vida. 
Eu até suponho o motivo:  se não tivéssemos que nos preocupar com dinheiro, educação, saúde e segurança, a vida seria o máximo!
Interessante é que um estudo da rede Internations revela que a resposta não é tão óbvia assim, nem a minha suposição...
Os pesquisadores ouviram 14.300 expatriados, de 174 nacionalidades, espalhados por 191 países! 
É muita gente!
Esse povo todo avaliou 43 aspectos da vida no exterior. As respostas levaram a um ranking: os países em que os expatriados se dizem mais felizes.
E...tcharam...no topo da lista nada de mega potência...
Então estar em um lugar que se pode ganhar muito dinheiro e ter tudo funcionando não é garantia de que o expatriado será feliz?
Pelo resultado da pesquisa: não.
Obviamente que isso ajuda, mas o pulo do gato é que os expatriados conseguem conciliar - por exemplo - o acesso à educação de qualidade - com fatores como clima ameno, baixo custo de vida, boa comida, boa bebida, população local receptiva e belezas naturais.
Pelo jeito, a conta que se faz não é quanto se ganha, mas o quanto se paga para conseguir viver bem. É conseguir bancar  serviços de qualidade e ainda aproveitar outros fatores que não são exclusividade de países ricos.
Então, se está rolando um convite para um lugar que não é assim o seu destino dos sonhos, em que você tem a sensação que está "subindo para baixo", pense um pouco e reflita sobre o que te motiva.
Faça um exercício: coloque no papel as coisas que te fazem bem. Não tenha filtros e libere os preconceitos e crenças limitantes. Pode ser que esse destino que se mostra tão decepcionante venha a ser o endereço da sua vida super feliz!
Para ajudar, segue a lista com os 17 países em que os expatriados dizem que é maior a chance de se viver uma experiência show:
  1. Costa Rica
  2. Malta
  3. México 
  4. Filipinas
  5. Equador
  6. Nova Zelândia
  7. Tailândia
  8. Vietnã
  9. Panamá
  10. Espanha
  11. Taiwan
  12. Uganda
  13. Hungria
  14. Perú
  15. Quênia
  16. Omã
  17. Portugal
Carmem Galbes

Destinos sonhados, destinos possíveis.

Olá, X!
Aprender outra língua, conhecer outra cultura, viajar, experimentar, evoluir na carreira, receber em moeda mais forte - se bem que o Real não vai nada mal - dependendo do ponto de vista, claro... A expatriação traz uma enxurrada de expectativas.
Ser transferido para uma potencia econômica e-ou uma referência cultural está na lista de “exigências” de quem segue a estrada da expatriação.
Mas entre o ideal e o possível tem os
BRICs.
Para você não achar que o fulaninho que partiu para as “Oropa” se saiu melhor que você que não conseguiu aquela vaga nos States ou no velho mundo, aí vai uma
pesquisa fresquinha da PricewaterhouseCoopers.
Começando pelo Brasil, o levantamento da assessoria mostra que a cidade de São Paulo - hoje a 10ª. mais rica do mundo - pode ser a 6ª mais rica até 2025. A previsão é de que o Produto Interno Bruto da capital paulista cresça cerca de 4,2% por ano até lá. Assim ficaria na frente de locais como Paris, Osaka e Cidade do México.
Quanto ao Rio de Janeiro, a previsão é de que a cidade maravilhosa suba da 30ª para a 24ª posição na lista das mais ricas.
Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Fortaleza e Salvador tem chances de ficar entre as 150 cidades com mais dinheiro.
As asiáticas Xangai, Pequim e Mumbai também figuram entre as que mais vão enriquecer nos próximos 16 anos.
Já o crescimento do PIB anual de pólos como Nova York, Tóquio, Chicago e Londres não deve ultrapassar os 2%, prevê o estudo.
Mesmo assim, até 2025, se o mundo não acabar, Tóquio, Nova York e Los Angeles vão seguir como as principais ricaças do planeta.
Imagem: SXC

Quando o pimpolho já nasce um expatriadinho.

Olá, X!
Hoje a conversa é inspirada nas amigas de longe, abençoadas pelo crescimento da família.
Dizem que o planeta está com menos fronteiras - particularmente não acredito muito nisso. Dizem que o bom é ser cidadão do mundo. Nossa, falam tanta coisa. O fato é que se a gente não sabe para onde vai, tem que ao menos ter uma noção de onde vem.
Isso foi um problemão até pouco tempo atrás para o filhote de brasileiros que nascia no exterior.
Entre 1994 e 2007 muitos pimpolhos simplesmente ficaram sem nacionalidade porque uma emenda à Constituição dizia que para ser brasileiro nato não bastava, como previa a Carta de 1988, que a criança expatriada fosse registrada no consulado brasileiro. Passou a ser necessário que ela vivesse no Brasil antes dos 18 anos.
Você pensa, “ok, meu filho vai ter a nacionalidade de onde nasceu.” Só que a gente sabe que a vida não é simples assim. Como alguns países não dão nacionalidade local aos bebês de pais estrangeiros, muitos brasileiros acabaram apátridas. A estimativa é de que 200 mil brasuquinhas ficaram sem um registro de referência.
A confusão foi resolvida com o ajuste da lei em 2007. Se o seu baby nasceu nesse período nebuloso, em que se emitia passaporte provisório para os herdeiros de brasileiros lá fora, fique atenta às regras.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, “para que filho de cidadão brasileiro tenha a nacionalidade brasileira é necessário realizar o registro de nascimento em repartições consulares brasileiras até a data em que a criança completar 12 anos. Após essa data, o registro de nascimento somente poderá ser efetuado no Brasil, por ordem judicial. A certidão consular de nascimento deverá ser posteriormente transcrita, no Brasil, no Cartório do Primeiro Ofício do Registro Civil do local de residência do registrando. Na falta de residência ou domicílio no Brasil, a transcrição será feita no Cartório do Primeiro Ofício do Registro Civil do Distrito Federal.”
Já ouvi, sim, brasileiro dizendo que não fazia questão de o filho ser também brasileiro, e acrescentava um sonoro “nada como ter passaporte de uma região desenvolvida...”
Mas, como lembra o advogado Marcel Moraes Mota, a palavrinha nato faz - sim - diferença, “os casos previstos na Constituição são quatro: extradição (art. 5º, LI), cargos (art. 12, § 3º), função (art. 89, VII) e direito de propriedade (art. 222).
Sei que seu filho será a melhor pessoa do mundo, mas vai que...
O brasileiro nato em nenhuma hipótese pode ser extraditado, o que não ocorre com o naturalizado, que poderá ser entregue à Justiça de outro país em caso de crime comum, cometido antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico de drogas afins.
Outra coisa, vai que sua cria queira entrar para a carreira política pelas bandas de cá. Só brasileiro nato pode seguir carreira diplomática, ser presidente ou vice-presidente da República, ser presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ministro do Supremo Tribunal Federal ou da Defesa.
E se ele tiver a chance de se transformar em um mega empresário? A propriedade de empresa jornalística e de radio é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. “Não se trata de impedir, de forma absoluta, aos naturalizado tais propriedades, mas de condicioná-la a prazo de dez anos de naturalização”, explica Marcel.
Então, se o seu expatriadinho está quase chegando, aproveite para se atualizar sobre os trâmites burocráticos na hora do registro. A página do Ministério das Relações Exteriores traz mais informações sobre o assunto.
Imagem: SXC

Expatriação! Aceito?

Olá, X!
Outro dia vimos aqui que tem muita gente que, apesar de receber o tão desejado convite para fazer as malas, escolhe não cruzar as fronteiras. Os motivos vão do receio de que a família não se adapte à nova cultura até a dúvida de que a experiência internacional realmente gere benefícios para a carreira.
O bom é que medos e incertezas para fulano podem ser a oportunidade que beltrano esperava.
É fato que as empresas não vão deixar de expatriar, ainda mais em um mapa-múndi cada vez mais padronizado.
Então segue um contraponto para a matéria da edição de setembro da Revista Você SA.
O Jornal Valor Econômico de hoje mostra, por exemplo, que a Odebrecht tem investido pesado na expatriação. Texto só para assinantes do jornal.
A reportagem de Marli Olmos aponta que dos 90 mil funcionários da empresa 47 mil trabalham longe de seus países de origem.
O vice-presidente internacional de pessoas e organização, Genésio Lemos Couto, diz no texto que “ao se internacionalizar a empresa percebeu necessidade ainda maior de dissipar a cultura entre os empregados nos países onde atua. Ao mesmo tempo, percebeu-se que enquanto sobrava mão de obra qualificada em alguns lugares havia falta em outros. Isso trouxe a necessidade do intercâmbio de talentos.”
Então para você que está aí em meio aos sinais de mais e de menos, vai mais um dado para ajudar a dificultar a sua escolha de ficar ou de partir. Porque se a decisão fosse simples, tenho certeza que você trataria logo de complicá-la.
Imagem: SXC

Expatriação: nem todo mundo entende o que é.

Olá, X!
Tenho que confessar: sou da geração que ama explicar as coisas com números, apesar de admitir que a estatística é cruel quando a exceção é a gente.
Pois bem, a última edição da revista Você SA traz aqui e aqui alguns dados interessantes sobre o universo “expatriático”. As matérias procuram indicar que a expatriação já não tem mais aquele “gramourrr” todo e que tem muita gente pensando 107 vezes até fazer as malas.
E não é que as porcentagens estampadas nos textos são de arrepiar:
* 40% das expatriações são malsucedidas. O principal motivo: a família tem dificuldade em se adaptar à cultura estrangeira- Mercer Consultoria.
* 42% das empresas garantem um cargo ao funcionário que está de volta - Mercer Consultoria.
* Apenas 8% dos expatriados são promovidos quando voltam do exterior - Hay Group Consultoria.
* 15% dos repatriados pedem demissão até dois anos após o retorno - Ernst & Young. Motivos: muitos ficam sem lugar na empresa, não recebem promoção ou voltam para as mesmas tarefas.
Eu sei, eu sei, já falaram aqui que expatriação não é pra todo mundo. Concordo! Mas é fato que tem gente que só de ouvir dizer que a água está fria, nem leva o maiô.
A repórter recorre à uma pesquisa da Companhia de Talentos Consultoria para ilustrar a resistência à mudança: “entre 2003 e 2009, o item carreira internacional caiu do segundo para o nono lugar entre as prioridades dos jovens ao escolher um emprego”. Na GE, por exemplo, o assunto está prestes a virar tabu. “Atualmente, cerca de 40% dos funcionários sondados pela companhia para uma vaga lá fora não querem deixar o país.”
Eu - “humirdemente” - poderia defender que vale a experiência. Que a vivência longe de casa planta em nossas almas as sementes da liberdade e da autossuficiência, porque, apesar de todo o suporte, a estrada da expatriação tem muitos trechos que devem ser trilhados sozinho.
E tem outra verdade que pouca gente gosta de encarar: carreira é uma, e apenas uma, das motivações da vida...
Imagem: SXC

De volta!

Olá, Coexpat!

Desculpe! Foram duas mudanças de datas de retorno sem ao menos uma explicação...
Garanto que a pausa foi inevitável e ainda temo que o ritmo demore a se normalizar...enfim, seguem mantidos os compromissos assumidos na despedida: participações de outras X! e uma entrevista sobre os cuidados com a saúde antes da mudança.
Atualizando leituras, cheguei a última edição da Você SA. A revista traz uma matéria sobre oportunidades no Brasil para os brasileiros descendentes de japoneses com experiência profissional lá no outro lado do mundo.
Segundo a reportagem da jornalista Ursula Alonso Manso, a Optotal Hoya - joint venture brasileira e nipônica de lentes oftálmicas - buscou brasileiros que já tinham passado pela unidade japonesa para assumir os cargos na fábrica no Rio de Janeiro.
Até agora a empresa contratou 18 decasséguis e - segundo a matéria - promete mais vagas.
É que se no Japão o pior cenário econômico desde a segunda guerra mundial mina qualquer ânimo de investimento, os executivos da fábrica brasileira dizem que os negócios estão crescendo mais rápido que o esperado.
Tudo bem, o dado que não pode calar: hoje 300 mil brasileiros se engalfinham no apertado mercado de trabalho do Japão.


Carmem Galbes

Quando a expatriação é para o país de origem.

Olá, Coexpat!Parece que esse negócio de voltar pra casa está em pauta mesmo.
A Elite Internacional Careers - EIC - empresa inglesa de recrutamento, lançou um programa de repatriação de latinos. Ou a expatriação para o seu próprio país! 

Explico: basicamente, a empresa vai em um país com alta concentração de imigrantes e elevado nível de desemprego e seleciona candidatos para vagas nos locais de origem desses profissionais. A notícia está no Estadão dessa quinta-feira.
O último grande cliente foi a construtora Norberto Odebrech. O repórter Paulo Justus informa que 2 mil profissionais mandaram currículo. Perfil dos candidatos: idade média de 34 anos e a maioria com MBA.
A seleção foi feita em Barcelona - Espanha, onde dos 3,6 milhões desempregados, 500 mil são estrangeiros.
Além de abrir vagas no Brasil, a empresa também selecionou engenheiros, arquitetos, economistas e administradores para trabalhar na Argentina, México, Panamá, Peru e República Dominicana.
A matéria salienta que, ao substituir expatriados por profissionais dos países em que mantém operação, a construtura pretende aumentar a identificação com as comunidades locais. Mas a empresa admite que a atenção está focada na crise e no corte de custos.
A Odebrech tem 6,3 mil expatriados de 53 nacionalidades nos 20 países em que atua. O pacote de expatriação inclui pagamento de moradia, assistência médica, escola para filhos e passagens.
A EIC anunciou que tem mais dois programas de repatriação de latinos em 2010.
Interessante isso, porque a gente já viu aqui como o pacote de benefícios e recompensas pode ajudar na hora de convencer um profissional a partir para locais não tão fáceis de se tocar a vida. Mas quando já se é natural de um endereço assim, quando a crise bate à porta, o caminho de volta pode ser mesmo mais nítido e colorido.
Carmem Galbes
Imagem: SXC

Expatriação e qualidade de vida, as melhores cidades para viver.

Olá, Coexpat!Dizer que Viena, na Áustria, ou Zurique e Genebra, na Suíça, estão entre as cidades que oferecem a melhor qualidade de vida para o expatriado é como recorrer ao “subir para cima”.
Não é de hoje, aliás, que as cidades européias são as que mais colaboram para deixar ainda mais atrativo o pacote de transferência de profissionais.
É isso o que diz a pesquisa “Qualidade de Vida 2009”, produzida pela consultoria Mercer.
O trabalho envolve a avaliação de 215 cidades e considera fatores como estabilidade política, índice de criminalidade, liberdade de expressão e oferta de lazer.
A canadense Vancouver é o melhor lugar das Américas. Montevidéu, no Uruguai, está no topo da lista na América do Sul. Rio de Janeiro ocupa a posição número 117 e São Paulo está em 118º. lugar da classificação geral .
Na Ásia, a australiana Sidney é a referência em qualidade. Dubai, nos Emirados Árabes, é a melhor cidade para se viver no Oriente Médio.
Já Moscou - na Rússia, Havana - em Cuba - e Bagdá - no Iraque - estão entre os piores endereços para o expatriado, aponta a pesquisa.
Isso significa dizer que atrair profissionais para essas regiões não é tarefa fácil e tende a piorar, dizem os especialistas, já que o momento é de orçamento apertado - o que pressupõe redução de benefícios e recompensas para quem é transferido para locais não tão fáceis de se tocar a vida.
O pesquisador sênior da Mercer, Slagin Parakatil, salienta que “como resultado da atual crise financeira, as multinacionais estão procurando rever suas políticas de expatriação com a finalidade de redução de custos.”
A novidade nessa edição da pesquisa é a lista dos locais que oferecem melhor infra-estrutura, como fornecimento de eletricidade, disponibilidade de água, serviços telefônicos e postais, transporte público, congestionamentos de trânsito e a disponibilidade de vôos internacionais partindo dos aeroportos locais.
A partir dessa análise, o mapa dos melhores locais para se morar muda um pouco. As asiáticas Cingapura, em Cingapura, Tsukuba e Yokohama, no Japão, dividem o topo da lista com Munique, na Alemanha e Copenhagen, na Dinamarca.Rio e São Paulo ocupam as posições de número 100 e 106, respectivamente. Bagdá tem os piores serviços básicos.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

O estrago de ficar e de partir.

Olá, Coexpat!
Depois de um fim de semana trágico para imigrantes nos Estados Unidos, abro a Folha e vejo o especialista em imigração,
Demetrios Papademetriou, dizer que a situação para quem está em outro país só tende a piorar.
Em entrevista à repórter Andrea Murta, do caderno Mundo, Papademetriou lembra que, até essa crise estourar, jamais tanta gente havia decidido viver longe de casa. “Não seria um exagero dizer que nos primeiros sete anos do século 21 deixávamos a era das migrações e entrávamos na era da mobilidade. Sem contar a imigração forçada, vivíamos o maior fluxo migratório de todos os tempos. Tanto a migração dos altamente qualificados quanto a dos ilegais estavam várias vezes acima do que jamais foram”, diz.
O fato é que muitos estão fazendo o caminho de volta, diz o pesquisador, “há indícios de que não só a imigração já atingiu seu pico como os imigrantes estão mesmo voltando para casa.”
Interessante é ver que o estrago já foi feito. Não importa a decisão, ficar ou partir, não tem consequência boa para ninguém, imigrante ou não, alerta Papademetriou. “Se o fluxo de retorno aumentar muito, os países de origem vão sofrer, pois a imigração é sabidamente um forte redutor de pobreza para as famílias do Terceiro Mundo. Nos países de destino, temo que se chegue ao ponto em que imigrantes, particularmente ilegais, se tornarão alvos da população doméstica, como se fossem responsáveis pela falta de empregos. Além disso, quando a prosperidade retornar, a economia dos países ricos sofrerá se demorarem a reconquistar os imigrantes necessários. Os trabalhadores mais flexíveis são os imigrantes, e sua mobilidade geográfica é extremamente importante para os mercados de trabalho.”
Ok, a conversa de hoje tem um tom bem pessimista. Mas não, não é por causa da segunda-feira, nem da frente fria, nem da crise estampada em todas as partes, é um especialista falando...

Carmem Galbes
Imagem: SXC

A crise e a volta antecipada.

Olá, Coexpat!

Onde cortar, onde investir, onde se proteger. Essa crise vem estimulando exercícios e conversas mundo afora. Para quem vive em endereço gringo, a crise sustenta ainda outra dúvida, será que o cronograma da expatriação vai mudar?
Essa semana, o New York Times abordou o assunto. Com o título “A longa viagem para casa”, a matéria traz que muitas empresas - especialmente as do setor financeiro - estão antecipando a volta de seus expatriados de olho na economia que podem conseguir com isso.
Já conversamos um pouco aqui sobre o retorno ao lar. Especialistas no assunto dizem que a repatriação deve receber a mesma atenção que foi dada à família quando ela seguiu para um outro canto do mundo.
O problema é que empresas e funcionários ainda acreditam que voltar para casa é sempre muito mais fácil que partir. Uma pesquisa da KPMG, por exemplo, mostra que apenas 4% dos executivos de Recursos Humanos acham que preparar a família para a repatriação não é um investimento que traga lá tantos benefícios.
O fato é que quem já voltou diz que o retorno não é tão simples como o esperado e que a inserção em outra cultura pode abrir horizontes, mas dificulta a adaptação no próprio país.
Na matéria do NYT, Margery M. Marshall, presidente da Vandover, empresa de suporte à transição de expatriados, acrescenta que a atual situação está difícil para quem foi transferido e assustadora para quem largou tudo para acompanhar um expatriado. É que retomar a carreira na volta não é tarefa fácil e pode ficar ainda pior em meio à turbulência econômica.
Fazer o que? O jeito é tentar controlar as expectativas - isso para quem vem ou vai. Como? Minha estratégia tem sido acreditar que situações do momento, por mais difíceis que sejam, servem sempre de preparação para acontecimentos mais complexos. Resumido: relaxa, porque a tendência é que a vida enrole mais e mais... Culpa sua! Quem mandou embarcar nessa viagem?


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Pra inglês ver.

Olá, Coexpat!Água e esgoto encanados, luz, vacinas, geladeira, microondas, máquina de lavar, de secar, carro, metrô, avião, foguete, telefone, comida enlatada, bebê de proveta, televisão, computador, internet, clone...
O que me separa da minha bisavó ? Além do além - e que ela esteja no céu - muitos interruptores, patentes e aparatos marcam a distância.
Mas nunca me senti tão lá atrás na história e tão perto dela como hoje.
O país que se diz o mais aberto à igualdade de sexo teve que baixar uma lei para esclarecer de uma vez por todas que não pode existir discriminação salarial.
O presidente americano assinou a lei por causa da batalha de Lilly Ledbetter. A supervisora da Goodyear descobriu que o salário dela era 40% menor que o dos homens que exerciam a mesma função e tinham as mesmas responsabilidades.
Ela entrou na justiça, mas teve negado o pedido de equiparação salarial durante os 15 anos que ocupou a função. A justificativa: perda de prazo.
Fico pensando se o gesto de Obama vai vingar. Em época em que há mais peças que tabuleiro, qual a força dessa lei?
Que é muito vantajoso ter alguém que trabalhe por menos, isso até eu sei, mas dizer que uma lei vai ser capaz de dar início à formação de uma nova mentalidade é muita, mas muita sacanagem de quem ganhou a eleição sob a bandeira da mudança.
Não é pessimismo, é senso de realidade. Tudo bem, a batalha da supervisora deu gás ao debate, mas debate que vai esvaziar exatamente por causa da criação da lei. A assinatura pra mim quer dizer mais um “ok, fiz minha parte, agora vamos mudar de assunto”.
O Brasil também não permite discriminação salarial, seja entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher.
Mas, na prática, quem vai ficar comparando holerite, quando o que se quer é ter as contas pagas?
Isso me lembra um número do universo “expatriático”. Em cada 10 profissionais transferidos, apenas um é mulher . Diante desse abismo, será que essa “sortuda” que está tendo a chance da vida vai levar adiante uma batalha contra o sistema se descobrir que um colega de companhia, guardada a igualdade de função e de responsabilidade, foi expatriado em melhores condições?
Sei não.
Você pode me pedir então uma saída. Eu não tenho. Só sei que é difícil proibir o que não se tem condições de controlar.


Carmem Galbes

Imagem: Site da Casa Branca

Expatriação e casamento.

Olá, Coexpat!
“Expatriação não é para quem gosta de viajar, é para quem pode mudar o seu jeito de viver.” Com essa frase a professora da Fundação Getúlio Vargas, Maria Ester de Freitas, conclui uma pesquisa sobre como vivem os executivos expatriados e suas famílias.
Venho matutando sobre o tema não só porque sou esposa de expatriado, mas também porque tenho ouvido histórias de relacionamentos que se complicaram depois da mudança. Infelizmente, tenho acompanhado o sofrimento de uma coexpat que viu seu casamento afundar em terras estrangeiras...mas isso é coisa para o blog dela, se ela tiver um...
Navegando por aí, achei poucos, mas importantes dados sobre o tema. Um exemplo, a estabilidade familiar está entre os três principais fatores para o sucesso ou fracasso da expatriação e a principal causa para o retorno antecipado do expatriado é a não adaptação do cônjuge - traduzindo: happy wife, happy life!
Mas quem se importa? Ah, as empresas têm se importado sim. Afinal, fracasso na expatriação e prejuízo financeiro andam juntos. O fato é que ninguém fala claramente sobre o casamento no processo de expatriação.
As empresas contratadas para ajudar na transição cultural sabem muito bem como apresentar a cidade, mostrar escolas para os filhos e indicar a marca de sabão em pó. Mas não sabem preparar o terreno para o fator mais importante e que tende a ficar vulnerável nesse período: a relação familiar.
Em sua pesquisa, a professora Maria Ester de Freitas diz que “a esposa, ainda que compartilhe das esperanças do futuro promissor de seu marido, estará contabilizando as perdas... Ela se sente despojada de sua casa, onde tudo funcionava; da cidade, onde ela tudo conhecia; do idioma, que era a sua pátria; da sua profissão, que ela não pode exercer por razões burocráticas; do seu status pessoal e social, pois agora ela é apenas a esposa de alguém; de todo o seu conhecimento do cotidiano. A perspectiva do seu olhar é localizada no passado e no presente; o primeiro que lhe dá a segurança de que ela não é uma incompetente, o segundo que lhe atesta a necessidade de começar do zero, de descobrir o enigma existente em cada detalhe da vida diária. Nos momentos de desespero o presente vai ficar muito pesado, o passado será idealizado e o futuro não será visto. A sua energia emocional será investida em manter os pés no chão, de sobreviver ao teste da realidade, de ter os sonhos postergados. Não é de se estranhar que a vida não seja fácil durante os primeiros meses em que a esposa está gerindo as suas dificuldades, bem como se ressentindo do papel de coadjuvante onde a emoção positiva e o glamour ficou todo concentrado no outro personagem. A vida aqui vai girar em rotações diferentes e paradoxais... Temos expectativas sobre o comportamento do outro, mas não o temos sob controle e isso eleva o nível de nossa vulnerabilidade.”
Mas quem tem coragem de falar que vai doer? Por que não dizer que vai doer tudo, mas que passa e que a experiência pode estreitar laços e aumentar a cumplicidade? Mas quem tem a receita? Eis a delícia, não tem receita! Por um breve momento temos a chance de desenvolver nossos próprios métodos e isso pode ser uma gratificante aventura.
E sem puxar sardinha para nosso lado querida Coexpat, nas palavras da professora Maria Ester: “é a infraestrutura domiciliar quem vai dar o suporte para a produtividade e para as decisões criativas do nosso expatriado. O sucesso da empresa vai depender da esposa e não
do expatriado!”


Carmem Galbes
Imagem SXC

Champanhe francês, endereço africano.

Olá, Coexpat!
Navegando por aí, fui parar na África e fiquei sabendo que Luanda - capital da Angola - é a cidade mais cara do mundo para o expatriado.
O levantamento foi feito por uma consultoria de RH, a ECA. A empresa avaliou o custo de vida em 370 cidades e concluiu que o expatriado gasta muito mais para viver lá porque a lista de compras é recheada de produtos importados. Vem comigo para a nossa conversa de ontem. Aí está a confirmação prática e literal do meu argumento. Quando a gente resiste às mudanças e impede a aproximação de novos costumes a gente pode pagar caro por isso. Lógico que não há como ignorar que Angola está sendo reconstruída, que por 26 anos enfrentou uma guerra civil de lascar e que os últimos cinco anos não têm sido um mar de rosas... Mas lembra daquele negócio de sair na chuva? Então, vou além: tá no inferno, dá um uta no capeta. Sei que essa é uma mudança radical. Ter que viver em meio a ameaças, escassez e escombros não é tarefa fácil, mas penso sempre na oportunidade da experiência. Sempre penso que - no mínimo - a gente vai ter história pra contar, nem que seja para o terapeuta... Você deve estar se perguntando, ok, mas o que tem a ver a meia com o cadarço? Tem a ver que expatriado costuma ter um impulso na renda e tende a achar que “uhu, to podendo!” Nessa, não sobra espaço para a tentativa, porque - geralmente - a gente tenta mesmo só quando aperta de verdade, quando a água bate na sunga... Mas é muito fácil falar, né? Se tivesse lá, provavelmente ajudaria a ratificar a conclusão do especialista. Mas só me resta mesmo dar pitaco, afinal estou nas bandas de cá, onde o povo tá meio assim de gastar, onde importado não passa de sinônimo para preocupado - exemplo: tenho me importado com os padeiros - onde todo dia tem uma ultra mega liquidação, a atual - aliás - é a do dia dos veteranos. A propósito, a segunda cidade mais cara para o expatriado é Oslo, capital da Noruega. Paris e Londres? Cara pra turista!

Carmem Galbes

A cartilha é de graça!

Olá, Coexpat!
Depois da visita ao post abaixo, uma amiga me acusou de colaborar para inflação aqui nos Estados Unidos. Como eu sou igual a bonequinho de sinal em São Paulo - odeio ficar piscando - eu disse educadamente: ah, vá pra Zimbábue! Explico: lá sim tem inflação - 11.200.000% nos últimos doze meses. Interessante é a explicação do ministro das Finanças, "continuamos a lutar contra a inflação tentando garantir que os preços cobrados sejam realistas", oi?
Mas cara amiga, a inflação deve cair um pouco. 

É que desde ontem está chovendo muito, bastante mesmo, então estou acampada em casa, navegando!
Entre uma parada e outra descubro que, pelas contas do governo, 4 milhões de brasileiros vivem fora do país. Outro dado: o mundo tem 200 milhões de expatriados. Nossa, que alegria - adoro número, gente!
Mais? Não tem! O que encontrei foi uma cartilha para os que estão longe.

O material foi lançado em março deste ano pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O texto reserva bastante espaço para a questão da imigração ilegal. Aborda também temas como o sistema de saúde em outros países, envio de dinheiro ao Brasil e retorno ao país, além de reunir links que podem ser úteis.
Agora vou ver se parou de chover!

Carmem Galbes

O salto e o pé-de-meia.


Olá, Coexpat!
Não é que andando por aí eu achei alguns dados sobre o universo “expatriático”. Tudo bem que os números não são dos mais recentes, foram divulgados em 2006, mas talvez ajudem @s neurótic@s por estatística - sim é o meu caso!
Primeiro as formalidades: a pesquisa é da Mercer consultoria de Recursos Humanos e foi feita em 104 empresas do mundo todo.
O dado que me chamou a atenção foi que sete em cada 10 empresas pagam custos com cursos de idiomas e sobre a cultura local, por exemplo, mas a maioria – dois terços – informa não ter mecanismos para fazer com que a família expatriada sinta-se de fato em casa. Um dos diretores da Mercer , Gareth Williams Bom, diz que a “falta de tempo e restrições de custo fazem com que as empresas concentrem seus esforços em um suporte mais prático e do dia a dia do funcionário” .
Bom, acho que não precisamos mais de números para perceber uma coisa, para assuntos relacionados à saudade, ansiedade, insegurança, etc e tal o suporte vai estar mesmo na nossa capacidade - diria até mágica - de lidar com tudo isso sem descer do salto.
Mas caso hoje você já tenha jogado as tamancas para o alto, que tal mais um dadinho?
A pesquisa revela que os incentivos em dinheiro para compensar o funcionário pela inconveniência de ser transferido continuam a ter um papel importante na política de expatriação das companhias.
Então car@ Coexpat, se o dia estiver um pé...se a noção de experiência que você está acumulando estiver no chinelo, fique descalç@ de vez e lembre-se da meia, isso, do pé-de-meia que você, ou vocês estão fazendo longe da terrinha...

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...