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Expatriação e a criação da realidade que você quer!

Olá, Coexpat!

Você cria a sua realidade!
Muita gente acredita que isso é balela, que é papo de autoajuda...
É não!
Exemplo?
Até ontem essa flor simplesmente não existia para mim. Não existia porque eu nunca tinha prestado atenção de fato em uma orquídea sapatinho.
Bastou que eu parasse, olhasse com mais cuidado para cada detalhe da planta para que ela passasse a compor a minha realidade. 
Simples assim: em um momento não existia, em outro já era fundo de tela do meu celular...
Acontece com flor, com uma gordurinha no corpo, com um olhar de alguém, com uma palavra, com uma situação, com uma emoção, com um pensamento: nós decidimos o que fará parte da nossa realidade, o que vai ganhar a nossa atenção, com qual intensidade. 
A realidade é como um som, se será melodia ou barulho depende das nossas escolhas.
Eu poderia ter deixado a orquídea pra lá e ter focado em outros aspectos do jardim: talvez numa erva daninha, numa praga...preferi a flor. Preferi porque estava atenta, pronta para direcionar a minha energia para o que traz beleza e alegria para o meu dia. 
Você não está feliz com a sua expatriação?
Não está se sentindo bem no lugar em que está vivendo?
Não está curtindo as pessoas com as quais está se relacionando?
Está odiando a sua rotina no novo endereço?
Para onde exatamente você está olhando? 
Para quais aspectos você está direcionando a sua atenção?
Se voltar para a sua antiga vida, antiga cidade não é uma opção, como você poderia melhorar seus sentimentos a partir da realidade em que você está?
O que te faria bem?
Será que isso já não estaria à sua disposição, só está a espera de que seja olhado?
Você cria a sua realidade! Isso é fato! A questão é: você está gostando da sua criação?

Carmem Galbes

Expatriação, suporte à carreira de outra pessoa e o tempo das coisas...

Olá, Coexpat!

Há tempo pra tudo...principalmente quando o assunto é expatriação, especialmente quando o assunto é apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar.
Há tempo de empacotar e de desembalar.
Há tempo de bagunçar e de organizar.
Há tempo de criticar e de se adaptar.
Há tempo de se assustar e de se maravilhar.
Há tempo de sentir saudade e tempo de não querer ir embora.
Há tempo de explorar o mundo e de olhar pra dentro.
Há tempo de se dedicar aos outros e tempo de investir em si.
Em que tempo você está?
Já deu tempo de se investigar nessa vida longe do ninho, de encontrar algo que encha seu dia e sua alma de alegria nesse endereço tão distante? 
Isso pode levar tempo também!
Mas isso não é motivo para menosprezar a busca pelo que te faz bem e pelo que deixa o mundo melhor!
Eu sigo aqui investindo em um novo projeto!!

Me fala de você!

Carmem Galbes

Expatriação: a importância do dia da chegada ao novo endereço.


Sobre o dia da chegada...
Não quer nem pensar?
Confia! 
A reflexão vale a pena!
Fecha os olhos...
Responda:
Como foi no instante em que você chegou a esse endereço em que vive agora?
  • Você já conhecia esse local?
  • Já havia passeado por aí?
  • Já tinha alguma memória sobre ele?
  • Você chegou como?
  • Como foi o trajeto?
  • Como estava o tempo?
  • Era dia?
  • Você estava bem de saúde?
  • Como estava seu marido? Seus filhos?
  • Você estava com uma roupa confortável?
  • Estava com fome?  Comeu algo assim que chegou? Gostou do que comeu?
  • Foi para algum hotel, casa de amigos, conhecidos ou direto para a nova casa?
  • Pegou muito transito?
  • Viu alguma cena marcante? Boa ou ruim?
  • Gostou do lugar?
  • Gostou do bairro?
  • Já conheceu algum vizinho?

Eu realmente acredito que o dia da chegada à nova cidade, ao novo país é como um portal para uma nova vida. Dependendo da forma como atravessamos esse portal, nossa adaptação será mais leve ou não...
Por isso a importância de entender a força desse momento.
Estamos fragilizadas. Tudo é novo, tudo é estranho, e as ocorrências nesse primeiro dia podem mudar para sempre nossa relação com esse lugar.
Um vôo mais turbulento ou barulhento,  uma tarde mais cinza, uma chuva mais pesada, uma trovoada mais alta, um trânsito mais difícil, uma comida sem gosto, um mal-estar, uma discussão, um atendente grosseiro, uma noite mais gelada, uma barata no banheiro, um vizinho mais fechado...tudo isso no dia da chegada pode ser pesado demais e marcar para sempre, de forma positiva ou negativa, principalmente para quem ainda não havia digerido muito bem a mudança.
Então, vai se mudar? Está deixando o país? Está voltando para o Brasil depois da expatriação?
Atenção ao dia da chegada! Prepare seu espírito e tenha em mente que tudo o que você vê e sente nesse dia está influenciado pelas lentes  da mudança. E mudar assusta! Mudar dá medo!
Mesma coisa se você está mudando de uma cidade para outra dentro do Brasil!
Ainda guardo cores, cheiros e dores das minhas mudanças de São Paulo para o Rio, do Rio para Recife...
Enfim...pense no trajeto, no dia da chegada, como um mapa, não como o destino. A ideia que você vai construir sobre seu novo endereço precisa de tempo e de exploração adequada para ganhar corpo!

Carmem Galbes

Esposa expatriada, você não está sendo sustentada! Você está sendo patrocinada!


Em uma dessas conversas super legais que a vida dá de presente pra gente...
Trecho transcrito com a devida autorização:
"Eu odeio ser sustentada pelo meu marido! Isso me humilha, me enfraquece, além de me empobrecer..."
O desabafo é de uma mulher que deixou cargo gerencial em comunicação, salário superior a 15 mil Reais, além dos benefícios, para mudar com os 2 filhos e marido - alçado à alta direção da empresa  alemã, lá na sede.
Eu: Sente mais falta do trabalho ou da renda?
Ela: Na verdade... o que ele passou a ganhar cobre o meu salário com folga...não tenho saudade do trabalho em si, não. Eu estava muito estressada e minha atividade pegou um rumo que eu não queria muito...passou a exigir cada vez mais a minha presença no trabalho e a minha ausência em casa, com as crianças...Pedir demissão foi um alívio pra falar a verdade, ainda mais porque pedi demissão por causa de outra pessoa rsrsrs...Mas sinto falta de me sentir importante!
Eu: Você só conseguiria se sentir importante de novo trabalhando?
Ela: Não necessariamente, mas teria que perceber se estou fazendo a diferença e isso eu não sinto hoje...
Eu: De repente você precisa rever seus conceitos sobre o que é fazer a diferença...
Nossa conversa parou por aí...ela foi para a rotina com as crianças e eu voei para o computador.
Uma pulguinha não saía de trás da orelha, uma não, várias!
A mulher que deixa seus próprios planos em segundo plano para apoiar a carreira do marido em outra cidade, outro país tem a tendência em sentir que saiu perdendo, que virou coadjuvante, café com leite, socialmente invisível, quase como um peso morto, ainda mais se a cultura local não ajuda.
Mas será que é isso mesmo?
  • Será que, na verdade,  a expatriação não é só o pano de fundo, a desculpa do universo para que a gente faça o que tem que ser feito, que faça na vida o que a gente veio realmente fazer aqui ?
  • Será que, na verdade, o marido transferido não é mais uma peça dessa conspiração do universo para que a gente assuma a nossa missão? Achamos que mudamos por causa dele, mas será que o universo não colocou uma expatriação na carreira dele para nos atingir?
  • Dizemos que perdemos a renda, que agora o marido ganha os tubos e nós nada, mas será que, na verdade, o universo não turbinou o salário dele para fôssemos patrocinadas para fazer o que temos que fazer nessa vida?
  • Então não estamos sendo sustentadas, mas sendo patrocinadas?

Bom...se é patrocínio a história é outra! Temos que mostrar trabalho! Dar resultado! A vida está nos patrocinando para que algo seja feito, que algo aconteça!
Que algo é esse?
Já descobriu?
O que você sempre quis fazer e só agora você pode porque tem patrocínio?
E a pergunta mais importante, vou até falar alto:
COMO VOCÊ ESTÁ HONRANDO ESSE PATROCÍNIO?
Então, para que fique bem claro: Coexpat, você não está sendo sustentada, você está sendo patrocinada!
Durma com um barulho desse!
Carmem Galbes

Esposa expatriada, não embarque nessa viagem sem um norte, sem um objetivo!


Qual a diferença entre sonho e objetivo? 
No meu dicionário é isso: sonho a gente fantasia, objetivo a gente realiza. 
E todo sonho pode virar objetivo? Se você quer mesmo, de verdade, com certeza absolutamente todos!
Como?
Faço o seguinte exercício: 

  • Visualizo o objetivo conquistado. Exemplo: Eu participando de um workshop em Dubai.
  • Mentalmente volto no tempo e anoto todas as ações que me levaram a conquistar o meu objetivo. Exemplo: Estou em Dubai, no Workshop. O que eu fiz imediatamente antes? Cheguei no aeroporto. O que eu fiz imediatamente antes? Viajei. O que eu fiz imediatamente antes? Organizei minha bagagem e a rotina para a família ficar sem mim. Como é essa rotina? Combinei com meus pais de ficarem com meu filho. Meu marido combinou de sair mais cedo do trabalho nessa semana para pegá-lo na escola. Combinei com a faxineira de ela vir todos os dias da semana que eu vou ficar fora. O que fiz antes disso? Comprei o pacote de viagem. Como paguei? Fiz o seguinte planejamento financeiro...e assim por diante. Faça as perguntas até você chegar no agora.
  • Com tudo anotado, essas "ações mentais" viram metas e com prazo estipulado por você. Exemplo:   19/06 - Planejar, junto com a família, a minha viagem e as decisões necessárias, anotar. 20/06 - fazer planejamento financeiro para viagem. 21/06 - Fazer pré-incrição no workshop. 22/06 - Reservar as passagens...e assim por diante.
Então o que você tem que fazer a partir de agora? Realizar o passo a passo que você anotou pra chegar no ponto em que você quer.
No coaching,  esse "caminho" é chamado de roadmap, a rota que vai te levar do sonho ao objetivo.
Toda esposa de um profissional transferido deveria ter, pelo menos, um documento desses em mãos! É que ter um planejamento assim de um objetivo te mantém focada também em você! Te ajuda a mostrar que você existe e que merece ter uma realização pessoal, só sua, apesar de a mudança ter sido provocada pelo sucesso de outra pessoa. 
Agora já sabemos como transformar sonho em objetivo. E objetivo pode virar sonho e ficar real só na nossa imaginação? Também, claro! Basta você não se organizar, não se comprometer com as metas, acreditar piamente que as conqusitas são uma questão de sorte, são coisas para "os outros" e que você não "merece" o que deseja. Mas aí a gente já está entrando na seara das crenças que limitam e da autossabotagem, papo pra outra hora...
E você, tem sonhado alto? Sonhado muito? Tem conseguido transformar seus sonhos em objetivos?Tem conquistado o que deseja? Perdeu o foco do que você quer ao decidir apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não sabe como voltar a olhar para você mesma? Vamos conversar, o coaching é um processo super poderoso para te ajudar nesse resgate. 
 
Carmem Galbes

Entre o que se fala e o que se entende.

Olá, Coexpat!
Não é novidade dizer que a fala - seja lá como for - está entre os recursos que fazem a separação entre o que é gente e o que é bicho. Indo um pouquinho além, também é possível dizer que ela é resultado de um trabalho complexo do corpo e que faz a ponte entre o sentir, o pensar e o agir.
Fora isso, na prática, a fala é o que permite a gente costurar e romper o tecido social. Sim, porque ô troço pra embaraçar, embaralhar, embasbacar como a fala!
Explico. Com o tempo a gente aprende que cada um dos zilhões de variações fonéticas da letra a, por exemplo, quer dizer uma coisa. Pode ser um “a” de susto, de tristeza, de lembrança - tipo: “a, não esquece de...” Pode ser ainda um” ã?”, sem contar no “aaaaaa, eu sabia!”
Essa denotação passeia sem cerimônia pelos diálogos vida afora. A gente vai aprendendo pouco a pouco. Aí, de repente, você tem que acessar um outro idioma. Você sabe as regras gramaticais, tem um bom vocabulário, mas se perde no sentido...
É que tem coisa que parece, mas não é.
No meu caso, tenho dificuldade com dois termos pelas bandas de cá.
Exemplo: a gente aprende logo nas primeiras lições as respostas básicas para um “thank you”. Numa versão seriam: You’re welcome - de nada, my pleasure - um prazer ou não por isso, that’s ok - tudo bem.
Mais aqui descubro que a resposta mais comum é: ahã. Sim, aquele sim rápido para perguntas simples da vida, sabe? “Você quer água? ahã.” Aqui, esse ahã é o mesmo que “de nada, um prazer!” Confesso que soa muito mal pra mim, é como se a alma do outro lado se importasse tanto com o meu agradecimento, mas tanto, que ela usa todo o seu potencial e simpatia para responder: ahã.
Descobri que isso é uma cisma de muitos brasileiros. Mas é também um jeito normal e educado de responder ao cumprimento por aqui.
O problema é que ouvido vai acostumando. Tem brasileiro que quer morrer depois que solta o primeiro ahã com o significado de “de nada”.
Outra situação de lascar. Você, feliz da vida, conta que vai passar um fim de semana em um local show. O sujeito vira e, em meio a um sorriso, lança um: “good for you.” Isso mesmo, bom pra você!
Bom pra mim?! Claro que é, mas isso não é coisa que se diga. Pior que aqui é! No inglês dessa região é um comentário sadio. Tudo bem que não é um bom pra você seco. Seria um boooooooom pra voeeeeê ou good for yyyyyyyooooouuuu!
Então tá,vou ficando por aqui. Good for meeeeeee! Ou seria good for you?
Imagem: SXC
Carmem Galbes

O tempo e a paciência de quem é expatriado...

Olá, Coexpat!
Olha o “causo”.
A cena: inscrição para o curso de pronúncia aqui nos States.
A rotina: depois de avaliação oral e escrita, sigo para uma sala onde um primeiro ser humano anota dados pessoais e o código do curso. Sigo para uma segunda sala.
Percebo que o código do curso refere-se a outro horário. Em vez de um dois no final de sequência de 5 números, há um zero. Nessa segunda sala alerto para a questão. O segundo ser se limita à: “vamos ver como vai sair no recibo”, e me manda para o caixa.
Sigo assim para uma terceira sala, onde falo com um terceiro ser sobre o código do curso. Enquanto passa o cartão, o sujeito se limita: “não é minha área”. Claro que o recibo traz o curso com o horário errado.
Volto à segunda sala. O segundo ser diz: “vá à quarta sala”. Lá, um quarto ser preenche uma requisição de troca de horário e me diz: volte à segunda sala”.
Volto. O segundo ser me recebe com ar de que não se lembra de mim. Acerta o horário e diz: “volte ao caixa”.
Lá o terceiro ser arruma o horário e diz: “prontinho”.
Duração do percurso: não sei, foram tantos seres que esqueci de olhar para o relógio...
Burocratas eles? Não, eu é que sou. Deveria ter mudado o número à mão mesmo, antes de entrar na segunda sala!
Jeitinho brasileiro? Não, praticidade, economia de tempo e de rugas!


Carmem Galbes

Imagem: SXC

Esposa expatriada, desempregada, mas antenada: cobertura da posse lá e cá.

Olá, Coexpat!
Como você sabe, sou jornalista desempregada, mas que prefere dizer que vive um período fora do mercado para apoiar a carreira do maridão no exterior.

Sendo assim, não consigo desligar...então, não pude deixar de passar o dia perambulando entre TV e internet para acompanhar a posse de Obama. Minha ideia era tentar captar uma cobertura com os olhos aqui e ouvidos lá ou vice-versa.
Claro que não vou conseguir fazer uma comparação crítica entre o trabalho dos colegas americanos e brasileiros, isso, aliás, daria uma boa tese...
Mas, comparando...
O povo aqui passou a semana especulando sobre qual estilista a primeira-dama usaria. Interessante que hoje foram os brasileiros que se apressaram em falar em detalhes sobre o “visú” de Michelle Obama. Com semana de moda no Rio, ficou fácil cumprir a pauta!
Pascolato e cia desceram a boca no modelo assinado pela cubana Isabel Toledo. O que prendeu meu olhar foi a combinação que não me agrada, a não ser em copa do mundo: vestido amarelo + sapatos e luvas verdes!
Mas gente, a mulherada aqui adora brilho e cores vibrantes! Só fico pensando em que ocasião ela usaria aqueles sapatos verdes de novo...
Ok, tentei pensar em uma impressão mais elaborada sobre a cobertura, mas nã
o consegui. É que simplesmente não encontrei em português nenhuma análise um pouquinho mais profunda sobre o dia de hoje.
Bom, pelo menos até agora, não consegui ler, ouvir, ver... sentir nada sobre, por exemplo, qual o impacto no Brasil do discurso de posse do homem que vai tocar a economia mais influente do mundo.
Talvez essa falta não tenha cabimento. Talvez tudo já tenha sido dito e eu não acompanhei. Talvez ainda será dito...
Sei lá...
A cobertura em português fala em gastos com segurança na posse, em número de pessoas, traz o histórico do novo presidente, os desafios, o discurso traduzido, mas senti mesmo falta de contextualização.
Tudo bem, sei, ao menos, que o vestido da dona Obama não agradou lá no Brasil. Ouvi dizer que tinha bordado demais, que era sóbrio demais, que era elegante de menos...sei.


Carmem Galbes

Foto1: Susan Walsh - AP
Foto 2: CBSNEWS.COM

Todo mundo sente preguiça, mas expatriado tem preguiça e culpa...

Olá, Coexpat!
Meu propósito por aqui é ter uma conversa pelo menos uma vez por dia. 

Gosto de conteúdo. 
O problema é que nem sempre penso que tenho algo relevante que mereça seu tempo ou o meu. Pior, como é o caso hoje, quando não estou com muita disposição para desenrolar...
Sabe...os últimos dias têm sido especialmente simples. 

Rotinas biológica e social: comer, dormir, ler, passear, conversar e assim vai.
Tamanha simplicidade tem deixado tudo muito especial. 

Especial porque flui. Porque há apetite, há gosto e há vontade de esticar a conversa, nem que - às vezes - o silêncio marque uma frase ou outra.
Normalmente a escrita me preenche e me satisfaz, mas nem sempre consigo seguir em frente. Como estou expatriada, em uma fase que decidi que eu não tenho - necessariamente - que seguir em frente,  acho melhor deixar pra depois. Hoje vou ficar assim imóvel, só imóvel...e que que tem, né?
Perdão. Sei que é pecado. Mas hoje estou deliberadamente com preguiça, simplesmente preguiça.

Com preguiça e culpada, é que "esposa" expatriada já não faz nada, né? Priguiça de que? Será?
Vixe...
Carmem Galbes

Foto: João Marcos

Café com leite.

Olá, Coexpat!
Não tem jeito, o sotaque dá uma condição muito interessante para quem está longe do lugar de origem. Ele faz da gente uma personagem quase café com leite, aquele tipo que não tem muita vez, não tem muita voz, pelo menos no dia a dia gringo.
Um exemplo: numa loja, uma vendedora me perguntou: turista? 

Eu disse que não. 
Ignorando a resposta negativa e atenta ao sotaque ela simplesmente disse, ah, desculpe, essa promoção só vale a pena pra quem vai passar um bom tempo aqui.
Como a oferta da moça não me interessava em nada, nem insisti. 

Mas a cena foi interessante.
Me fez pensar que não basta ter orelhas e ouvir bem, tem que saber escutar. Escutar o que o outro diz, não o que já dissemos internamente pra gente.
Mas a escuta é algo que não se ensina por aí,

A gente aprende a falar, aprende a ler, a escrever, mas a escutar não. 
A audição, quando tudo corre bem, nasce com a gente.
Mas a escuta, essa a gente tem que desenvolver! A gente tem que dedicar tempo, atenção e amor ao próximo para escutar de verdade. Para entender o que se fala.
Mas quem está mesmo disposto a escutar de verdade? 
Bom, tome para você a responsabilidade.
Treine a escuta! No mínimo, você vai se ouvir melhor!

Carmem Galbes

Entre o belo, o útil e o indispensável.

Olá, Coexpat!
O período aqui nos States é de volta às aulas. 
Nada novo, isso acontece no mundo todo pelo menos uma vez no ano. Mas uma cena me cativou. 
No supermercado uma mãe tentava convencer a filha sobre os benefícios de uma mochila mais em conta, porém menos atraente esteticamente em relação ao modelo que a menininha havia escolhido.
Esse nhe-nhe-nhem na seção de material escolar também não é novidade. Aliás, o mais comum em período assim é acompanhar verdadeiras batalhas por causa de caderno, borracha, canetinha e apontador.
Não, essa conversa não é sobre a luta da aluninha pelo belo e nem pretendo abordar o esforço da mãe na defesa do útil.
O fato é que mais um clichê bateu à porta. 

Dizem por aí que não importa o que acontece na vida da gente mas no que transformamos esses acontecimentos. 
A menininha não será a única com a mochila mais útil que bonita na escola. Uma legião de colegas deverá estar na mesma situação, mas como cada uma vai se acertar com as experiências do cotidiano isso é outra coisa...
Gosto dos 'causos' da astrônoma Maria Mitchell. Ela viveu sob os mandos e desmandos dos costumes, como todas as mulheres no século 18. 

Como ela administrou isso
Ela poderia ter decidido seguir o que determinava a sociedade, poderia ter ficado deprimida, poderia ter ficado apática e ter deixado tudo pra lá...
Mas ela preferiu posicionar-se ativamente - porém de forma pacífica - em relação ao que não concordava.
Um exemploParou de usar roupa de algodão para protestar contra o trabalho escravo.
E nessa jornada pela própria liberdade e pela liberdade de outros seres humanos, Mitchell fez muitas descobertas! Descobriu até um cometa - que leva o seu nome!
Sim, também temos um universo a explorar. 
E não precisamos estar tão longe, tão só, tão...Basta coragem para simplesmente olhar. É que, como dizia Michell, quanto mais vemos, mais estamos capacitados para ver.
Então abra os olhos, inclusive os da alma, para perceber a beleza e a utilidade dessa incrível experiência que é uma expatriação. Essa fantástica experiência de estar em um lugar desconhecido - dentro e fora de você -  pronto para ser desbravado!

Carmem Galbes

Que sucesso essa gata que sabe latir.

Olá, Coexpat!Não, não é só você...
Por mais que alguém seja fluente em um outro idioma, essa tal língua não deixa de ser estrangeira e sempre tem uma hora que cansa...
Aí pode acontecer de você soltar uns fonemas em Português, não dar algumas respostas e deixar de fazer certas perguntas.
Tudo bem, pode ser que você não esteja pra conversa hoje e deve estar cansada até para falar na língua materna. Mas a história é pequena e bonitinha. Ouvi agora a pouco.
A gata seguia com sua prole pela rua quando apareceu um cachorrão, o mais invocado da vizinhança. Os filhotes ficaram assustados com o bicho e surpresos com a reação da mãe.

Em vez de recuar, a gata seguiu toda empinada e parou em frente ao Rex. Encheu o pulmão e, em vez de "miauuu", deu uma bela latida. 
O Rex nem tentou enfrentar, virou a esquina e sumiu. 
A bichana, muito sábia, virou para a cria e disse: viu como é bom saber uma segunda língua?
Então não desanima! Aproveite sua estada em outro país para seguir com seus estudos no idioma! Fale sem medo de passar vergonha! Meta as caras! Fique fera em latido, mugido e o que for necessário! E, se um dia precisar latir, o "au au" pode sair até com sotaque, mas que o receptor vai entender a mensagem , isso vai!

Carmem Galbes

Desejo e gozo.

Olá, Coexpat!
Numa sexta-feira dessas defendi a importância do ócio, do lazer, do papo pro ar ou o nome que você preferir para o famoso “dar um tempo”.
Engraçado, como é difícil aceitarem - me incluo - que me propus a ficar um período sem seguir a cartilha sócioprofissional. 

Sempre chega a pergunta, 'e aí o que tem feito?' 
É muito estranho responder: nada!
Mas eu estou fazendo nada mesmo. Nada do que dizem que deveria fazer nesse período de coexpatriada. 

Não, não estou fazendo trabalho voluntário. Também não, não participo de grupos de mulheres de-sei-lá-o-que. E não, não estou grávida. 
Desculpe, não, não e não. 
Ok, estou estudando, quero viajar o que puder e experimentar, experimentar e experimentar. Adoro número primo!
Mas não é que envolvida nesse meu projeto bloquímico, sim - porque, pra mim, lidar com tal tecnologia é quase tão difícil quanto entender química - lembrei de uma palestra da psicanalista Maria Rita Kehl.
Ela falava sobre passividade quando soltou a trovoada: "até a morte estamos entre o desejo e o gozo, queremos estar muito mais tempo no gozo, mas a vida é mais valiosa à medida que dedicamos mais esforços em alimentar o desejo."
Não tem jeito, o desejo é o combustível do dia seguinte. A gente morre é de prazer!
Claro que batalho para não cair no desejo comum, alienado. Aqui, pelo menos aqui, quero desejar para o bem, para o meu bem. Busco o desejo que resulte - tomara - em uma satisfação realmente plena e pessoal.
Mas hoje é sexta. E só posso desejar uma coisa: que o mundo tenha um fim de semana de gozo total.


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...