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Mudança de endereço e o cuidado com os novos vizinhos.

Olá, Coexpat!
Como você quer que seja a sua vizinhança nessa nova cidade, nessa expatriação?
Que tenha escola que atenda seus valores, segurança, mercado, lazer...?
Nisso os profissionais de relocation são craques em localizar!
Como você quer que os seus vizinhos sejam?
Educados, amáveis, gentis, solícitos?
Isso depende de como você chega ao novo endereço.
Mudança é um caos: atrapalha o fluxo do trânsito, dos elevadores, emperra os corredores, rompe com a paz...
Então apresentar-se antes da chegada do caminhão, desculpar-se e colocar-se a disposição para incomodar o mínimo possível mostra mais que educação e preparo intercultural. Mostra que você se importa com o outro e isso vale ouro!
Meus pais me ensinaram também  a levar comigo lembrancinhas do Brasil para presentear, incrível como isso abre sorrisos, portas e corações.
Como chegar aos vizinhos? Pode ser acessando o síndico, a administradora, pode ser batendo na porta, por bilhete na caixa de correios, embaixo da porta. É preciso estudar a cultura local. Mas a ideia básica é preparar a vizinhança para o incômodo que você vai causar. Isso é uma boa semente para o início de uma relação, no mínimo, respeitosa.
Mudar de endereço é mais que ir de um local para o outro, é fincar a sua bandeira - da forma mais positiva possível - em um novo território!
Carmem Galbes

Organize-se e cure-se dessa coisa ruim que você sente na sua expatriação!

Olá, Coexpat!
Exaust@?
Desanimad@?
Sem energia?
Parece estar gripad@, mas não tem coriza, nem febre, nem espirros?
Chorando do nada?
Com ódio do mundo?
Querendo voltar "pra casa" no primeiro voo?
Certeza que está deprimid@? Que precisa ser medicad@?
Certo, vá ao medico!
Mas saiba que pode ser que você não esteja doente. Pode ser que você esteja é desorganizad@!
Pode ser que o remédio seja:
✔️ Descartar o excesso e o lixo.
✔️Encontrar o melhor lugar para o que te serve.
✔️Deixar a casa Leve, prática, limpa e bonita.
✔️Criar uma rotina que te libere e não que te escravize.
✔️ Criar uma agenda com tempo para você se dedicar ao que te completa, te faz bem, te deixa feliz.
Organização é a base para uma expatriação plena e de realização.
O tempo é curto, a ajuda é escassa, os desafios são gigantes.
Então organize-se!
Bote as coisas e as ideias no lugar!
Resgate-se do caos!
Agarre essa experiência com unhas e dentes, porque ela - como tudo na vida - também vai passar!
E você vai perder a chance de ouro de aproveitar tudo o que pode da vida em uma outra cultura, em um outro mundo?!
Acordaaaaaa!!!!!!!

Carmem Galbes

Esposa expatriada e a invisibilidade social.


Invisibilidade Social. Já ouviu falar? 
O termo passou a ser usado em 2004 depois que o pesquisador Fernando Braga da Costa constatou em seu de trabalho de conclusão de curso que - ao usar um uniforme de gari no campus - ficava invisível, inclusive para quem o conhecia, como colegas e professores. A definição do pesquisador: a invisibilidade pública é uma construção psíquica e social. O homem aparece a partir daquilo que ele produz e do preço e valor de sua produção, e a forma como tratamos e somos tratados segue a lógica de mercado.
Os estudiosos do assunto argumentam que essa invisibilidade atinge principalmente o trabalhador de baixa renda, como lixeiro, empregada doméstica, porteiro etc e tals. 
Concordo e vou além. 
Acredito que todos, em algum grau, em algum momento, estamos sujeitos a desaparecer aos olhos do outro, tudo depende da visão de mundo da outra pessoa. E é a nossa visão de mundo que vai nos impedir - ou não - de ser afetada pela deficiência alheia.
Ai penso: invisibilidade ou cegueira social?
Já vi assistente jurídico reclamar da invisibilidade, coordenador de marketing dizer que estava invisível, gerente de comunicação denunciar que não era vista. Já vi gente doente, gente mais velha, gente mais gorda, gente mais baixa reclamar que parecia não ser vista. 
Tenho pensado que deparacer para o outro não é única e exclusivamente uma questão de renda, de instrução. É uma questão do que o grupo em que estamos envolvidas, as pessoas com que nos relacionamos valoriza. 
Percebo muita coexpat sofrer de e com a invisibilidade. Afinal, quem fica no teatro depois que a peça acaba para ver o trabalho de quem arruma o cenário? 
Dizem que só existimos através dos olhos da outra pessoa. Mas em um mundo de cegos, como vamos existir?
Eu já me senti muito invisível. Na época não sabia que tinha esse nome, dizia que eu me sentia "café com leite".
Mas consegui reaparecer!
Como? Quando abri meus olhos para mim mesma, quando passei a olhar para dentro. É certo que não me livrei da produção, mas passei a produzir algo que fizesse sentido para mim.
Ainda tem gente que não me enxerga? Com certeza! Mas essa cegueira deixo pra essa pessoa resolver. Decidi não dar ouvidos a quem não me vê. E assim, valorizando um sentido, acalmando outro, sigo para que eu seja real, totalmente a mostra para mim mesma. E quando eu me percebo, eu me vejo e produzo algo que faz sentido não há cegueira que me afete!

Carmem Galbes

Os 10 filmes que toda esposa expatriada deve assistir.

Em busca de inspiração para a sua vida de coexpatriada? Fiz uma lista com os dez blockbusters americanos que podem te ajudar a lidar com os temas mais ásperos dessa decisão de "deixar+seus+projetos+em+segundo+plano+em+nome+da+carreira+de+outra pessoa."
Espero que ajude!


  1. Julie & JuliaSe você quer exemplos de outras mulheres que trilharam o mesmo que você está trilhando: encontrar um motivação pessoal em uma mudança provocada pela carreira de outra pessoa. Fala sobre a importância da paciência, persistência, bom humor e parceria do casal na expatriação.
  2. Um Bom Ano. Se você quer ver - de uma forma leve - como o viver de forma diferente pode mudar a sua vida para melhor. Tem uma mensagem incrível: coisas maravilhosas podem surgir quando você permite-se olhar a vida de uma outra forma.
  3. Advogado do Diabo. Se você quer entender porque muitas Coexpats enlouquecem. Não é o foco da história, mas mostra de maneira escancarada a importãncia de toda Coexpat receber um apoio sincero e um olhar de gente do bem para que consiga lidar com o novo modo de vida de forma saudável e produtiva. Para assitir com o maridão!
  4. Divertida Mente. Se você quer entender sobre a importância dos valores e das crenças ao enfrentarmos os desafios da vida. Por sinal, o desafio retratado na animação é uma mudança de endereço.
  5. Loucuras de Consumo de Becky Bloom. Se você quer entender como o consumo pode ser usado para preencher lacunas erradas. Muito inspirador para quem quer mudar o rumo da própria história financeira.
  6. Um Senhor Estagiário. Se você quer inspiração para começar algo nessa sua nova vida. Fala sobre humildade, crenças limitantes, quebra de paradigmas e como nunca é tarde para mudar o rumo da nossa história.
  7. Yes Man. Se você quer rir e busca inpiração para se abrir para o novo!
  8. Os Incríveis. Traz uma mensagem na lata - pá: a conta chega! A gente pode deixar muita coisa de lado para apoiar a carreira de alguém em outro lugar, mas isso não pode ser algo para sempre. A animação trata sobre missão de vida, talento e como podemos nos enganar ao tentar viver uma vida que não nos completa.
  9. Sr e Sra Smith. Se você quer entender de uma vez por todas a importância do jogo limpo entre o casal, principalmente o que aceita uma expatriação. Esse filme é cheio de metáforas para os relacionamentos. Um dos trechos que mais gosto é quando o casal bota - literalmente - a casa abaixo para começar uma nova história!
  10. Orgulho e Preconceito. A indicação seria o suficiente se você quisesse apenas assistir a uma história incrível. Mas incluí o romance de mais de 200 anos por acreditar que ele retarata muito bem como nossas crenças podem limitar nossa felicidade, como nossas crenças podem nos afastar de nossa paixão. É meu filme preferido.
Agora é só relaxar e se inspirar!
Precisa de mais apoio para lidar com sua nova vida longe do ninho? Vamos conversar que eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Qual deveria ser o salário da esposa expatriada?


Quanto vale o trabalho de uma pessoa que acompanha um profissional transferido? Qual deveria ser o pagamento para uma pessoa que deixa a própria carreira para apoiar a carreira de alguém em outro lugar? Se a Coexpatriada - clique na palavra para saber mais sobre o termo - tivesse um salário, de quanto seria?
Eu fiz um levantamento de todas as atividades - que eu me lembrei - exercidas pela esposa do profissional transferido. Já falo sobre os valores...
A fonte de consulta foi o site www.pisosalarial.com.br, que faz o levantamento nos departamentos de RH das empresas e considera apenas os trabalhos reconhecidos por lei. Tomei por base o piso pago por cada função exercida.
Preparada?
Então saiba que você deveria estar recebendo por mês, no mínimo, R$ 59.669,41 para fazer tudo o que você faz!
Isso mesmo: cinquenta e nove mil, seiscentos e sessenta e nove Reais e quarenta e um centavos!
Assustou?Acha muito? Acha pouco? Acha que ninguém pagaria?
Então, entenda como cheguei a esse valor e o motivo de você merecer, no mínimo, esse salário!
  • Agente de viagem - se é você quem programa as férias e todos os passeios para alegrar a família longe de casa: 1.306,11
  • Almoxarife - se é você quem cuida de todo o fluxo de mercadorias da casa: 1.083,10
  • Arquivista de documentos - se é você quem organiza a papelada: 1.079,76
  • Auxiliar de enfermagem - se é você quem cuida das idas ao pediatra, ao dentista, oftalmologista, dermatologista, à fono, à terapeuta... e é também quem administra os horários de medicamentos e suplementos:  1.184,98
  • Auxiliar de contabilidade - se é você quem organiza as finanças: 1.346,09
  • Auxiliar de desenvolvimento infantil - se você é a responsável pela integridade física e bem estar das crianças em casa: 1.015,26
  • Auxiliar de escritório em geral- se é você quem cuida de toda a burocracia da casa: 1.108,57
  • Babá - se é você quem toma conta das crianças: 992,68
  • Bibliotecário - se é você quem está a frente de todo o processo de leitura da família: 2.722,34
  • Cabeleireiro - se você dá um jeitinho no cabelo de todos em casa até encontrarem um profissional que atenda ao padrão da família: 1003,93
  • Camareira - se é você quem arruma a casa: 957,67
  • Chefe de cozinha - se é você quem elabora o cardápio em casa: 1.591,39
  • Cozinheiro de serviço doméstico - se é você quem cozinha em casa: 1.012,27
  • Comissário de voo - se é você quem cuida da segurança e bem estar de todos entre tantas idas e vindas: 1.519,80
  • Contador - se é você quem faz a declaração de imposto de renda, que pode ser ainda mais absurdamente complicada quando se vive fora do Brasil : 3.297,34
  • Controlador de entrada e saída - se é você quem administra o fluxo de pessoas da casa: 1.173,74
  • Copeiro - se é você quem serve a comida, limpa e organiza a cozinha de casa: 954,00
  • Corretor de imóveis - se é você quem busca pela moradia na transferência e quem mantém contato com o administrador do imóvel: 1.256,04
  • Costureira de reparação de roupas - se você é o ponto focal para pregar botões, fazer barras ou bainhas (aí depende da sua origem): 1.008,62
  • Decorador de eventos - se é você quem decora a casa para as festas de aniversários, almoço entre amigos ou colegas de trabalho e eventos para receber a família que vem de longe em épocas como o Natal, Páscoa e férias: 1.184,85
  • Demonstrador de mercadoria - se é você quem tem que encantar a família com os produtos disponíveis na nova cultura: 1012,89
  • Designer de interiores - se é você quem busca deixar a casa com cara de lar: 1.627,74
  • Detetive profissional - se é você quem faz a investigação para encontrar o melhor médico, o açougue que vende a carne de melhor qualidade, a padaria que tem pão que lembra o do Brasil: 1.448,58
  • Economista doméstico - se é você quem otimiza todos os recursos da casa: 2.345,77
  • Empregado doméstico nos serviços gerais - se é você quem limpa a casa: 967,92
  • Esterilizador de alimentos - se é você quem cuida da higiene e consumo dos alimentos em casa: 1.113,04
  • Intérprete - se é você quem traduz a nova cultura, mesmo que você também não entenda direito como ela funciona: 1.311,77
  • Lavador de roupas - se é você quem lava a roupa em casa: 967,92
  • Motorista de carro de passeio - se é você quem leva todo mundo pra baixo e pra cima: 1.235,38
  • Nutricionista - se é você quem faz as contas e as pesquisas para manter a alimentação saudável, apesar de não conhecer boa parte dos alimentos normalmente consumidos na nova cultura: 2.215,64
  • Organizador de evento - se é você quem organiza festas de aniversário, almoços e jantares para os novos amigos, lanches para os amigos das crianças: 1.714,42
  • Ouvidor - se é você quem tem que encaminhar e dar as respostas para as reclamações e insatisfações da família: 2.613,84
  • Passador de roupas em geral - se é você quem passa a roupa em casa: 954,00
  • Porteiro de locais de diversão - se é você quem fica atenta quando o pessoal da escola está em casa:  958,17
  • Professor leigo do ensino fundamental - se é você quem dá aquela força na tarefa de casa:  1.284,67
  • psicólogo - se é você quem segura a onda: 2.343,98
  • Recreador - se é você quem está sempre pronta para divertir: 1.047,24
  • Relações Públicas - se é você quem cuida e preserva a "marca" da sua família, externa e internamente: 2.937,76
  • Repositor de mercadorias - se é você quem faz a lista de mercado, as compras e bota tudo no lugar: 954,00
  • Salva-vidas - se é você quem fica na beira da piscina berrando com a molecada: 1.174,94
  • Socorrista - se é você quem corre para emergência em caso de doença ou acidente: 1.174,90
  • Terapeuta holístico - se é você quem deixa de lado conceitos e preconceitos e recorre às técnicas alternativas para ver sua família bem: 1.466,30

Devem ter muitas outras atividades que não me vieram à cabeça. Assim como deve ter alguma atividade que você não exerce. Sem problemas. Consulte o site, acrescente o valor daquilo que você faz e retire o que você não faz.
Esse levantamento pode parecer uma piada, pode parecer brincadeira, mas meu objetivo com ele é mostrar na prática o valor da mulher que deixa muita coisa de lado para apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar. Isso para quem entende a vida só através dos números...porque, como sabemos,  há coisas difíceis de precificar, afinal, qual é o preço do suporte, o valor do incentivo,do apoio?
Gostou? Esse texto levantou seu ânimo? Que ótimo! Ele serve para te mostrar que seu trabalho, infelizmente ainda muito invisível, vale muito, muito mais que você imagina! A ideia com essas palavras é dar um up na autoestima, ajudar você a segurar a onda, é ajudar a te mostrar que sem você, voce bem, em plena saúde física, emocional e espiritual, a expatriação tem grande chance de afundar...porque, como amo dizer: expatriação é um projeto em família!!
Mas...como perco amigo, não a piada, o  texto também pode ajudar a embasar o sarcasmo naqueles dias em que você fica sem paciência...Como? Imagina aquela ceninha típica:
Alguém: "Então, tá de férias sem prazo para acabar, hein...o que você faz o dia todo?"
Você: "trabalho escravo!" Foco na cara de ué! kkkkkkk
Mas é muito azedume, né não?
Então da próxima vez que te fizerem a pergunta, explique tintim por tintim cada função exposta aqui. Use e abuse do tempo da tal pessoa abusada!
No mais, se você entendeu o seu valor, internalizou e agora  quer ir além de todos esses papéis desempenhados, mas não sabe como, conte comigo! Descubra como o Coaching pode te apoiar nesse processo! Visite: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes


ah...um pedido, se gostou dessa reflexão e for usar esse material como base para algum texto, comentário ou como fonte de inspiração, por favor, seja legal, em todos os sentidos do termo, cite a fonte! Claro que você pode aproveitar esse conteúdo, desde que cite o blog da Leve, a autora, no caso eu, Carmem Galbes, e compartilhe o link! Agradeço a sua ética e seus bons modos!


Finanças, casamento e expatriação: é preciso colocar os pingos nos is!

Dizem que cada um de nós é uma empresa Ltda, decidimos de forma autônoma e independente.
Quando casamos "vendemos" parte de nossas ações e viramos uma empresa de capital aberto. Não podemos mais agir sem ouvir todos os sócios - marido, esposa e filhos - a não ser que queiramos fracassar como S.A. 
E quando a família é expatriada? Aí digo que entramos para o Novo Mercado! O Novo Mercado é uma categoria do mercado brasileiro  de ações em que, para fazer parte, a empresa tem que atender ao mais alto grau de transparência e práticas éticas.
Então seu marido recebe um convite para trabalhar em outro lugar ou a família já aceitou e  se mudou. Será que vocês estão prontos para viver de acordo com o modelo exigido por esse Novo Mercado?
Vou me limitar aos aspectos financeiros:
  • Você sabe qual é o salário do seu marido? 
  • Você sabe se há outras entradas e valores?
  • Você sabe quanto a família gasta? 
  • Você sabe se sobra dinheiro no fim do mês, quanto sobra e onde esse dinheiro é investido? 
  • Você e seu marido conversam sobre investimentos? 
  • Quais são os objetivos da família nessa expatriação?
  • Todos da família sabem desses objetivos?
  • Os objetivos incluem criação de poupança e aumento de patrimônio?
  • Se seu marido fosse demitido hoje, você saberia dizer quanto tempo a família consegue manter os gastos sem salário?
  • Você sabe quais gastos cortaria primeiro?
  • A família tem um plano de aposentadoria? Ele inclui a coexpatriada que não está empregada em uma empresa?
  • Quanto você e seu marido planejam ter de renda aos 65 anos?
Se você quer ter poder no papel de Coexpatriada (para saber o significado do termo, clique na palavra) tem que se informar! Informação é poder!
Eu sei, eu sei, o tema é pra lá de delicado. Tem a questão do regime de bens entre os cônjuges, da criação, da história, da experiência e dos valores que cada um tem com relação ao ganhar, guardar, multiplicar e gastar dinheiro. Algumas podem defender que querer saber da vida financeira de outra pessoa é invasão de privacidade. Outras estão tão deslocadas de sua identidade que acreditam realmente que perderam a independência financeira e estão a mercê de um provedor que tem a última palavra porque, afinal, é ele que sustenta a casa.
Eu digo: Oi?
Você deixa de lado a sua carreira para apoiar o sucesso profissional do seu marido, demite-se do emprego - abrindo mão do reconhecimento profissional, acaba assumindo grande parte dos cuidados com a casa e com os filhos - porque o marido está abarrotado na nova função - é a principal ponte entre a família e a nova cultura e não sabe qual é o retorno financeiro de todas essas decisões e responsabilidades? 
Pior, além de não fazer ideia do retorno sobre o investimento, você tem que se dar por satisfeita por receber uma "mesada". Mesada? Isso não seria coisa que filho recebe quando ainda não tem renda porque não trabalha? Você trabalha e muito (creio eu) para fazer essa expatriação dar certo. E se não é por seu empenho e entusiasmo a chance desse projeto fracassar é enorme! Sabia que, de cada 10 empresas que expatriam, 8 dizem que quando a expatriação não dá certo é porque a família não se adaptou ao novo modo de vida? Então olha a importância da sua função! E dê uma olhada também na pesquisa da Global Line, que tem outros dados interessantes!
É lógico que cada família tem seus acertos. Cada casal funciona de um jeito. Tem casal que não consegue guardar nada e tem aquele que não consegue gastar nada. Tem o que não faz ideia do quanto ganha e quanto gasta.Tem o que combina quanto pode gastar no mês, quanto vai guardar para atingir um objetivo e por aí vai. Mas tudo é acertado em comum acordo, sem um achar que é mais que o outro ou tem direito exclusivo ao voto, porque é o que "sai de casa para matar o mamute". Todos estamos matando o mamute, só que em cenários diferentes! 
O que não dá para aceitar é a infantilização de quem acompanha o profissional expatriado, aqui falo com a mulher, mulher que é essencial para fazer a expatriação virar. Não ter acesso às informações financeiras, boas ou ruins, é viver num mundo de faz de conta, de café com leite. Já ouvi muitos maridos dizerem que não abrem os dados financeiros porque a mulher é muito "gastona" ou porque deprimiria se soubesse da real situação econômica da família. Bom, aí o problema é mais embaixo e acredito que uma ajuda profissional - de terapeuta, orientador financeiro, coach - seria interessante.
Sei que hoje peguei pesado. Não se sinta julgada. Encare essas palavras como uma forma diferente de pensar sobre expatriação: um processo em família, que exige total presença e transparência de todos os envolvidos. Exige, principalmente, maturidade do casal.
Ah...passei o texto defendendo a importância da mulher no processo de expatriação e como devemos adotar e viver na prática o discurso que "tudo o que entra e sai é de todos na família". Então, também não vale dizer que você não vê a hora de voltar a ter sua renda para não ter que dar satisfação a ninguém sobre seus gastos. Lembre-se sempre: você está num casamento, num sistema S.A. 
Só para pontuar, falo com a esposa expatriada porque escolhi falar com a maioria. É que, de cada 10 expatriações profissionais, 8 ainda são motivadas pela carreira do homem e é a mulher que acaba tendo que abrir mão de muita coisa para seguir ao lado de alguém.
Carmem Galbes

Como um livro que não foi aceito pelas editoras inspirou minha nova carreira nessa vida de esposa de profissional transferido.



"Mudança de casa - por mais feliz que seja o motivo - sempre provoca angústia, imagine nos pequenos: 'mamãe, posso levar as paredes?', meu filho indagou quando recebeu a notícia de que mudaria de endereço."
Assim eu começo a carta que anexei ao original de um livro infantil que saiu do fundo da minha alma através de uma das relações mais caras da minha vida: a relação com meu filho.
"Tetelo Muda de Casa" nasceu da ânsia de explicar o inexplicável! Por que mesmo que a gente tem que deixar tudo que ama, que está em perfeita harmonia para se aventurar no desconhecido? Não que o livro explique, o que ele se propõe é abrir um diálogo de forma divertida sobre um tema que pode ser muito dolorido:  mudança de endereço.
Poderia continuar falando sobre o livro e a importância da conversa com nosso rebento quando estamos envolvidos pela aura de uma transferência. Mas deixo o tema para um outro post. 
O que vou fazer aqui é contar um pouco da minha saga para me redescobrir como profissional depois que nasci como Coexpatriada (para ler o significado do termo clique sobre a palavra) e como "Tetelo Muda de Casa" foi fundamental nesse processo.
Com filho  e morando longe de toda a família, eu não queria de jeito nenhum voltar para a rotina das redações, com horários indefinidos, plantões em finais de semana, feriados e nas festas mais deliciosas que os nossos pequenos adoram!
Comecei a investigar o que poderia fazer. Como poderia conciliar a maternidade e a vida profissional de uma forma que eu pudesse levar tudo na bagagem, caso meu marido fosse transferido de novo, como de fato foi.
Comecei com o óbvio: sou jornalista, então vou fazer reportagens, no sistema freelancer, para jornais e revistas. Passei para o desejado: vou aproveitar a minha grande paixão - escrever - para produzir textos para sites e blogs. 
Mas eu queria mais. O que eu queria mesmo era ajudar as Coexpatriadas.
Desde 2008 -  ano da minha mudança para o exterior - que eu venha pesquisando e escrevendo aqui no blog sobre a identidade da mulher que topa deixar muita coisa de lado para apoiar a carreira do marido. Eu gostaria de continuar lidando com o tema...mas não sabia como - de fato - transformar em um negócio a  ajuda que eu me propunha a oferecer às mulheres que enfrentam muitas perdas em nome do sucesso de outra pessoa.
O livro veio como uma possibilidade. Bingo: eu ajudaria as Coexpatriadas, seus filhos, enfim, a família toda, e seguiria com minha paixão: a escrita! 
Passei para o papel os diálogos que tive com meu pequeno. Estudei um pouco sobre literatura infantil. Escrevi o livro. Registrei minha obra na Biblioteca Nacional e comecei a distribuir o original. Foram mais de 50 editoras, uns 700 Reais entre cópias e postagens nos Correiros e mais de 50 nãos. 
Definitivamente eu não estava trilhando um caminho certo...
Mas como eu iria saber qual é o caminho certo? Quem poderia me ajudar?
Algumas fichas só começaram a cair quando decidi sair do casulo e bater asas. Pesquisando na internet, encontrei um grupo de mulheres empreendedoras que se reuniam uma vez por mês no Recife antigo. Lá fui eu, como aquela garotinha no primeiro dia de aula, para uma reunião que iria tratar de muita coisa menos do que vinha sendo comum para mim: maternidade, casa, casamento etc e tals.
A cada reunião, o livro como negócio ia dando lugar a novos insights. Um deles me fez colocar a mão na massa mais uma vez. Aproveitei umas férias do marido e parti para São Paulo para me qualificar como personal organizer. Pensei: vou ajudar a Coexpatriada a organizar a mudança, a nova casa e a rotina para que sobre tempo para ela aproveitar ao máximo a experiência no exterior.
Quanto mais eu estruturava meu negócio, mais eu percebia que a Coexpatriada precisa de apoio sim, especialmente aquele que ajuda a resgatar a identidade, que acaba perdida em alguma caixa da mudança...
Bora para mais uma qualificação, a de coach. Assim nasceu o coaching desenhando especialmente para a esposa do profissional transferido: um processo com início, meio e fim, que auxilia a Coexpatriada a entrar em contato com seus valores, talentos, propósito de vida e novos objetivos. Assim nasceu a empreendedora. Assim nasceu a Leve, a minha empresa.
Mas por que eu comecei a nossa conversa com um livro que não foi aceito pelas editoras? 
Porque o livro me ensinou a receber os nãos e me motivou a buscar os "sins".
Consegui publicá-lo, não da forma convencional, mas de uma maneira que jamais teria pensado... 
Já com a Leve rodando, eu queria muito publicar o livro. Não mais em nome de uma renda. Eu realmente acreditava que ele poderia ajudar muitas famílias. Nessa altura, já havia estruturado o material como um e-book ou o livro digital. Mas e as ilustrações, tão importantes quanto as palavras em uma obra infantil? 
Foi aí que, durante uma noite, enquanto preparávamos o jantar - o maridão sugeriu: pede para as crianças que já mudaram ilustrarem. Pronto! Foi umas das sensações mais gostosas da produção do livro: ver as crianças transformarem em imagens as palavras que eu havia escrito! Foi muito, muito emocionante. 
Mas e a capa? Bem, a capa surgiu como parte de uma outra redescoberta profissional, a de uma amiga querida, também Coexpatriada, Cibele Dias.
Assim "Tetelo Muda de Casa" virou realidade. Está disponível no site da Leve e na Amazon, gratuitamente, em duas versões: ilustrada pelas crianças e uma sem desenhos para que os próprios leitores ilustrem a experiência de mudar.
Perfeito: um processo coletivo, que nasceu do diálogo com minha família, meus amigos, comigo mesma. Sim, porque eu precisei muito dialogar com a melhor parte de mim para não desistir, para buscar diferentes caminhos para conseguir resgatar minha autoestima profissional, para voltar a ter uma carreira, uma carreira portátil que eu levo comigo para onde a empresa do meu marido nos mandar!
Foi fácil, é fácil? Essa pergunta é realmente importante? 
O importante para mim é que é gratificante. Hoje o que faço me faz seguir adiante, me faz fazer planos, me faz deixar  a exaustão pra lá, me far querer aprender mais e mais. Isso é importante! Essa é a pergunta que importa: o que você faria até de graça? Eu fiz um livro! Mas dele sairam muitas e muitas coisas impagáveis, inclusive a minha nova profissão!
Espero que a minha história te inspire!
Para ler "Tetelo Muda de Casa" é só clicar aqui.
Para saber como a Leve pode te ajudar, clique aqui.
Se você é uma Coexpatriada, junte-se ao nosso grupo no Facebook!

Carmem Galbes

Expatriação e a importância da amizade com você mesma!

A primeira amizade que temos que fazer quando mudamos de cultura é com a gente mesma.
Claro que ter outras pessoas por perto, principalmente falando o nosso idioma, ajuda muito a alcançar aquele sentimento "quentinho e gostosinho" - quase com sabor de brigadeiro - de não estarmos sós num mar de gente e coisas estranhas!
Mas estar num bom e estável relacionamento com nós mesmas ajuda e muito no processo de adaptação a um novo lugar e à uma nova vida
Mas como assim fazer amizade comigo mesma? Eu convivo comigo 24 horas por dias! 
Aha! Mas isso não quer dizer que somos íntimas de nós mesmas. Sabe aquele negócio de viver na mesma casa, mas um não saber nada do outro: sonhos, desejos e necessidades?
Pois é, acontece com a gente também! 
A mente e o espírito residem no corpo, mas um simplesmente não conhece o outro, e assim perdemos a  noção do que realmente queremos, do que realmente importa, do que realmente nos faz bem...
Mas como é que se faz amizade com a gente mesma? É que parece tão óbvio, que nem sempre sabemos por onde começar...
Como é que você conhece mais sobre alguém? Observando e, com muito jeito para não ser inconveniente, perguntando!
Então, tenha interesse por você! Pergunte-se!
Preste atenção nos seus pensamentos: qual é o conceito que você tem sobre você mesma? Como você chegou nessa ideia sobre você? Que ações revelam esses conceitos que você tem sobre você?  Isso é realmente verdade?
Preste atenção nos seus sentimentos. O que te faz bem? O que te incomoda? O que você gosta de sentir? Que sentimentos você se esforça para ter mas que não fazem sentido pra você?
Preste atenção no seu corpo. Como seu corpo reage aos seus pensamentos e sentimentos? Como você tem tratado o seu corpo? Você está satisfeita com o seu comportamento com relação ao seu corpo?  Que relação você gostaria de estabelecer com ele?
Essas perguntas aproximam você de você mesma. Quanto mais você descobrir sobre você, mais você vai querer explorar. Nem sempre vai ser fácil, afinal, relacionamentos não são fáceis - inclusive com a gente mesma. Mas pode ser interessante porque deixa a sua vida mais produtiva! Se você sabe o que você quer e o que te faz bem de verdade (não porque alguém falou), para que você vai agir para atentar contra seu próprio bem estar? 
Eu sempre gosto de pontuar a importância da gente ficar íntima da gente mesma - especialmente em um processo de expatriação - porque, muitas vezes, é só com a gente mesma que iremos poder contar, é na gente mesma que teremos que encontrar as forças para seguir em frente!
Então trabalhe para poder contar com você. 
Não, isso não é uma defesa da solidão ou do isolamento. É só uma pausa para dizer que sim, está tudo bem você querer prestar atenção em você, atender suas necessidades e dar prioridade a você. Isso é justo e pode ser, em alguns momentos, a única maneira de se manter saudável "longe de casa".

Carmem Galbes

Quando a gente não sabe, a gente aprende!

Dia desses levei meu filho em uma pista específica para ele brincar com o hoverboard, essa coisa elétrica de duas rodas, um tipo de skate ou patinete sem guidão. 
Ele nunca tinha subido num negócio desses...
Capacete, cotoveleiras e joelheiras no lugar, lá vai ele para as instruções: para ir para frente, incline o corpo para frente. Para dar ré, jogue o corpo para a trás...sempre direcione o corpo para o lugar que você quer ir. Se cair: levante. Para subir de novo no brinquedo: pise aqui e aqui. 
Pronto!
Bora curtir?
Eu sentei e fiquei observando... como criança aprende rápido! A instrutora deve ter segurado um minutinho só nas mãos dele...
Vi como ele teve paciência e cuidado até pegar segurança...
Ele caiu? Trocentas vezes.
Levantou? Trocentas vezes. 
Percebi que a cada tombo ele levantava mais rápido, afinal ele tinha meia hora para deslizar, não podia ficar pensando muito sobre a queda. Era uma escolha: ou ele se lamentava ou voltava logo a brincar. O que ficou mais fácil a cada tombo foi subir sem ajuda no equipamento.
Eu lá sentada e mentalizando o equilíbrio do meu pequeno, resolvi abstrair...e a expatriação começou a piscar nos meus pensamentos como um luminoso.
Uau: ser coexpatriada é como andar pela primeira vez de hoverboard!
Você embarca em uma experiência totalmente nova. Mas por mais que você receba orientação, é totalmente natural você cair, cair muito e continuar caindo. Mas você foi instruída a se levantar. E a cada tombo, você se levanta e, cada vez mais rápido, volta a deslizar. É difícil? Concordo, não é fácil. Mas é um processo que pode ser aprendido a ponto de você se esquecer como tombou no começo!
Tem risco? Claro que tem! Para meu filho poder andar nesse troço, eu assinei um termo assumindo toda a responsabilidade em caso de tombos, roxos, contusões e quebradeiras.
Tem risco em uma expatriação? Zilhões! O correto seria você se informar e ser informada, como aconteceu na pista de hoverboard, sobre todos os riscos.
Mas saber sobre os riscos não torna o processo mais fácil ou seguro, só exime responsabilidades, mas te prepara em caso de emergências!
Bom, meu filho pode se machucar nisso? Qual o hospital mais próximo?
Bom, posso passar por isso e aquilo em um outro país? Onde vou buscar socorro? O que eu vou fazer para me recuperar? 
Eu poderia ter falado para meu filho: você não vai é muito perigoso! Mas ali eu achei que não era pra tanto.
Você também pode optar por não embarcar em uma expatriação se você considerar os riscos muito altos. A decisão é sua.
Se eu estivesse convicta de que andar de hoverboard é muito perigoso, meu filho poderia protestar, chorar, me odiar, que eu não deixaria...
Se você estiver convicta de que uma mudança vai machucar demais, não vá...mas aguente os protestos, choros e aquela dúvida: será que eu não aguentaria mesmo?
Então é isso: como pilotar hoverboard, expatriação tem a ver - principalmente - com aprendizado: sobre cultura, modo de vida e sobre você!! E tem muito a ver também com paciência, autonomia, responsabilidade sobre os próprios atos e sentimentos, humildade, fé e disposição de criança para começar de novo e de novo. 
Pronta para aprender?
Não sabe como fazer? Converse comigo, sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Como presentear alguém que está de mudança?

Já aconteceu de você anunciar que vai pra longe e um  monte de gente, até pessoas que você não mantinha contato há tempos, querer ficar mais perto?
E ai vem aquela série dos famosos encontros de despedida. Isso é muito legal: tem beijo, abraço, risadas, lágrimas, declaração de amor e muitos votos de sucesso.
E queremos mesmo essa proximidade. Parece que nessas ocasiões conseguimos abastecer nosso reservatório de energia para encarar o desafio de viver longe de tudo o que conhecemos.
Mas como lidar com um comportamento bem comum também nessa fase, o desejo de presentear quem está de mudança? Seria essa a estratégia para ser lembrado por quem está indo embora?
A ideia aqui nem é avaliar a motivação de cada um. O propósito dessa conversa e falar sobre as coisas, a bagagem.
Quem está de partida, geralmente, está passando por um profundo processo de desapego e descarte. Desapego porque é preciso abrir mão de muitos conceitos para ter coragem de desbravar. Descarte porque transportar coisas é caro e trabalhoso. Não vai ser você que vai deixar tudo isso mais difícil, vai?
Mas como eu posso mostrar que eu quero que minha amiga que está indo para o outro lado do mundo não me esqueça?
Por outro lado, para quem está indo, como recusar um presente repleto de boas intenções?
Vamos começar por quem presenteia. Você pode usar inúmeros artifícios para ser lembrada. Prefira os artifícios do bem! Lembre-se que quem está de mudança, geralmente, está exausta e insegura. Então vamos à lista de sugestões, a ideia é presentear com seu próprio tempo, com serviços e experiências. Isso não pesa, não ocupa espaço e marca para sempre!
  • Ofereça-se para ajudar na mudança! Pode ser embalando, carregando, limpando...
  • Ofereça refeições nos dias de embalagem da mudança: acredite, por mais que haja fome, no período de mudança, nunca há espaço reservado para a comida.
  • Ofereça-se para cuidar das crianças enquanto a mudança está sendo retirada: não ter crianças "perdidas" e exaustas por perto deixa tudo mais Leve para todos!
  • Ofereça hospedagem quando a mudança já tiver saído: um hotel é sempre a solução mais fácil, mas a casa de alguém íntimo é um carinho que não tem preço.
  • Ofereça-se para levar e buscar as crianças na escola: não ter que lidar com o relógio em dias de mudança é um grande presente.
  • Ofereça uma refeição com o prato que ela mais gosta. 
  • Se puder, faça um planejamento para passar um período com a pessoa no novo endereço e ajudá-la a lidar com a organização da casa, com o novo e com toda a saudade...
  • Pesquise e marque a pessoa em páginas das redes sociais que possam facilitar a vida dela e da família no novo endereço.
  • Pesquise textos e vídeos que ajudem no processo.
  • Escreva ou grave uma mensagem.
  • Marque e pague uma massagem, um cuidado especial com os cabelos, com a pele, pés ou mãos: sabe-se lá quando esse ser vai ter tempo de cuidar dela de novo.
  • Banque uma consultoria: pode ser uma consultoria em mudança, em organização de rotina, organização da casa, em estilo, em alimentação, uma consultoria sobre a cultura para a qual a pessoa está indo...
  • Banque uma sessão de Coaching: essa sessão pode fazer com que a pessoa comece com ânimo renovado no novo endereço.
Você está de partida, ganhou um presente, não sabe o que fazer?
Sugiro fazer o que seu coração mandar.
No mais, desejo uma ótima mudança para quem vai e para quem fica!
Que tal presentear uma querida com um pacote de sessões de coaching e/ou um processo de organização de agenda e rotina? Fale comigo! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes

Transferência profissional: um acordo em família.

Como vai a sua carreira?
Como estão as suas finanças?
Como está a sua autoestima?
Quantas vezes, na última semana, alguém sugeriu ou disse - sem rodeios mesmo - que você não deveria reclamar de nada?
Quantas vezes na última semana você se sentiu tão culpada...que pediu perdão a Deus - espremendo as suas mãos com força -  e ficou morrendo de medo de uma onda de azar entrar na sua vida porque você está desestimulada, se sentindo fracassada, a pior pessoa do mundo, apesar da carreira do seu marido estar bombando, de o salário dele dar para toda família e ainda sobrar, de a casa ser linda?
Ao mesmo tempo, quantas vezes na última semana você ficou com raiva de você mesma por ter aceitado largar o seu trabalho, a sua independência financeira, a sua rede de apoio em nome da carreira de outra pessoa?
Há quanto tempo você oscila entre culpa e raiva, raiva e culpa?
É assim mesmo que deve ser?
Quantas e quantas vezes testemunho pessoas inteligentíssimas sendo esmagadas pelo estereótipo da mulher que acompanha o marido em uma mudança: dondoca-folgada-ingrata?
Aí eu penso como deveria ser a cena de anúncio de uma transferência: 
- "Oi gata, recebi uma proposta ultra-mega-power para trabalhar no fim do mundo." (Pausa para close no rosto do maridão, sorriso campeão, um 'tim' no dente branco e aquela piscada matadora).
Ai entra a mulher - não a mãezona que se sacrifica por tudo e resolve a vida de todos - a mulher mesmo, ser humano, que pode ter carreira e ganhar dinheiro sem ser acusada de ser gananciosa: 
- "Parabéns, honney, você merece!" (Pausa para beijos, abraços, brindes e planos)..."Mas...o que eu ganho nisso?"
- " Bem...tem meu mega-blaster-salário, um pacote de expatriação com casa-comida-roupa lavada, vamos conhecer uma nova cultura, passear muito, além de você poder deixar seu trabalho que te estressa tanto..."
- "Pera aí...eu me estresso, mas passa...você terá um salário, eu não...teremos casa-comida-roupa lavada, mas eu farei sozinha o trabalho pesado de montar uma casa do zero, de empurrar pra fora a saudade, de abrir as nossas vidas para a cultura local, de enxugar as lágrimas das crianças que estão levando mais tempo para fazer novos amigos..."
O maridão sacando tudo: - "ok, quanto você quer para entrar nessa comigo?"
A mulher faz uma lista de tudo que vai abrir mão, das tarefas que vai perder e vai ganhar e da responsabilidade que vai assumir. Ela chega ao número. Anota no guardanapo e passa ao homem.
Ele desfaz as dobras temeroso. Ele sabe qual é o atual salário dela. A proposta é um tabefe: "Você tá doida? Isso aqui é 37 vezes o meu salário, incluindo o bônus! Diz que você não quer ir que é melhor"
Ela rebate: "Ué, diz você que meu trabalho não vale isso ou que você não quer pagar!"
Pausa para a cena clássica: braços cruzados, olhares para o infinito, climão!
Mas o cara é inteligente! Não é à toa o reconhecimento que tem: "Querida, você deveria receber muito mais por esse trabalho, mas eu não consigo pagar esse valor. Está aberta à negociação?"
Ela derrete. É lógico que ela quer ir. Será uma super chance para a carreira dele e para a experiência de vida de toda a família. Ela quer ir, mas quer ir de igual para igual!
E então surge a contraproposta:
  1. Escreveremos, juntos, o propósito dessa mudança. Decidiremos quanto tempo estamos dispostos a "ficar fora", o que nos fará desistir, o que faremos com o dinheiro, como vamos lidar com a minha carreira. Tudo será anotado! Esse documento será assinado e ficará visível para que a gente nunca se esqueça de como chegamos aqui.
  2. O salário será nosso. E a poupança que fizermos lá também. 
  3. Se eu conseguir trabalhar lá, o meu salário também será nosso.
  4. Nunca, nunca, nem por brincadeira, você dirá ou insinuará que a sua vida está mais difícil que a minha. As atividades e os cenários em que atuaremos podem ser diferentes, mas a peça será um grande desafio para todos!
  5. Entenda que quando eu reclamar da cidade ou do modo das pessoas, eu não estarei reclamando de você, nem para você, nem do fato de você ter aceitado o convite. Só estarei elaborando situações difíceis e, principalmente no início da nossa vida nesse novo lugar, só conseguirei fazer isso através de você. Se você me recriminar, ficarei magoada com você e com raiva de mim!
  6. Confie em mim! Deixe-me tomar as decisões que acredito que farão diferença na qualidade de vida de nossa família. Eu passarei - pelo menos no início - a maior parte do tempo em nossa casa, então deixe que eu escolha o imóvel, o bairro, os móveis. Não se preocupe com isso. O fato de eu pedir a sua opinião ou ajuda não quer dizer que estou abrindo mão dessas decisões!
  7. Lembre-se que você será exigido muito mais na empresa e - na mesma proporção - na família. Você terá que se dedicar a sua família com o mesmo afinco com que se dedica ao trabalho. Sei que não conseguiremos o mesmo número de horas em casa, mas precisamos que você passe momentos importantes com a gente: alguma refeição do dia, algum momento antes do sono, finais de semana. Que você esteja presente de corpo e alma.
  8. Você terá que disponibilizar doses infinitas de paciência.
  9. Você será, pelo menos no início, minha principal fonte de reforço positivo. Por ter aberto mão de tantas coisas, nem sempre conseguirei enxergar a minha força. Então sempre reconheça a minha importância nisso tudo. Diga em voz alta como sou importante nisso tudo! Um beijo e um abraço no lugar de uma cara de saco cheio salvarão o dia! Me comprometo a fazer o mesmo por você.
  10. Assumo que a decisão de ir também é minha. Fica vetado que eu te culpe por qualquer coisa.
  11. Eu não estarei mais chata, mais brava, mais ciumenta, mais consumista, mais estressada, mais nervosa. Assim como você, estarei insegura, exausta e sentindo a pressão de não poder falhar. Então me ouça. Se não puder falar nada que some, que melhore a situação, simplesmente me ouça!
  12. Nunca, nunca, em hipótese nenhuma, nem por brincadeira, me chame de louca. Eu sei que - com a mudança - enlouquecerei um pouco, mas deixe-me acreditar que só eu saberei disso.
  13. Ao mesmo tempo, fique atento a mim. Talvez eu precise de ajuda profissional.
  14. O mais importante: entenda que estou aqui por nós. Se você não ficar nessa comigo, também não conseguirei ficar nessa com você.
Foram dias de conversa. No item 2 ele queria trocar "salário será nosso" por "pagar uma mesada". Ela argumentou que quem recebe mesada é filho e então seria  melhor voltar ao salário que ela tinha proposto. Ele preferiu ficar com "nosso salário". Os dois combinaram que - para a saúde das finanças da família- todo gasto acima de uma determinada faixa seria decidido pelos dois, não importando de quem fosse o gasto.
Ele queria tirar também o item 6. Tinha receio, como a maioria, de ela enlouquecer nas compras...O item 6 ficou, já que o item dois acabou acertando a questão.
Se essa história é real? Se ela está aqui escrita, agora é.
Pode não ter acontecido ainda...
Desconfio que terá mais chance de ter uma expatriação feliz quem fizer essa história  acontecer!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...