Amo presente de amigo secreto!

Olá, Coexpat!
Depois de um tempo, a gente topa algumas coisas só para fazer parte. O amigo secreto é uma delas. Eu até gosto dessa brincadeira, mas é preciso encarar o espírito do jogo: integração. Quantas vezes a gente não tira aquela pessoa que mal conhece, cuja relação nunca passou de um oi. Isso é que é legal nesse jogo, a gente tem a chance de prestar atenção nesse alguém, às vezes estranho, esquisito, diferente... Você observa o que seu amigo secreto quer, o que ele gosta, o que costuma usar. Isso deveria ser uma coisa do dia a dia, porque é um exercício muito prazeroso, mas seria muito fazer o mundo parar de girar só em torno da gente...
Pois bem, esse ano entrei em um amigo secreto gringo. Diferente do que ocorre no Brasil, em que o suspense gira em torno de quem vai ganhar o presente, aqui nos States, quem dá o presente é que é secreto. Os pacotes são colocados anonimamente em um local predeterminado. Cada embrulho é devidamente identificado com o nome do destinatário. O presenteado pega o embrulho e tenta adivinhar o papai Noel, daí o nome secret Santa (Claus).
O que achei interessante foi ver como quem dá o presente fica satisfeito quando o presenteado gosta do que ganhou. No meu caso, fiquei pra lá de feliz quando minha amiga abriu um sorriso largo ao ver a pulseira, biju - aliás - que descobri que ela adora.
Embora a gente viva na era “egoística”, no fundo o que todo mundo quer mesmo é agradar, é se sentir aceito e amado. Nem todo mundo sabe direito como fazer isso. Têm aquelas vezes em que a gente acha que está agradando, mas não está. O fato é que o gosto quando a gente acerta é doce, suave e dura por muito tempo.
Então é esse presente que desejo pra você nessa expatriação, que você consiga sentir mais vezes a satisfação de agradar e de ser aceito, seja lá como você for!
Também torço para que você tenha lucidez e independência!

Carmem Galbes
Imagem: SXC

Natal cá e lá.

Olá, Coexpat!
Quanto tempo...É essa época, parece que todo mundo fica doido. Até o relógio fica com pressa. Falta tempo pra tudo. Pra comer com calma. Pra falar com calma. Até o bom dia vira um bom diaaaa.
Então mais um tópico para minha lista “1000 coisas que são absolutamente iguais lá e cá”: espírito de natal. Como não tenho os dados compilados vou me limitar ao que tenho observado nesses últimos dias...
* Estacionamento em shopping: faz parte da cultura daqui as pessoas não se importarem com o fato de você já estar esperando pela vaga. Se tiverem chance, cortam mesmo a sua frente. Imagine essa característica em um ambiente superlotado. Engraçado que o povo briga para parar na porta da loja. Olha aí um exemplo de cultura competitiva, quanto menos se anda a pé mais o ser se sente um vencedor, o campeão das paradas mais próximas de lojas superengarrafadas...
* Decoração natalina: na maioria, os enfeites são bonitos e criativos, mas esse é mais um ponto em que a cultura competitiva entra em cena. Aí você vê coisas inacreditáveis, difíceis até de descrever. Mas que tem casa que deve ser visível da Lua nessa época, ah, isso tem...
* Papai Noel em shopping: o ser fica lá, horas e mais horas, fila grande de dar dó, molecada chorando, correndo, os pais de cara virada um para o outro...O que eu percebi de diferente é que a criançada não ganha balinha. Outra coisa: nada de pai fotógrafo. Fotos são permitidas só pela empresa autorizada. É click na máquina e crash no bolso.
* Folga: como é inve
rno, o povo não se anima muito para viajar. As escolas param apenas por duas semanas. Sei de escritório que vai funcionar pelo menos meio período no dia 24.
* Presente: deve ser igual em todo lugar, todo mundo gosta e todo mundo quer!
* Promoção: é preciso ter cuidado com as farsas. Tem lojinha engraçadinha que primeiro dobra o preço para depois cortar pela metade, espertinhos...
* Cartões de natal: as malas diretas de sempre.
* Comida: ainda não sei, só posso falar sobre isso depois de amanhã...
* Amigo secreto: aqui quem dá o presente é que é secreto. Quem recebe é que tem que descobrir quem deu. Mas esse é assunto para a nossa próxima conversa. Meu secret Sant foi muito interessante!


Carmem Galbes
Fotos: Greater Houston Convention and Visitors Bureau

Expatriação e casamento.

Olá, Coexpat!
“Expatriação não é para quem gosta de viajar, é para quem pode mudar o seu jeito de viver.” Com essa frase a professora da Fundação Getúlio Vargas, Maria Ester de Freitas, conclui uma pesquisa sobre como vivem os executivos expatriados e suas famílias.
Venho matutando sobre o tema não só porque sou esposa de expatriado, mas também porque tenho ouvido histórias de relacionamentos que se complicaram depois da mudança. Infelizmente, tenho acompanhado o sofrimento de uma coexpat que viu seu casamento afundar em terras estrangeiras...mas isso é coisa para o blog dela, se ela tiver um...
Navegando por aí, achei poucos, mas importantes dados sobre o tema. Um exemplo, a estabilidade familiar está entre os três principais fatores para o sucesso ou fracasso da expatriação e a principal causa para o retorno antecipado do expatriado é a não adaptação do cônjuge - traduzindo: happy wife, happy life!
Mas quem se importa? Ah, as empresas têm se importado sim. Afinal, fracasso na expatriação e prejuízo financeiro andam juntos. O fato é que ninguém fala claramente sobre o casamento no processo de expatriação.
As empresas contratadas para ajudar na transição cultural sabem muito bem como apresentar a cidade, mostrar escolas para os filhos e indicar a marca de sabão em pó. Mas não sabem preparar o terreno para o fator mais importante e que tende a ficar vulnerável nesse período: a relação familiar.
Em sua pesquisa, a professora Maria Ester de Freitas diz que “a esposa, ainda que compartilhe das esperanças do futuro promissor de seu marido, estará contabilizando as perdas... Ela se sente despojada de sua casa, onde tudo funcionava; da cidade, onde ela tudo conhecia; do idioma, que era a sua pátria; da sua profissão, que ela não pode exercer por razões burocráticas; do seu status pessoal e social, pois agora ela é apenas a esposa de alguém; de todo o seu conhecimento do cotidiano. A perspectiva do seu olhar é localizada no passado e no presente; o primeiro que lhe dá a segurança de que ela não é uma incompetente, o segundo que lhe atesta a necessidade de começar do zero, de descobrir o enigma existente em cada detalhe da vida diária. Nos momentos de desespero o presente vai ficar muito pesado, o passado será idealizado e o futuro não será visto. A sua energia emocional será investida em manter os pés no chão, de sobreviver ao teste da realidade, de ter os sonhos postergados. Não é de se estranhar que a vida não seja fácil durante os primeiros meses em que a esposa está gerindo as suas dificuldades, bem como se ressentindo do papel de coadjuvante onde a emoção positiva e o glamour ficou todo concentrado no outro personagem. A vida aqui vai girar em rotações diferentes e paradoxais... Temos expectativas sobre o comportamento do outro, mas não o temos sob controle e isso eleva o nível de nossa vulnerabilidade.”
Mas quem tem coragem de falar que vai doer? Por que não dizer que vai doer tudo, mas que passa e que a experiência pode estreitar laços e aumentar a cumplicidade? Mas quem tem a receita? Eis a delícia, não tem receita! Por um breve momento temos a chance de desenvolver nossos próprios métodos e isso pode ser uma gratificante aventura.
E sem puxar sardinha para nosso lado querida Coexpat, nas palavras da professora Maria Ester: “é a infraestrutura domiciliar quem vai dar o suporte para a produtividade e para as decisões criativas do nosso expatriado. O sucesso da empresa vai depender da esposa e não
do expatriado!”


Carmem Galbes
Imagem SXC

Nevou!

Olá, Coexpat!
Me sinto, às vezes, no Show de Truman. Aquele filme que a história de um Big Brother. Truman, “propriedade” da emissora de TV, tem a vida 24 horas por dia exposta em um episódio eterno em que, em tese, só acabaria com a morte do personagem principal. Diferente do que acontece no Big Brother que o Brasil conhece, Truman não sabe da tal exposição, para ele aquela é a vida real.
Tudo o que acontece na cidade cinematográfica está dentro de um roteiro. Lógico que a reação de Truman exige improvisos, mas fica muito difícil saber quem influencia quem, se os personagens contratados para forjar amigos, parentes e moradores da cidade dirigem as atitudes de Truman ou se as decisões de Truman é que têm grande peso no roteiro.
A questão é que tudo acontece em torno dele, um carro ou uma pessoa só passa pela rua porque Truman está lá. As alegrias, as tristezas, as surpresas só acontecem para provocar reações em Truman.
Então você pode pensar que quando digo me sentir em um Show de Truman estou na verdade tendo o mais dos egocêntricos sentimentos. Não é esse o ponto. Confesso que tenho aquela fantasia quase infantil de que, às vezes, tem alguém espiando o que faço...
Pois bem, essa impressão ficou ainda mais forte ontem.
É que aconteceu algo surpreendente aqui pelas terras texanas. Nevou!!!
Foi muito legal. A neve começou a cair no meio da tarde e invadiu a noite.
Houston não via neve há 4 anos. E, dizem os meteorologistas, desde 1944 não nevava já na primeira quinzena de dezembro.
Ui, que frio...muito frio. Mas me senti recebendo um presente...Pensei, ah...esse roteirista, mandou neve num lugar improvável, numa data improvável, ah esse roteirista...
Talvez eu viva, sim, em um Big Brother, mas talvez o sentido seja mais espiritualista. Deve ter, sim, um monte de gente - se é esse o nome que eu posso dar - sei lá, um monte de...ah, já sei, de anjos que estão atentos aos nossos desejos e, quando dá, mandam um mimo.
É isso, achei a neve de ontem um mimo, daqueles super gentis, delicados, que fazem a gente abrir um sorriso largo e tranquilo. Um mimo!


Carmem Galbes
Imagem:Melissa Phillip - Chronicle

O mico ficou doido!

Olá, Coexpat!
Sabe uma coisa que a condição de coexpat tem me proporcionado e que tenho adorado fazer? Pagar mico.
Isso mesmo, tenho bancado uma de cavalo em parada de 7 de setembro: cag..., andando e ainda sendo aplaudido!
Não tenho a melhor das vozes, aliás, cantar é um talento que não herdei de ninguém. Mas não é que hoje cantei um Jingle Bell Rock, num palco,com coreografia e tudo...
Mico total! Dói saber que isso pode parar em um Youtube da vida, mas atualmente sou um cavalo, lembra?
E por que é mesmo que a gente tem que estar sempre preocupado com que os outros vão pensar? Por que é mesmo que a gente só tem coragem de chutar o balde em um ambiente desconhecido? Por que a gente escolhe viver tão igual, seguindo os mesmos padrões, tentando atender às expectativas alheias, supondo - inclusive - que a gente sabe o que os outros esperam de nós?
Pera lá...Tudo bem que a fofoca é quase transcendental: foi, é e sempre será. Mas é fato que cada vez menos as pessoas ligam para quem está ao lado, cada vez mais é o próprio umbigo que interessa. No fundo, todo mundo adora falar, mas ninguém se importa...
Aí eu chego em um beco, será que a gente passa a vida toda tentando satisfazer as próprias expectativas? Expectativas, “inscrusive”, que foram enfiadas na nossa cabeça por outras pessoas.
Pra quem cantou e dançou Jingle Bell rock, esse papo tá cabeça demais...
Querida coexpat, ninguém escapa de pagar mico. Escolher pagar é palhaçada, fugir dele é insano, chorar dele é doentio, rir dele é a receita! Então, aproveite!!


Carmem Galbes

Foi-se...

Olá, Coexpat!

Pra morrer basta estar vivo. Pode ser o chavão mais cretino e cansativo de todos - desculpe o pleonasmo - mas hoje acho que ele é pra lá de útil.
Acabei de receber a notícia de que um amigo muito querido seguiu viagem. Foi pela manhã, enquanto se arrumava para o trabalho. O coração dele simplesmente parou de bater. Foi-se o amigo e um dos melhores companheiros de trabalho que já tive.
Uma coisa que acabei de aprender, então, é que dificilmente expatriada dá um último adeus. Quero dizer, não vou ao velório, não terá caixão, nem vela, nem troca de abraço...Também não haverá nenhum encontro, em que a gente aproveita pra aliviar a dor lembrando como a pessoa era mesmo especial.
Vai ficar a lembrança dele vivo, bem vivo. Vão ficar as brincadeiras, as piadas, os longos dias de plantão, de correria, de stress, de alegria...nunca mais terei a mesma equipe. Supondo que a vida pudesse voltar a ser como era, que eu voltasse a morar e trabalhar no mesmo lugar, exercendo igual atividade, não seria a mesma coisa. O Azeitona, nosso Azeite querido, não fará mais parte.
Fica a saudade. E que fique a lição também. Que eu viva intensamente cada momento, porque o segundo seguinte nunca será igual ao que passou. A gente muda, as pessoas mudam, o mundo muda demais. Que eu aproveite o máximo o agora e o aqui, porque o mundo gira...
O bom é que a mente é infinita. Tem lugar pra passado, presente e futuro tudo junto. O bom é que aqui dentro ninguém nunca morre...


Carmem Galbes

Pneu furado!

Olá, Coexpat!

Pelo meu tempo de direção, até que já vivi grandes emoções no trânsito. Já bati o carro, já fiquei a pé no semáforo por causa de bandido, já levei fechada e também já fiz muita barbeiragem...
Mas por uma coisa eu ainda não tinha passado: pneu furado!
A vontade é de trancar o carro e pegar um táxi.
Mas essa é uma situação em que não dá pra deixar pra depois. Você tem que trocar o bicho e pronto!
Dois trabalhadores de uma obra observavam de longe. Pensei: “minha salvação!”. Que nada. Sem cerimônia, me tacaram um baita não na cara depois do pedido de ajuda.
O jeito seria chamar o seguro. Mas esperar sei lá quanto tempo por causa de um pneuzinho - nossa - não estava nem um pouco a fim.
Ainda bem que existe o tal do cara apaixonado pela amiga. E ele trocou o pneu com sorriso no rosto, pode? De mim, ele ganhou eterna gratidão e dela uma carona esperta!
Fiquei tão aliviada que queria arranjar uma forma de agradecer, pagar de volta pela ajuda dos dois.
Mas tem coisa, como dizem por aí, que não tem preço. Quanto poderia pagar para uma pessoa que abre mão do próprio tempo, que se suja e tem que fazer força só para te ajudar?
Quanto poderia pagar para minha amiga que - já de saída - ficou lá no estacionamento por duas horas esperando meu carro estar em ordem de novo?
Não dá pra pagar porque tem coisa que simplesmente dinheiro nenhum do mundo paga.
Mas dá pra ser grata e dá pra passar pra frente. Adorei essa lição. Poderia dizer que faria o mesmo por eles, mas não desejo pneu furado pra ninguém!
Então essa é a política: ajudar, porque sempre vai ter gente precisando de ajuda e sempre gente pronta pra ajudar. Porque vira e mexe a gente muda de posição. Porque a vida muda o tempo todo e aquele senso de "sabe tudo" que existe dentro de todo mundo simplesmente desaparece...


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Depende...

Olá, Coexpat!

Tenho uma professora que costuma iniciar a aula com uma pergunta do tipo “qual você prefere?" São geralmente extremos: gastar ou guardar? Calar ou falar? Ir ou ficar? E quase sempre a resposta é depende.
Ela simplesmente não aceita. Quer argumentos para apenas um lado. O exercício é interessante. Escolhemos um lado, nos prendemos a ele, nos apaixonamos, criamos vínculos profundos para convencer a gente mesma de que o lado escolhido é definitivamente o melhor, mas sempre fica aquela pontinha de “por outro lado...”
E por que é mesmo que a gente tem que viver só em uma margem se uma outra está disponível, além de um rio no meio? Diz ela que é para treinar a argumentação. Ótimo exercício, péssima prática - no meu “humirde” ponto de vista.
É que acho que quanto mais a gente escorrega para um lado, mais a gente afunda, mais a gente complica, mais a gente se perde.
Alguém pode dizer, mas e os valores? Ok, se você preferir, pode repetir pra você mesma que os valores têm de ser imutáveis, mas que de tempos em tempos a gente tem que revisitar os motivos para determinadas filosofias de vida, ah isso a gente tem! Não que eu goste de sarna. O fato é essa cachola repleta de leis, regras, normas e condutas é como guarda-roupa, às vezes fica meio ultrapassado, sabe...Tem coisa que está fora de moda ou apertada, tem coisa que está gasta, tem muita tranqueira também, sem contar aquilo que você nem lembrava mais que tinha.
Botar o armário abaixo é um porre? Minha professora que me perdoe, mas só uma resposta é capaz de satisfazer esta coexpat aqui: DEPENDE!


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Black Friday pra lá de preto...

Olá, Coexpat!
Muito interessante a dinâmica por aqui. Depois de passar a penúltima quinta-feira de novembro em sintonia com a energia da gratidão - não, o propósito do dia de Ação de Graças não é só encher a pança de peru - o americano acorda na sexta pronto para fazer o que mais ama, comprar!
Dizem que os preços despencam. É um dia à La Magazine Luiza, em que as pessoas acampam na porta das lojas para ter a chance de comprar bens que pareciam inatingíveis.
Não consegui acompanhar de perto...mas quem enfrentou o Black Friday chegou com a sacola cheia.
No rádio, em vez da situação do trânsito, informações sobre a lotação dos estacionamentos nos shoppings, o tempo de espera por uma vaga e por aí vai...
A loucura é tamanha que esse ano saiu até morte. Um funcionário do Walmart foi pisoteado pelos consumidores.
Foi uma sexta pra lá de preta pra ele e, apesar da recessão, bem gorda para o comércio, que vendeu 1% a mais em relação ao mesmo dia do ano passado.
Não bastasse o Black Friday tem ainda o Cyber Monday, versão virtual da sexta, com vendas bombando pela internet, só que na segunda-feira. Resultado positivo também. Em média um celular foi vendido a cada 12 segundos nesse dia, um recorde diz o povo aqui.
Ouvi falar que o termo Black Friday vem do Black Tuesday de 29, aquela terça de 1929 em que a bolsa de Nova York quebrou. Começou a ser usado nos anos 60 para traduzir o caos no trânsito na volta do feriado. Como aqui a quinta de Thanksgiven é dia de passar com a família - mais ou menos como o nosso natal - o povo lota as estradas. Nos anos 70, o Black Friday virou sinônimo de lotação nas lojas. Porque é na sexta pós Thanksgiven que os comerciantes dão a largada à queima de estoque, já que ninguém aqui é adepto de mercadoria encalhada.
Mas o que me chama a atenção é essa história de você agradecer e depois praticamente galopar rumo às compras. Sei bem que quando dinheiro entra em cena a gente perde a compostura, parece que a gente fica com o diabo no corpo...e - não vem não - que isso acontece com todo mundo pelo menos uma vez na vida ou até um baita arrependimento bater...
Mas o que vem ao caso é que necessidade é essa? Que tanto a gente precisa comprar? Que bom negócio é esse que deixa o povo louco a ponto de não enxergar que tem um ser sob o sapato de alguém?
Ok, você pode argumentar que é fácil falar, que é difícil resistir ao apelo do bom negócio ou que estou dizendo isso porque não tive chance de cair nessa farra.
Sei não...acho que falta criar um dia da reflexão, tipo castigo de criança, sabe? “fica aí sentando pensando um pouco”. Mas a quem interessa isso? O comerciante fica feliz de vender e o consumidor satisfeito por pagar um preço de big Mac - porque banana aqui é cara pra caramba! Dessa vez até o cara da funerária ficou feliz! Ah, lembrou do funcionário do Walmart. Se ele gostou? Piadista você, hein... Depois desse Black Friday só mesmo uma mesa branca pra saber...


Carmem Galbes
Imagem: Paskova/Getty - Daily News

Blá-blá-blá fashion.

Olá, Coexpat!

Quanto tempo! É que no mais fiel modelo americano de ser, fiz as malas e parti para a casa de gente queridíssima para passar o dia de Ação de Graças, ou Thanksgiven Day.
Foi super bom, para não dizer supimpa. É muito interessante esse negócio de moda na língua, não é mesmo? Não, não tem nada a ver com piercing ou coisas do gênero. Tô falando do jeito de falar, mora?
Você sabe que vida a pessoa leva pelo jeito que ela fala. Ok, isso não é novidade, é, aliás, motivo de piada, quando não, de preconceito...
Mas o fato é que o povo que está longe acaba ficando meio démodé no “Portuga” - outros dois termos que entregam - no mínimo - a idade...
Mas gostei do flash back e vou continuar o lero nesses termos.
A viagem foi tranquila. Não enfrentamos congestionamento, dizem que é um feriado louco porque muitas firmas emendam na sexta e todos querem curtir...
Sobre o jantar, o peru estava do peru. Mas como a noite é uma criança, depois de alguns “drinques”, belisquetes e umas horinhas de sono, vestimos nossas japonas e caímos na night.
Claro que Nova York não está nem um pouco aí para o fato de alguém falar que a noite está quente ou que a noite está agitada, mesmo porque a noite bomba sempre.
O lance é que foi da hora poder tirar o dia para agradecer...e no maior estilo W de ser: WHATEVER*, outra que, segundo os mais plugados, já era...
Então já é, já foi, tô zarpando. Beijo nas crianças.
*Tanto faz, não me importo, não ligo e por aí vai...

Carmem Galbes
Imagem: SXC

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...