Leve Entrevista: expatriação e negociação.

Olá, Coexpat!
Negociação. Ô conceito difícil de aplicar, isso em qualquer setor da nossa vida. E negociar pode ser ainda mais complicado quando acontece em meio ao tão desejado e - às vezes - tão batalhado convite para expatriação.
O que pedir? O que recusar? Quando retroceder?
O expert em negociação, Márcio Miranda, aterrissa aqui no blog da Leve e dá uma ajudinha nessa escala tão importante dessa viagem que é a mudança para outro país.
O especialista fala da importância do controle das emoções, do risco do "fio do bigode" e da necessidade de esclarecer tudo antes do embarque.
Aproveite!

Leve - O convite para uma expatriação, geralmente, está aliado à ideia de promoção, mesmo assim a transferência requer muita negociação. Como deve ser essa negociação, em que - aparentemente - a empresa está em uma situação superior?
MM - Nem sempre a empresa tem mais poder no caso de um convite para expatriar o funcionário. Possivelmente a escolha de quem vai ser transferido é criteriosa e a empresa tem mais a perder do que o funcionário. Cada ponto deve ser negociado cuidadosamente e sem se perder o controle da emoção. Mesmo que a expatriação pareça bem atraente para o funcionário, ele deve administrar a ansiedade e pedir alto. Não é o momento de mostrar fragilidade.

Leve - O entusiasmo pode embaçar pontos que devem ser devidamente acordados. Quais tópicos não podem faltar quando se negocia a ida para o exterior?
MM - Tudo deve ser negociado antes da partida. Depois do fato consumado, o poder muda de lado e fica totalmente a favor da empresa. Acordos verbais são esquecidos, a direção da empresa pode mudar e fica tudo mais difícil. O funcionário tem mais poder antes de dizer o “sim” e se mudar.

Leve - Quando retroceder? Deixar para negociar alguns pontos - como aumento de subsídios para moradia e estudos - quando já se está no exterior pode ser uma boa estratégia?
MM - O mundo moderno requer um processo de negociação contínuo porque a situação muda de uma hora para outra. Usar o bom senso para não passar a imagem de uma pessoa só preocupada com o próprio salário e não com a situação da empresa.

Leve - Crises econômicas, mudanças de foco na empresa, alteração de chefia. Como fazer valer a negociação em um mundo tão volátil, já que muitos acordos funcionário-empresa são verbais?
MM - Tudo o que é negociado de forma verbal é não-profissional. Não existe a postura de “fio de bigode” porque o negociador do outro lado pode mudar e o novo chefe, sem todos os detalhes do acordo, pode duvidar de tudo o que não foi registrado.

Leve - Estar longe das decisões, de casa - às vezes, da família, em outra cultura. Muitos profissionais buscam se preparar para viver a situação crítica, mas não para revertê-la. Em termos de técnicas negociação, o que o expatriado deve levar na mala?
MM - O mais importante é ter bastante jogo de cintura e capacidade de adaptação - cultura, clima, comida, costumes, etc. Se houver uma sensação contínua de perda, muitas saudades do Brasil, etc. provavelmente esta pessoa não tem o perfil adequado para trabalhar no exterior. Adaptabilidade é a palavra chave para o sucesso.

Leve - Poderia dar dicas de leitura-pesquisa sobre o tema?
MM - Livros de autores como Roger Dawson, Chester Karrass e o Negociando Para Ganhar, de minha autoria.

Leve - O blog da Leve aproveita a presença de Márcio Miranda para ajudar nessa dúvida de um expatriado. A identidade dele foi preservada.
“Eu trabalhava em uma multinacional no Brasil e surgiu uma oportunidade de trabalho em uma das filiais no México. Aceitei a proposta para trabalhar aqui no México por um período de 2 anos. Devido à crise internacional a empresa está me mandando de volta para o Brasil com apenas um ano de contrato cumprido. A empresa no Brasil disse que não tem vaga para mim no momento lá. O que devo fazer?”
MM - No caso da pessoa que está no México existe a possibilidade de se procurar uma nova transferência para outro país, ficar no México em outra empresa ou voltar ao Brasil e claro, receber o que foi combinado. Novamente, se o acordo foi meramente verbal é quase impossível negociar a partir de uma posição de força. Se estiver tudo bem registrado, o melhor é nem negociar e partir para receber o que a empresa lhe deve.


Carmem Galbes

Blog da Leve eleito um dos 100 melhores blogs sobre expatriação!

Olá, Coexpat!
Semana de samba, suor, cerveja e - claro - xixi. Xixi é normal, é coisa de ser vivo, todo mundo faz! O problema é que tem gente que adora fazer fora do penico, prefere mesmo o meio da rua. Aí nem banheiro químico, nem força tarefa da tal da secretaria especial de ordem pública do Rio dão conta. Aliás, nem Freud explica tamanha incontinência.
É como dizem, maturidade é ter a lei dentro da gente. Não pode fazer xixi na rua! E teve gente presa por causa disso durante o carnaval.
Eu morreria de vergonha! Aliás, eu morro!
Se a gente não consegue disciplinar nem o básico, o que fazer com setores menos - digamos - fisiológicos, como o trânsito e a segurança?
Não faz, né? Aí fazem pela gente.
O governo da Inglaterra não economizou nas dicas de segurança para quem vinha passar o carnaval no Rio. Estampado na página do consulado: "Você deve estar preparado para entregar seus pertences, se ameaçado; não tente resistir aos atacantes pois eles comumente usam armas, especialmente se sob o efeito de drogas".
É o famoso “perdeu playboy”.
Por falar em perder, o governo italiano está preparando um esquema de pontuação para decidir se o imigrante pode continuar no país. Quem não atingir 30 pontos em dois anos perde o visto de residência e tem que voltar para casa. Para pontuar é preciso saber italiano, conhecer a Constituição do país, não ter cometido delitos, estar inscrito no serviço de saúde nacional, ter um contrato de habitação, os filhos escolarizados e por aí vai.
Então vamos. Em tempo, o blog da Leve está entre os 100 blogs de expatriação mais interessantes do mundo. Foram ao todo 19 mil votos. Obrigada pelo seu!!
Carmem Galbes

Esse tal de esquecimento global...

Olá, Coexpat!
Semana de gente mofando em São Paulo, assando no Rio, congelando em Nova York...

Dizem que é esse tal de esquecimento global. Sim, esquecimento. Aquecimento já era. 
O problema é o esquecimento que afeta todo mundo, a vizinha, o bispo, eu, você...
Falta memória para lições básicas, do tipo “quem ama cuida”, “quem cuida tem”, e por aí vai.
O clima, aliás, é um tópico que poucas futuras coexpatriadas dão atenção, mas que pode dar aquele calafrio depois de um tempo. Conheço gente que odeeeeeeia baixas temperaturas e topou ir para o Alasca. Sei de uma que morria no calor e não recusou a expatriação para o Oriente Médio. Na euforia do processo é simples falar que acostuma, mas passada a loucura da mudança, a neve vira um nojo de lama, o calor algo absolutamente deselegante.
O negócio é ir além da temperatura no verão e inverno. Pode ser valioso saber da umidade relativa do ar, do vento, dos dias de Sol, se há temporadas de furacão e risco de enchentes.
Minha sugestão é escarafunchar o site da prefeitura do destino. Quando a coisa é crítica, a página geralmente traz informações detalhadas. No site da prefeitura de Houston, por exemplo, eu vivia de olho nas dicas de segurança, rota de fuga, etc e tal para os dias de “ventos mais fortes”.

Ah...obrigada de coração pela votação no blog da Leve, indicado para integrar o “The Top 100 International Exchange and Experience Blogs 2010.”

Carmem Galbes

Entre o mesmo, a mesmice e uma grande notícia!

Olá, Coexpat!
Semana de temperatura, índice pluviométrico e dólar nas alturas. Até aí nada de novo. Mas quem disse que a gente precisa de novidade a todo tempo? Ai, ai...esse pós-modernismo...
Dizem que, às vezes, o que a gente precisa mesmo é revisitar.
Lembrar, por exemplo, que o Brasil vai além do eixo Rio-São Paulo. Em um texto publicado no Valor Econômico de 02 de fevereiro - disponível só para assinantes - Renato Bernhoeft, presidente da Höft, usou uma pesquisa da agência de publicidade Salles DMB&B para falar como a tentativa de nivelação cultural pode ser um desastre.
“A pesquisa verificou que a promoção de um carro, planejada para apresentar o trio elétrico como uma grande vantagem, foi entendida pelos paulistas e cariocas como sinônimo de vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico. Este mesmo termo representa para baianos e gaúchos um caminhão com aparelhagem de som de grande potência."
Nas palavras do executivo, “a reflexão que esta pesquisa provocou em mim, como um consultor que atua por todo este país, é que não existe um modelo brasileiro de gestão. E mais perigoso ainda, não podemos sair por aí pregando, ensinando e implantando métodos, conceitos e processos que foram ótimos para outras culturas. É fundamental respeitar características regionais. E estas considerações não contradizem a bandeira da globalização. Pelo contrário. Elas reforçam a tese de Alvin Toffler que afirma: "A globalização vai acirrar os tribalismos."
Será?

Portal Exame conta que a China já ultrapassou a Índia em número de falantes de Inglês, o dado é do British Council. São 20 milhões de bilíngues a cada ano!
Segundo a reportagem de Luciene Antunes, “a expansão do inglês na terra do mandarim tomou fôlego no período em que o país intensificou suas relações comerciais e sua disposição de ganhar a atenção da comunidade internacional.” Ummmm, copa do mundo, olimpíada, olha a dica!
Outra velha novidade: a consultoria Mercer concluiu que a crise econômica serviu para mostrar que funcionários com disponibilidade para mudança e com experiência, inclusive de vida, são grandes trunfos das empresas.
Ok, você quer mesmo uma novidade novinha, não é?
Então vai: esse blog que vos fala está concorrendo ao The Top 100 International Exchange and Experience Blogs 2010.
Agradeço à Fernanda, que vive na Irlanda, por trazer a boa nova!
Esse concurso pretende reunir os “os 100 blogs que melhor falam sobre a experiência de viver no exterior.”
Se você concorda que o blog cumpre esse papel, já que o ano é de campanha eleitoral mesmo, dê uma passada aqui e vote no blog da Leve!
A votação vai até 14 de fevereiro.
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...