Escrevo
esse texto enquanto aplico uma máscara no rosto.
Sim,
sempre começo a escrever mentalmente
enquanto vivo a vida. Só depois o texto
vai de fato para o papel.
E parece
que quanto mais corriqueira a atividade, mais o texto flui...
Se bem que
aplicar uma máscara no rosto não é algo tão trivial assim...
Primeiro
de tudo, precisamos estar em harmonia com a gente mesma, porque só quando estamos
bem com o nosso eu sentimos vontade de nos cuidar.
Ninguém
que está no fundo do poço fala assim: aim... deixa eu ir lá no banheiro aplicar
uma máscara no rosto para ver se eu melhoro...
Quando estamos mal, costumamos fazer coisas que nos agridem...nos entupimos de junk food, junk drink, junk feelings, junk thoughts...Mas, não! A ideia aqui não é falar de comida lixo, bebida lixo, sentimento lixo, pensamento lixo. A ideia é falar de boniteza.
Voltemos à máscara!
Como defendi, aplicar uma máscara requer um bom estado de espírito e um bocadinho de tempo. Você não chega e pá, lambuza a cara.
Vamos ao ritual:
- Prender o cabelo.
- Proteger o cabelo para a máscara não grudar nos fios.
- Limpar a pele.
- Aplicar a máscara.
- Deixar agir por 20 minutos. Melhor se der para sentar, relaxar e curtir o processo.
- Tirar a máscara.
- Sorrir para o espelho.
- Seguir a vida.
Então
primeiro é necessário preparar a pele, limpar a pele, tirar a sujeira para que
a pele possa usufruir dos benefícios da máscara. Ela tem que estar zerada de
maquiagem, de poluição, de produtos, para que os princípios consigam agir.
Definitivamente a máscara não vai surtir efeito sobre uma pele saturada de
produtos. Ela tem que estar limpa.
E...nas
minhas viagens lunáticas pelas atividades terrenas traço um paralelo entre a
aplicação de uma máscara e uma expatriação.
Assim como
os poros têm que estar abertos para que a pele possa aceitar os benefícios da
máscara, a nossa cabeça e o nosso coração têm que estar abertos para percebemos
e incorporarmos os benefícios de uma mudança
de cidade, de país, enfim, de vida.
Dá
trabalho?
Claro!
Dá
trabalho aplicar a máscara! Como vimos, tem um ritual antes, um passo a passo
que exige atitude e tempo.
Dá
trabalho ter acesso aos benefícios da expatriação?
Claro!
Mudar de
casa, por si só, dá um trabalhão! Identificar riqueza nisso, nem se fale!
É que a
gente tem que se preparar para perceber essa riqueza, os benefícios da
expatriação. Tem que se limpar de algumas ideias, alguns sentimentos, alguns
pensamentos, de alguns valores, de alguns conceitos, de alguns preconceitos. E
tem também, como ao aplicar uma máscara, que relaxar e dar tempo ao tempo para
que os efeitos possam começar a aparecer.
Nem sempre é possível ver o efeito de forma tão clara, tão rápida.
Pensa na
máscara. Às vezes, é preciso aplicar mais de uma vez para sentir como a pele
melhorou.
E é lógico
que a máscara sozinha não faz milagre!
Uma expatriação,
por si só, não vai fazer a vida ficar maravilhosa. Ela pode ser parte de um incrível
processo de expansão da gente mesma, assim como a máscara pode ser parte de um
amplo tratamento de beleza.
Claro que
há peles mais sensíveis. Em alguns casos, a máscara pode causar coceira,
irritação. Aí a importância de conhecer a própria pele, de ler a embalagem
antes de aplicar o produto.
Mesma coisa
com a expatriação. Importantíssimo uma
boa dose de autoconhecimento antes de desbravar outros territórios. Importante
também ter informações sobre esse processo. Como funciona o mudar de cultura,
de idioma, de costumes, de amigos, de rotina...o que posso sentir? Como
posso reagir? A quem posso recorrer caso a reação seja muito
forte ou dolorida?
No
fim das contas, o que importa é que os processos, sejam estéticos ou não, nos
remeta à uma melhoria, nos remeta à beleza! Uma beleza que faça sentido e que
seja bonita de fato para gente!
Carmem Galbes
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