Leve Entrevista. Imposto de Renda.

Olá, Coexpat!
A poucos horas do prazo limite para a entrega da declaração do imposto de renda, ainda tem expatriado remando duro por aí em busca de informações para preencher o formulário.
Dessa vez, a orientação vem do advogado tributarista do Cenofisco, Lázaro Rosa da Silva.
Outras informações na página da receita federal, aqui.


Leve - Em quais situações o expatriado deve recolher imposto no Brasil sobre bens e rendimentos obtidos no exterior?
LS - Desde que seja contribuinte brasileiro, em qualquer circunstância por ocasião do recebimento do rendimento.


Leve - Qual é a alíquota que incide sobre os ganhos externos?
LS - Os rendimentos recebidos do exterior estão sujeitos ao carne leão no mês do recebimento. O imposto é calculado pela aplicação da tabela progressiva vigente na ocasião do recebimento. Portanto, em 2008, as alíquotas correspondem a 0%, 15% ou 27,5%, conforme o montante auferido.

Leve - Qual a regra usada para a conversão em Real dos valores obtidos em outra moeda?
LS - A conversão deve ser feita pela cotação do dólar de compra do último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento.

Leve – De alguma forma, a taxação que o capital já sofre no exterior pode ser usada no abatimento do imposto no Brasil?
LS - Sim, se o país de origem mantiver com o Brasil acordo para evitar a bitributação ou de reciprocidade.

Leve - A entrega da Declaração de Saída Definitiva isenta o expatriado de recolher imposto no Brasil sobre os ganhos no exterior?
LS - A Declaração de Saída Definitiva é entregue somente pelo contribuinte brasileiro que pretenda sair definitivamente do País. Portanto, não é instrumento que possa conceder isenção.

Leve - No que se refere ao expatriado, qual a punição em caso de não comprimento das regras tributárias?
LS - O não cumprimento das regras tributárias pode impedir a pessoa de praticar alguns atos da vida civil, seja brasileiro ou expatriado, como, por exemplo: obtenção de empréstimos; movimentação de conta corrente bancária; obtenção de crédito para compra a prazo; recebimento de prêmios de loterias, etc.


Carmem Galbes

Expatriação e qualidade de vida, as melhores cidades para viver.

Olá, Coexpat!Dizer que Viena, na Áustria, ou Zurique e Genebra, na Suíça, estão entre as cidades que oferecem a melhor qualidade de vida para o expatriado é como recorrer ao “subir para cima”.
Não é de hoje, aliás, que as cidades européias são as que mais colaboram para deixar ainda mais atrativo o pacote de transferência de profissionais.
É isso o que diz a pesquisa “Qualidade de Vida 2009”, produzida pela consultoria Mercer.
O trabalho envolve a avaliação de 215 cidades e considera fatores como estabilidade política, índice de criminalidade, liberdade de expressão e oferta de lazer.
A canadense Vancouver é o melhor lugar das Américas. Montevidéu, no Uruguai, está no topo da lista na América do Sul. Rio de Janeiro ocupa a posição número 117 e São Paulo está em 118º. lugar da classificação geral .
Na Ásia, a australiana Sidney é a referência em qualidade. Dubai, nos Emirados Árabes, é a melhor cidade para se viver no Oriente Médio.
Já Moscou - na Rússia, Havana - em Cuba - e Bagdá - no Iraque - estão entre os piores endereços para o expatriado, aponta a pesquisa.
Isso significa dizer que atrair profissionais para essas regiões não é tarefa fácil e tende a piorar, dizem os especialistas, já que o momento é de orçamento apertado - o que pressupõe redução de benefícios e recompensas para quem é transferido para locais não tão fáceis de se tocar a vida.
O pesquisador sênior da Mercer, Slagin Parakatil, salienta que “como resultado da atual crise financeira, as multinacionais estão procurando rever suas políticas de expatriação com a finalidade de redução de custos.”
A novidade nessa edição da pesquisa é a lista dos locais que oferecem melhor infra-estrutura, como fornecimento de eletricidade, disponibilidade de água, serviços telefônicos e postais, transporte público, congestionamentos de trânsito e a disponibilidade de vôos internacionais partindo dos aeroportos locais.
A partir dessa análise, o mapa dos melhores locais para se morar muda um pouco. As asiáticas Cingapura, em Cingapura, Tsukuba e Yokohama, no Japão, dividem o topo da lista com Munique, na Alemanha e Copenhagen, na Dinamarca.Rio e São Paulo ocupam as posições de número 100 e 106, respectivamente. Bagdá tem os piores serviços básicos.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Gripe Suína.

Olá, Coexpat!


Impossível não tratar da gripe suína por aqui.
Então vamos lá.
Países com casos confirmados da doença:
Canadá, Estados Unidos, México, Costa Rica, Alemanha, Áustria, Dinamarca, França, Espanha, Holanda, Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido, Suíça, Israel, Coreia do Sul e China.
No Google maps é possível acompanhar em tempo real as cidades que têm, inclusive, casos suspeitos da doença. Clique aqui para acessar o mapa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde os sintomas da gripe suína são:
- febre repentina, superior a 38ºC, acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas:
- tosse,
- dificuldade respiratória,
- dor de cabeça,
- dores musculares e nas articulações.

Todos que estão - ou estiveram nos últimos 10 dias - nas áreas afetadas devem ficar atentos aos sintomas.
Embora o diretor da OMS, Keiji Fukuda, tenha dito que fechar fronteiras ou restringir viagens tem muito pouco efeito na contenção do vírus da gripe suína, a orientação geral é que se evite ir para regiões com casos da doença.
Para quem está em alguma das áreas afetadas, o Ministério da Saúde do Brasil recomenda (outras informações aqui):

-Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência em áreas afetadas.
- Substituir as máscaras sempre que necessário.
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.
- Evitar locais com aglomeração de pessoas.
- Evitar o contato direto com pessoas doentes.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.
- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas.
- Não usar medicamentos sem orientação médica.


Carmem Galbes

A arte de transitar.

Olá, Coexpat!

Vivendo por aí percebemos ou aprendemos na marra o valor de entender que o que é normal para mim pode ser uma afronta para o outro. Ter esse entendimento bem claro é uma boa ferramenta para reduzir o estresse nos relacionamentos, isso até mesmo dentro da nossa cultura, dentro de casa...
Interessante mesmo esse tal de costume. Outro dia uma japonesa me perguntou se eu sabia o que queria dizer o cumprimento entre duas americanas, que - ao se despedirem - trocavam um breve abraço.
Eu não entendi muito bem a dúvida dela, porque para mim o abraço sempre teve um significado global: amizade, que pressupõe uma certa intimidade...global no meu globo, né? No globo dos japoneses abraço é coisa de outro mundo...

Mas voltando à japonesa, ela fez aquele sinal de positivo com a cabeça, movimento bem comum - aliás - entre os japoneses, que ainda não descobri se quer dizer que a pessoa concorda, que está entendendo ou quer mesmo é deixar o assunto para lá.
Enfim...
Para tentar evitar qualquer mal-entendido, devolvi o sim com a cabeça e tentei - mas não consegui - esconder meu sorriso com a mão. Me limitei, na despedida, a acenar a uma certa distância...

Pra mim isso tudo soa tão antipático da minha parte...eu queria mesmo era dar um abraço bem forte naquela japonesa super fofa, mas longe de mim ser uma agressora!

Carmem Galbes

Como comprovar a fluência?

Olá, Coexpat!Os especialistas dizem que somos fluentes quando a comunicação acontece naturalmente.
Partindo do pressuposto de que a gente aprende a falar ouvindo, viver no meio dos “nativos”, acompanhando de perto - por exemplo - ritmo e entonação nas conversas, pode ajudar e muito esse processo.
Por isso tem aumentado a quantidade de brasileiros em classes estrangeiras. Pelas contas da Brazilian Educational & Language Travel Association, no ano passado, 120.000 embarcaram para o exterior com o objetivo de aprimorar um outro idioma. O número é quase 40% maior que em 2007.
Interessante perceber que isso não é mais decisão restrita ao universo adolescente ou de recém-formado. A turma que passa dos 40 também tem frequentado essas aulas ministradas em outro país.
Lindo! Mas o fato é que, além, de muita gente não poder embarcar nessa viagem, dizem que passar uma temporada fora ainda não é o suficiente para comprovar para o mundo o nível de fluência.
Na edição dessa semana, Veja aborda o tema em forma de guia. A revista traz um apanhado dos principais testes de proficiência em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão.
Segundo o texto, esses certificados são uma prova importante de que o sujeito é capaz de entender e ser entendido em uma língua estrangeira. “No universo corporativo, praticamente todo mundo arranha o inglês, e é comum destacar no currículo o "inglês fluente". O diferencial está em provar que, de fato, se domina outra língua”, salienta a reportagem.
Mas no fundo, no fundo mesmo, só a gente sabe o quanto a gente consegue “passear” por outro idioma. Tive um professor que costuma fazer a ligação direta entra emoção e fluência. “Conseguir comunicar sentimentos sinceros em outra língua é um bom referencial de que a pessoa está realmente envolvida com o idioma”, diz ele.


Carmem Galbes

Imagem: SXC

Cinco perguntas e uma boa supresa! França e Alemanha.

Olá, Coexpat!
Eu não sei se acontece com todas, mas tenho percebido que muitas Xs! têm um profundo desejo de comunicar, de falar, de dar dicas. E assim a gente se depara com muita coisa interessante e pra lá de útil. Dia desses, por exemplo, a Silvia - Silvinha para os blogueiros - trouxe um guia bem didático sobre o transporte coletivo em Berlim. Um apoio e tanto, já que o senso de direção parece ficar bem lelé quando somos recém-chegados ao desconhecido. "Às vezes podemos ajudar alguém mesmo sem conhecer a pessoa," diz.
Silvia está fora do Brasil há 2 anos e meio. O motivo? Os estudos, ela e o marido são pesquisadores. A experiência "expatriática" dela começou em Paris, onde ficou por um ano. Em seguida, embarcou para Alemanha. É de lá que Silvia conta como tem sido a vida de estrangeira.
Antes de começar, ela traduz a frase na foto: assim começa um belo dia!
Obrigada, ou Vielen Dank, Silvia!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
S - Foi um processo longo, com dias melhores - nos quais eu não me canso de falar como a vida pode ser boa aqui, e piores - quando uma grosseria me desmonta, por exemplo. Mas hoje posso dizer que eu me sinto em casa. Acho que eu senti isso na primeira vez em que uma pessoa me pediu informação na rua e, além de eu entendê-la, efetivamente dei a informação!

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
S - A língua, certamente. Penso que se estivesse num país de língua inglesa teria me adaptado com muito mais facilidade.

Leve - O que faria diferente?
S - Eu tentaria manter as expectativas baixas. Meu primeiro destino foi Paris, e, embora eu soubesse que teria de viver num apartamento pequeno e caro, eu não imaginava que as coisas pudessem ser tão difíceis. Para quem chega sem conhecer absolutamente ninguém, deparar-se com exigências para alugar um apartamento, como fiador com casa própria e emprego estável, é complicado.
Acostumar-se à imensa burocracia francesa, à falta de gentileza, às pessoas que bateram o telefone na minha cara quando eu procurava apartamento ao saberem que eu sou brasileira, não foi nada fácil. Tampouco ter de pagar mais do que o normal para ter um alojamento, pela simples falta de opção.
Já o meu estabelecimento na Alemanha não poderia ter sido melhor. Então a lição a ser tirada é que ter algum contato, um apoio, ainda que mínimo no país ao qual você se destina, é muito importante. Para quem chega sem nenhum vínculo, pode ser incrivelmente difícil.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
S - Dependendo do país, com certeza! O crescimento que se ganha individualmente e como casal e o contato com o diferente são enriquecedores. Além do mais, eu adoro viajar.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
S - Estabelecer-me num lugar seguro era a principal expectativa. Sair na rua sem precisar agarrar a bolsa (ou carregar um aparelho de choque dentro dela), com relógio e aparelhos eletrônicos sem medo de ser furtada. Eu ainda não cansei de me admirar com os caixas automáticos nas ruas, ao alcance de todos. E também não precisar desconfiar se um determinado prestador de serviço está te enganando.
O que não se confirmou? Bem, nada é perfeito. Quanto mais utópica for sua visão, maior é a decepção. E também percebi o quão é difícil viver longe da comida brasileira :)

A boa surpresa:
Foi eu me adaptar muito mais facilmente à sociedade alemã do que à francesa. Pois os alemães são comumente vistos como frios e distantes, têm um peso histórico enorme a carregar, e os franceses não. Mas, no final das contas, aqui eu me deparei com muito mais simpatia, tolerância e uma retidão inquestionável.

Moramos na casa ou é a casa que mora em nós?

Olá, Coexpat!
Se tem um assunto que está sempre em pauta para nós Coexpats, mesmo que a gente não perceba, é a casa.
Interessante é que tem casa pra tudo nessa vida! Casa da moeda, casa de botão, casa numérica, casa das máquinas, das caldeiras, casa dos 30, casa-da-mãe-Joana, casa da sogra, casa de câmbio, casa de detenção, casa do zodíaco, Casa-Grande, casa de apostas, casa de praia...
E há vários nomes para casa: sobrado, apartamento, quitinete, mansão, loft, lar, barraco, república, sem contar em goma, cafofo, quebrada, gruta...
O que fico pensando é, se existem tantos tipos de casa, se há tantas possibilidades, se vivemos na era da busca insana pelo "novinho em folha", por que resistimos tanto em mudar de endereço? Você pode dizer que falta dinheiro, coragem ou vontade mesmo, já que embalar e tirar da caixa é um pé...Mas será só isso? Será que estamos dentro da casa ou a casa é que está dentro da gente?
No livro “Me Larga”, o psiquiatra Marcel Rufo dá algumas pistas que podem justificar a aversão à mudança. Ele defende que a casa é o nosso primeiro universo: “com suas fundações indispensáveis, sua verticalidade, seu telhado que se eleva para a luz, a casa evoca então a construção de si. Entre o porão (as origens) e o sótão (os sonhos, as aspirações) habita o sujeito, o eu. A casa é um espaço protegido onde os pensamentos ricocheteiam nas paredes antes de voltar para nós, criando um vaivém entre interioridade e exterioridade. Entre as paredes da nossa casa, às vezes estamos sós, às vezes acompanhados. Mas estamos sempre em casa”, diz.
Vejo então que a casa é uma questão de tempo. O problema é quando não há tempo, ou não se dá tempo, para essa construção, para a casa ser erguida também dentro da gente, porque depois de 2 ou 4 anos, lá vamos nós para um próximo endereço, coisa de quem vai para o lugar que a carreira mandar...
Já sei! De agora em diante só motor home!!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...