Moramos na casa ou é a casa que mora em nós?

Olá, Coexpat!
Se tem um assunto que está sempre em pauta para nós Coexpats, mesmo que a gente não perceba, é a casa.
Interessante é que tem casa pra tudo nessa vida! Casa da moeda, casa de botão, casa numérica, casa das máquinas, das caldeiras, casa dos 30, casa-da-mãe-Joana, casa da sogra, casa de câmbio, casa de detenção, casa do zodíaco, Casa-Grande, casa de apostas, casa de praia...
E há vários nomes para casa: sobrado, apartamento, quitinete, mansão, loft, lar, barraco, república, sem contar em goma, cafofo, quebrada, gruta...
O que fico pensando é, se existem tantos tipos de casa, se há tantas possibilidades, se vivemos na era da busca insana pelo "novinho em folha", por que resistimos tanto em mudar de endereço? Você pode dizer que falta dinheiro, coragem ou vontade mesmo, já que embalar e tirar da caixa é um pé...Mas será só isso? Será que estamos dentro da casa ou a casa é que está dentro da gente?
No livro “Me Larga”, o psiquiatra Marcel Rufo dá algumas pistas que podem justificar a aversão à mudança. Ele defende que a casa é o nosso primeiro universo: “com suas fundações indispensáveis, sua verticalidade, seu telhado que se eleva para a luz, a casa evoca então a construção de si. Entre o porão (as origens) e o sótão (os sonhos, as aspirações) habita o sujeito, o eu. A casa é um espaço protegido onde os pensamentos ricocheteiam nas paredes antes de voltar para nós, criando um vaivém entre interioridade e exterioridade. Entre as paredes da nossa casa, às vezes estamos sós, às vezes acompanhados. Mas estamos sempre em casa”, diz.
Vejo então que a casa é uma questão de tempo. O problema é quando não há tempo, ou não se dá tempo, para essa construção, para a casa ser erguida também dentro da gente, porque depois de 2 ou 4 anos, lá vamos nós para um próximo endereço, coisa de quem vai para o lugar que a carreira mandar...
Já sei! De agora em diante só motor home!!

Carmem Galbes

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