A arte de transitar.

Olá, Coexpat!

Vivendo por aí percebemos ou aprendemos na marra o valor de entender que o que é normal para mim pode ser uma afronta para o outro. Ter esse entendimento bem claro é uma boa ferramenta para reduzir o estresse nos relacionamentos, isso até mesmo dentro da nossa cultura, dentro de casa...
Interessante mesmo esse tal de costume. Outro dia uma japonesa me perguntou se eu sabia o que queria dizer o cumprimento entre duas americanas, que - ao se despedirem - trocavam um breve abraço.
Eu não entendi muito bem a dúvida dela, porque para mim o abraço sempre teve um significado global: amizade, que pressupõe uma certa intimidade...global no meu globo, né? No globo dos japoneses abraço é coisa de outro mundo...

Mas voltando à japonesa, ela fez aquele sinal de positivo com a cabeça, movimento bem comum - aliás - entre os japoneses, que ainda não descobri se quer dizer que a pessoa concorda, que está entendendo ou quer mesmo é deixar o assunto para lá.
Enfim...
Para tentar evitar qualquer mal-entendido, devolvi o sim com a cabeça e tentei - mas não consegui - esconder meu sorriso com a mão. Me limitei, na despedida, a acenar a uma certa distância...

Pra mim isso tudo soa tão antipático da minha parte...eu queria mesmo era dar um abraço bem forte naquela japonesa super fofa, mas longe de mim ser uma agressora!

Carmem Galbes

Como comprovar a fluência?

Olá, Coexpat!Os especialistas dizem que somos fluentes quando a comunicação acontece naturalmente.
Partindo do pressuposto de que a gente aprende a falar ouvindo, viver no meio dos “nativos”, acompanhando de perto - por exemplo - ritmo e entonação nas conversas, pode ajudar e muito esse processo.
Por isso tem aumentado a quantidade de brasileiros em classes estrangeiras. Pelas contas da Brazilian Educational & Language Travel Association, no ano passado, 120.000 embarcaram para o exterior com o objetivo de aprimorar um outro idioma. O número é quase 40% maior que em 2007.
Interessante perceber que isso não é mais decisão restrita ao universo adolescente ou de recém-formado. A turma que passa dos 40 também tem frequentado essas aulas ministradas em outro país.
Lindo! Mas o fato é que, além, de muita gente não poder embarcar nessa viagem, dizem que passar uma temporada fora ainda não é o suficiente para comprovar para o mundo o nível de fluência.
Na edição dessa semana, Veja aborda o tema em forma de guia. A revista traz um apanhado dos principais testes de proficiência em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão.
Segundo o texto, esses certificados são uma prova importante de que o sujeito é capaz de entender e ser entendido em uma língua estrangeira. “No universo corporativo, praticamente todo mundo arranha o inglês, e é comum destacar no currículo o "inglês fluente". O diferencial está em provar que, de fato, se domina outra língua”, salienta a reportagem.
Mas no fundo, no fundo mesmo, só a gente sabe o quanto a gente consegue “passear” por outro idioma. Tive um professor que costuma fazer a ligação direta entra emoção e fluência. “Conseguir comunicar sentimentos sinceros em outra língua é um bom referencial de que a pessoa está realmente envolvida com o idioma”, diz ele.


Carmem Galbes

Imagem: SXC

Cinco perguntas e uma boa supresa! França e Alemanha.

Olá, Coexpat!
Eu não sei se acontece com todas, mas tenho percebido que muitas Xs! têm um profundo desejo de comunicar, de falar, de dar dicas. E assim a gente se depara com muita coisa interessante e pra lá de útil. Dia desses, por exemplo, a Silvia - Silvinha para os blogueiros - trouxe um guia bem didático sobre o transporte coletivo em Berlim. Um apoio e tanto, já que o senso de direção parece ficar bem lelé quando somos recém-chegados ao desconhecido. "Às vezes podemos ajudar alguém mesmo sem conhecer a pessoa," diz.
Silvia está fora do Brasil há 2 anos e meio. O motivo? Os estudos, ela e o marido são pesquisadores. A experiência "expatriática" dela começou em Paris, onde ficou por um ano. Em seguida, embarcou para Alemanha. É de lá que Silvia conta como tem sido a vida de estrangeira.
Antes de começar, ela traduz a frase na foto: assim começa um belo dia!
Obrigada, ou Vielen Dank, Silvia!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
S - Foi um processo longo, com dias melhores - nos quais eu não me canso de falar como a vida pode ser boa aqui, e piores - quando uma grosseria me desmonta, por exemplo. Mas hoje posso dizer que eu me sinto em casa. Acho que eu senti isso na primeira vez em que uma pessoa me pediu informação na rua e, além de eu entendê-la, efetivamente dei a informação!

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
S - A língua, certamente. Penso que se estivesse num país de língua inglesa teria me adaptado com muito mais facilidade.

Leve - O que faria diferente?
S - Eu tentaria manter as expectativas baixas. Meu primeiro destino foi Paris, e, embora eu soubesse que teria de viver num apartamento pequeno e caro, eu não imaginava que as coisas pudessem ser tão difíceis. Para quem chega sem conhecer absolutamente ninguém, deparar-se com exigências para alugar um apartamento, como fiador com casa própria e emprego estável, é complicado.
Acostumar-se à imensa burocracia francesa, à falta de gentileza, às pessoas que bateram o telefone na minha cara quando eu procurava apartamento ao saberem que eu sou brasileira, não foi nada fácil. Tampouco ter de pagar mais do que o normal para ter um alojamento, pela simples falta de opção.
Já o meu estabelecimento na Alemanha não poderia ter sido melhor. Então a lição a ser tirada é que ter algum contato, um apoio, ainda que mínimo no país ao qual você se destina, é muito importante. Para quem chega sem nenhum vínculo, pode ser incrivelmente difícil.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
S - Dependendo do país, com certeza! O crescimento que se ganha individualmente e como casal e o contato com o diferente são enriquecedores. Além do mais, eu adoro viajar.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
S - Estabelecer-me num lugar seguro era a principal expectativa. Sair na rua sem precisar agarrar a bolsa (ou carregar um aparelho de choque dentro dela), com relógio e aparelhos eletrônicos sem medo de ser furtada. Eu ainda não cansei de me admirar com os caixas automáticos nas ruas, ao alcance de todos. E também não precisar desconfiar se um determinado prestador de serviço está te enganando.
O que não se confirmou? Bem, nada é perfeito. Quanto mais utópica for sua visão, maior é a decepção. E também percebi o quão é difícil viver longe da comida brasileira :)

A boa surpresa:
Foi eu me adaptar muito mais facilmente à sociedade alemã do que à francesa. Pois os alemães são comumente vistos como frios e distantes, têm um peso histórico enorme a carregar, e os franceses não. Mas, no final das contas, aqui eu me deparei com muito mais simpatia, tolerância e uma retidão inquestionável.

Moramos na casa ou é a casa que mora em nós?

Olá, Coexpat!
Se tem um assunto que está sempre em pauta para nós Coexpats, mesmo que a gente não perceba, é a casa.
Interessante é que tem casa pra tudo nessa vida! Casa da moeda, casa de botão, casa numérica, casa das máquinas, das caldeiras, casa dos 30, casa-da-mãe-Joana, casa da sogra, casa de câmbio, casa de detenção, casa do zodíaco, Casa-Grande, casa de apostas, casa de praia...
E há vários nomes para casa: sobrado, apartamento, quitinete, mansão, loft, lar, barraco, república, sem contar em goma, cafofo, quebrada, gruta...
O que fico pensando é, se existem tantos tipos de casa, se há tantas possibilidades, se vivemos na era da busca insana pelo "novinho em folha", por que resistimos tanto em mudar de endereço? Você pode dizer que falta dinheiro, coragem ou vontade mesmo, já que embalar e tirar da caixa é um pé...Mas será só isso? Será que estamos dentro da casa ou a casa é que está dentro da gente?
No livro “Me Larga”, o psiquiatra Marcel Rufo dá algumas pistas que podem justificar a aversão à mudança. Ele defende que a casa é o nosso primeiro universo: “com suas fundações indispensáveis, sua verticalidade, seu telhado que se eleva para a luz, a casa evoca então a construção de si. Entre o porão (as origens) e o sótão (os sonhos, as aspirações) habita o sujeito, o eu. A casa é um espaço protegido onde os pensamentos ricocheteiam nas paredes antes de voltar para nós, criando um vaivém entre interioridade e exterioridade. Entre as paredes da nossa casa, às vezes estamos sós, às vezes acompanhados. Mas estamos sempre em casa”, diz.
Vejo então que a casa é uma questão de tempo. O problema é quando não há tempo, ou não se dá tempo, para essa construção, para a casa ser erguida também dentro da gente, porque depois de 2 ou 4 anos, lá vamos nós para um próximo endereço, coisa de quem vai para o lugar que a carreira mandar...
Já sei! De agora em diante só motor home!!

Carmem Galbes

Leve Entrevista. Seu dinheiro.

Olá, Coexpat!
Em meio a um período de rendimentos escassos, de nó na garganta nas bolsas e de disposição do governo em taxar a poupança, Xs! espalhados pelo planeta - não apenas nós, claro - seguem em busca de alternativas para, ao menos, proteger o que se tem no porquinho.
Como a distância costuma embaçar impressões e sensações, a saída foi buscar auxílio entre os especialistas em finanças pessoais.
O consultor Gustavo Cerbasi - autor dos livros Casais Inteligentes Enriquecem Juntos e Investimentos Inteligentes - é o nosso guia de hoje nessa viagem por alguma direção.
Aproveite!


Leve - Imóvel, ouro, poupança, renda fixa, ações. Tem especialista que diz que essa é a hora de se proteger, outros dizem que o momento é bom para arriscar. Que orientação o sr. dá para o brasileiro que vive em outro país, mas tem dinheiro no Brasil?
GC - A proteção e a busca do risco para obter resultados diferenciados devem andar sempre juntas. O ideal é ter a maior parte de nossa poupança investida com muita segurança, em renda fixa, ouro ou imóveis para aluguel, e uma parcela menor de nossos investimentos em renda variável, como ações e imóveis em construção ou para revenda. As alternativas de renda variável sempre se transformam em boas oportunidades durante as crises, e não devem ser desprezadas. Para saber quanto poupar em uma e em outra alternativa, uma regra que sigo e recomendo é a chamada regra dos 80, em que devemos subtrair nossa idade do número 80. O resultado da conta é o percentual de nossa carteira de investimentos que deveria estar em renda variável, indicando que devemos nos tornar mais conservadores à medida que envelhecemos.

Leve - O fato de ter conta em mais de um país pode ser usado pelo expatriado como uma estratégia de diversificação, reduzindo os riscos e as chances de perdas? Como? Pode-se falar em percentuais, que parcela o sr. sugere deixar no Brasil e quanto no exterior?
GC - O fato de o Brasil ser uma economia em desenvolvimento com fundamentos bastante sólidos, já testados durante uma grave crise, faz do país um porto seguro. Por ainda estar em um processo de consolidação de seu desenvolvimento, seus títulos públicos rendem bem e as ações são promissoras. Apesar de uma tendência de queda na rentabilidade desses ativos, ainda há muita margem de ganho acima dos mercados desenvolvidos, porém, com grande volatilidade presente, o que incomoda quem está acostumado com mercados mais estáveis. Quem poupa com objetivos bem estabelecidos, deveria deixar no país em que trabalha os recursos para as reservas de emergências e para as compras de curto e médio prazo, e enviar ao Brasil os recursos para usos previstos no longo prazo. Porém, há duas ressalvas: o envio internacional de recursos não é barato, por isso recomenda-se enviar o dinheiro em grandes lotes, após certo acúmulo. E quem não tem planos de retornar ao Brasil deve ter uma reserva maior no país em que vive, permitindo o crescimento de seu relacionamento bancário local.

Leve - Atualmente, quais economias o sr. considera mais arriscadas para manter investimentos?
GC - As economias que foram muito liberais no controle do mercado financeiro foram as que mais levaram seus investidores a perdas, sendo também as que mais estão socializando prejuízos nessa fase de recuperação. No atual estágio da crise, não é correto apontar que uma economia tem mais risco do que outra, porque o risco está, na verdade, nas empresas. Porém, direcionar as reservas financeiras para um país que foi menos afetado pela crise, como o Brasil, significa contar com uma provável recuperação mais rápida nos investimentos.

Leve - A crise pode ter diminuído o ritmo de transferências, mas ainda há empresas expatriando. Que orientações financeiras o sr. dá para quem se prepara para deixar o país?
GC - A recomendação é que não se faça planos de mudança definitiva antes de viver pelo menos 12 meses no exterior. Muitas pessoas não se acostumam com a falta da família e de seus hábitos, e por isso é sempre recomendável deixar as coisas preparadas para uma possível volta. Em termos financeiros, significa manter uma poupança no Brasil, equivalente a, pelo menos, três ou quatro meses do consumo pessoal, necessários para uma possível recolocação. Também é recomendável viajar com reservas para se manter por pelo menos três meses, permitindo ao expatriado se estabelecer em uma atividade que lhe interesse, sem a pressão das contas para pagar. Na prática, é como montar uma empresa: não basta o investimento na empreitada; é preciso contar com algum capital de giro, para que suas escolhas sejam racionais, e não emotivas.

Leve - E quanto ao caminho inverso, que dicas o sr. dá para o expatriado que se prepara para voltar ao Brasil? Vale a pena manter investimentos fora?
GC - Normalmente, a decisão de voltar ao país é mais definitiva do que a de partir. Nesse caso, desmontar a estrutura de vida mantida no exterior é uma escolha menos arriscada. Quanto à uma eventual poupança formada e investida fora do país, é preciso levar em consideração se a família não voltará a fazer viagens internacionais, podendo contar com esse conveniente saldo no exterior, tanto como forma de ter liquidez em gastos fora do país, quanto como forma de diversificação de risco nos investimentos.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
GC - É importante ressaltar que a atual solidez econômica da economia brasileira diferencia o país como oportunidade de multiplicação de poupança. O que diferencia um país emergente de país mais desenvolvido, em termos de comportamento dos investimentos, é a maior volatilidade, ou sobe-e-desce dos indicadores. Isso é decorrência do menor tamanho dos mercados, o que faz com que as decisões de grandes investidores tragam maior impacto de curto prazo. Porém, as boas perspectivas do país nos induzem a reconhecer que, após algum tempo, teremos muito mais subidas do que descidas nos indicadores.

Leve – Além de seus livros, faz alguma sugestão de leitura?
GC - Além dos seis livros que tenho publicados, incluindo Cartas a um Jovem Investidor, para quem está começando, e Investimentos Inteligentes, para quem já procura montar uma estratégia de se diferenciar da média dos investidores, recomendo a leitura dos livros da Coleção Expo Money, todos escritos pelos maiores especialistas em finanças pessoais do Brasil e revisados por mim. Mais informações sobre todos esses livros pode verificar as sinopses que publiquei em meu site,
http://www.maisdinheiro.com.br/livros/

Carmem Galbes

Expatriação e reviravolta, nem todo mundo quer...

Olá, Coexpat!
A não ser que você entre em coma ou decida se fechar em uma mala, penso ser impossível alguém sair ilesa do processo de expatriação. A reviravolta acontece por dentro e por fora.
Esteticamente falando, a globalização das tendências facilita muito a vida de quem partiu para longe. Saber que seu guarda-roupa, ou uma boa porção dele, vai “caber” em outra língua economiza tempo, dinheiro e horas daquele lenga-lenga interno: “será que estou muito exótica?”
Mas existe alguma coisa, que eu ainda não sei dar nome, que - mesmo com a tal uniformidade estética - faz da moda de cada país algo absolutamente particular.
Não sei se é o estilo, pode ser o corte ou tecido. Seriam as cores? Percebo essa diferença mesmo dentro do Brasil. A moda do Rio é diferente da de São paulo que não tem muito a ver com a do Recife.
Eu sei...dependendo do momento em que você está, você pode soltar um: "para Carmem, isso é quase 'desimportante'. Ok, pode ser se o drama é outro e é dos grandes...

O que noto mesmo  é que eu já não sei mais dizer o que vai contra a minha definição de belo, não tenho mais uma ideia clara sobre os padrões estéticos.
No que se refere à aparência, mudei muito de 2007 pra cá - ano em que embarquei na minha jornada nômade. Já mudei corte e cor do cabelo, revolucionei o estilo dos sapatos, deixei o closet mais descontraído, mais enxuto, enfim...
Quanto à reforma interna, bem, é esse o aspecto que mais trato aqui no blog, porque esse - sim - é punk! Sempre que tenho a oportunidade não deixo de contar como a minha experiência “expatriática” tem mexido com minha mente e meu coração.
Coexpats que encontro por aí dizem o mesmo, que a mudança vem, o que varia é a velocidade.
A questão é saber se a gente quer mesmo passar por isso. Acho que é uma reflexão justa. Para mim, a expatriação tem uma aura de coisa boa, mas pondero que essa super expectativa do bem que se levanta em torno dela pode minar um processo que, para ser rico, deveria ser iniciado com responsabilidade.
Nessa Leve Entrevista, que trata da vida profissional da Coexpatriada, a especialista em transição de carreiras, Elaine Saad, fala sobre a importância de pensar com carinho na proposta de expatriação: “simplesmente ir embora sem se ter certeza que a chance é realmente de crescimento e desenvolvimento.”
Por isso, nada de culpa por ousar pensar que a expatriação pode não ser para você, pode não fazer sentido para os valores e a visão da sua família.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Índia.

Olá, Coexpat!Já disse como essa experiência “expatriática” vem me proporcionando uma outra viagem: a “bloguística”. Muitas vezes, os blogs - alguns em forma de diário pessoal, outros com jeitão de guia mesmo - funcionam, pelo menos em Português, como a principal fonte de informação para quem está longe de casa.
E foi “blogando” por aí que encontrei o Indi(a)gestão. A página traz a visão de Sandra Bose sobre a Índia. Com posts diários, a psicanalista procura ir além das informações geralmente disponíveis, como as que indicam que a Índia é o segundo país mais populoso do planeta - com 1 bilhão de habitantes - e a 10ª. economia industrializada do mundo.
Sandra partiu por amor, “deixei o Brasil e vim para Índia somente para casar-me com um indiano”, diz.
Há dez anos na capital Nova Delhi, os últimos três relatados no blog, Sandra dá a dica para quem prepara a mudança para esse país asiático: “creio ser muito importante a pessoa pesquisar extensivamente antes de vir para a Índia, para quando aqui chegar não levar um choque cultural muito grande. Om Shanti.”
Obrigada, Sandra! Paz e Luz para você também!
Voltando ao assunto “internético”, parto amanhã para um simpósio de jornalismo digital na “capitar” Austin. A gente volta, então, a conversar na segunda!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
SB - Namaskar.
Isso ainda não aconteceu. Apesar de 10 anos na Índia, ainda não me "sinto em casa", sinto-me somente um pouco mais adaptada. A diferença cultural é muito grande, os costumes, hábitos, alimentação, etc são realmente MUITO diferentes. Não é fácil sentir-se em casa na Índia.

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
SB - A falta de informações honestas e precisas sobre a Índia foi o mais difícil. Vim para cá sem conhecer a verdadeira Índia e acabei tomando um enorme susto!! As reportagens sobre a Índia são sempre artificiais, ninguém tem coragem de mostrar e falar a verdade como faço no Indiagestão. Se alguém naquela época tivesse tido a coragem que eu tenho de expor a Índia como ela realmente é, não sei se teria vindo para cá; mas em 1999 a Internet era ainda muito primitiva, não se tinha MSN, blog, Orkut, redes de amizade, NADA. Tive que me virar sozinha com as ridículas informações que encontrei nos websites patéticos de turismo. Nem mesmo as embaixadas e consulados tinham websites naquela época!

Leve - O que faria diferente?
SB - Não teria vindo à Índia se soubesse naquela época como este pais realmente é no seu dia-a-dia.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
SB - Claro que sim. Depois que se mora na Índia, consegue-se morar em qualquer lugar do mundo!

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
SB - O que se concretizou foi meu casamento com o Swapan, pois vim para a Índia somente para casar-me com ele.
O que virou pó foi a ideia de uma Índia limpa, civilizada, espiritualizada e zen. Descobri que a Índia é absolutamente o oposto do que costumam escrever sobre ela. Na verdade, poucos jornalistas vêm aqui conhecê-la pessoalmente e somente reproduzem as asneiras que foram escritas na década de 60 quando os ocidentais "redescobriram" a Índia.

A boa surpresa:A boa surpresa com certeza foi ver a beleza e a grandeza dos monumentos históricos indianos com seus fortes, palácios e tumbas magnânimos! Sou apaixonada pela história do norte da Índia e por sua arquitetura. Foi com os pés em uma cidade cercada que finalmente me caiu a ficha das minhas aulas de história na sétima série, sobre o Feudalismo. Poder ver, sentir e tocar um antigo feudo é um verdadeiro orgasmo para mim. Compro, leio e estudo livros de história sobre a Índia. Absolutamente amo tudo isso!!

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...