LeveEntrevista: Vida Profissional do Cônjuge Expatriado.

Olá, Coexpat!
Se você está no chamado modo Coexpatriada, a decisão de partir para uma vida em terras estrangeiras requer muito desapego, principalmente quando o assunto é vida profissional.
A promessa de enriquecimento cultural, social e emocional não emudece aquela pergunta: “como vai ser quando eu voltar para o mercado de trabalho brasileiro?”
Como a gente não precisa, e nem sempre consegue, buscar todas as respostas sem ajuda, conversei com a especialista em transição de carreiras e gerente geral da Right Management no Brasil, Elaine Saad.
Ela comenta como o mercado avalia a decisão de deixar o emprego para acompanhar alguém e fala de algumas estratégias para turbinar o currículo, mesmo com a carreira de molho.
Aproveite!

Leve - Como o mercado avalia o fato de alguém decidir fazer uma pausa na carreira para acompanhar o parceiro que foi expatriado?
ES - Depende da carreira da pessoa, sua experiência anterior e a que nível ela chegou. Infelizmente isso ainda é mais comum para o sexo feminino, mas mesmo para a mulher afastar-se do mercado não é decisão fácil, pois certamente criará uma dificuldade na hora de retornar. O melhor seria tentar, de alguma forma, dar continuidade à sua atividade ou a algo similar a ela no país para qual o cônjuge foi transferido.

Leve - Como manter portas abertas, apesar da distância?
ES - Acho que uma forma seria deixando a rede de network ativada, ou seja, mantendo contato com as pessoas conhecidas, sabendo do mercado, do que está se passando, do movimento das pessoas, do que está sendo valorizado, etc...O contato com a rede local é o mais imprescindível para ser mantido.

Leve - Como valorizar a vivência no exterior, mesmo que o profissional tenha passado esse período longe do mercado?
ES - Destacando-se atividades que possa ter desenvolvido, nem que tenham sido sem fins lucrativos, voluntárias ou algo do gênero, pois muitas vezes o cônjuge não tem visto de trabalho. Essas atividades, mesmo que muitas vezes não tenham ligação direta com a atividade anterior da pessoa, demonstram iniciativa, atividade em que a pessoa se manteve atuante.

Leve - Quem acompanha um profissional expatriado nem sempre está preparado para chegar em outro país e já trabalhar. Estudar idiomas, investir em uma pós - como mestrado ou MBA - fazer cursos livres ligados à profissão e ser voluntário são as estratégias mais comuns para enriquecer o currículo. A Sra tem outras sugestões para que o profissional se mantenha competitivo, mesmo fora do mercado?
ES - Estas são as mais comuns. Já vi algumas outras como: fazer trabalhos artísticos, dar aulas de idiomas em casa, ajudar novos estrangeiros a se ambientar no país quando chegam, montar grupos de discussão entre os acompanhantes dos expatriados para troca de ideias e experiências.

Leve - A crise tem antecipado a volta de muitas famílias. Que tipo de cenário os repatriados vão encontrar na corrida por uma vaga?
ES - Podem encontrar dificuldade principalmente se ficaram muito tempo afastados do país e do seu mercado. Terão também que enfrentar questões sobre o que fizeram durante todo o tempo em que estiveram acompanhando o cônjuge.

Leve - No caminho inverso, caso haja proposta de partida, quais sugestões a Sra faz para quem deixa o mercado em meio à tamanha turbulência?
ES - Avaliar MUITO bem a oportunidade. O Brasil é hoje um país de oportunidades ainda maravilhosas, ou seja, simplesmente ir embora sem se ter certeza que a chance é realmente de crescimento e desenvolvimento é um ato impensado, muito comum antigamente, mas que não se aplica mais para o Brasil de hoje.

Leve - Tem algo a acrescentar?
ES - Que as pessoas não se isolem, não se fechem, continuem em contato com sua rede profissional e com seu país de origem.

Leve - Faz alguma sugestão de leitura?
ES - Sugeriria que se atualizassem com leitura de jornais normais, diários ou revistas mensais, sobre a situação política econômica do seu país, isso ajuda muito a acompanhar o que está acontecendo.

Carmem Galbes

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