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Esposa expatriada, mude-se para o presente!

Eu amo o filme O Diabo Veste Prada. Gosto do enredo, das roupas e, principalmente, como aborda temas como arrogância, culpa, estratégia e superação.
Separei um dos trechos mais interessantes para mim, o que eu chamo de "estrelinha na testa". Acredito que ele sirva como uma bela metáfora para o discurso de muita Coexpatriada (se você não sabe o significado do termo, clique aqui).
Por favor, não pense que vou cair no julgamento. Já já chego onde pretendo. Antes, pausa para relembrar a cena, clique ao lado.
Mas onde exatamente está a metáfora? Para mim, em dois pontos: em querer a tal estrelinha na testa e em acreditar que já fez tudo o que podia para estar feliz em um processo de expatriação.
Como assim?
Já ouviu uma conversa ou parou para falar com uma Coexpatriada que não está feliz com a vida em outro lugar?
É mais ou menos assim: "Quando eu era...Quando eu fazia...Quando eu morava...Quando eu trabalhava...Quando eu acontecia...Quando eu recebia" É uma conversa totalmente conjugada no passado! E é exatamente daí que eu acho que nasce tanta dor, tanto desencaixe, desconforto que vem de uma história de recebimentos de estrelinhas que a Coexpat viveu, amou e que passou na prática, só que permanece na memória, não como uma lembrança feliz, mas como um crítico cruel lembrando a todo momento que ela era muito melhor do que essa pessoa que está sendo agora: "olha quem você era e no que se tornou! Como você deixou isso acontecer na sua vida? Looser! Você tinha sua carreira, seu salário, era A executiva, tinha subordinados, tinha tempo para comer apenas durante as reuniões com CEO, CFO e todos os outros 'CEILÁOQUE' e agora é essa pessoainhainhainha que só cuida da casa e das crianças."
Certo e daí? A pessoa não pode lamentar escolhas? 
NÃO! Ela pode tirar lições das escolhas que considera mal feitas. 
Tá, e ela não pode odiar essa vida sem carreira, sem status, ausente de reconhecimento social? Pode. Mas defendo que não pare por aí. Não pare no sentir esse ódio e no lamentar. 
Escuto muitas Coexpats dizendo,  "o que eu queria fazer..." pois então faça! Queira e faça! E se der errado? Faça outra coisa! Mas faça! Quer estrelinha? Quer ser olhada? Quer ser reconhecida? Olhe-se! Reconheça-se! Agora é hora de fazer brilhar a sua própria estrela, estrelona! 
Ok , quer usar o seu passado? Use,  mas como um incentivador para mostrar como você é capaz, como você já conquistou  tanta coisa e como você pode fazer de novo! 
Faça as pazes com o seu passado e siga adiante! 
Quer retomar a carreira? Retome! Quer estudar? Estude! Quer ser "só" dona de casa? Seja" Quer ficar sem fazer nada? Fique! Quer fazer qualquer outra coisa? Faça! Mas que essa seja uma decisão por escolha consciente, não por falta de opção, por falta de vontade, por falta de coragem. 
Mas como eu faço? Por onde eu começo? Eu sei...não é fácil reestruturar-se depois de um furacão, depois de ter a identidade virada do avesso,  mas é absolutamente possível! 
Considero o Coaching uma estratégia bem poderosa! Saiba como ele funciona e como eu posso te ajudar! Visite: www.leveorganizacao.com.br 

Carmem Galbes

Qual deveria ser o salário da esposa expatriada?


Quanto vale o trabalho de uma pessoa que acompanha um profissional transferido? Qual deveria ser o pagamento para uma pessoa que deixa a própria carreira para apoiar a carreira de alguém em outro lugar? Se a Coexpatriada - clique na palavra para saber mais sobre o termo - tivesse um salário, de quanto seria?
Eu fiz um levantamento de todas as atividades - que eu me lembrei - exercidas pela esposa do profissional transferido. Já falo sobre os valores...
A fonte de consulta foi o site www.pisosalarial.com.br, que faz o levantamento nos departamentos de RH das empresas e considera apenas os trabalhos reconhecidos por lei. Tomei por base o piso pago por cada função exercida.
Preparada?
Então saiba que você deveria estar recebendo por mês, no mínimo, R$ 59.669,41 para fazer tudo o que você faz!
Isso mesmo: cinquenta e nove mil, seiscentos e sessenta e nove Reais e quarenta e um centavos!
Assustou?Acha muito? Acha pouco? Acha que ninguém pagaria?
Então, entenda como cheguei a esse valor e o motivo de você merecer, no mínimo, esse salário!
  • Agente de viagem - se é você quem programa as férias e todos os passeios para alegrar a família longe de casa: 1.306,11
  • Almoxarife - se é você quem cuida de todo o fluxo de mercadorias da casa: 1.083,10
  • Arquivista de documentos - se é você quem organiza a papelada: 1.079,76
  • Auxiliar de enfermagem - se é você quem cuida das idas ao pediatra, ao dentista, oftalmologista, dermatologista, à fono, à terapeuta... e é também quem administra os horários de medicamentos e suplementos:  1.184,98
  • Auxiliar de contabilidade - se é você quem organiza as finanças: 1.346,09
  • Auxiliar de desenvolvimento infantil - se você é a responsável pela integridade física e bem estar das crianças em casa: 1.015,26
  • Auxiliar de escritório em geral- se é você quem cuida de toda a burocracia da casa: 1.108,57
  • Babá - se é você quem toma conta das crianças: 992,68
  • Bibliotecário - se é você quem está a frente de todo o processo de leitura da família: 2.722,34
  • Cabeleireiro - se você dá um jeitinho no cabelo de todos em casa até encontrarem um profissional que atenda ao padrão da família: 1003,93
  • Camareira - se é você quem arruma a casa: 957,67
  • Chefe de cozinha - se é você quem elabora o cardápio em casa: 1.591,39
  • Cozinheiro de serviço doméstico - se é você quem cozinha em casa: 1.012,27
  • Comissário de voo - se é você quem cuida da segurança e bem estar de todos entre tantas idas e vindas: 1.519,80
  • Contador - se é você quem faz a declaração de imposto de renda, que pode ser ainda mais absurdamente complicada quando se vive fora do Brasil : 3.297,34
  • Controlador de entrada e saída - se é você quem administra o fluxo de pessoas da casa: 1.173,74
  • Copeiro - se é você quem serve a comida, limpa e organiza a cozinha de casa: 954,00
  • Corretor de imóveis - se é você quem busca pela moradia na transferência e quem mantém contato com o administrador do imóvel: 1.256,04
  • Costureira de reparação de roupas - se você é o ponto focal para pregar botões, fazer barras ou bainhas (aí depende da sua origem): 1.008,62
  • Decorador de eventos - se é você quem decora a casa para as festas de aniversários, almoço entre amigos ou colegas de trabalho e eventos para receber a família que vem de longe em épocas como o Natal, Páscoa e férias: 1.184,85
  • Demonstrador de mercadoria - se é você quem tem que encantar a família com os produtos disponíveis na nova cultura: 1012,89
  • Designer de interiores - se é você quem busca deixar a casa com cara de lar: 1.627,74
  • Detetive profissional - se é você quem faz a investigação para encontrar o melhor médico, o açougue que vende a carne de melhor qualidade, a padaria que tem pão que lembra o do Brasil: 1.448,58
  • Economista doméstico - se é você quem otimiza todos os recursos da casa: 2.345,77
  • Empregado doméstico nos serviços gerais - se é você quem limpa a casa: 967,92
  • Esterilizador de alimentos - se é você quem cuida da higiene e consumo dos alimentos em casa: 1.113,04
  • Intérprete - se é você quem traduz a nova cultura, mesmo que você também não entenda direito como ela funciona: 1.311,77
  • Lavador de roupas - se é você quem lava a roupa em casa: 967,92
  • Motorista de carro de passeio - se é você quem leva todo mundo pra baixo e pra cima: 1.235,38
  • Nutricionista - se é você quem faz as contas e as pesquisas para manter a alimentação saudável, apesar de não conhecer boa parte dos alimentos normalmente consumidos na nova cultura: 2.215,64
  • Organizador de evento - se é você quem organiza festas de aniversário, almoços e jantares para os novos amigos, lanches para os amigos das crianças: 1.714,42
  • Ouvidor - se é você quem tem que encaminhar e dar as respostas para as reclamações e insatisfações da família: 2.613,84
  • Passador de roupas em geral - se é você quem passa a roupa em casa: 954,00
  • Porteiro de locais de diversão - se é você quem fica atenta quando o pessoal da escola está em casa:  958,17
  • Professor leigo do ensino fundamental - se é você quem dá aquela força na tarefa de casa:  1.284,67
  • psicólogo - se é você quem segura a onda: 2.343,98
  • Recreador - se é você quem está sempre pronta para divertir: 1.047,24
  • Relações Públicas - se é você quem cuida e preserva a "marca" da sua família, externa e internamente: 2.937,76
  • Repositor de mercadorias - se é você quem faz a lista de mercado, as compras e bota tudo no lugar: 954,00
  • Salva-vidas - se é você quem fica na beira da piscina berrando com a molecada: 1.174,94
  • Socorrista - se é você quem corre para emergência em caso de doença ou acidente: 1.174,90
  • Terapeuta holístico - se é você quem deixa de lado conceitos e preconceitos e recorre às técnicas alternativas para ver sua família bem: 1.466,30

Devem ter muitas outras atividades que não me vieram à cabeça. Assim como deve ter alguma atividade que você não exerce. Sem problemas. Consulte o site, acrescente o valor daquilo que você faz e retire o que você não faz.
Esse levantamento pode parecer uma piada, pode parecer brincadeira, mas meu objetivo com ele é mostrar na prática o valor da mulher que deixa muita coisa de lado para apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar. Isso para quem entende a vida só através dos números...porque, como sabemos,  há coisas difíceis de precificar, afinal, qual é o preço do suporte, o valor do incentivo,do apoio?
Gostou? Esse texto levantou seu ânimo? Que ótimo! Ele serve para te mostrar que seu trabalho, infelizmente ainda muito invisível, vale muito, muito mais que você imagina! A ideia com essas palavras é dar um up na autoestima, ajudar você a segurar a onda, é ajudar a te mostrar que sem você, voce bem, em plena saúde física, emocional e espiritual, a expatriação tem grande chance de afundar...porque, como amo dizer: expatriação é um projeto em família!!
Mas...como perco amigo, não a piada, o  texto também pode ajudar a embasar o sarcasmo naqueles dias em que você fica sem paciência...Como? Imagina aquela ceninha típica:
Alguém: "Então, tá de férias sem prazo para acabar, hein...o que você faz o dia todo?"
Você: "trabalho escravo!" Foco na cara de ué! kkkkkkk
Mas é muito azedume, né não?
Então da próxima vez que te fizerem a pergunta, explique tintim por tintim cada função exposta aqui. Use e abuse do tempo da tal pessoa abusada!
No mais, se você entendeu o seu valor, internalizou e agora  quer ir além de todos esses papéis desempenhados, mas não sabe como, conte comigo! Descubra como o Coaching pode te apoiar nesse processo! Visite: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes


ah...um pedido, se gostou dessa reflexão e for usar esse material como base para algum texto, comentário ou como fonte de inspiração, por favor, seja legal, em todos os sentidos do termo, cite a fonte! Claro que você pode aproveitar esse conteúdo, desde que cite o blog da Leve, a autora, no caso eu, Carmem Galbes, e compartilhe o link! Agradeço a sua ética e seus bons modos!


Esposa expatriada e a complicada relação com o sucesso.

Quantas mulheres dizem experimentar o amargo gosto do fracasso quando decidem acompanhar o marido que foi transferido pela empresa?
Hoje acredito, de verdade, que não é que experimentamos o fracasso, é que nos prendemos a apenas uma definição de sucesso:
sucesso = carteira assinada + carreira em uma grande empresa + salário + promoção.
Podemos lidar com várias outras equações, mas se não temos essa - especificamente - no exercício da vida, nos sentimos perdedoras...
Depois de 10 anos apoiando a carreira do meu marido para lá e para cá, tive que criar minha própria definição de sucesso. Sucesso para mim é tomar sorvete de morango no meio da tarde de terça! Algumas podem dizer: isso é luxo. Para mim é uma representação do que é ser dona da minha agenda - de horário e de prioridades -  algo que sempre desejei na minha vida adulta.
Trabalho, talvez, mais que antes, nos horários mais malucos possíveis - por causa do fuso horário em que estão minhas clientes coachees. Mas não perco mais festas importantes - como natal em família, nem domingos - sejam de Sol ou de chuva - plantada na porta de alguém "ultra mega importante" que pode sair de casa e pode dar uma declaração. Também não preciso mais 'honrar' a etiqueta de uma corporação que não está alinhada com meus conceitos éticos.  Não tenho mais que reportar assuntos que não concordo, escrever sobre temas que acredito ser um profundo desrespeito com o tempo do outro. Está certo, não tenho as deliciosas férias remuneradas, nem o 13o. Às vezes, nem tirei o pijama, aquele coque medonho ainda está na minha cabeça e já estou na segunda ou terceira hora de trabalho, ora como dona de casa, ora como coach, ora escrevendo sobre o universo "expatriático", essa, alías, é uma das atividades que mais me deixam feliz! Mas nem de longe sinto aquela angústia de parecer não estar vivendo a minha vida ou tenho aquela sensação de todo mundo estar mega feliz em algum lugar, menos eu.
Uma coisa legal que descobri é que a minha ideia de sucesso agora é mutável. Nessa vida de Coexpat - clique na palavra para saber a definição -  sucesso para mim já foi poder levar meu filho no parquinho todas manhãs. Já foi poder dedicar tempo para me aprofundar no estudo do Inglês. Já foi ter um ano inteiro sem ter compromisso com nada. Já foi conseguir deixar minha casa bonita, organizada e portátil. Já foi adotar em minha rotina alguns conceitos do minimalismo.
E para você, qual é a sua definição de sucesso? Essa definição atende seus desejos mais íntimos ou corresponde às expectativas dos outros? Nessa perspectiva, você é bem sucedida? O que você precisa fazer para ter o sucesso que faz sentido pra você?
Carmem Galbes

Mude e transforme sua casa alugada em seu lar!

Organizar a minha casa me ajudou a organizar meus pensamentos e sentimentos. E mais: possibilitou que eu fizesse as pazes com a minha vida profissional! 
A cada item descartado - entenda descarte como doação, venda ou lixo mesmo - era uma crença que não servia mais que também ia embora. 
A cada gaveta, a cada armário organizado, era um pensamento que eu também colocava em seu devido lugar.
E a cada toque para deixar a casa mais Leve e bonita, eu me sentia mais e mais inspirada para cuidar de mim mesma, por dentro e por fora. Não à toa que voltei meu olhar - novamente - para a minha espiritualidade, que comecei a caminhar e a prestar mais atenção na minha alimentação.
Foi o ano inteiro de 2014 de foco no endereço do meu corpo e na morada da minha alma. 
Foi a partir dai que fiz uma transição de carreira do jornalismo para o coaching. Foi a partir dai que a Leve nasceu.
Foi o meu jeito de elaborar coisas tão abstratas para chegar a resultados palpáveis, coisa de virginiana!
Eu realmente acredito que a organização de espaços é uma forma didática - e lúdica - de ajudar na organização mais difícil de todas: a de nós mesmas!
Eu sei que nesse universo nômade, falar em organizar uma casa é mexer em um vespeiro de ressentimento e culpa.
'Como organizar e deixar com cara de lar uma casa que daqui a algum tempo não vai mais existir para mim? Que é alugada? Que não está voltada para o nascer do Sol? Que não tem a planta que eu queria? A localização que eu desejava? O piso que eu esperava? Vou furar para por quadro? Vou comprar móvel novo? Vou investir em algo que não é meu?'
Se tem uma crença que limita a felicidade da Coexpatriada é que casa, para ser nossa, tem que ter uma escritura em nosso nome!
Se essa informação ajuda: sua casa é o planeta Terra! E, para sua tristeza ou alegria, esse endereço tem prazo de validade para todos nós, sem exceção! Então relaxa e faça acontecer aqui e agora!
Eu já falei nesse texto e nesse aqui como aceitar sua casa temporária.
Deixo agora mais alguns links que podem ajudar você a amar sua moradia, seja lá onde ela for e até quando!
Espero que ajude!
  • Aplicativos que ajudam a decorar a casa: http://sossolteiros.bol.uol.com.br/12-aplicativos-que-ajudam-na-hora-de-decorar-a-casa/
  • Dicas para decorar um imóvel alugado: https://www.youtube.com/watch?v=1b4qhFVuV4o
  • A melhor forma de distribuir os móveis pela casa: http://www.essenciamoveis.com.br/blog/proporcao-ideal-na-distribuicao-dos-moveis/
  • Como transformar seu banheiro em um spa:  https://incrivel.club/criatividade-casa/12-dicas-para-transformar-seu-banheiro-no-melhor-lugar-da-casa-45955/
  • Dicas para organizar a cozinha: https://www.facebook.com/apartmenttherapy/videos/vb.30065974282/10155203555829283/?type=2&theater
  • Como organizar o quarto que tem pouco armário: https://casaclaudia.abril.com.br/ambientes/8-formas-de-organizar-o-quarto-sem-usar-armarios-e-guarda-roupas/
  • Ganchos autoadesivos como aliados na decoração e organização: https://incrivel.club/criatividade-casa/17-formas-incriveis-de-usar-ganchos-adesivos-104610/  
  • Varão de cortina como aliado versátil: https://www.facebook.com/FirstMediaBlossom/videos/vb.112284674585/10155600503144586/?type=2&theater
  • Decoração com plantas: https://incrivel.club/criatividade-casa/10-plantas-para-ter-um-microclima-perfeito-dentro-de-casa-154310/
  • Como decorar a casa com uma horta: https://espaco-casa.com/2015/08/22/horta-de-temperos-para-decorar/ 
  • Faça você mesma um painel de tecido: https://casa.abril.com.br/moveis-acessorios/aprenda-a-fazer-seu-proprio-painel-de-tecido/
  • Como fazer uma lousa com papel contact: https://www.youtube.com/watch?v=cQB6KApKenQ
  • Como receber bem:  http://gnt.globo.com/casa-e-decoracao/materias/como-receber-um-hospede-em-casa.htm
Carmem Galbes

Família do profissional expatriado recebe menos apoio que o necessário. O que você vai fazer a respeito?

"Percebemos uma tendência de deficit de apoio em tópicos relacionados à família e a superavit de apoio em tópicos relacionados aos procedimentos práticos da transferência profissional."
Essa é uma das principais conclusões da pesquisa Mobility Brasil 2017, feita pela Global Line, Worldwide ERC e Fundação Instituto de Administração. 
Uau, parece que dessa vez os expatriados foram ouvidos! E foram mesmo! 
No estudo, que tem como objetivo gerar informações para apoiar o trabalho dos profissionais de RH envolvidos com mobilidade internacional no Brasil, foram catalogadas as respostas de profissionais responsáveis pela mobilidade em 200 empresas e de 400 funcionários expatriados.
O que os expatriados disseram?
  • 92% consideram a expatriação muito desafiadora. 4 dos 3 principais desafios estão relacionados à família. O mais difícil nisso tudo? A transição da carreira do cônjuge que acompanha.
  • Metade dos funcionários expatriados não está nada feliz com os departamentos de RH que cuidam da mobilidade e sugerem que as políticas de expatriação sejam mais flexíveis.
Outros dados:
  • De cada 10 transferências que fracassam, 9 não dão certo por questões familiares e pessoais!
  • As empresas seguem oferecendo, em média, 13 benefícios para os expatriados. Um terço admite pagar também uma verba para as Coexpatriadas, para saber o significado do termo, clique aqui.
  • Para reduzir custos, as empresas estão, cada vez mais, mudando o regime de expatriação - com tempo determinado - para transferência definitiva, em que o profissional passa a ser um funcionário local sem prazo para retorno.
Agora, atente para outra  conclusão super importante dos pesquisadores:"Os membros da família expatriada frequentemente vivenciam alterações mais profundas em suas vidas diárias do que o próprio expatriado. Apesar de um treinamento intercultural bem conduzido ser uma comprovada base inicial para uma adaptação bem-sucedida, alguma famílias podem enfrentar problemas específicos que exijam acompanhamento continuado. Nesses casos, o apoio através de serviços de follow up, coaching e do desenvolvimento de uma forte comunidade de expatriados parecem ser iniciativas mais efetivas."
Finalmente, o que muitas famílias expatriadas vem sentindo na pele, ganhou aval científico: treinamento intercultural é fundamental, mas é básico, não dá para parar por aí! 
Isso quer dizer que as famílias expatriadas têm que fazer piquete na porta das empresas? Quem ressoa com isso, fique à vontade! 
Mas, sinceramente, acredito que, até as empresas internalizarem o discurso e o colocarem na prática, a estratégia mais inteligente seja assumir as rédeas da situação, pôr a mão na massa e não ficar à espera de um suporte que pode não chegar. 
Agora ficou bem claro que há menos apoio que o necessário às famílias expatriadas, ficou claro que as empresas vão ter que contornar essa situação para melhorar aquela taxa de fracasso da expatriação e ficou claro também que a família expatriada tem que  entender definitivamente a complexidade de aceitar um convite de expatriação e assumir essa bucha, em todos os níveis. Tem que cuidar da própria saúde física, mental e espiritual nessa jornada.
Então, o que VOCÊ E SEU PARCEIRO, eu disse VOCÊS, vão fazer para deixar a vida longe de casa enriquecedora para TODOS os membros da família, não apenas para quem foi transferido? 
Existem várias respostas, o céu é o limite! Que tal começar por abrir a cabeça e se propor a enxergar essa experiência de uma forma que te tire da dor?
Pense nisso e conte comigo!
Para ler toda a pesquisa, clique aqui.
Carmem Galbes

Você vai embora mas seu comportamento pode ficar para sempre!

Essa vida de nômade pode te transformar em um dos seres mais estranhos da face da terra: o ser que espera piamente que tudo mude amanhã!
Não, isso não é legal, nem bacaninha, nem engraçado, nem expressa desapego. Isso pode ser doentio e fazer você se afogar no que eu chamo de um poço de aceitações do que sempre foi inaceitável para você.
Comecemos pelo que é palpável: como você espera que tudo mude amanhã, acaba aceitando que a casa fique meio capenga. A decoração não é como queria, nem a disposição dos móveis - muitos, aliás, lascados, arranhados, amassados na última mudança. E as cortinas que não servem direito nas atuais janelas? E os armários que são poucos? E a voltagem que é diferente e obriga as tomadas a ganhar transformadores horríveis? E a garagem que é apertada demais? E o bairro que não é tão central?
Você, que já aceitou morar longe da família, dos amigos, da vizinhança conhecida. Você, que aceitou deixar seu trabalho, sua casa própria para viver em uma de aluguel, que concordou em perder a diarista, em não ter mais indicação de um médico competente, de um cabeleireiro que te levanta, agora tem que aceitar que toda essa situação é pra sempre? É aí que entra a vingança de quem espera que tudo vai mudar amanhã...mas não muda: viver de improviso, pronta para a próxima transferência - que pode ocorrer mês que vem, quem sabe?
Tudo bem que estamos todos de passagem por esse mundão. Eu sei bem que todo esse processo de mudança pode ser pesado demais, ainda mais nas primeiras vezes, ainda mais para quem não queria muito sair de onde estava...Mas isso não quer dizer que a gente deva viver de improviso.
Há quem defenda o improviso. Tudo bem, em alguns casos também sou adepta, e quem não é?
O ponto é quando o improviso invade as emoções e os relacionamentos, o problema é quando o improviso flerta com o descaso.
Na vida real, quem está de passagem, crente que está vivendo determinada situação provisoriamente, não se envolve, não se permite, não assume. Pior, não chuta o balde para poder se reconstruir. Fica naquele "faz de conta que estou aceitando tudo numa boa", mas no fundo não está. Aí, de duas uma: ou pira ou morre e mata de raiva!
Aí vira aquela pessoa estranha no sentido original da palavra, estranha ao meio, uma extraterrestre em pleno planeta Terra. A pessoa vive desencaixada, desconfortável ou encaixotada - presa em casa.
Tem sim aquelas que vão pra rua, mas para - pura e simplesmente -  comparar com a experiência passada e menosprezar. E menosprezam tudo: o sistema, a cultura e, por consequência, as pessoas que são daquele lugar.
Tenha certeza, é deprimente ter contato com alguém que não vê a hora de partir. 
Podemos, sim, passar de forma saudável por esse processo. Se nos predispormos, podemos passar cada vez ferindo menos a nós e aos outros. Mas isso exige aceitar um paradoxo: embora todos - em última análise - estejamos de passagem temos que entender que uma palavra, um comportamento, uma ação pode tocar o outro para sempre, para o bem ou para o mal, a gente ficando ou partindo! 
Carmem Galbes

Finanças, casamento e expatriação: é preciso colocar os pingos nos is!

Dizem que cada um de nós é uma empresa Ltda, decidimos de forma autônoma e independente.
Quando casamos "vendemos" parte de nossas ações e viramos uma empresa de capital aberto. Não podemos mais agir sem ouvir todos os sócios - marido, esposa e filhos - a não ser que queiramos fracassar como S.A. 
E quando a família é expatriada? Aí digo que entramos para o Novo Mercado! O Novo Mercado é uma categoria do mercado brasileiro  de ações em que, para fazer parte, a empresa tem que atender ao mais alto grau de transparência e práticas éticas.
Então seu marido recebe um convite para trabalhar em outro lugar ou a família já aceitou e  se mudou. Será que vocês estão prontos para viver de acordo com o modelo exigido por esse Novo Mercado?
Vou me limitar aos aspectos financeiros:
  • Você sabe qual é o salário do seu marido? 
  • Você sabe se há outras entradas e valores?
  • Você sabe quanto a família gasta? 
  • Você sabe se sobra dinheiro no fim do mês, quanto sobra e onde esse dinheiro é investido? 
  • Você e seu marido conversam sobre investimentos? 
  • Quais são os objetivos da família nessa expatriação?
  • Todos da família sabem desses objetivos?
  • Os objetivos incluem criação de poupança e aumento de patrimônio?
  • Se seu marido fosse demitido hoje, você saberia dizer quanto tempo a família consegue manter os gastos sem salário?
  • Você sabe quais gastos cortaria primeiro?
  • A família tem um plano de aposentadoria? Ele inclui a coexpatriada que não está empregada em uma empresa?
  • Quanto você e seu marido planejam ter de renda aos 65 anos?
Se você quer ter poder no papel de Coexpatriada (para saber o significado do termo, clique na palavra) tem que se informar! Informação é poder!
Eu sei, eu sei, o tema é pra lá de delicado. Tem a questão do regime de bens entre os cônjuges, da criação, da história, da experiência e dos valores que cada um tem com relação ao ganhar, guardar, multiplicar e gastar dinheiro. Algumas podem defender que querer saber da vida financeira de outra pessoa é invasão de privacidade. Outras estão tão deslocadas de sua identidade que acreditam realmente que perderam a independência financeira e estão a mercê de um provedor que tem a última palavra porque, afinal, é ele que sustenta a casa.
Eu digo: Oi?
Você deixa de lado a sua carreira para apoiar o sucesso profissional do seu marido, demite-se do emprego - abrindo mão do reconhecimento profissional, acaba assumindo grande parte dos cuidados com a casa e com os filhos - porque o marido está abarrotado na nova função - é a principal ponte entre a família e a nova cultura e não sabe qual é o retorno financeiro de todas essas decisões e responsabilidades? 
Pior, além de não fazer ideia do retorno sobre o investimento, você tem que se dar por satisfeita por receber uma "mesada". Mesada? Isso não seria coisa que filho recebe quando ainda não tem renda porque não trabalha? Você trabalha e muito (creio eu) para fazer essa expatriação dar certo. E se não é por seu empenho e entusiasmo a chance desse projeto fracassar é enorme! Sabia que, de cada 10 empresas que expatriam, 8 dizem que quando a expatriação não dá certo é porque a família não se adaptou ao novo modo de vida? Então olha a importância da sua função! E dê uma olhada também na pesquisa da Global Line, que tem outros dados interessantes!
É lógico que cada família tem seus acertos. Cada casal funciona de um jeito. Tem casal que não consegue guardar nada e tem aquele que não consegue gastar nada. Tem o que não faz ideia do quanto ganha e quanto gasta.Tem o que combina quanto pode gastar no mês, quanto vai guardar para atingir um objetivo e por aí vai. Mas tudo é acertado em comum acordo, sem um achar que é mais que o outro ou tem direito exclusivo ao voto, porque é o que "sai de casa para matar o mamute". Todos estamos matando o mamute, só que em cenários diferentes! 
O que não dá para aceitar é a infantilização de quem acompanha o profissional expatriado, aqui falo com a mulher, mulher que é essencial para fazer a expatriação virar. Não ter acesso às informações financeiras, boas ou ruins, é viver num mundo de faz de conta, de café com leite. Já ouvi muitos maridos dizerem que não abrem os dados financeiros porque a mulher é muito "gastona" ou porque deprimiria se soubesse da real situação econômica da família. Bom, aí o problema é mais embaixo e acredito que uma ajuda profissional - de terapeuta, orientador financeiro, coach - seria interessante.
Sei que hoje peguei pesado. Não se sinta julgada. Encare essas palavras como uma forma diferente de pensar sobre expatriação: um processo em família, que exige total presença e transparência de todos os envolvidos. Exige, principalmente, maturidade do casal.
Ah...passei o texto defendendo a importância da mulher no processo de expatriação e como devemos adotar e viver na prática o discurso que "tudo o que entra e sai é de todos na família". Então, também não vale dizer que você não vê a hora de voltar a ter sua renda para não ter que dar satisfação a ninguém sobre seus gastos. Lembre-se sempre: você está num casamento, num sistema S.A. 
Só para pontuar, falo com a esposa expatriada porque escolhi falar com a maioria. É que, de cada 10 expatriações profissionais, 8 ainda são motivadas pela carreira do homem e é a mulher que acaba tendo que abrir mão de muita coisa para seguir ao lado de alguém.
Carmem Galbes

Como um livro que não foi aceito pelas editoras inspirou minha nova carreira nessa vida de esposa de profissional transferido.



"Mudança de casa - por mais feliz que seja o motivo - sempre provoca angústia, imagine nos pequenos: 'mamãe, posso levar as paredes?', meu filho indagou quando recebeu a notícia de que mudaria de endereço."
Assim eu começo a carta que anexei ao original de um livro infantil que saiu do fundo da minha alma através de uma das relações mais caras da minha vida: a relação com meu filho.
"Tetelo Muda de Casa" nasceu da ânsia de explicar o inexplicável! Por que mesmo que a gente tem que deixar tudo que ama, que está em perfeita harmonia para se aventurar no desconhecido? Não que o livro explique, o que ele se propõe é abrir um diálogo de forma divertida sobre um tema que pode ser muito dolorido:  mudança de endereço.
Poderia continuar falando sobre o livro e a importância da conversa com nosso rebento quando estamos envolvidos pela aura de uma transferência. Mas deixo o tema para um outro post. 
O que vou fazer aqui é contar um pouco da minha saga para me redescobrir como profissional depois que nasci como Coexpatriada (para ler o significado do termo clique sobre a palavra) e como "Tetelo Muda de Casa" foi fundamental nesse processo.
Com filho  e morando longe de toda a família, eu não queria de jeito nenhum voltar para a rotina das redações, com horários indefinidos, plantões em finais de semana, feriados e nas festas mais deliciosas que os nossos pequenos adoram!
Comecei a investigar o que poderia fazer. Como poderia conciliar a maternidade e a vida profissional de uma forma que eu pudesse levar tudo na bagagem, caso meu marido fosse transferido de novo, como de fato foi.
Comecei com o óbvio: sou jornalista, então vou fazer reportagens, no sistema freelancer, para jornais e revistas. Passei para o desejado: vou aproveitar a minha grande paixão - escrever - para produzir textos para sites e blogs. 
Mas eu queria mais. O que eu queria mesmo era ajudar as Coexpatriadas.
Desde 2008 -  ano da minha mudança para o exterior - que eu venha pesquisando e escrevendo aqui no blog sobre a identidade da mulher que topa deixar muita coisa de lado para apoiar a carreira do marido. Eu gostaria de continuar lidando com o tema...mas não sabia como - de fato - transformar em um negócio a  ajuda que eu me propunha a oferecer às mulheres que enfrentam muitas perdas em nome do sucesso de outra pessoa.
O livro veio como uma possibilidade. Bingo: eu ajudaria as Coexpatriadas, seus filhos, enfim, a família toda, e seguiria com minha paixão: a escrita! 
Passei para o papel os diálogos que tive com meu pequeno. Estudei um pouco sobre literatura infantil. Escrevi o livro. Registrei minha obra na Biblioteca Nacional e comecei a distribuir o original. Foram mais de 50 editoras, uns 700 Reais entre cópias e postagens nos Correiros e mais de 50 nãos. 
Definitivamente eu não estava trilhando um caminho certo...
Mas como eu iria saber qual é o caminho certo? Quem poderia me ajudar?
Algumas fichas só começaram a cair quando decidi sair do casulo e bater asas. Pesquisando na internet, encontrei um grupo de mulheres empreendedoras que se reuniam uma vez por mês no Recife antigo. Lá fui eu, como aquela garotinha no primeiro dia de aula, para uma reunião que iria tratar de muita coisa menos do que vinha sendo comum para mim: maternidade, casa, casamento etc e tals.
A cada reunião, o livro como negócio ia dando lugar a novos insights. Um deles me fez colocar a mão na massa mais uma vez. Aproveitei umas férias do marido e parti para São Paulo para me qualificar como personal organizer. Pensei: vou ajudar a Coexpatriada a organizar a mudança, a nova casa e a rotina para que sobre tempo para ela aproveitar ao máximo a experiência no exterior.
Quanto mais eu estruturava meu negócio, mais eu percebia que a Coexpatriada precisa de apoio sim, especialmente aquele que ajuda a resgatar a identidade, que acaba perdida em alguma caixa da mudança...
Bora para mais uma qualificação, a de coach. Assim nasceu o coaching desenhando especialmente para a esposa do profissional transferido: um processo com início, meio e fim, que auxilia a Coexpatriada a entrar em contato com seus valores, talentos, propósito de vida e novos objetivos. Assim nasceu a empreendedora. Assim nasceu a Leve, a minha empresa.
Mas por que eu comecei a nossa conversa com um livro que não foi aceito pelas editoras? 
Porque o livro me ensinou a receber os nãos e me motivou a buscar os "sins".
Consegui publicá-lo, não da forma convencional, mas de uma maneira que jamais teria pensado... 
Já com a Leve rodando, eu queria muito publicar o livro. Não mais em nome de uma renda. Eu realmente acreditava que ele poderia ajudar muitas famílias. Nessa altura, já havia estruturado o material como um e-book ou o livro digital. Mas e as ilustrações, tão importantes quanto as palavras em uma obra infantil? 
Foi aí que, durante uma noite, enquanto preparávamos o jantar - o maridão sugeriu: pede para as crianças que já mudaram ilustrarem. Pronto! Foi umas das sensações mais gostosas da produção do livro: ver as crianças transformarem em imagens as palavras que eu havia escrito! Foi muito, muito emocionante. 
Mas e a capa? Bem, a capa surgiu como parte de uma outra redescoberta profissional, a de uma amiga querida, também Coexpatriada, Cibele Dias.
Assim "Tetelo Muda de Casa" virou realidade. Está disponível no site da Leve e na Amazon, gratuitamente, em duas versões: ilustrada pelas crianças e uma sem desenhos para que os próprios leitores ilustrem a experiência de mudar.
Perfeito: um processo coletivo, que nasceu do diálogo com minha família, meus amigos, comigo mesma. Sim, porque eu precisei muito dialogar com a melhor parte de mim para não desistir, para buscar diferentes caminhos para conseguir resgatar minha autoestima profissional, para voltar a ter uma carreira, uma carreira portátil que eu levo comigo para onde a empresa do meu marido nos mandar!
Foi fácil, é fácil? Essa pergunta é realmente importante? 
O importante para mim é que é gratificante. Hoje o que faço me faz seguir adiante, me faz fazer planos, me faz deixar  a exaustão pra lá, me far querer aprender mais e mais. Isso é importante! Essa é a pergunta que importa: o que você faria até de graça? Eu fiz um livro! Mas dele sairam muitas e muitas coisas impagáveis, inclusive a minha nova profissão!
Espero que a minha história te inspire!
Para ler "Tetelo Muda de Casa" é só clicar aqui.
Para saber como a Leve pode te ajudar, clique aqui.
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Carmem Galbes

Coexpatriad@: quando é preciso um neologismo para explicar a importância de quem acompanha o profissional.

Olá, Coexpat!
Já falei aqui sobre as diferenças de conotação entre termos que deveriam dizer a mesma coisa: expatriado e imigrante.
No dicionário Aurélio, expatriado é aquele que reside fora de sua pátria. Mas no "corporativês", sabemos que expatriado é o funcionário "promovido", que vai assumir responsabilidades em outro lugar. Então se expatriado é o "cara", quem segura a barra é o que?
Querem um nome? 
Ok. Quem acompanha é uma Coexpatriad@! 
Como assim? Tem no dicionário? Não e eu vou explicar porque criei esse termo de 2015 para 2016, período em que já estava farta de ver um estado civil reduzir o importantíssimo papel de quem acompanha um profissional transferido.
Coexpatriad@ com @ no final por uma economia na comunicação, para englobar esposas e maridos expatriad@s. Embora o uso do "@" para incluir todos os gêneros ainda não seja reconhecido pela norma culta, já é bem usado e entendido na comunicação informal. Carimbei o prefixo CO no começo porque ele sugere duas possibilidades: companheirismo ou subordinação, aí é que o negócio pega!
Você e só você poderá decidir qual será o significado do Co no seu coexpatriad@: o de alguém que - apesar de ter deixado muita coisa de lado em nome da carreira de outra pessoa - está reescrevendo a própria história? Ou você é @ coexpatriad@ que acabou se escondendo nos bastidores porque não teve apoio ou coragem de seguir em frente e fazer o que precisava ser feito para tomar as rédeas da situação? Que tom você está assumindo nessa transferência?
Claro que eu sei que não é fácil. Passei e passo pela situação de equilibrar mil pratos "longe de casa" em nome da carreira do meu marido para manter a saúde física, mental e espiritual de toda a família. Os sentimentos são tão confusos...sucesso, saudade, novidade, perda de identidade que fica muito difícil explicar para gente mesma - imagine para os outros - quem, afinal, somos? Qual é o nosso papel, a nossa importância em uma expatriação? 
O que tenho certeza "absolutássima" é que não somos somente o "cônjuge de expatriado", termo que - infelizmente - ficou carregado de preconceito. Somos mais do que a pessoa que casou com @ profissional que trabalha ali, somos a ponte entre a família e a cultura, @ funcionári@ expatriad@ e seu sucesso na empresa, o "elemento" que vai definir se vai ou não haver adaptação à uma nova cultura, a um novo modo de vida, se a adaptação será traumática ou não.
Não canso de falar sobre esses números: uma em cada quatro expatriações fracassam. Das que fracassam, oito em cada dez não deram certo por motivos pessoais do funcionário e sua família.
Então, se a palavra tem poder, que a gente crie palavras para definir nossa condição da maneira mais poderosa possível. E é nosso papel de Coexpatriad@ aceitar e tomar posse  da nossa importância e difundir esse conceito.
Acredito muito nesse empoderamento pela união de forças. Se você também acredita que junt@s podemos mais,  vem para o grupo Coexpatriad@s no Facebook.
O Coexpatriad@s tem por objetivo ser um porto seguro e sem julgamentos, criado com todo o carinho para um público pouco compreendido, e que já cansou de ouvir: "Está reclamando de que? Isso é frescura! Que vida fácil!" e por ai vai.
Seja bem-vind@!
Para fazer parte, clique aqui: Coexpatriad@s 

Carmem Galbes

Como vencer o medo de mudar?

Odeia mudança?
Culpa do cérebro. 
Essa engenhoca aí que você - e todo mundo - tem na cabeça corresponde a dois por cento da massa do seu corpo mas consome 25% da sua energia! 
O cérebro, que foi feito para funcionar perfeitamente, trabalha muito, inclusive para economizar a energia  que precisa.
Então ele otimiza.
A cada acontecimento, em vez de começar todo o processo do zero, ele aciona o banco de dados, cruza as informações e dispara a reação que você teve em situações parecidas com essa que você está vivendo. Se são acontecimentos rotineiros, ele dispara sempre a mesma reação. Quer um exemplo? Pensa aí nas várias coisas que você faz no seu dia e que nem se dá conta que fez. Sei lá: depois do café você escova os dentes, passa perfume, pega o celular e sai para um compromisso. Provavelmente você está escovando os dentes pensando numa conta que tem que pagar e espirrando o perfume enquanto calcula quanto tempo vai gastar até seu destino. É tudo no automático. Por isso que quando você se atrasa e deixa o perfume pra lá, a chance de esquecer o celular é grande. Porque para o cérebro a sequência é essa: dente-perfume-celular. Se pula o perfume, a sequência muda e a resposta/ação/comportamento também.
E quando a sequência é totalmente nova, quando a experiência é inédita? O cérebro é uma máquina, lembra? Ele quer a todo custa economizar energia para dar conta de fazer tudo o que precisa! Por isso sempre vai buscar, nem que seja lá no arco da velha, alguma referência para passar por aquilo. O problema é que pode ser que, com o passar da sua vida, o lé não bata mais com o cré. 
Supondo que sua família receba uma proposta super interessante para viver em outro país. Você nunca morou fora. Desde que se casou, vive no mesmo endereço. Mas lá atrás você teve, sim, uma experiência de mudança. Nem foi com você, foi com a sua melhor amiga. Aos 12 anos, ela mudou da cidade que adorava e dividiu com você como foi dolorido estabelecer laços no novo endereço. Para o cérebro, não interessa se o contexto é outro, se foi com sua amiga e não com você, se você hoje tem muitos mais recursos para lidar com a rejeição, para ele a informação que chega é: mudar é terrível, mudar é dolorido. Qual a reação? NÃO VOU MUDAR, bem alto para todo mundo ouvir! Já sei que vou sofrer!
Pronto...Apesar de você ser adulta, repleta de conteúdo e a experiência ter um grande potencial de ser gratificante, você já está com o não na ponta da língua!
Ok, como evitar, então, essa reação viciada? Aí não tem jeito, é preciso olhar para dentro, se conhecer e cultivar a coragem. Coragem para seguir em frente apesar de todas as suposições tenebrosas. Coragem para sair daquela tal da zona de conforto, encontrar dentro de nós ou buscar as ferramentas que ajudem a gente a lidar com tanta novidade. Coragem para agir e para não se vitimizar, apesar de tudo.
Você pode argumentar: "falar é fácil." Concordo, falar sobre isso é bem mais confortável do que viver essa situação. Mas enquanto escrevo aqui, percebo como estou incomodada com a possibilidade de voltar a viver em uma cidade que já morei. Aí descubro que estou me baseando em uma experiência de anos atrás. E lá atrás eu era diferente, muito diferente...eu sentia diferente, pensava diferente, agia diferente...ufa...eu só estou falando, pensando por escrito, e isso já me traz um alívio!
Taí um bom exercício: bote seu medo no papel. Dê forma a ele. Comece dividindo a folha ao meio. De um lado escreva o que pode ser legal nessa experiência, do outro escreva o que te incomoda, o que te apavora. Ler o seu pensamento, os seus medos, pode ajudar você a perceber que agora você já é adulta, já é grande e já é maior que um medo que te pegou, talvez, quando você ainda subia em árvore!
Carmem Galbes

Ex+pátria+ação. Bora agir para que a vida em outro país seja plena!

Expatriação.
Não, não é fácil. Não é cômodo.
A própria palavra dá o tom: expatriação = ex+pátria+ação.
Estamos deixando o país, o ninho, o conhecido...
É um processo que exige muito de todos os envolvidos. Exige dos profissionais que enviam, dos profissionais que recebem, do profissional que vai, da família que acompanha.
Epa, família que acompanha?!
Ah...as palavras, a mesma tem o dom de levantar e de derrubar.
Confere comigo aqui a definição de acompanhar no dicionário Aurélio.
Existem duas que são muito significativas para quem é do universo "expatriático":
  • Fazer uma coisa acessória em relação à principal;
  • Seguir a mesma direção (com outro).
Bingo! Qual definição de acompanhante representa a sua família?
A primeira em que a família acompanha porque "não temos escolha", "não queremos, mas é melhor para a carreira dele", "porque se recusar o convite a situação dele na empresa vai ficar delicada" ou a segunda em que a família acompanha porque, além do up na carreira, "queremos experimentar um novo modo de vida", "queremos conhecer lugares diferentes, ideias diferentes, pessoas diferentes"?
Acredito que a família acompanhante que se identifica com a primeira definição não parte para uma expatriação plena, parte para uma "expatria". O processo fica pela metade. Me explico: sabe quando você vai para a "festa da firma" forçada, sem vontade, só para acompanhar o maridão?  Então, você vai e pronto. Não se esforça para interagir. Você fica lá ESPERANDO aquilo acabar. Não há AÇÃO. O mesmo acontece quando você muda de endereço sem ter vontade. Você vai, mas não há uma AÇÃO para que aquela mudança seja significativa para você, porque, como na festa da firma,  você só está esperando aquilo acabar. Você não quer comer nada, não quer conversar com ninguém, não quer nem fingir que está gostando, você só quer ir embora.
Agora se você está a fim de acompanhar, você é a pessoa proativa. Faz e acontece. Conversa. Circula. Puts, você A-RRA-SA (com erro mesmo na separação silábica só para não perder a sonoridade). É o que percebo na transferência profissional em que a família está feliz com a proposta. A vibe é de aproveitar ao máximo aquela experiência. Aí sim a expatriação é plena! É AÇÃO pra todo lado!
Ok, você poderia argumentar: "mas a vida não é lá ou cá, 8 ou 80, esquerda ou direita. A vida é tudo junto misturado. Posso ir para a festa sem vontade, mas me animar lá ou posso também estar super a fim de ir, mas lá acontecer algo que me derrube..."
É um ponto interessante.
Mas em qual situação você acha que é mais provável dar a volta por cima? Na que você já começa mal ou na que você já está bem? 
Qual é o tom que acompanhar está tendo para você? 
Você, nesse momento, acompanha por que está andando ao lado, está aprendendo e crescendo ou por que alguém está te carregando, você está se deixando levar? A resposta pode ser animadora ou dolorida. Mas se doer - apesar da dor - ter isso claro pode ser libertador e pode te ajudar a fazer as pazes com o seu poder pessoal!
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...