Quando a nova casa não agrada: é melhor mudar de endereço ou de atitude?

A tarefa de casa do meu filho hoje foi um exercício muito interessante para nós dois. 
Ele tinha que responder algumas perguntas sobre moradia. 
Escreveu o endereço completo, avaliou algumas características do bairro, das casas e apontou o que gostaria que tivesse no nosso apartamento: chaminé e lareira! 
Vixe! Será que o desejo tem a ver com o fato de ele só ter morado em lugar em que 40 graus é rotina?
O que eu achei fofo, aquela fofurice que a gente aperta e emite uns sons estranhos, sabe? - foi a reação dele a um exercício que pedia para que apontasse as vantagens e os problemas de morar onde ele morava. Quando terminou, disse: olha mamãe, só tem vantagem, nenhum problema! 
Criança é tudo de bom, porque - primeiro - faz a gente parar e focar. Segundo, porque tem uma disposição incrível para ver o lado ótimo da vida!
Não, não estou dizendo que ele não tem razão. Acho nosso endereço uma delícia, nossa casa tem a nossa cara - apesar de tantas mudanças  - acho mesmo um privilégio viver onde vivemos. Tem coisa que não gosto? Claro. Mas tem muito mais coisa que gosto do que coisa que me desagrada!
O que me chamou a atenção foi ver como o exercício de fazer duas colunas, uma com coisas positivas e outra com negativas e compará-las é simples e didático!
Acho inclusive que vou adotar essa coluna nos impasses aqui em casa com meu pequeno.
Enfim...
Quantas coexpatriadas se afundam em mil queixas sobre a casa que escolheram, comparando e lamentando sobre a casa que deixaram no último endereço, com os olhos totalmente voltados para os defeitos, sem nenhuma disposição para as soluções?
Interessante é que quando você propõe que a pessoa olhe para a coluna dos prós, o que ela faz mesmo é te olhar com aquela cara de: "nossa, como você é chata, sua Poliana-mala-do-caramba! Dá só para ouvir as minhas reclamações e dizer que eu tenho razão?"
Puts...não, não dá! 
Eu sei que o que a gente precisa, alguma vezes, é daquele abraço.
Mas no caso de coisas práticas, em que você consegue mudar a situação: consertando o que precisa, desistindo do que não funciona ou aceitando o que não compensa mudar - acho que reclamar é desgastante para quem fala e para quem ouve.
Não está feliz com a sua casa?
Bora pegar papel e caneta. Divida a folha do meio. Coloque de um lado tudo o que você gosta sobre o seu endereço. Do outro lado, tudo o que você não gosta. Em uma outra folha, pegue o que você não gosta e escreva do lado o que poderia ser feito para isso mudar. Lembre-se que tem problema que pode ser resolvido de diferentes formas. Tudo vai depender do tempo, dinheiro e energia que você quer investir nisso.
Ter tudo isso no papel funciona como um mapa para você decidir se você muda de endereço ou de postura.
As duas mudanças são pesadas, difíceis, angustiantes. Mas a última carrega um grande potencial para fazer você aumentar sua bagagem, sua experiência! Pode fazer você até mudar de vida.
Foi a minha busca por transformar uma casa alugada - portanto, provisória, em um lar - que abriu meu horizonte para a organização de ambientes. Foi a partir dai que eu fui estudar sobre decoração e técnicas de organização. Isso trouxe um diferencial para o meu trabalho com expatriadas. Quando eu olhei para a minha casa e pensei, "como eu posso ser feliz aqui?" Eu descobri um segredo: a principal mudança de todas está nas minhas mãos, a mudança de atitude! 
O que eu posso fazer de diferente para ter um resultado diferente?
Que você tenha foco e disposição para pôr em prática as suas respostas e que você tenha uma ótima mudança seja ela qual for!
Ah, tirei essa foto na minha casa, quando resolvi eu mesma pintar a parede.

Carmem Galbes

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