X! Entrevista. Expatriação e guarda-roupa.

Olá, X!
A cama abarrotada de roupa. Você enrolada na toalha, plantada em frente às portas escancaradas do armário e com aquela pergunta atormentando enquanto o relógio não espera: com que roupa em vou?Se até Noel Rosa ficou em dúvida, imagine quem está bem longe de casa e dos costumes?
O bom é que sempre tem alguém para facilitar o caminho de quem precisa se ajustar a um guarda-roupa gringo.
A consultora de imagem
Alana Rodrigues Alves - uma das pioneiras no Brasil - é quem conversa com a gente. Ela ressalta a importância de se conciliar o gosto próprio aos costumes locais e traz um roteiro pra lá de útil para expatriadas e expatriados viverem com elegância essa fase da vida.
Aproveite as dicas!

X - Roupa, cabelo, unha, maquiagem...Respeitar a cultura que nos recebe é fundamental, ainda assim é possível a adequação aos padrões locais sem agredir o próprio conceito do que é belo?
A história da vestimenta surgiu com a necessidade de proteção do corpo contra agentes externos, como o frio - por exemplo. Mas já faz tempo que percebemos como uma pessoa pode se diferenciar da outra por meio da roupa. Hoje a imagem que refletimos é de extrema importância e de rápida absorção por todos os meios - pessoal, social ou profissional.
Muitos locais possuem códigos de vestimentas diferentes da nossa cultura, por isso é importante que se pesquise sobre o destino para diminuir as chances de gafes e constrangimentos.
Interessante que os problemas podem ocorrer dentro de um mesmo país. Acompanhe essa história: uma brasileira integrada aos costumes de uma metrópole americana vivia seu dia-dia com roupas de grifes, saltos, maquiagem marcante e cabelo sempre escovado.Um dia se deparou com a transferência do marido para uma cidade do interior, onde tudo era calmo, pacato e com quase nenhuma opção de consumo. Ela continuou usando o que estava acostumada, até sair de casa e perceber que as pessoas olhavam de forma diferente para ela. Na escola de seus filhos ninguém nem a cumprimentava, nos lugares que frequentava - como mercados, farmácia, shoppings - se sentia um peixe fora d'água.
O problema é que, naquele lugar, ela transmitia ostentação excessiva e um ar de superioridade. Essa imagem afastava as pessoas que se sentiam ofendidas e incomodadas com a presença dela.
Percebendo isso, ela passou a usar roupas mais simples - mas sempre de excelente caimento e qualidade de tecido - uma maquiagem mais suave e reservou a escova só para os finais de semana. Restringiu o uso de jóias e acessórios muito pesados e trocou saltos altos pelos mais baixos e sapatilhas. Isso a deixou mais suave, com uma aparência mais receptiva. Ao mesmo tempo ela não perdeu sua personalidade e estilo. Ela teve sabedoria para unir o que sempre considerou belo ao que era aceitável em sua nova comunidade. Então é importante - sim - manter sua identidade em qualquer lugar do mundo, mas é preciso adequar seus gostos à vestimenta local.

X - A mudança de endereço provocada pela expatriação pode ser um bom motivo para reavaliar o guarda-roupa. Sabemos que essa seleção depende de preferências pessoais, mas quais peças deveriam definitivamente ficar no Brasil - pois só são usadas aqui - e quais deveriam embarcar nessa nova fase da vida?
Eu desconheço peças que SÓ podem ser usadas aqui. O que pode acontecer é que, dependendo do país de destino - por exemplo a Turquia, você com certeza não irá usar uma mini-saia ou decotes profundos. Por isso, se informar sobre os costumes no novo endereço é o melhor caminho, isso ajudará você a conhecer os códigos da região, facilitando a adaptação do seu estilo ao guarda-roupa local.
Vale a dica: é sempre bom dar especial atenção a tudo que mostre muito corpo - das roupas curtas e muito justas, aos decotes profundos e até as rasteirinhas.
Peças muito características de um local devem ficar nesse local. Explico: se você mora no Rio de Janeiro e está de mudança para Paris, não leve cangas, shorts muito curtos, tops, rasteirinhas e regatas simples, pois lá - por mais que seja verão - a mulher é menos casual.
Caso esteja indo para um local muito frio, valem as botas, casacos, mantôs e tricots mais pesados.

X - O que não pode faltar no guarda-roupa de uma expatriada?
O que não deve faltar é sempre um bom jeans - para quem gosta, calças de alfaiataria, camisas brancas, camisetas em bom tecido - aqui não falo das largas, de algodão, da Hering e sim daquelas que deixam o look mais arrumado. Um blazer casual é sempre útil. Um vestido discreto e em excelente tecido - o famoso pretinho básico - é indispensável. Tricots em fio modal são simples e fazem ótimas produções. Sapatos que goste e se sinta confortável, claro que chinelo é só para praia.

X - É possível ter um guarda-roupa global, que “sirva” em qualquer cultura?
Acredito que as peças discretas são globais. Menos é mais, isso vale em qualquer lugar do planeta.

X - Que tal dicas de um look global para certas ocasiões que os expatriados enfrentam?
Jantar de negócios
Feminino
: um vestido em cor neutra - preto, marinho, cinza, bege, marrom - em excelente tecido, com comprimento no joelho e decote discreto - o canoa é perfeito. Pode ou não ter mangas, dependendo do clima. Sapato fechado com salto médio - no máximo 5 cm e formal, nada de plataformas ou salto de madeira. Bolsa carteira, jóia ou acessórios discretos - brinco, anel ou colar - e caso esteja um pouco frio, um casaquinho de tricot de seda finaliza bem a produção. Dependendo do país, o uso da calça é obrigatório.
Aqui o que deve chamar a atenção são os negócios e não o seu corpo ou um acessório em especial.

Masculino: Sempre mais fácil. Terno em excelente qualidade com comprimentos de mangas, calça e paletó corretos e em cor preto, marinho ou cinza escuro - nada de ternos em cores claras. Uma bela camisa e gravata que combine com a camisa e o terno escolhido. Um bom relógio e sapatos im-pe-cá-veis. Barba sempre feita.

Encontro com colegas e suas famílias
Feminino
: uma calça em jeans ou sarja em bom estado e que esteja vestindo bem. Uma blusa que esteja de acordo com o clima, mas nada de peças justas, muito decotadas, cavadas, que apareça a alça do sutiã. Sapatilha ou um sapato mais confortável, nem pensar em tênis e roupa de ginástica. Se estiver mais quente, pode-se usar um vestido discreto em modelagem, mas com estampas e cores mais vivas - comprimento no joelho, e uma sandália confortável.
Se estiver frio, um bom trench com uma bela echarpe ou pashimina e bota.
Aqui o que conta é o estado da sua roupa e se está se vestida adequadamente ao corpo que tem. Se esses dois pontos estiverem ok, estará bem. Isso vale para os homens também.

Masculino: uma calça jeans ou casual com uma pólo e sapatênis fazem bem o papel. O que não dá são bermudões floridos, chinelos, camiseta estampada, camisas em poliéster, sapatos ou tênis muito gastos.
A regra para homens e mulheres que querem transmitir uma boa aparência é: roupas em boas condições, que vistam bem - isso não quer dizer que se estiver em forma pode usar roupas justas e curtas. Os sapatos devem estar sempre limpos e bonitos.

X - No caminho inverso, que dicas daria para a expatriada que está voltando para o Brasil? O que não deixar de trazer?
Tudo para um clima de verão, afinal tudo aqui é mais usável. Quanto ao guarda-roupa, não temos muitos pudores. As peças muito invernais - como casacos e blusas de lã, peles, luvas, boinas, um monte de botas, roupas térmicas e de esqui - ficarão guardadas no armário por um bom tempo. Aqui o inverno é muito sutil e rápido.

X - Faz alguma indicação de leitura ou pesquisa?
Os livros da Gloria Kalil: Chic Homem e Chic Mulher, Chic(érrimo) e Alô Chics.

X - Gostaria de acrescentar algo?
A arte de se vestir bem e de causar uma boa impressão está baseado no auto-conhecimento. Como isso não é fácil e, muitas vezes, nosso senso crítico não vem acompanhado de técnicas, o auxílio de um consultor de imagem pode ajudar muito no
processo.

Destino: ali na esquina.

Olá, X!
Eu sei, a carreira tem pautado nossas últimas conversas. É que, vira e mexe, tem alguém falando sobre como o expatriado - ou aquele que quer ser um - deve trabalhar o currículo para embarcar nessa aventura.
Eu também sei que a família que planeja uma mudança dessas viaja legal nas promessas de regiões como Europa e Estados Unidos, mas tem gente dizendo que esse trajeto anda meio congestionado.
O jornal Valor Econômico traz na edição de hoje uma matéria que aponta que muitas das vagas para expatriação estão por aqui mesmo na América Latina.
Texto na íntegra só para assinantes do Valor.
O repórter Rafael Sigollo ouviu Carlos Ferreira, o
responsável pela Michael Page, consultoria especializada no recrutamento de executivos de média gerência. O entrevistado aponta os endereços em alta. "Nosso foco está na contratação e movimentação de executivos em países como Colômbia, Peru, Costa Rica, Panamá e Venezuela", diz.
Na reportagem, Ferreira comenta as particularidades de cada destino. "A Colômbia tem um grande mercado e é um dos que mais contratam hoje. Já a Venezuela possui profissionais com excelente formação e dispostos a se mudarem devido à situação política e a falta de oportunidades do país. No Panamá, por sua vez, a remuneração é muito atraente e há demanda por executivos, mas falta pessoal qualificado. Geralmente, os expatriados ocupam os cargos mais seniores por lá", afirma.
Então tá, o negócio e dar um gás no espanhol...
Imagem: SXC

Qualificação, expatriação e a "marvada".

Olá, X!
Dia desses conversamos aqui sobre como esse tal de mercado está cada vez mais seletivo com quem planeja incluir no currículo a badalada experiência estrangeira.
Ok, você pode abarrotar seu portfólio com requisitos tecno-sócio-culturais, mas no fim das contas quem decide se você vai ou se fica lá longe tem sido mesmo uma dona poderosa, a tal da crise, aquela que começou com o rerererefinanciamento de imóveis nos Estados Unidos.
Pois bem, apesar de o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ter dito que "já melhoramos muito”, ele advertiu que “ainda precisamos melhorar muito mais".
O fato é que enquanto as coisas não têm essa melhora pretendida pelo secretário, cabeças - ou melhor - cabeções - rolam pelo mundo.
Um exemplo. A Espanha é o país com a maior taxa de desempregados na zona do Euro: 18,1%. Um levantamento da Universidade de Navarra aponta que a situação é menos grave entre os espanhóis com diploma universitário, faixa em que o nível de desemprego é de 8,1%. Até aí, nada de novo. Minha bisavó já dizia que diploma ajuda.
A coisa está pesada mesmo para os “colaboradores” estrangeiros com alta qualificação. Nesse caso nem o canudo salva a lavoura. O índice de desemprego entre imigrantes com nível universitário que vivem na Espanha atingiu 20,3%, mais que o dobro entre os nativos com terceiro grau.
Aí você pode pensar que o jeito é enfiar a viola no saco e fazer o caminho de volta. O interessante é que uma pesquisa do HSBC feita com expatriados em 26 países - inclusive Espanha - mostra que apenas 15% falam em repatriação mesmo com a "marvada" na cola...

Cinco perguntas e uma boa surpresa. Suécia.

Olá, X!
O Expatriadas volta a receber a valorosa impressão de brasileiras que cruzaram fronteiras.
Dessa vez o relato vem da Suécia, precisamente da capital Estocolmo.
Essa monarquia parlamentarista tem como vizinhos a Noruega e a Finlândia.
Um dos países mais desenvolvidos da Europa, com a economia baseada no setor de serviços, a Suécia assumiu esse ano a presidência da União Europeia. 1 Euro (EUR) = R$ 2,64.
As temperaturas médias variam de -3 a 18 graus.
Já são quase 8 anos longe. Tudo começou quando Paola - aos 23 anos - deixou o Rio Grande do Sul rumo à Inglaterra, onde passou um período estudando.
Em 2007 o amor ao parceiro definiu o novo endereço: Suécia.
Quando Paola aceitou gentilmente o convite para essa troca de experiência, se classificava como “jornalista e relações públicas no passado e atualmente estudante 200%” do tempo. Mas como não existe essa de ex-jornalista, ela já tratou de atualizar as informações no seu blog “
Na Suécia não tem barata!” Paola é agora a professora de Global Media na universidade de Karlstad.
A gente agradece a conversa e aproveita para desejar sorte nesse novo desafio “expatriático”: a carreira em terras estrangeiras.

Cinco Perguntas:
X - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
PS - Para falar a verdade eu não sei o que é se sentir em casa, já me perguntei várias vezes. É falar a língua? Ser independente? Gostar do lugar? Ter amigos? Eu me pergunto porque nos dois primeiros anos em que eu morei em Londres eu me sentia bastante em casa, tinha muitos amigos, era independente, mas depois eu fui me cansando de outras coisas que me incomodavam na cidade. Aqui na Suécia eu sinto que ainda falta alguma coisa para eu me sentir "em casa", aprender a língua ajudou bastante, mas eu acho que ainda falta alguma coisa que eu preciso resolver comigo mesma e não consigo explicar o que é, apesar de gostar bastante do país.

X - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
PS - O mais difícil sempre é ficar longe das pessoas que eu gosto, não fazer mais parte da vida diária dessas pessoas, não poder chamar para sair ou encontrar com frequencia. Dificuldade de adaptação eu nunca tive porque eu sempre procuro aceitar a cultura do país onde estou, sem ficar me lamentando que no Brasil é muito melhor.

X - O que faria diferente?
PS - Eu acho que ajudaria muito se eu tivesse estudado um pouco de sueco antes de mudar para cá, mas eu sou uma pessoa que não consegue estudar por conta própria, preciso de professor e sala de aula e na época isso não era possível.

X - Toparia ser expatriada de novo?
PS - Sem dúvida nenhuma, o mundo é muito grande para passar a vida inteira num lugar só.

X - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
PS - Bom, quando eu saí do Brasil não tinha planos de morar por muito tempo no exterior, então não tinha muitas expectativas. Por conta disso as coisas foram acontecendo meio que de surpresa. Hoje em dia tenho expectativas (e muita angústia) quanto à minha carreira, quero poder fazer algo que eu goste, num lugar em que eu me sinta útil e que me realize pessoalmente.

A boa surpresa:
Londres: ter feito amigos muito queridos, ter conhecido meu parceiro.
Suécia: o fato de as pessoas serem mais abertas do que eu imaginava.

As indecifráveis qualificações de um expatriando.

Olá, X!
Primeiro vem o zum-zum-zum de abertura de vaga. Para a rádio corredor divulgar os candidatos é um pulo. O convite chega. O estômago gira. Lá está você fazendo mil planos para a mudança e com a maior fé de que a expatriação seja uma baita alavanca em sua vida, e será...de uma forma diferente para cada pessoa, mas será!
Diante das promessas, muita gente abraça a causa e embarca nessa espécie de fila de transplante, já que depois da experiência internacional seu coração, seu cérebro, seu estômago...nunca mais serão os mesmos.
Se você é um dos que planejam entrar para o grupo dos X, segue um resuminho dos requisitos que o mercado avalia ao decidir quem vai embora pra longe.
Sob o título de “Globalização made in Brazil” a repórter Elida Oliveira, do Estadão, ouviu especialistas e listou as qualificações.
Sugiro uma pitada de abstração na interpretação. Boa sorte!
“Quem pensa que só a faculdade é suficiente estará em desvantagem. É preciso ter perspectiva global.” Rodolfo Eschenbach, líder da área de organização e talentos da consultoria Accenture.
“Precisamos de profissionais que analisem, entendam e interfiram no mundo.” Matias Spektor, coordenador do Centro de Estudos Internacionais da FGV.
“Cada vez mais as equipes são multiculturais e precisamos de pessoas que tenham uma visão de mundo diferente e complementar. Isso é viver a globalização.” Vivian Broge, gerente de Recursos Humanos da Natura.
Expatriado “é alguém que desenvolve projetos e, ao mesmo tempo, opera redes de gestão dispersas no mundo.” Roberto Carlos Bernardes, especialista em estratégia empresarial e gestão da inovação do Centro Universitário FEI.
“Precisaremos de pessoas fluentes em mandarim. Leva-se em média oito anos para aprender o idioma. Os jovens de hoje devem correr.” Denise Gregory, diretora-executiva do Centro de Estudos Brasileiros de Relações Internacionais (Cebri) e analista de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento.
Imagem: SXC

Repatriando...

Olá, Coexpat!Algumas ponderações sobre repatriação e minhas constatações nas mudanças que já fiz dentro do Brasil:
Que carioca não fica de bochecha para o ar ao cumprimentar a paulista acostumada a um beijo no rosto em vez de dois? 

E que paulista não fica sem graça com essa situação? 
Dizem que em alguns lugares do Paraná o oi é com três beijinhos.
E o vocabulário? Saber que bergamota é mixirica no Rio Grande do Sul e que macaxeira é mandioca no nordeste facilita a alimentação.
Agora pedir um pãozinho pode exigir um alto grau de envolvimento com a rica cultura brasileira.
Peça o francês em São Paulo, o cacetinho no Rio Grande do Sul e na Bahia. No Ceará esse pão é o carioquinha. Em Belo Horizonte é pão de sal, e por aí vai...
Mas isso se resolve com o tempo. O que vai ser difícil de empurrar goela abaixo é o tal do jeitinho...essa coisa de querer fazer a lei valer para um lado só.
Um exemplo bem bobo que escutei de enxerida um dia desses. O dono de um imóvel dizia que punha no contrato de aluguel multa de 20% por atraso no pagamento. Ele sabia que a lei permite até 10%. Mas se o contratante reclamava da taxa ele logo dispensava o possível inquilino, porque isso já era um bom sinal de que o sujeito iria atrasar o pagamento.
Incrível! A lei diz X mas faz-se Y para testar a conduta alheia!
Voltar a viver em um ambiente em que fazer valer a lei é sinal de calote e de trapaça assusta um pouco...
O jeito é seguir nesse processo de repatriação, tentando resgatar o que já é irresgatável: a tal da sensação de pertencimento a algum lugar, se é que isso - em sã consciência - seja realmente possível
...
Como já disse: até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Espacato.

Olá, Coexpat!
Foram quase 30 dias sem contato!
O afastamento tem nome: repatriação.
Claro que a volta para a casa é diferente da partida, mas nem por isso é menos nebulosa, para fugir do turbulenta.
Meus planos eram retomar nossas conversas diárias quando conseguisse o mínimo de organização: endereço residencial, telefone fixo...essas coisas que identificam o ser social.
Mas alguém já disse que uma vez idealizada a realidade já mudou de nome.
Volto com um pé cá e outro lá.
Ainda sigo em meio a malas, papelada e estranhamentos.
O tempo “no estrangeiro” não foi longo não - penso eu - só que o suficiente para marcar para sempre um X colossal em minha alma. Mas isso é assunto para depois.
O fato é que, como toda expatriada repatriada que se preze, por motivos técnicos - que envolvem todas as dificuldades que você possa imaginar - não tenho certeza da regularidade dos nossos próximos encontros.
Por isso o termo do momento é: até segunda ordem - seja da vida, do destino, de mim ou de alguém...
Então, até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...