X! Entrevista. Mercado Imobiliário.

Olá, X!
Comprar ou alugar?
Para quem está longe de casa e sabe que vai ficar nessa condição por um tempo determinado a resposta é quase certa. Mas em um momento em que os economistas dizem que o mundo já está na fase pós-crise e em que os preços de imóveis ainda está em baixa, a pergunta merece um pouco mais de reflexão.

O CEO do Grupo Catena&Castro, Inácio Rodrigo de Castro, especialista em marketing imobiliário, nos ajuda nesse processo.
Ele fala sobre os locais que apresentam as grandes oportunidades de investimento e alerta para os cuidados a serem tomados quando buscamos um imóvel no exterior.
Aproveite a entrevista!

X - O expatriado é um morador que está de passagem. Mesmo longe de casa ele considera a famosa questão “comprar ou alugar” um imóvel?
IRC - Nossa experiência comprova que 90% dos expatriados procuram imóveis para alugar. Quando compra um imóvel, o expatriado está buscando um investimento, não uma moradia.

X - A inadimplência no setor imobiliário levou a uma queda no preço das moradias. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, os preços seguem cerca de 11% mais baixos em comparação a 12 meses atrás. O momento é de comprar?
IRC - Nos últimos 2 meses cresceu significativamente o interesse em compra de imóveis em cidades como Nova York e Miami. Isso é um sinal de que o investidor está otimista com relação à recuperação desse setor. A crise - apesar de cruel para quem perdeu a casa - acabou criando um terreno interessante para investimento, com excelentes ofertas e forte tendência de retomada de preços.

X - Quais países guardam grandes oportunidades de negócios? De quais lugares os brasileiros devem ficar longe das compras?
IRC - Rússia é um dos países emergentes mais promissores tratando-se de mercado imobiliário. Os países da América do Sul também. Mas o brasileiro deve voltar os olhos mesmo é para o Brasil. Relatórios, como o do Banco Mundial, colocam o Brasil entre os cinco países mais interessantes para investimentos no setor.Ressalto que um dos fatores mais relevantes na aquisição e investimentos imobiliários é a segurança do capital investido. Não aconselho investir em países com sérios problemas políticos e instabilidade governamental.

X - O que levar em consideração na hora de comprar um imóvel no exterior?
IRC - Comprar imóveis por preço que tenham liquidez no futuro, ou seja, que não fuja da média de preço da região. Buscar lugares e cidades que tenham sempre uma grande demanda por investimento e contar com uma assessoria profissional para verificação da documentação e todos os impostos devidos a serem recolhidos.

X - Quais as principais armadilhas do mercado imobiliário internacional?
IRC - A compra de imóveis no exterior não é tão simples como parece, pois existem inúmeros procedimentos a serem seguidos - desde o envio da remessa financeira para o pagamento do imóvel desejado até o recolhimento de impostos que é peculiar em cada país. O importante nesse processo de compra internacional é a contratação de profissional especializado para assessoria completa. A compra direta entre investidor e proprietário não é aconselhada em lugar algum do mundo, principalmente tratando-se de uma compra em outro país.

X - Há fontes de pesquisa ou de informação para o brasileiro que pensa em comprar uma casa em outro país?
IRC - Existem sites internacionais que podem auxiliar no estudo de mercado e preços, tanto de venda como de locação. Indicamos o condo.com.
Orientamos ainda que o investidor pesquise a situação da cidade em que pretende adquirir um imóvel. Podem ajudar na decisão informações como segurança, infraestrutura, investimento público, potencial de valorização, sistema de transporte...

Contratando.

Olá, X!
Essa vai para quem está “doidio” para voltar, mas não sabe por qual caminho.
Um ano depois do início da chamada maior crise econômica desde 1929, as notícias parecem ser mais amiguinhas.
Um levantamento conduzido em 35 países pela consultoria de recursos humanos, Manpower, revela que as empresas no Brasil estão entre as que mais vão contratar no último trimestre do ano, atrás apenas da Índia.
A expectativa é que os setores de serviços e financeiro sejam os campeões em contratações.
A China é outro país que vai abrir vagas. Nas Américas, Colômbia e Argentina também pretendem aumentar seus quadros de funcionários.
Já os empresários dos Estados Unidos e México indicam que vão, no máximo, conseguir manter o número de colaboradores.
O estudo está na edição de hoje do Valor Econômico - matéria disponível só para assinantes.
Pela pesquisa, as demissões no período devem ocorrer principalmente na Europa, Oriente Médio e África.
Pedro Guimarães, diretor comercial da Manpower Brasil, disse ao repórter Rafael Sigollo que "o mais importante é que não se trata apenas de simples otimismo, mas de planos concretos das companhias para aumentarem seus quadros."
Imagem: SXC

"Pirambulando"

Olá, X!
Já conversamos várias vezes sobre a importância de cuidar da saúde do corpo, da mente e da alma quando decidimos embarcar na aventura da expatriação.
É que pode acontecer cada coisa nesse processo...a lista é grande: tem de dor de barriga à depressão.
Navegando por aí, fiquei sabendo que estamos sujeitos a desarranjos ainda mais estranhos...
Por exemplo, você conhece a síndrome de Stendhal?
Pois é, ela atinge estrangeiros maravilhados com as atrações mundo afora. Sim, tem gente que enlouquece com tanta beleza! Os sintomas são vistos mais em mulheres solteiras, com menos de 40 anos, que viajavam sozinhas e se manifestam sob forma de vertigem, perda do sentido de identidade, falta de ar, taquicardia e alucinações.
Em geral, dizem os especialistas, as pessoas melhoram assim que deixam o local, fonte de tanto encanto.
Segundo a matéria publicada no Le Monde e divulgada pelo Uol, “essa síndrome acomete (principalmente) japoneses que vão morar em Paris e não conseguem se adaptar, deprimidos por uma cidade que não é como eles haviam idealizado.”
E sobre a síndrome da Índia, já ouviu falar?
Os ocidentais são as principais vítimas. Segundo Régis Airault, psiquiatra que trabalhou no consulado de Mumbai, o choque cultural é tamanho que alguns perdem a cabeça. "A viagem, como uma separação, uma mudança, pode causar um colapso nervoso nas pessoas...Essa desconexão física parece se produzir com mais facilidade em certos lugares carregados de sentido pela história e pela cultura de origem da pessoa", explica.
Então o negócio é ficar atenta. Ninguém está livre de "pirambular", de dar umas piradinhas esporádicas, o bom é que para algumas delas a gente já consegue dar - pelo menos - nome!
Imagem: SXC

Cinco perguntas e uma boa surpresa. Cingapura.

Olá, X!
Dessa vez o olhar de expatriada vem da Ásia.
Um caldeirão cultural, Cingapura - com C ou com S, as duas formas são encontradas - está entre a Malásia e a Indonésia. República parlamentarista desde 1959, quando deixou de ser colônia britânica, o país é uma potência industrial e tecnológica, além de ter um forte mercado financeiro. Diferente do que se vê nos outros tigres asiáticos, o valor do trabalho em Cingapura não é barato, um dos sinais do alto nível de escolaridade dos habitantes.
A moeda é o dólar de Cingapura, que na taxa de hoje vale R$ 1,27.
Mas quem fala um pouco mais sobre o país, inclusive no que se refere ao impacto da crise econômica, é uma paulista que fez as malas para acompanhar o namorado expatriado.
Maria Claudia Araujo desembarcou por lá há 5 meses, tempo que ainda carrega uma boa carga do que eu chamo de TPM, tensão pós-mudança.
A Relações Públicas diz que já se articula para entrar no mercado de trabalho cingapuriano. Enquanto isso ela detalha o dia-dia por lá em seu blog.

A gente agradece as dicas!

Cinco Perguntas:
X
- Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
MC - Antes de mudar para Singapura passei um semestre na Holanda, a trabalho. Como meu namorado é holandês, morava com ele, o que facilitou muito o processo de adaptação. Apesar de algumas diferenças como o clima, comida e idioma, eu me sentia verdadeiramente em casa. Já em Singapura, não posso dizer o mesmo. Estamos aqui há quase 5 meses e sei que ainda é cedo para afirmar que não me sinto em casa, mas o país é realmente muito diferente do que estava acostumada, até na Europa. Mas Singapura é um país multicultural, com 4 idiomas oficiais - inglês, mandarim, malaio e tâmil - e gente do mundo inteiro, e fica difícil absolutamente todo mundo se sentir em casa, né? Mas ao mesmo tempo que não me sinto em casa, também não me sinto uma estranha no ninho. Não tive grandes choques culturais.

X - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
MC - A parte mais difícil é a busca por trabalho. Tenho uma boa formação e inglês fluente, e achei que fosse ser muito mais fácil conseguir um emprego do que está sendo. Mas há dois agravantes: o primeiro é o momento atual - as empresas não estão contratando muita gente e, se contratam, têm que dar preferência para os cingapuriano (iniciativa do governo); e o segundo é o meu visto - como não sou casada, não tenho visto de dependente. Mesmo meu visto estando atrelado ao do meu namorado, quando uma empresa quiser me contratar vai ter que tratar da papelada no ministério e muitas empresas preferem contratar alguém que já esteja com a situação regularizada.

X - O que faria diferente?
MC - No momento, ainda não posso avaliar o que gostaria de fazer diferente. Estou muito confortável com as decisões que tomei, inclusive a de não casar só por causa do visto.

X - Toparia ser expatriada de novo?
MC - Sem dúvidas!! Essa já é a terceira vez que moro fora (a primeira foi em Barcelona para estudar, a segunda na Holanda e agora Singapura) e adoro. É uma oportunidade única para viver novas experiências, se reinventar, mudar a rotina... é trabalhoso, e às vezes difícil, mas vale muito a pena!!

X - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
MC - Eu esperava um país moderno, limpo e seguro - exatamente o que encontrei. A tranquilidade de morar aqui não tem preço. Também esperava morrer de calor e não gostar da comida local, o que também aconteceu! Mas nada impossível de administrar. A expectativa de encontrar emprego rápido virou pó, mas ainda tenho esperança que, quando a economia der uma melhorada, novas oportunidades apareçam.

A boa surpresa:
A possibilidade de viajar para vários lugares tão distantes do Brasil que eu nem sonhava! Tailândia, Malásia, Bali, Ilhas Maldivas, Camboja, Vietnam... é tudo aqui "do lado"!

Quando a manicure não vai na bagagem.

Olá, X!
Diante da complexidade da experiência, você pode pensar com os seus cantinhos do dedão: “quem está preocupada com as unhas em meio à tanta coisa nova?”
Pode acreditar, se você é uma fiel cliente das profissionais brasileiras vai, sim - entre um suspiro e uma espiada para a cutícula gritando - sentir no peito a dor da saudade de quem deixava você pronta para dedilhar por aí.
Mas o interessante mesmo é perceber de que forma um episódio carregado de pecado - a vaidade - pode indicar como o preconceito ameaça deixar seu dia-dia em terras distantes menos produzido e, portanto, um pouco mais difícil.
Lembro que deixei o Brasil com a plena convicção de que ou aprenderia a cuidar das minhas próprias unhas ou iria ter de aceitá-las como são. Motivos: o alto preço e a baixa qualidade do serviço das manicures que atuam em outros países. Isso é o que falam por aí...Então, tentei de tudo: de unhas postiças - horrendas - ao faça você mesmo - um desastre.
Até que, abrindo a mente e batendo papo, consegui uma indicação. Cheguei a um salão de vietnamitas. Sim, em Houston, são elas as experts no assunto.
Claro, claro, elas tiram cutícula, lixam as unhas e fazem uma massagem que avança até ao antebraço. Nada de esmalte borrado. Trinta minutos, 15 dólares e 20% de gorjeta depois, você está pronta! Pé e mão saem por 25 dólares. Com o suporte de uma conta bem rápida, você argumenta: 50 Reais pé e mão, fora a gorjeta? Um absurdo!
Eu digo: enlouquecedor é ficar convertendo os gastos sem fazer o mesmo com os ganhos...mesmo assim rola uma culpa...O que pode acontecer é você não se dar esse trato toda semana...
Mas nem é esse o ponto que eu quero chegar. O fato é que, de volta para casa, fui, sem medo de ser feliz, para a manicure. Pasme! As duas experiências foram frustrantes até agora: as “magas” no assunto arrancaram cada bife que vou te falar.
Não sei se é a cultura americana de processar todos por tudo, se é o cuidado ou a delicadeza das profissionais, sei lá, mas nunca vi uma pontinha de sangue enquanto o alicate trabalhava no salão que eu ia em Houston!
Ok, manicure é cargo de confiança, vou ter que encontrar a minha! Será que tem vietnamita por aqui?
Olha o preconceito, menina!
Imagem: SXC

Expatriação: nem todo mundo entende o que é.

Olá, X!
Tenho que confessar: sou da geração que ama explicar as coisas com números, apesar de admitir que a estatística é cruel quando a exceção é a gente.
Pois bem, a última edição da revista Você SA traz aqui e aqui alguns dados interessantes sobre o universo “expatriático”. As matérias procuram indicar que a expatriação já não tem mais aquele “gramourrr” todo e que tem muita gente pensando 107 vezes até fazer as malas.
E não é que as porcentagens estampadas nos textos são de arrepiar:
* 40% das expatriações são malsucedidas. O principal motivo: a família tem dificuldade em se adaptar à cultura estrangeira- Mercer Consultoria.
* 42% das empresas garantem um cargo ao funcionário que está de volta - Mercer Consultoria.
* Apenas 8% dos expatriados são promovidos quando voltam do exterior - Hay Group Consultoria.
* 15% dos repatriados pedem demissão até dois anos após o retorno - Ernst & Young. Motivos: muitos ficam sem lugar na empresa, não recebem promoção ou voltam para as mesmas tarefas.
Eu sei, eu sei, já falaram aqui que expatriação não é pra todo mundo. Concordo! Mas é fato que tem gente que só de ouvir dizer que a água está fria, nem leva o maiô.
A repórter recorre à uma pesquisa da Companhia de Talentos Consultoria para ilustrar a resistência à mudança: “entre 2003 e 2009, o item carreira internacional caiu do segundo para o nono lugar entre as prioridades dos jovens ao escolher um emprego”. Na GE, por exemplo, o assunto está prestes a virar tabu. “Atualmente, cerca de 40% dos funcionários sondados pela companhia para uma vaga lá fora não querem deixar o país.”
Eu - “humirdemente” - poderia defender que vale a experiência. Que a vivência longe de casa planta em nossas almas as sementes da liberdade e da autossuficiência, porque, apesar de todo o suporte, a estrada da expatriação tem muitos trechos que devem ser trilhados sozinho.
E tem outra verdade que pouca gente gosta de encarar: carreira é uma, e apenas uma, das motivações da vida...
Imagem: SXC

Off road.

Olá, X!
O Estadão de hoje traz duas histórias típicas de gente que nasceu em um país marcado por tormentas econômicas, mas que nem por isso está preparada para lidar com o problema lá fora.
Na reportagem, uma brasileira - manicure na Espanha - conta como a clandestinidade e a crise fizeram com que ela voltasse para a prostituição em Madrid.
No Japão, é um operário de 52 anos - agora sem teto - quem relata como as exigências tem afunilado o já estreito mercado de trabalho nipônico.
Toda vez que recebo notícias sobre dramas de brasileiros no exterior a linguística furta meus pensamentos.
O dicionário Michaelis traz que imigrante é aquele que se estabelece em país estranho. Expatriado é quem deixa voluntariamente a pátria. Então, todo aquele que vive pra lá da fronteira é imigrante ou expatriado, tanto faz - ou faria. É que a semântica trata de diferenciar bem os dois. Tanto é que o imigrante pode carregar o adjetivo clandestino. Nunca vi um expatriado ilegal.
Diria que enquanto o imigrante parte com um planejamento próprio, o expatriado conta com uma rede de apoio que envolve aspectos psico-sócio-econômicos, o que ajuda - e muito - a integração e a permanência no exterior.
O fato é que, na recessão ou não, com ou sem apoio, quem decide partir tem que carregar na bagagem uma maleta pessoal de primeiros socorros.
É que se o imigrante não tem nenhuma garantia de que vai viver bem ao chegar ao novo endereço, o expatriado não tem nenhuma certeza de sucesso na volta para casa.
Portanto, mesmo que a viagem tenha começado em uma linda estrada pavimentada,
quem está longe corre sempre o risco de cruzar com trechos off-road, e sem GPS!
Mas...o que levar mesmo na maletinha? Cada um sabe onde o calo aperta.
Imagem: SXC

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...