Destino: ali na esquina.

Olá, X!
Eu sei, a carreira tem pautado nossas últimas conversas. É que, vira e mexe, tem alguém falando sobre como o expatriado - ou aquele que quer ser um - deve trabalhar o currículo para embarcar nessa aventura.
Eu também sei que a família que planeja uma mudança dessas viaja legal nas promessas de regiões como Europa e Estados Unidos, mas tem gente dizendo que esse trajeto anda meio congestionado.
O jornal Valor Econômico traz na edição de hoje uma matéria que aponta que muitas das vagas para expatriação estão por aqui mesmo na América Latina.
Texto na íntegra só para assinantes do Valor.
O repórter Rafael Sigollo ouviu Carlos Ferreira, o
responsável pela Michael Page, consultoria especializada no recrutamento de executivos de média gerência. O entrevistado aponta os endereços em alta. "Nosso foco está na contratação e movimentação de executivos em países como Colômbia, Peru, Costa Rica, Panamá e Venezuela", diz.
Na reportagem, Ferreira comenta as particularidades de cada destino. "A Colômbia tem um grande mercado e é um dos que mais contratam hoje. Já a Venezuela possui profissionais com excelente formação e dispostos a se mudarem devido à situação política e a falta de oportunidades do país. No Panamá, por sua vez, a remuneração é muito atraente e há demanda por executivos, mas falta pessoal qualificado. Geralmente, os expatriados ocupam os cargos mais seniores por lá", afirma.
Então tá, o negócio e dar um gás no espanhol...
Imagem: SXC

Qualificação, expatriação e a "marvada".

Olá, X!
Dia desses conversamos aqui sobre como esse tal de mercado está cada vez mais seletivo com quem planeja incluir no currículo a badalada experiência estrangeira.
Ok, você pode abarrotar seu portfólio com requisitos tecno-sócio-culturais, mas no fim das contas quem decide se você vai ou se fica lá longe tem sido mesmo uma dona poderosa, a tal da crise, aquela que começou com o rerererefinanciamento de imóveis nos Estados Unidos.
Pois bem, apesar de o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ter dito que "já melhoramos muito”, ele advertiu que “ainda precisamos melhorar muito mais".
O fato é que enquanto as coisas não têm essa melhora pretendida pelo secretário, cabeças - ou melhor - cabeções - rolam pelo mundo.
Um exemplo. A Espanha é o país com a maior taxa de desempregados na zona do Euro: 18,1%. Um levantamento da Universidade de Navarra aponta que a situação é menos grave entre os espanhóis com diploma universitário, faixa em que o nível de desemprego é de 8,1%. Até aí, nada de novo. Minha bisavó já dizia que diploma ajuda.
A coisa está pesada mesmo para os “colaboradores” estrangeiros com alta qualificação. Nesse caso nem o canudo salva a lavoura. O índice de desemprego entre imigrantes com nível universitário que vivem na Espanha atingiu 20,3%, mais que o dobro entre os nativos com terceiro grau.
Aí você pode pensar que o jeito é enfiar a viola no saco e fazer o caminho de volta. O interessante é que uma pesquisa do HSBC feita com expatriados em 26 países - inclusive Espanha - mostra que apenas 15% falam em repatriação mesmo com a "marvada" na cola...

Cinco perguntas e uma boa surpresa. Suécia.

Olá, X!
O Expatriadas volta a receber a valorosa impressão de brasileiras que cruzaram fronteiras.
Dessa vez o relato vem da Suécia, precisamente da capital Estocolmo.
Essa monarquia parlamentarista tem como vizinhos a Noruega e a Finlândia.
Um dos países mais desenvolvidos da Europa, com a economia baseada no setor de serviços, a Suécia assumiu esse ano a presidência da União Europeia. 1 Euro (EUR) = R$ 2,64.
As temperaturas médias variam de -3 a 18 graus.
Já são quase 8 anos longe. Tudo começou quando Paola - aos 23 anos - deixou o Rio Grande do Sul rumo à Inglaterra, onde passou um período estudando.
Em 2007 o amor ao parceiro definiu o novo endereço: Suécia.
Quando Paola aceitou gentilmente o convite para essa troca de experiência, se classificava como “jornalista e relações públicas no passado e atualmente estudante 200%” do tempo. Mas como não existe essa de ex-jornalista, ela já tratou de atualizar as informações no seu blog “
Na Suécia não tem barata!” Paola é agora a professora de Global Media na universidade de Karlstad.
A gente agradece a conversa e aproveita para desejar sorte nesse novo desafio “expatriático”: a carreira em terras estrangeiras.

Cinco Perguntas:
X - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
PS - Para falar a verdade eu não sei o que é se sentir em casa, já me perguntei várias vezes. É falar a língua? Ser independente? Gostar do lugar? Ter amigos? Eu me pergunto porque nos dois primeiros anos em que eu morei em Londres eu me sentia bastante em casa, tinha muitos amigos, era independente, mas depois eu fui me cansando de outras coisas que me incomodavam na cidade. Aqui na Suécia eu sinto que ainda falta alguma coisa para eu me sentir "em casa", aprender a língua ajudou bastante, mas eu acho que ainda falta alguma coisa que eu preciso resolver comigo mesma e não consigo explicar o que é, apesar de gostar bastante do país.

X - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
PS - O mais difícil sempre é ficar longe das pessoas que eu gosto, não fazer mais parte da vida diária dessas pessoas, não poder chamar para sair ou encontrar com frequencia. Dificuldade de adaptação eu nunca tive porque eu sempre procuro aceitar a cultura do país onde estou, sem ficar me lamentando que no Brasil é muito melhor.

X - O que faria diferente?
PS - Eu acho que ajudaria muito se eu tivesse estudado um pouco de sueco antes de mudar para cá, mas eu sou uma pessoa que não consegue estudar por conta própria, preciso de professor e sala de aula e na época isso não era possível.

X - Toparia ser expatriada de novo?
PS - Sem dúvida nenhuma, o mundo é muito grande para passar a vida inteira num lugar só.

X - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
PS - Bom, quando eu saí do Brasil não tinha planos de morar por muito tempo no exterior, então não tinha muitas expectativas. Por conta disso as coisas foram acontecendo meio que de surpresa. Hoje em dia tenho expectativas (e muita angústia) quanto à minha carreira, quero poder fazer algo que eu goste, num lugar em que eu me sinta útil e que me realize pessoalmente.

A boa surpresa:
Londres: ter feito amigos muito queridos, ter conhecido meu parceiro.
Suécia: o fato de as pessoas serem mais abertas do que eu imaginava.

As indecifráveis qualificações de um expatriando.

Olá, X!
Primeiro vem o zum-zum-zum de abertura de vaga. Para a rádio corredor divulgar os candidatos é um pulo. O convite chega. O estômago gira. Lá está você fazendo mil planos para a mudança e com a maior fé de que a expatriação seja uma baita alavanca em sua vida, e será...de uma forma diferente para cada pessoa, mas será!
Diante das promessas, muita gente abraça a causa e embarca nessa espécie de fila de transplante, já que depois da experiência internacional seu coração, seu cérebro, seu estômago...nunca mais serão os mesmos.
Se você é um dos que planejam entrar para o grupo dos X, segue um resuminho dos requisitos que o mercado avalia ao decidir quem vai embora pra longe.
Sob o título de “Globalização made in Brazil” a repórter Elida Oliveira, do Estadão, ouviu especialistas e listou as qualificações.
Sugiro uma pitada de abstração na interpretação. Boa sorte!
“Quem pensa que só a faculdade é suficiente estará em desvantagem. É preciso ter perspectiva global.” Rodolfo Eschenbach, líder da área de organização e talentos da consultoria Accenture.
“Precisamos de profissionais que analisem, entendam e interfiram no mundo.” Matias Spektor, coordenador do Centro de Estudos Internacionais da FGV.
“Cada vez mais as equipes são multiculturais e precisamos de pessoas que tenham uma visão de mundo diferente e complementar. Isso é viver a globalização.” Vivian Broge, gerente de Recursos Humanos da Natura.
Expatriado “é alguém que desenvolve projetos e, ao mesmo tempo, opera redes de gestão dispersas no mundo.” Roberto Carlos Bernardes, especialista em estratégia empresarial e gestão da inovação do Centro Universitário FEI.
“Precisaremos de pessoas fluentes em mandarim. Leva-se em média oito anos para aprender o idioma. Os jovens de hoje devem correr.” Denise Gregory, diretora-executiva do Centro de Estudos Brasileiros de Relações Internacionais (Cebri) e analista de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento.
Imagem: SXC

Repatriando...

Olá, Coexpat!Algumas ponderações sobre repatriação e minhas constatações nas mudanças que já fiz dentro do Brasil:
Que carioca não fica de bochecha para o ar ao cumprimentar a paulista acostumada a um beijo no rosto em vez de dois? 

E que paulista não fica sem graça com essa situação? 
Dizem que em alguns lugares do Paraná o oi é com três beijinhos.
E o vocabulário? Saber que bergamota é mixirica no Rio Grande do Sul e que macaxeira é mandioca no nordeste facilita a alimentação.
Agora pedir um pãozinho pode exigir um alto grau de envolvimento com a rica cultura brasileira.
Peça o francês em São Paulo, o cacetinho no Rio Grande do Sul e na Bahia. No Ceará esse pão é o carioquinha. Em Belo Horizonte é pão de sal, e por aí vai...
Mas isso se resolve com o tempo. O que vai ser difícil de empurrar goela abaixo é o tal do jeitinho...essa coisa de querer fazer a lei valer para um lado só.
Um exemplo bem bobo que escutei de enxerida um dia desses. O dono de um imóvel dizia que punha no contrato de aluguel multa de 20% por atraso no pagamento. Ele sabia que a lei permite até 10%. Mas se o contratante reclamava da taxa ele logo dispensava o possível inquilino, porque isso já era um bom sinal de que o sujeito iria atrasar o pagamento.
Incrível! A lei diz X mas faz-se Y para testar a conduta alheia!
Voltar a viver em um ambiente em que fazer valer a lei é sinal de calote e de trapaça assusta um pouco...
O jeito é seguir nesse processo de repatriação, tentando resgatar o que já é irresgatável: a tal da sensação de pertencimento a algum lugar, se é que isso - em sã consciência - seja realmente possível
...
Como já disse: até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Espacato.

Olá, Coexpat!
Foram quase 30 dias sem contato!
O afastamento tem nome: repatriação.
Claro que a volta para a casa é diferente da partida, mas nem por isso é menos nebulosa, para fugir do turbulenta.
Meus planos eram retomar nossas conversas diárias quando conseguisse o mínimo de organização: endereço residencial, telefone fixo...essas coisas que identificam o ser social.
Mas alguém já disse que uma vez idealizada a realidade já mudou de nome.
Volto com um pé cá e outro lá.
Ainda sigo em meio a malas, papelada e estranhamentos.
O tempo “no estrangeiro” não foi longo não - penso eu - só que o suficiente para marcar para sempre um X colossal em minha alma. Mas isso é assunto para depois.
O fato é que, como toda expatriada repatriada que se preze, por motivos técnicos - que envolvem todas as dificuldades que você possa imaginar - não tenho certeza da regularidade dos nossos próximos encontros.
Por isso o termo do momento é: até segunda ordem - seja da vida, do destino, de mim ou de alguém...
Então, até segunda ordem, a gente se fala amanhã.


Carmem Galbes

Fique à vontade.

Olá, Coexpat!
O Blog está temporariamente sem novos posts, mas nem por isso está desatualizado.
São mais de 180 textos, participações, impressões e entrevistas sobre a vida longe de casa.
Logo ao lado você ainda encontra trilhas para outros ambientes relacionados ao tema.
Sigo em contato por e-mail.
Volto à ativa assim que possível!
Enquanto isso, fique à vontade para viajar por aqui...

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...