Cinco perguntas e uma boa surpresa! Inglaterra e EUA.

Olá, Coexpat!Não foi decisão da Alana Leahy-Dios a primeira expatriação. Foi a especialização da mãe dela que motivou a saída de toda a família do Brasil. Depois do colegial em Londres, faculdade no Rio e doutorado em New Haven, a engenheira química estabeleceu residência em Houston onde fica até...quem sabe? Em “Cinco Perguntas e Uma Boa Surpresa”, a cidadã do mundo e coisa nossa - como diria seu Sílvio - fala um pouco da suas estratégias de adaptação, construídas em meio a tanto vai-e-vem. Obrigada Alana!

Cinco perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
AD - Nunca me senti completamente em casa fora do meu país. Morei na Inglaterra dos 15 aos 18 anos. Voltei ao Brasil e - depois de quase 3 anos - fui para Michigan passar um ano; não me senti em casa em nenhum momento durante esse tempo. Voltei ao Brasil e, passados outros 3 anos, retornei aos Estados Unidos. Dessa última vez, apesar de planejar voltar ao meu país, tinha a nítida impressão que não voltaria mais para casa tão cedo (e ainda não voltei). Nessa última saída do Brasil, acho que demorei uns 3 anos para me sentir confortável onde eu morava, me sentindo relativamente pertencendo ao lugar. Agora que mudei de estado dentro dos Estados Unidos, me sinto de novo estrangeira, e sei que vou levar anos novamente para me sentir inserida na cultura. Interessante que as voltas ao Brasil também exigiam processos de adaptação, ainda que mais fáceis. Depois que eu casei com um verdadeiro cidadão do mundo, tenho dúvidas se voltarei algum dia a me sentir parte integral de um lugar ou cultura, inclusive no Brasil.

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
AD - A saudade do Brasil, dos amigos e da cultura para mim são as partes mais difíceis. Saber que eu não faço mais parte ativa da vida das pessoas que eu amo, e vice-versa, sempre me doeu.

Leve - O que faria diferente?
AD - Difícil dizer... Acho que tentaria ser tão aberta aqui fora como sou no Brasil.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
AD - Acho que está no sangue! Não só toparia, como quero muito! De preferência um lugar bem diferente do que eu conheço, para aprender bastante.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
AD - Não criei expectativas para não me decepcionar e para não ficar ansiosa, então não sei dizer quais se concretizaram. A única certeza que eu tinha era da volta ao Brasil depois de 5 anos. Essa certeza virou pó!

A boa surpresa dessa experiência foi:Desde a primeira experiência de expatriação, a melhor surpresa foi a abertura da cabeça e o aprendizado de que não existe cultura, costumes e povo melhores ou piores.
Imagem: SXC

Expatriação do mal.

Olá, Coexpat!
Palavra para mim é algo que vai além do conteúdo. Tem forma, aparência, cor, cheiro, sabor. O radical expatri, por exemplo, carrega uma aura positiva. Tem um som que remete a desafio, aventura, mudança, sucesso. Essa combinação de letrinhas, não importa a desinência - se expatriação, expatriado, expatriadas, expatriar - vem sempre em cores vibrantes, tem cheiro de chuva batendo na terra seca.
Quando tocamos no assunto, falamos - geralmente - em pacote de incentivos, programa de adaptação, plano de carreira...
Mas existe um aspecto bem sombrio do tema. Não falo do lado B da expatriação, sobre os efeitos colaterais dessa vivência que mexe para sempre com ideias e sentimentos.
Falo da expatriação para o mal.
A rede de TV MSNBC exibiu nesse domingo o documentário “Undercover: Sex Slaves in America”, algo como o submundo da escravidão sexual nos Estados Unidos. Veja aqui e aqui.
O material mostra como a oferta de emprego e de estudo no exterior pode esconder um poderoso e bilionário esquema de tráfico de pessoas e de exploração da prostituição.
Mulheres que conseguiram fugir, hoje testemunhas em investigações policiais e feitas pelo congresso americano, contam como caíram nessa.
A jornada começa com oferta de emprego que exige pouca qualificação ou de programa de estudos em universidade atrelado a um trabalho para pagar os custos. Já em solo americano, com pouco domínio do idioma e com fé cega, as “selecionadas” ouvem falar em mudança de planos e seguem todas as orientações que recebem.
Em uma cidade desconhecida e com o passaporte em poder da quadrilha, as vítimas são informadas da “dívida” que têm com os “empregadores” e como vão pagá-la. É aí que a ficha cai!
Sem dinheiro, sem contato, trancadas em locais como casas de massagem ou cantinas mexicanas - caso de Houston, sob a vigilância de câmeras, e envolvidas em uma atmosfera de violência física e emocional - com ameaças à família que ficou, a experiência de expatriação dessas mulheres vai se resumir à prostituição forçada.
No relato de uma universitária ucraniana, que acreditava ter embarcado para estudos na Virgínia, a indignação por não ter desconfiado de nada. Ela disse que ouvia falar desse tipo de esquema , mas que não imaginava que poderia ser vítima dele.
É realmente difícil entender. Como pode?! Penso que o sonho e a expectativa pintam de rosa o perigo.
Os defensores dos acusados de tráfico argumentam que as mulheres escolhem estar nessa situação. É mesmo? Resgato um alerta da ucraniana: “sorriso no rosto não significa que a pessoa faz o que faz por livre e espontânea vontade.”
Aproveitando esse mês em que se costuma fazer um balanço das conquistas das mulheres: vejo que ainda estamos batendo pedra para fazer fogo. Que mundo é esse?


Carmem Galbes
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Caminho do meio.

Olá, Coexpat! 
Sonhei em deixar muita coisa de lado para dar suporte à carreira de outra pessoa? Planejei abrir mão do meu próprio sucesso profissional em nome do sucesso de outra pessoa? Quis isso? Gostei?  Tô aproveitando? Tô me superando, qualificando, reinventando? Tô feliz? Mudei? Melhorei? Acostumei? E a carreira? O futuro?
É-tudo-ao-mesmo-tempo-agora! Interrogações passeando em meio à exclamações, vírgulas e reticências.
Normal! Faz parte da tentativa de aprender a perguntar para conseguir ter algumas respostas que façam sentido.
Ao mesmo tempo não sei se importa tanto buscar essas respostas, porque as escolhas já foram feitas. Talvez a pergunta de ouro seja: o que eu posso fazer com tudo isso para produzir a melhor versão de mim? 

O tempo todo ou se vai para a direita, para a esquerda, para frente ou para trás. Dizem que o melhor é o caminho do meio. Mas vai tentar pegar essa estrada, tem que matar e morrer mil vezes para se manter nela...
Aliás, que negócio é esse de caminho do meio? Caminho do meio para mim é meio-fio, coisa que a gente só pega de brincadeira, por pouco tempo e exige muita técnica, treino, equilíbrio e atenção para não cair. E quem tem tudo isso junto? Vou procurar lá no céu...
Tudo bem que tem morno entre quente e frio, bermuda entre calça e shorts, tem bege entre branco e marrom, dia nublado entre Sol e chuva, tem limonada entre água e limão, tem bonitinha entre linda e feia...
Pausa. Olho para o celular com meia carga. É meio do dia, está meio calor, estou meio sem ideia e meio com fome. Acho que isso!

Escrever sempre traz um alívio!! Já tentou?
Carmem Galbes
Imagem: SXC

Tentei falar das flores.

Olá, Coexpat!

Hora de acordar, de comer, de dormir. Uma pequena alteração na rotina, e nosso relógio fica maluquinho da Silva. Assim como temos um despertador interno, acho que o corpo também guarda espaço para um calendário biológico.
Para mim sempre foi muito claro, calor é coisa de dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril. Frio só lá para o começo de maio.
Mas a expatriação acabou criando aberrações climáticas. Meu último ano, dado que fiquei entre Rio de Janeiro e Texas, teve uns 10 meses de verão! Consegui pegar todo o calor lá e cá. Mesmo criada em um país em que o clima é meio doido - como faz falta o ciclo das estações! Parece que o corpo pede: “ok, o Sol já deu, é hora do aconchego de um cobertor” ou “o gelo foi bom, agora preciso de Sol.”
Mas aos poucos o calendário vai se ajeitando. Depois de um inverno com direito à neve - uma exceção em Houston - amanhã começa a primavera no hemisfério norte. Como é característico da estação, a temperatura está instável, friozinho pela manhã e um calor de agitar a alma à tarde.
Por falar em primavera, o período é de pausa nas salas de aula daqui. O spring break funciona como a nossa semana do saco cheio, em outubro.
Os parques em Houston estão lotados. Congestionamento também nos shoppings, apesar da crise...
Universitários usam o período para viagens. Cancún é o destino predileto.
Mas a coisa está estranha. É que além da crise econômica e do escândalo do pagamento de bônus aos executivos da AIG, a guerra contra o tráfico de drogas no México é o outro assunto com grande destaque por aqui.
Uma situação que não deve ficar tranquila pelo menos até agosto, acredita o Departamento de Estado americano. O órgão alerta para o perigo de viajar para o México, especialmente para locais próximos à fronteira. O cenário é de disputa pelo controle do tráfico, com aumento de índices de assaltos, sequestros e assassinatos. Nossa, que familiar!
Mas esse texto ficou esquisito! A ideia era falar das delícias da estação das flores...


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Entre o perigo e a paranóia.

Olá, Coexpat!

Não sei se você já teve a honra de passar por uma dessas simulações de incêndio. Para mim esse é um daqueles troços que pertencem à lista das coisas mais estranhas do planeta. Todo mundo fica sabendo quando o alarme vai soar. A função é sair sem pânico. Fácil! Já que a gente sabe que tudo não passa de treinamento. Elevador? Nem pensar. E a cada degrau a mesma fala de sempre: “preciso voltar aos exercícios...”
Sei de gente que odeia essas simulações porque - não raro - acontecem em meio a um mundaréu de trabalho. Tem também gente que ignora sem culpa o chamado e há aqueles que não esquentam a cabeça e aproveitam para resolver alguma coisa na rua.
Lembro que no começo da minha experiência "expatriática" achava estranho esse sistema de endereço comercial dentro de casa: detectores de fumaça, sprinklers e alarmes como parte da decoração. Mas prestando atenção você vê que o cuidado não é exagero. O ambiente é altamente inflamável. É que imóvel nos States costuma ser de papelão - com o perdão da minha ignorância no tema.
O problema é quando tal sistema entra em ação e não há nenhum treinamento agendado.
Pois é, aconteceu hoje onde eu moro. Cinco da manhã! Confesso que demorou um pouco para entender se era despertador, celular ou buzina. A primeira reação foi interessantíssima. Custou a acreditar que poderia ser uma emergência. Só pensava em desligar aquela maldita sirene...
O zum-zum-zum no corredor foi o que funcionou como aquele aviso do anjinho, sabe? “Olha...pode ser fogo”.
Alguns “serás?” aqui e ali depois, o estalo: nossa, é de verdade, “simulação” de verdade. Corre!
Deu tempo de trocar de roupa, pegar carteira e chave do carro.
Lá embaixo, depois do susto e de não ver fumaça, diversão de graça. Todos, no mínimo, com cara inchada e bafão. Tinha também marmanjo com pijama de bichinho, além de gente enrolada em cobertor, morador ainda na porta do apartamento perguntando o que estava acontecendo e gente com mala pronta, como se fosse passar um ano fora. E as histórias? Um disse que na tentativa de desligar o alarme disparou outros. O vizinho da frente contou que a primeira reação foi ligar o exaustor. Ã?!?!
Entre ti-ti-ti na garagem e no hall de entrada, os bombeiros vasculhavam a área. O alarme continuava ensurdecedor.
Depois de 1 hora mais ou menos, o diagnóstico: algo aconteceu no segundo andar... nada de fogo. Nada de grave.
Putz! Bem melhor assim.
Passada a agressão de pular da cama aos “berros” da dona sirene, fiquei pensando: “ok, foi só um susto, mas será que estou mesmo preparada para enfrentar emergências?” Não, claro que não! A gente se prepara só para as coisas boas, para o que a gente planeja e quer, não fica pensando no que pode dar errado, tem guru que diz até que dá azar!
Engraçado é que mesmo assim passamos a vida elaborando mecanismos de prevenção, previsão e alerta. Apesar de todo esforço para driblar o que pode dar errado, hoje percebi como somos resistentes em acreditar no perigo.
Tudo bem que, se tomar por base o acontecido, tenho reforçada a ideia de que esses mecanismos têm mais chances de falhar do que de alertar. Mas pensar assim é, no mínimo, perigoso.
O sistema de previsão dos estragos que o furacão Ike, por exemplo, iria causar em Houston, setembro passado, ajudou a “estancar” o número de vítimas. Saber o tamanho do bicho não fez dele algo maior ou pior.
Por outro lado, levar ao pé da letra estatísticas de violência no trânsito e nas ruas tem feito muita gente refém das próprias suposições.
Acho que esse é o ponto. Saber separar o iminente do possível. Antecipar situações que podem causar estragos e enfrentá-las é maturidade. Supor que estamos o tempo todo correndo risco e conduzir nosso dia a dia a partir dessa premissa é pedir para pirar.
Como selecionar, então? Não sei.
Essa foi minha primeira “simulação” de verdade! Até que rendeu! Rendeu coisa pra falar, coisa pra pensar e a memória do som estridente da sirene. Ô coisa chata!


Carmem Galbes
Imagem: SXC

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Estados Unidos.

Olá, Coexpat!
Alma livre, mente aberta, profissional pra lá de preparada. Adriana Reis sempre pensou na possibilidade de ter uma experiência fora do país. A carreira do marido foi impulso que faltava para ela seguir viagem.
Há quase dois anos em Houston, Texas, a jornalista está envolvida com mil atividades. Trabalha, faz mestrado, é mãe...ou é mãe, trabalha, faz mestrado, enfim, ela toca tudo com um entusiasmo e um senso de perfeccionismo de deixar a gente encabulada.
Mas ela não é dada a mal-estar. Um dos seus talentos, aliás, é facilitar o aconchego. A Dri foi uma das primeiras a me detalhar Houston, uma gentileza e tanto para quem tinha acabado de chegar e precisava lidar com tanta coisa ao mesmo tempo!
Em “cinco perguntas e uma boa surpresa” ela divide com a gente como vem encarando esse tempo longe da cidade maravilhosa. Obrigada Dri!


Cinco perguntas:
X - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
AR - Não sei se isso acontecerá algum dia. A única razão pela qual me sinto confortável aqui é o fato de que aqui vivem também meu marido e meu filho e que todos temos a nossa rotina por aqui agora. No entanto, lembro que sou estrangeira sempre que me faltam palavras para expressar algum sentimento ou opinião, sempre que sou mal-interpretada ou vivencio algum choque cultural.
Da mesma forma, ser carioca sem acompanhar o Big Brother Brasil, a novela das 8, o Jornal Nacional e o Fantástico me fazem sentir um pouco turista quando vou ao Brasil.
Imagino que a tendência natural é que eu me sinta cada vez mais turista no meu país de origem, sem deixar de me sentir estrangeira por aqui. Aliás, não pretendo deixar que isso aconteça! Quando estamos longe da nossa pátria, aprendemos a valorizar mais as coisas boas. Pretendo deixar bem claro que sou estrangeira sempre que pintar uma oportunidade para esclarecer que o idioma no Brasil é o Português (e não Espanhol), que churrasco tem que ter farofa e que o fio dental não é o traje típico do meu país.

X - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
AR - A saudade da família e dos amigos que ficaram no Brasil. Tive que aprender na marra a difícil lição de que não precisamos estar perto para amar e ser amado. Felizmente, minha expatriação aconteceu na Era da Mídia Social, portanto, a saudade tem sido bastante aliviada graças ao Skype, ao Orkut e ao email.

X - O que faria diferente?
AR - Antes de vir morar aqui fui orientada a deixar todos os eletrodomésticos no Brasil. Disseram-me que nada funcionaria aqui e que os preços eram tão baixos que valia a pena comprar tudo de novo. Mentira! Para usar os aparelhos do Brasil, basta comprar um adaptador para colocar na tomada. Além disso, os hábitos alimentares aqui são bem diferentes, portanto, encontrar um espremedor de laranja, por exemplo, não é uma tarefa tão simples assim. Qualquer mercadinho vende máquina de waffle, mas não espremedor de laranja.

X - Toparia ser expatriada de novo?
AR - Com certeza!

X- Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pódepois da mudança?
AR - Lidar com a saudade é realmente a parte mais difícil da expatriação. Não lembro de nenhuma expectativa que tenha virado pó...
A boa surpresa:
Foi perceber que o lado bom de deixar tudo para trás é ter a chance de refletir antes de recomeçar, sonhar antes de reconstruir e reavaliar antes de fazer novas escolhas.

Leve Entrevista. Imposto de renda.

Olá, Coexpat!
Se tem uma coisa que expatriado logo aprende é a organizar um arquivo com todos os documentos gerados pela burocracia entre lá e cá.
O primeiro trimestre do ano reserva mais um encontro com a papelada. O período é de acerto de contas com a Receita Federal e de envio de dados ao Banco Central.
O Banco Central começa a receber as informações sobre bens em outro país a partir de 30 de março. Todo brasileiro com patrimônio superior a US$ 100.000 pra lá da fronteira deve entregar ao BACEN a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior. Aqui está o link para página que traz uma cartilha sobre o tema, além de perguntas e respostas.
Quem não atende ao chamado do Banco Central, está sujeito, além de outras punições, à multa de R$ 250.000.
Quanto ao Imposto de Renda, a Receita Federal recebe as declarações até 30 de abril. Atrasadinhos pagam multa de R$ 165,74. Todo contribuinte que vive no país tem que prestar contas. Isso pode incluir você. É que mesmo expatriada, você ainda pode ser considerada residente no Brasil.
Por isso a presença aqui do contador e professor da Puc-Campinas, José Roberto Vicinança filho. Ele nos ajuda, entre outras coisas, a entender melhor essa história de residência.
Para maiores detalhes, o professor sugere visitar essa página de perguntas e respostas da receita. Outras informações aqui.
Vale lembrar que é obrigado a apresentar a declaração o contribuinte que no ano-calendário de 2008 recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 16.473,72. Teve rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte com soma acima de R$ 40.000,00. Foi sócio ou acionista de empresa, inclusive inativa, ou de cooperativa. Quem operou em bolsa e quem teve a posse ou a propriedade de bens ou direitos no valor total superior a R$ 80.000,00.
Aproveite a entrevista.


X - Apesar de morar fora, o expatriado ainda pode ser residente brasileiro?
JRV - Considera-se residente no Brasil, entre outras situações, a pessoa que se ausente do país em caráter temporário, ou seja, retire-se do território nacional sem entregar a Declaração de Saída Definitiva do país durante os primeiros doze meses consecutivos de ausência. Desta forma, a pessoa que deixa o país definitivamente deverá entregar a declaração de saída definitiva, do contrário será considerada residente.

X - Mesmo morando em outro país e recolhendo imposto de renda no exterior, em quais situações é necessário declarar imposto de renda no Brasil? A declaração de quem está fora segue os mesmos moldes do residente brasileiro?
JRV - Deverá entregar a declaração no Brasil quem não entregou a Declaração de Saída Definitiva. Para fins de Imposto de Renda, o contribuinte é residente no país.

X - Quais os principais erros do contribuinte brasileiro que vive em outro país?
JRV - Creio que o principal erro é não fazer a Declaração Definitiva para o ausente há mais de 12 meses.

X - Quais as conseqüências para o expatriado que não faz a declaração?
JRV - A Receita Federal não sabe do paradeiro deste contribuinte e a ausência da entrega deverá gerar multa e a impossibilidade de negócios com Instituições Financeiras, uma vez que o CPF poderá ser considerado “omisso”.

X - Houve alguma mudança na declaração desse ano para quem está fora do Brasil?
JRV – Não houve nenhuma mudança no último ano.

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...