Azedume, espartilho e disciplina...coisas da vida.

Olá, Coexpat!
Que dia burocrático! Mas, fazer o que? Fila, carimbo, cara azeda e síndrome de “otoridade” tem no mundo todo, não é?
E se temos que passar por isso, que seja com estilo.
Aha, eu sei que você adora esse tema e, vez ou outra, abraça com a força de espartilho o lema "sim, eu quero mais é inflacionar.

Então, bora às compras!
Se você está chegando e gosta de ter o controle das coisas e das contas, não se esqueça da regrinha 'o dinheiro que entra na conta do banco deve ser maior do que o que sai', assim ninguém surta, nem sofre! Olha menina...isso é sério...
Se está em dúvida se você está fazendo um bom negócio onde você está vivendo, me passaram uma calculadora de custo de vida, mas o cálculo está restrito à algumas cidades dos Estados Unidos.
E se você ainda insiste em pensar em Reais, têm alguns conversores online por aí. O processo é simples, rápido mas, com o Real fraquinho assim, só não garanto que será indolor...
Ah, continua chovendo muito...

Carmem Galbes

A cartilha é de graça!

Olá, Coexpat!
Depois da visita ao post abaixo, uma amiga me acusou de colaborar para inflação aqui nos Estados Unidos. Como eu sou igual a bonequinho de sinal em São Paulo - odeio ficar piscando - eu disse educadamente: ah, vá pra Zimbábue! Explico: lá sim tem inflação - 11.200.000% nos últimos doze meses. Interessante é a explicação do ministro das Finanças, "continuamos a lutar contra a inflação tentando garantir que os preços cobrados sejam realistas", oi?
Mas cara amiga, a inflação deve cair um pouco. 

É que desde ontem está chovendo muito, bastante mesmo, então estou acampada em casa, navegando!
Entre uma parada e outra descubro que, pelas contas do governo, 4 milhões de brasileiros vivem fora do país. Outro dado: o mundo tem 200 milhões de expatriados. Nossa, que alegria - adoro número, gente!
Mais? Não tem! O que encontrei foi uma cartilha para os que estão longe.

O material foi lançado em março deste ano pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O texto reserva bastante espaço para a questão da imigração ilegal. Aborda também temas como o sistema de saúde em outros países, envio de dinheiro ao Brasil e retorno ao país, além de reunir links que podem ser úteis.
Agora vou ver se parou de chover!

Carmem Galbes

A minha estratégia "facinha" de adaptação...

Olá, Coexpat!
Na vibe de revisitar o passado, tenho me divertido com as minhas estratégias - algumas bem ordinárias -  para me adaptar à vida no exterior.
Segue um pouco do meu início em uma nova cultura...
Há dez anos, direto do túnel do tempo...

Em linha com a moda de supervalorizar o presente e ainda traumatizada pela experiência pouco agradável de esvaziar uma casa repleta de certeza de um futuro definido, resolvi que meu novo endereço - com data definida para expirar - refletiria o espírito fugaz do tempo. Me propus só ao necessário: poucos móveis, linhas retas, sem adornos...tudo muito prático para facilitar a mudança de volta!
Mas como já disseram, estamos entre o tempo e a eternidade.
Então eu simplesmente juntei a necessidade de satisfação urgente dos meus desejos consumistas, com a busca imediata de prazer e a fantasia de viver nesse novo endereço para sempre. Resultado...vou falar baixinho: compras para a casa.
Se você ainda se sente culpada por se render ao consumo nesse início de carreira como expatriada, sugiro uma dose de Santo Agostinho:
“O que agora claramente transparece é que nem há tempos futuros nem pretéritos. É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes e presente das futuras”.

Então bora providenciar as coisas do presente e do futuro!
Ai...que alívio...

Breve atualização: o consumo pode ser uma estratégia para fazer você sair de casa e ver a vida lá fora. Se isso ajudar, vá em frente, mas consuma de forma inteligente! 
Para não se aborrecer com dificuldades no idioma ou com o comportamento dos vendedores locais, faça uma pesquisa antes: procure traduzir o nome do produto que você quer, separe uma foto e pesquise lojas e preços.
Se for fazer compras para a casa e se o atual endereço for por tempo definido, invista em itens de decoração que tragam aconchego e sejam fáceis de instalar e transportar, como almofadas e tapetes.
Se for adquirir um móvel, prefira os de menor padrão possível. É mais versátil ter - por exemplo - duas estantes iguais pequenas do que uma grande. Em um próximo endereço, você pode colocar uma estante em cada cômodo. 
Teste possibilidades! Permita-se organizar a casa de um jeito que você sempre quis, mas nunca se permitiu! É a chance que você está tendo de fazer tudo diferente!
No mais, divirta-se
Espero que ajude!

Carmem Galbes

Sem grandes coisas...

Olá, Coexpat!
Em mais um dia de expatriada - nunca exilada! -  transitando entre a Mística Feminina, da Betty Friedan e seu filhote The Feminine Mistake, da Leslie Bennetts, estava disposta - apesar da sexta-feira - a trocar idéias sobre o destino da mulher como ser pleno, que precisa de alimentos que incluem compromissos sociais e pessoais, como família feliz, relacionamento saudável e carreira.
Mas aí leio uma coisa de dar dó e não posso deixar de manifestar minha solidariedade aos homens franceses. Eles estão em plena campanha
 para poder usar saia.
Gente, como é bom viver em um país onde o vinho é ótimo e a primeira-dama é linda! Esqueça a economia e a tensão social.
Aliás, falando nisso, me deu uma vontade de mudar de assunto...

Sabe aquelas matérias sem pretensão, resuminho básico de livro que está sendo lançado, em que você passa o olho e ok?
Então, um desses textos me fez pensar sobre o risco de uma combinação que parece estar ficando comum por aí: inteligência mediana e muita ambição.
Na verdade, não cheguei a nenhuma conclusão, mas acho essa combinação reveladora. Revela os ideais de hoje em dia, as buscas, os traumas. Talvez explique por que o homem que quer usar saia simplesmente não coloque uma e saia por aí - com o perdão do trocadilho. Acho que pode explicar também o motivo de, com tanta coisa nova pra descobrir, eu parar justamente para ler sobre os homens que querem usar saia. 

Sei lá...

Carmem Galbes

Um minuto de silêncio, você consegue?

Olá, Coexpat!
Nesse mundo em que a gente acha que tem tanto a dizer e em que o tempo todo é convocad@ a falar, ficar em silêncio é quase uma derrota.
Ok, poder falar e conseguir dizer o que se pretende é tudo de bom.
Mas hoje queria conversar um pouco sobre aquele outro silêncio. Eu sei...esse tema é quase clichê de tão debatido, estudado, explorado - até. Mas, na prática, quem consegue encontrar o silêncio interno, a tal da quietude?
Engraçado, é quase um autoelogio falar: “nossa, não consigo ficar quieta!” Isso tende a soar como "nossa, sou super esperta, agitada, envolvida com o mundo, bacana, jovial, legal..."
Mas, será que se a gente fechar os olhos e abrir os ouvidos não vai conseguir ouvir um: "nossa, não consigo parar cinco minutos para dar espaço ao nada."

Que fuga é essa do nada?
Será que o fato de estar assim tão longe de casa, do ninho, eu não posso ficar quieta?
É que a gente sabe que isso pode doer,

O silêncio dói, a pausa dói!
É que a gente sempre acha que no silêncio ouve assombração...
Mas como tudo é uma questão de foco, de para onde direcionamos a nossa atenção, a gente pode ouvir passarinho também... e grilo... e miados & latidos... e ideias... e respostas que não conseguiríamos prestar atenção em meio a tanto barulho...
Então acho que vou pedir ao Supremo, não ao Tribunal Federal, mas ao Supremo Poder do Universo que me conceda o direito - ou a coragem - de ficar calada. Que me conceda o privilégio de não dizer nada, apesar das exigências internas e das expectativas alheias, apesar das urgências, dos receios, da angústia, dos questionamentos. 

Tudo porque quero ter a chance de ouvir o que o silêncio tem a me dizer!

Carmem Galbes

Banana-maçã e manicure, que dia bom!

Olá, Coexpat!
Ontem foi dia de boas descobertas!

Descobri um local que vende banana-maçã - que eu adoro, descobri mais uma loja com preços ótimos, caminhos mais curtos E, eu disse E gritando mesmo, manicure a la brasileira.
Tá certo que as que me atenderam eram chinesas. 

Tudo muito eficiente. 
No começo foi difícil conseguir explicar que não queria a unha nem quadrada e nem redonda, mas a gente se entendeu. Fiquei desconfiada até tirarem a cutícula. Foi perfeito! 
Elas se espantaram com a minha escolha da cor, e naquele inglês de cebolinha - que já traduzo - ousaram: "blanco tlanspalente, tem certeza que não quer um pink?"
Resumindo a experiência:
As diferenças: a manicure que me atendeu foi tão precisa na hora de pintar que nem precisou limpar o excesso de esmalte. E a massagem nas mãos? Ela se estendeu da mão para o braço e do pé foi até o joelho, muito boa!
A diferença marcante: o preço, o que não é novidade. No mínimo o dobro do que estava acostumada a pagar no Brasil.
Mas acho que faz sentindo, sabe? Faz sentido pagar pelo talento. Ok, aprendemos que o preço "bem precificado" já contém o valor do trabalho, da capacidade, inovação e o capacete a quatro. Mas a gente é bem acostumada a pagar pequenas fortunas por produtos em série e dar esmolas pelo talento, falo daquele talento presente no dia a dia, traduzido - geralmente - em serviço.
Tudo bem, também defendo a idéia de que seria muito bom precisar de menos dinheiro para fazer as coisas e também não acho que aqui a relação capital trabalho seja mais justa , o que não é.
Mas não é por essa porta que eu quero entrar, não. 
 

Para mim, ter ido à manicure longe de casa foi simbólico. Representou respeito à diversidade, crença na capacidade alheia e, lógico, aumento da autoestima, porque unha bem feita é tudo de bom e eu não sou de ferro...
Carmem Galbes

Quase morro!

Olá, Coexpat!
Eu nunca vivi uma experiência de quase morte, como aquela em que dizem que você entra em um túnel iluminado, tem uma profunda sensação de conforto, de leveza e resiste em voltar, embora a voz insista: vooolte, vooolte.
Em mais um lero-lero mental cheguei à conclusão de que a gente vive várias experiências de quase morte mesmo sem, necessariamente, passar por um incidente ou acidente.
Quase morremos quando nascemos, quando saímos da infância, da adolescência e da juventude. Quase morremos quando perdemos o emprego, quando somos ignorados, abandonados. Quase morremos de ódio, de medo, de frio, de fome, de saudade, de ciúme, de dó, de rir, de comer, de cansaço , de alegria, de orgulho, de prazer...
Vendo por esse lado, ser ou estar expatriad@ pode ser uma experiência de quase morte.  Fica-se tão à flor da pele, que parece que se pode quase morrer quase todo dia.
Não sei se isso é bom ou ruim. Mas quase morrer dá uma baita sensação de estar viva, não um morto-vivo, mas vivinha da Silva.
É que nessa condição de quase morte não há meio termo. A vida distante do que é familiar deixa tudo intenso, profundo, em detalhes. Nada passa em branco, nada se deixa pra lá.
É, como diz o Xandico, um dos colegas mais engraçados e estressados com quem já trabalhei:  “ai... essa vida ainda me mata.”

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...