Porque a esposa expatriada deve cuidar da sua rede de contatos com todo o carinho.

Olá, Coexpat!Networking. Confesso que já tive dificuldade para entender o sentido do termo.
Não é de hoje que a gente sabe que o velho e bom contato abre portas. Mas me lembro que ele ia se estabelecendo com o tempo, conforme a gente ia conhecendo as pessoas, mudando de emprego, conforme os colegas partiam para outras empresas, à medida que se mostrava trabalho! Assim a gente imprimia a nossa marca: ao longo dos anos, da carreira, aos poucos.
Mas, às vezes, sinto que a coisa ficou mais agressiva, mais apressada. Dá uma sensação de que sou a mais lerda do planeta. Já cheguei a questionar se a minha rede é tão extensa quanto eu imagino que deveria ser.
É que parece que todo mundo aproveita qualquer brecha para falar do próprio umbigo. E quando me dou conta, a minha brecha passou...
Quero saber: quem anda escutando? Mas isso não é importante!
Importante, dizem por aí, é alimentar a tal da rede de relacionamentos. Fundamental é ligar, mandar e-mail, whats, mensagem no Linkedin, sinal de fumaça, cartão de aniversário e o que mais a sua criatividade permitir.
Sei não...nesse mundo em que o relógio gira cada vez mais rápido, em que as caixas de e-mail estão sempre lotadas, como conversar com um colega sem ter um bom motivo?
Nessa correria toda, penso que acessar alguém para falar de mim deixa, no mínimo, esse alguém extremamente irritado.
Mas os gurus dizem que não é bem assim, que há o jeito certo de fazer networking.
No site administradores.com.br, o diretor Executivo da Novos Planos Serviços de Internet, João Carlos, ensina que “fazer contatos é mera questão de ser amigável, de ter capacidade de se entrosar e de estar disposto a dar algo de valor primeiro. Quando combinar esses três atributos, você terá descoberto o segredo que há por trás dos poderosos contatos que levam a valiosos relacionamentos. As pessoas ainda confundem Networking com pedir ou tentar arrumar emprego. E depois que arrumam emprego, somem do mapa... Esse é um erro fatal! É preciso que se entenda que Networking é mesmo uma via de mão dupla: um dia você aciona, num outro é acionado.”
Os especialistas em recrutamento acrescentam que essa atitude deve ser ainda mais presente no dia a dia do brasileiro que está no exterior. É que as pessoas andam com a memória curta...E você ainda some?!
A edição de dezembro de 2009 da revista Você SA traz uma matéria com histórias de profissionais que não deixaram bons contatos aqui e sofreram na hora de voltar, apesar do currículo pra lá de invejável.
Isso porque não basta ter diploma, experiência e conhecimento, é preciso participar! Do que? Ah...sei lá, pergunta para a rede...
Segundo a reportagem de Bruno Vieira Feijó, “a distância afeta as profissões de maneira diferente. Na área jurídica, o impacto é alto, já que cada país tem as suas leis. Marketing e vendas demandam conhecer clientes e consumidores. A área de finanças fica no meio do caminho. Engenharia é mais universal, todos falam a mesma língua.”
O fato é que não é porque você está longe que vai fazer pouco caso do que acontece no seu país, na sua profissão...
Mas, por mais que a intenção seja manter contato, quem não tem receio de passar a imagem de pedinte? Bom a dica para não passar essa imagem já foi dada. 
Você pode estar pensando: larguei tudo para investir na carreira do meu marido em outro lugar. Ok, mas e se, e quando vocês voltarem ao Brasil? E se você tivesse a oportunidade de aliar o seu talento, os seus conhecimentos com a sua rede e as oportunidades que você identifica aí onde você está vivendo? É de se pensar, não?
Carmem Galbes

Para justo o seu balão não ficar vazio!

Olá, X!
A dica de hoje também está em uma prateleira, só que virtual.
Todo mundo sabe como a tentativa de falar na língua de uma cultura anfitriã é - no mínimo - simpática.
E para você não ficar com cara de paisagem do outro lado da fronteira, Priscila Andrade - que sempre passa por aqui - sugere um site que, além de traduzir palavras em português para 3 idiomas, reúne ferramentas como jogos, testes e fóruns para você não ter medo de enrolar a língua.
O bab.la também tem em pdf o “Guia de sobrevivência para conversas”. Pena que o material traduz apenas a escrita. No guia chinês, por exemplo, é possível ver que a saudação “oi” é igual a 你好. Mas como se fala essa coisa?
De qualquer forma - caso descubra como se diz - com o guia em mãos, você tem a chance de não passar fome, de ir e vir com segurança, de dormir em um lugar decente e, se necessário, de pedir ajudar em 14 idiomas.
Valeu pela dica Priscila!
Imagem: SXC

Expatriação na estante. Ana e o norueguês.

Olá, X!
O “Expatriação na estante” desce algumas prateleiras para ficar à altura do público alvo de “Ana e o norueguês.”
A pedagoga Maria Ribeiro escreveu e Hilda Ferreira ilustrou a história de uma expatriadinha brasileira prestes a conhecer um tal de norueguês, tanto citado nas conversas dos pais.
Até Ana descobrir que o norueguês não é gente, mas - como todo o idioma em uso - é tão vivo quanto as pessoas, muita coisa acontece. “O livro trata as questões multiculturais a partir da perspectiva da língua, cidadania e formação da identidade”, diz a escritora que - aliás - é bem presente aqui no Expatriadas.
Nesta terça-feira, 15 de dezembro, será uma boa oportunidade para trocar impressões e experiências sobre expatriação com Maria Ribeiro, que vive na Noruega. Ela estará na editora Multifoco, na avenida Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro, a partir das seis da tarde.
Se você tiver uma dica de leitura, mande para gente: expatriadas@hotmail.com

X - Como surgiu a ideia do livro?
Maria - Eu comecei a escrever para afastar os fantasmas que a adaptação me proporcionou, porque eu vivi um pouco as preocupações da Ana. Escrevi várias histórias e uma delas foi parar nas mãos de um editor, que se interessou e fez a proposta de publicação.

X - Quanto tempo para finalizar?
Maria - A primeira versão foi escrita numa tarde, depois de uns dois meses mostrei para um amigo, que repassou para o editor. Entre o convite para a ilustradora, a resposta, o prazo da ilustração, dos acertos do texto, revisão, diagramação e mais uma revisão e validação foram-se uns 6 meses.

X - O que você aprendeu com o processo?
Maria - Aprendi sobre a importância e a influência da cultura em nossas vidas, principalmente, na formação da nossa identidade.

X - O que te surpreendeu?
Maria - A publicação do livro em si foi uma grande surpresa.

X - Acredita que o Brasil ainda carece de bibliografia sobre o tema expatriação?
Maria - De forma geral, o tema ainda é pouco explorado. Temos pouca literatura e produção sobre o assunto, principalmente, em relação às crianças.

Expatriação em estudo.

Olá, Coexpat!
Tudo começou de repente. Foi mais forte que eu. Eu não fazia a mínima ideia de como isso funcionava, nem de como mudaria a minha vida.
Confesso que não recebi nenhum convite. Me envolvi por pura curiosidade. Começou com uma olhadela aqui, uma pesquisada ali. Quando me dei conta, não tinha mais volta! O blog estava no ar.
Essa aventura “bloguística” me ajudou um bocado nos últimos tempos. Não só por ter me envolvido com algo novo para mim - a blogosfera - mas por, entre outras coisas, ter tido a chance de conhecer mais de perto esse mundo “expatriático”.
Interessante que quando caí nessa vida - há um ano e meio - não encontrava, ou não sabia procurar? - muitos estudos e livros sobre o tema.
Agora estão pipocando.
Vira e mexe encontro algo. E mexe e vira me perguntam sobre especialistas, bibliografia e pessoas com experiência prática no assunto.
Para facilitar a ponte entre pesquisadores e pesquisados, abre-se mais um espaço nesse ambiente: “Expatriação em estudo”.
Funciona mais ou menos assim: você manda um e-mail para contato@leveorganizacao.com.br, falando um pouco sobre o estudo e quem gostaria de contactar para seguir no projeto. Para facilitar a vida de todo mundo, disponibilize um e-mail.
Começamos com um chamado da psicóloga, especialista em gestão internacional, Graziele Zwielewski.
Ela busca famílias expatriadas, com filhos de qualquer idade que tiveram dificuldade de adaptação na cultura anfitriã. Essas famílias vão embasar uma pesquisa científica sobre adaptação cultural.
O contato da Graziele é: grazizw@hotmail.com
Quem já teve de vasculhar o Google atrás de uma luz para as angústias da expatriação sabe da importância de ajudar a organizar o pensamento sobre o tema.
Ela agradece!
Carmem Galbes

O chefe global.

Olá, Coexpat!
Ao mesmo tempo que o convite para uma expatriação sugere um reconhecimento, a proposta é também um dos maiores testes na carreira de quem está partindo. A dúvida é de martelar: “será que estamos preparados?”
Por isso não é difícil ver gente bem aflita com o chamado, não é raro encontrar quem diga não à proposta.
O fato é que a expatriação exige uma adaptação na vida pessoal e profissional. No dia a dia a gente vai se adaptando. Aprende aqui, escorrega ali, tenta de novo e vai se encaixando. Mas e na vida profissional? Qual é o nível de paciência e a disposição dos colegas, subordinados e lideranças que estão nos recebendo? Até quando vão entender que estamos em fase de adaptação?
A edição de hoje do jornal Valor Econômico abre o debate. O jornalista Jacílio Saraiva ouviu quarto executivos brasileiros que atuam lá fora para reunir algumas dicas de como ter sucesso como chefe no exterior. Texto disponível só para assinantes do jornal.Se alivia a angústia, o vice-presidente de vendas da Sun Microsystems para a América Latina, Miguel Martinez, diz na matéria que “pela nossa cultura de respeitar diversidades e relacionamentos, estamos bem preparados para executar essa função."
O diretor-geral dos mercados emergentes da China, Ásia-Pacífico e América Latina da Netgear, Victor Baez, lembra que "o líder não pode ter uma postura colonizadora, porque essa atitude amedronta e causa desrespeito. Todo mundo sai perdendo."
O gerente regional para a América do Norte da Modulo, João Ambra, acrescenta que “o segredo é aproveitar as qualidades de cada indivíduo, independentemente da origem."
Então, segundo especialistas e experientes no assunto, resumindo os requisitos para o chefe expatriado seguir de bem com a carreira:
- Falar o idioma local. Por mais complicada que seja a nova língua, saber, ao menos, as principais saudações já ajuda a quebrar o gelo.
- Entender a cultura local, para não agredir e fazer exigências descabidas. O americano, por exemplo, não mistura vida pessoal e profissional. O indiano adora envolver a família...
- Respeitar prazos. Já falamos sobre isso aqui.
- Ouvir e incentivar a participação das lideranças locais.
- Não limitar o contato apenas ao e-mail. Fuso horário atrapalha, mas uma ligadinha sempre ajuda a matar aquela pulguinha.

Carmem Galbes
Imagem: SXC

Leve entrevista. Expatriação, festas de fim de ano e saudade.

Olá, Coexpat!
Árvore de natal, Papai Noel, presentes, panetone, peru, caça à vaga no estacionamento do shopping...é 2009 indo embora!
Preparada para as festas? Que delícia!
Mas tem expatriada que não consegue lidar bem com esse período. Saudade da família, dos amigos, do tempero, da comilança...
Para amenizar esse aperto que algumas sentem, nada como uma boa conversa.
A psicóloga Graziele Zwielewski, especialista em gestão internacional, fala sobre a angústia comum nessa época, lembra da importância de não deixar a peteca cair, principalmente em casa que tem filhos, e sugere algumas atitudes para fazer do fim do ano a festa que sempre foi.
Então prepare o espírito e aproveite o papo!

Leve - As festas de fim de ano podem ser uma fase ainda mais difícil, principalmente para as crianças acostumadas a viver as comemorações perto de tios, primos, avós...Como minimizar a saudade nesse período?
Graziele - Saudade pode doer mesmo em dias comuns, mas sem dúvida a intensidade aumenta em datas comemorativas. Talvez os adultos sofram mais com a distância do que as crianças, porque, até pouco tempo atrás, a chamada família estendida tinha forte influência na vida dos filhos, sobrinhos, netos, primos. Hoje essa presença - mesmo que os parentes vivam na mesma cidade - já não é tão constante. Além disso, a “cara” da família nuclear vem mudando. Por causa do divórcio, hoje é comum - não que seja mais, ou menos, dolorido - a criança ter de dividir a companhia das pessoas queridas, passar o natal com a mãe e o ano novo com o pai, por exemplo.
Mas voltando ao nosso tema, à família expatriada, saliento duas regrinhas básicas para diminuir a dor da distância nesse período de festas: comemorar sempre, não importa se entre muitas ou poucas pessoas, e cultivar amizades.
Se os pais vivem a distância dos parentes de forma negativa, se lamentando pela saudade e tristes, ensinarão aos filhos distorções sobre datas importantes. Assim, o natal - que é sinônimo de alegria e paz - será aprendido pelas crianças como uma data que traz sentimentos desconfortáveis.
Por outro lado, se os pais aproveitarem para se unir, para ensinar os valores do natal, e as diferentes formas de comemoração, encorajam a criança a enxergar o aspecto positivo desse dia e a criar, de forma saudável, a sua história com essa festa.
Vale lembrar que é de extrema importância para o desenvolvimento da criança que o vínculo familiar não seja rompido. E essa é uma tarefa que os pais tem de assumir com seriedade. A criança precisa saber das suas raízes e se sentir membro de uma família, independente dos laços sanguíneos.
A tecnologia permite o contato em praticamente qualquer lugar do mundo. Por que não rever fotos e reunir os queridos em frente ao computador para uma calorosa reunião online?

Leve - Qual a importância de se preservar as tradições familiares e culturais, mesmo à distância?
Graziele - A tradição é a raiz e a origem. Desvalorizar, ou não dar continuidade à cultura de origem, é tirar o significado da própria história.

Leve - A família expatriada deve dar mais atenção às tradições locais, à própria cultura ou deve buscar uma mistura das duas?
Graziele - Vamos esclarecer algo: é importante que os pais preservem em casa a cultura de origem, com seus gostos, cheiros, regras...porque esses são alguns dos alicerces no processo de construção moral e intelectual da criança. Porém forçar alguém a seguir costumes e valores de determinada nacionalidade quando se está inserido em outra tradição é querer viver fora de contexto.
Os pais precisam lembrar que eles já estão com caráter e personalidade formados, apesar de suscetíveis à mudanças, e que a criança, para ser aceita, precisa - muitas vezes - se comportar e “ser” como os amigos. Ela não gosta de se sentir diferente.
Resgatar as tradições de origem e, ao mesmo tempo, experimentar os costumes locais pode ser um ótimo exercício sobre como lidar - de forma saudável - com o que nos parece estranho. Isso abre horizontes, permite comparações e dá ao expatriado - seja lá de qual idade - a chance de quebrar preconceitos e de eleger as tradições que aprecia.
Isso me faz lembrar de um casal de amigos que vive com a filha de 5 anos em Portugal. A família faz questão de passar as festas de fim de ano com portugueses, comendo bacalhau e esperando o “pai natal”, enquanto os avós aguardam na webcam para desejar feliz natal. Esse tipo de atitude demonstra respeito pelas raízes da família e aceitação da cultura anfitriã, o que ajuda - e muito - na adaptação.

Leve - Em novembro a cena já é essa: presépios, presentes, papai Noel, árvore de Natal. Como entrar no clima em um ambiente em que o cenário de fim de ano não tem nada de natalino?
Graziele - O Brasil é predominantemente Cristão. As tradições natalinas - inclusive as comerciais - são muito arraigadas aqui. O clima de Natal é - sem dúvida - maravilhoso. Mas é interessante perceber que estar longe de tudo isso pode ser uma ótima oportunidade para lembrar que o natal não é vivido somente em frente às vitrines, luzes e decorações maravilhosas. O Natal é um resgate de valores que podem e devem ser repassados para as crianças dentro de casa, inseridos em uma cultura diferente ou não.

Leve - Como deve ser a conversa com as crianças sobre as diferentes tradições?
Graziele - Se pararmos para pensar, em todos os lugares encontramos pessoas diferentes, mesmo quando não enxergamos essas diferenças. Nordestinos são diferentes de paulistas, que são diferentes de gaúchos, que são diferentes de mineiros...
Quando estamos em um outro país o choque é, claro, maior. Não podemos desprezar o diferente onde o diferente somos nós... é preciso traduzir para nossas crianças o que está se passando. Mas nem sempre os pais conseguem lidar de forma tão assertiva. Viver e instalar-se em outro país não é fácil. Pode ser frustrante, estressante, dolorido... Na maioria dos casos o mal estar vem justamente da falta das nossas redes sociais. Uma alternativa para esses casos é procurar ajuda. A psicoterapia, por exemplo, pode favorecer a criação de um espaço para que os pais falem de suas frustrações, insatisfações, angústias...Trabalhando essas questões, pode-se entender melhor a realidade e, assim, colaborar para que a experiência intercultural dos filhos seja mais positiva.

Leve - Tem alguma indicação de leitura sobre o tema?
Graziele - E/Imigração - Sylvia De Biaggi, Ed. Casa do Psicólogo.Intercultura e Movimentos Sociais - R.M. Fleury, Ed. Movernup.
Pais presentes pais ausentes - Paula I. Gomide, Ed. Cia do Livro.

Expatriação na estante. Expatriado.

Olá, Coexpat!
Hoje na estante: Expatriado - O que você e sua família precisam saber e ninguém vai contar, editora AllPrint.
Com uma década de expatriação na bagagem, a autora Sofia Karr reúne em 104 páginas dicas que ela foi colecionando ao longo da própria experiência no exterior.
Agora ela conta um pouco mais sobre a vida lá longe e o motivo de ter colocado uma boa parte dessa história no papel.
Se tiver uma dica de leitura, divida com a gente: expatriadas@hotmail.com

Leve - Quando foi expatriada pela primeira vez?
Sofia - Fui (fomos, eu e meu marido) expatriada pela primeira vez no ano 2000, para Buenos Aires, Argentina. Depois moramos em Caracas, Panamá e Áustria. Antes do ano 2000 estudei e morei por um ano em Coimbra, Portugal.

Leve - Como foi a decisão? Qual era o contexto?
Sofia - Foi uma decisão muito rápida, pois ele recebeu a proposta de ir morar no exterior poucos meses antes de nosso casamento. Casamos e viajamos no dia seguinte para morar na Argentina. Ainda não tínhamos filhos, o que facilitou o deslocamento no tempo determinado pela companhia. Sou publicitária com especialização em Marketing, mas trabalhava com moda. Na época tinha 23 anos. Os brasileiros eram recebidos de forma quase sempre amistosa e a comunidade brasileira na época era grande, devido ao êxito do Mercosul que levou muitas companhias brasileiras para o país.

Leve - O que foi mais difícil?
Sofia - O choque cultural sempre é o mais complicado.

Leve - Quais foram as principais marcas da expatriação em você e em sua família?
Sofia - A multiculturalidade, que chamo de "inteligência cultural" no meu livro, e a possibilidade de vivenciar fatos marcantes e recentes da história mundial in loco.

Leve - Quando decidiu colocar tudo em um livro?
Sofia - Quando percebi que os familiares que acompanhavam os executivos expatriados tinham as mesmas dificuldades que eu e não encontravam apoio, nem mesmo um livro ou folheto/apostila de referência à família expatriada.

Leve - Que tipos de dicas o livro traz?
Sofia - Traz um calendário das ações que precisam ser tomadas antes da expatriação ou repatriação (reserva de escola, vacinas, vistoria de apartamento, documentação, contratação da mudança e seus tipos de seguros etc); O que é Choque Cultural e como superá-lo; Criando filhos no exterior (dicas de como escolher escola, alfabetização, médicos, educação bilingue etc).

Leve - Na sua opinião, as empresas brasileiras estão preparadas para expatriar, dão o apoio adequado à família?
Sofia - Algumas, principalmente as que já estão no mercado externo há muito tempo, entenderam que - para que os executivos(as) sejam tão produtivos quanto no Brasil - as famílias devem se sentir felizes e acolhidas e não queiram retornar, já que os custos da expatriação são altos.

Leve - Com uma década de experiência prática em expatriação, na sua opinião, quais características o expatriado deve ter para ser feliz (em seu conceito mais amplo) no exterior?
Sofia - Acredito que deva ter otimismo acima de tudo, capacidade de superar obstáculos, transformar experiências negativas em um aprendizado importante, ter "jogo de cintura", capacidade de adaptação, paciência - mas muita paciência mesmo - para estar sempre recomeçando e aprendendo, e bom humor.

Leve - Recomenda uma experiência em outro país?
Sofia - Recomendo, acho que todos que tiverem a oportunidade deveriam ir.

Leve - Como está a sua vida hoje? Quais foram as principais mudanças? Onde vive? Há nova chance de expatriação?
Sofia - Atualmente estou em Salvador, na Bahia, passando pela fase de "aclimatação", depois do período no exterior. Acho que todos os expatriados voltam com um olhar mais crítico sobre tudo, mas também com a sensação que nosso país é a nossa verdadeira casa, apesar de sermos cidadãos do mundo. Sempre podem surgir convites para expatriação, já houve até mesmo um convite, mas hoje, queremos que nossa filha vivencie um pouco da cultura de seu país e conviva mais com os avós e as nossas famílias.

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...