Expatriação, homem das cavernas e adaptação.

Olá, Coexpat!
Eu sempre reflito sobre o processo de adaptação "longe de casa".
Por que para algumas pessoas é mais fácil do que para outras?
Dias desses foi a biologia que inseriu mais peças para ajudar a montar meu quebra-cabeça cultural.
Eis que por algum motivo - que já não me lembro qual diante de tanto conteúdo que pipoca pra gente o dia todo - que surge o tema Neandertal.
Por que ele desapareceu se era considerado mais forte que o Homo Sapiens?
Existem várias teorias para explicar o desaparecimento, uma delas diz que o homem das cavernas sucumbiu porque tinha menos capacidade de aprender que o Homo Sapiens.
Eita!
Aprendizado = adaptação ao novo?
Só isso?!
Seria se não fosse por um "ops":
Pesquisas recentes já detectaram traços do DNA de Neandertais em Homo Sapiens o que indica que os Neandertais e os Homo Sapiens teriam se relacionado.
Claro que fiquei tentada em atribuir aos genes a capacidade de adaptação:
Menos capacidade de adaptação ➡️  Maior presença de genes de Neardertais no organismo.
Ah...se fosse simples assim:
Tipos de genes =  adaptação mais rápida ou mais lenta.
Pensando bem, ainda bem que não é. Se fosse genético, estaríamos condenados à uma situação...
O fato é que isso me levou a buscar uma fórmula para a adaptação.
Eu tentei sintetizar, mas olha como ficou a minha equação da adaptação:
Saúde física + espiritualidade equilibrada + disposição em aprender + aprender + praticar + corrigir erros + autoestima + coragem + leveza + bom humor + suporte da comunidade = adaptação.
E a sua fórmula para a adaptação, qual seria?

Carmem Galbes

Expatriação ou expatraição?

Olá, Coexpat!
É uma coisa muito engraçada. 
Toda vez que escrevo a palavra expatriação, meus dedos se perdem no teclado e acaba saindo expaTRAIÇÃO.
Ato falho?
Ai...santo Freud!
Mas é de se pensar...
Estamos em um processo de expatrIAção ou expatrAIção?
A resposta é pessoal e intransferível.
Sabe o que pode ser mais libertador - ou dolorido - dependendo do ponto de vista?
Só depende da gente posicionar essas letrinhas!
O que você tem feito para não se trair nesse processo de apoiar a carreira do seu parceiro em outra cidade, outro país?
Carmem Galbes

Fragmentos da rotina do cônjuge expatriado...

Olá, Coexpat!
O clima mudou, o cabeleireiro ficou no Brasil: cabelo sem corte, mal tratado... Depilação - antes sempre em dia - agora sempre por fazer... Manicure acessível é "privilégio" de brasileiras: vergonha das mãos, com unhas lascadas e cutículas gritando... E tem as atividades da casa que frustram... E a energia vai baixando... E tem a carreira pausada... Qual será o motivo de tanto desânimo e cansaço? Não sei...o exame de sangue está impedido pelo medo de abrir a boca em outro idioma... E tem o jeito mais distante do pessoal da escola das crianças... E tem a ausência do cafezinho com os colegas, do bate-papo tête à tête com as amigas, do futebol com os amigos, da sopa na casa da mãe, da ajuda da "secretária do lar"... E tem o marido tão ausente, a esposa tão distante com as novas funções na empresa... Frescura? Imaturidade? Despreparo? Dê o nome que quiser. Fato é que tudo isso aí de cima pode arrebentar com uma expatriação tão cara para a empresa. O que fazer, então? Trabalhar com a perspectiva de que a expatriação é um processo em família, portanto todos os envolvidos são profundamente afetados pela mudança, já é um bom começo.
Valorizar o papel de todos os envolvidos é um tremendo passo.
Incluir no processo todos os envolvidos é estratégico.
Reconhecer o esforço e entender as dores de quem está "longe de casa" é humano.

Carmem Galbes

Mudança de endereço e o cuidado com os novos vizinhos.

Olá, Coexpat!
Como você quer que seja a sua vizinhança nessa nova cidade, nessa expatriação?
Que tenha escola que atenda seus valores, segurança, mercado, lazer...?
Nisso os profissionais de relocation são craques em localizar!
Como você quer que os seus vizinhos sejam?
Educados, amáveis, gentis, solícitos?
Isso depende de como você chega ao novo endereço.
Mudança é um caos: atrapalha o fluxo do trânsito, dos elevadores, emperra os corredores, rompe com a paz...
Então apresentar-se antes da chegada do caminhão, desculpar-se e colocar-se a disposição para incomodar o mínimo possível mostra mais que educação e preparo intercultural. Mostra que você se importa com o outro e isso vale ouro!
Meus pais me ensinaram também  a levar comigo lembrancinhas do Brasil para presentear, incrível como isso abre sorrisos, portas e corações.
Como chegar aos vizinhos? Pode ser acessando o síndico, a administradora, pode ser batendo na porta, por bilhete na caixa de correios, embaixo da porta. É preciso estudar a cultura local. Mas a ideia básica é preparar a vizinhança para o incômodo que você vai causar. Isso é uma boa semente para o início de uma relação, no mínimo, respeitosa.
Mudar de endereço é mais que ir de um local para o outro, é fincar a sua bandeira - da forma mais positiva possível - em um novo território!
Carmem Galbes

Expatriação e sinônimos, quando só uma hashtag explica!

Olá, Coexpat!
Expatriação! 
Toda vez que esse conjunto de letras e sons vibra na minha mente, um monte de palavras-chaves pipoca nos meus olhos e ouvidos.
Acho palavras-chaves incríveis, elas abrangem e resumem ao mesmo tempo. Explicam e abrem possibilidades.
Ótimo, porque expatriação é mais do que sair do nosso local de origem, é mais do que cruzar uma fronteira. Expatriação é mais do que ser transferido pela empresa para um outro país, é mais do que receber um pacote de benefícios, mais do que apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar. 
Expatriação é sobre:

  • Mudar.
  • Aprender.
  • Permitir.
  • Experimentar.
  • Ousar.
  • Avançar.
  • Virar.
  • Desafiar.
  • Empreender.
  • Assumir.
  • Abraçar.
  • Romper.
  • Gerar.
  • Construir.
  • Demolir.
  • Apoiar.
  • Fazer.
  • Lançar.
  • Inventar.
  • Reinventar.
  • Questionar.
  • Responder.
  • Renascer.
  • Amar.
  • Evoluir.
Sinuoso assim...sem ordem assim...sem lógica assim...
E tem muitas outras palavras-chaves que agregam significado à expatriação. Tudo depende do repertório e da disposição de cada expatriada, de cada expatriado ao viver essa experirência.
Que sua vida em outra cidade, outro país, longe do conhecido seja pautada por muitas e muitas hashtags!
Carmem Galbes

Expatriação e a arte de aceitar o presente como um presente!

Olá, Coexpat!
É um passo que se dá.
É apenas uma decisão.
Uma única escolha e toda uma história pode mudar.
Outro dia assisti a um filme, sou péssima para indicar porque sempre me esqueço dos nomes...enfim - o enredo era mais ou menos assim: uma criança morre...muitos anos depois uma família - pai, mãe e filha - vai morar na casa que essa criança vivia. A mãe - de alguma forma - consegue viajar no tempo e contactar essa criança em vida. Ela consegue evitar a morte do garoto, mas isso muda toda a história da vida dela e de outras pessoas. Ela age certa de que fazia um bem. Mas nessa mudança ela perde seu maior tesouro: a própria filha. 
A história se desenvolve e tem um final feliz. 
Dei o spoiler para não perder a sua atenção com o fim do filme. 
O que quero mesmo é jogar luz sobre o que chamo de comparação cruel, uma postura muito comum entre parceiras e parceiros de profissionais transferidos: "a...se eu tivesse feito outra escolha...a...se eu não tivesse topado apoiar a carreira de outra pessoa...a...se eu não tivesse deixado o Brasil, a minha cidade, o meu emprego...a minha vida seria beeeem melhor do que é."
Seria mesmo?
Dois pontos:
Chegou o convite para a expatriação, sua vida mudará para sempre, aceitando ou não a proposta. Vez ou outra você - ou seu parceiro ou sua parceira -  irá fazer o exercício do "e se..." e isso pode ser bem angustiante, além de ter alta capacidade para ferir e provocar ressentimentos.
Sobre a comparação com o passado: o que a sua vida era é realmente o que era ou passou a ser uma criação bem florida da sua imaginação a partir da dor e do desconforto que você sente hoje?
Estudos mostram que memória não é memória de fato, mas uma versão, uma interpretação do passado a partir das emoções que sentimos ontem e hoje.
Essa abordagem que faço, essa provocação é mais para propor uma reflexão sobre as expectativas que você cria com relação ao novo endereço, à nova vida a partir de um passado que pode não ter sido assim tão maravilhoso como hoje você pinta.
Não estou duvidando da sua história, não é isso.
Também não tenho a loucura de acreditar que o passado não nos influencia, nem proponho que você tenha que amar logo de cara essa nova vida longe de tudo o que é conhecido.
Só penso que deixar o passado um pouco em seu devido lugar, reduz comparações, expectativas, cobranças e abre  espaço para as experiências do agora.
Taí um exercício bem legal: como seria sua vida hoje se você deixasse de viver no passado e se mudasse de vez para o presente?

Carmem Galbes

Sobre estar "em casa" quando se mora longe...

Olá, Coexpat!
Bolo de laranja. 
Comilança!
Conversa boa, nada se joga fora!
Tem riso leve, escrachado, debochado, gargalhada.
Pausa para o café.
Conversa séria, às vezes lágrima, às vezes raiva...
Pausa para pizza. Tem vinho, cervejinha gelada, riso fácil.
Corre contra o tic-tac. Angústia de doer!
Só não dói mais porque tem mais papo e comida boa na outra casa.
Suor para dosar o tempo e diminuir a saudade de todos.
Nem todo mundo entende a matemática e a ginástica de quem mora longe...
Visitar a família é coisa que se deseja e se planeja muito. Tem muita saudade e pouco relógio...
É tanto pra falar e pra ouvir que o bolo quase fica de lado.
Mas bolo é delícia, é carinho e aconchego que não se despreza. O que se ignora mesmo são os quilinhos que se ganha...
Quem mora "longe de casa" volta pra casa em que mora hoje sempre com excesso: de peso, de bagagem, de saudade, de causos, de dúvida, de certezas e de vontade de fazer tudo de novo!
E que venham o próximo feriadão, as próximas férias!


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...