Guia Leve de Mudança - parte 2.

Enfim foi definida a data! Você já tomou algumas providências, como as sugeridas na parte 1 do Guia Leve de Mudança.
Agora, o que fazer quando a data é marcada?

  As semanas antes da mudança.

1 - Pendências.
Verifique se já tem encaminhamento para o que andou organizando.
Já pegou todos os documentos que precisa na escola das crianças?
Definiu como as correspondências que chegarem serão tratadas?
Tem alguma peça em costureira, lavanderia, sapataria?
Em caso de imóvel alugado, a documentação está em ordem e a data para a entrega da chave está marcada?
Precisa pegar algum remédio ou receita?
O local onde vão ficar assim que chegarem no novo endereço já está definido? Se for hotel, a reserva está ok?
Se for levar o bichinho de estimação, a documentação dele está em dia?
Combine uma limpeza com uma faxineira ou sua empregada. Pode ser que ela tenha que ir limpando enquanto a mudança vai saindo. Se ainda for ficar na cidade, marque para o dia seguinte.
Já está tudo certo no local onde vão ficar na nova cidade?

2 - Roupas e acessórios.
Avalie quanto tempo elas demoram para secar na sua casa. Não dá para correr o risco de embalar alguma coisa úmida. 
Separe as roupas e sapatos que todos vão usar no dia da viagem.
Em caso de criança pequena, já deixe pronta a bagagem de mão, com troca de roupa, lenço umedecido, agasalho, brinquedos (principalmente se a viagem for longa), lanchinhos ou guloseimas, remédios, mamadeira, leite em pó, fralda, creme para assadura - se for o caso.
Comece a fazer as malas. Já dá para guardar o que você não vai usar nos próximos dias. Vai precisar das roupas de festa, das mais sociais, de sapato de salto?
Você vai levar todas as roupas na mala ou vai mandar alguma na mudança? Lembre-se que as caixas podem demorar meses para chegar. Se não quiser colocar tudo na mala -  avalie bem o que não vai levar com você. O que facilita levar o máximo que pode nas malas, é que você já consegue ir organizando os armários enquanto a avalanche de caixas não chega. O problema é ter que administrar o excesso de bagagem. Isso dá trabalho e custa caro.
Guarde joias e relógios. Há embalagens compactas para isso, perfeitas para que você leve o que for de valor na bagagem de mão. Se você não pretende levar tudo, aproveite para já deixar essas peças no local onde ficarão aguardadas.
Coloque na mala também um jogo de roupa de cama e toalhas. Ninguém vai querer ficar revirando caixa para encontrar lençol no dia em que a cama chegar, né?
Em caso de criança, vai ser preciso colocar os brinquedos, pelo menos os preferidos, na mala. Se não couberem, uma dica é comprar alguma coisa chegando lá para marcar a nova fase.
Necessaire: seja prática. Não se preocupe com os produtos que podem ser comprados no novo endereço: shampoo, condicionador, sabonete...Mas não se esqueça dos produtos que você não vive sem e que você pode ter dificuldade de comprar logo que chegar lá, caso de cremes, remédios, perfumes...

3 - Documentos.
Separe em uma pasta que caiba na bagagem de mão:
Passagem;
Passaporte;
Endereço do local onde vão ficar hospedados;
Contato, com celular, de um funcionário local - que possa ajudar em caso de algum contratempo na imigração.
Cartão de crédito e dinheiro;
Carteira de Habilitação;
Carteira de vacinação, para os países que exigem certas vacinas;
Registro de nascimento;
Diplomas, histórico escolar e documento de transferência.
Cartas de apresentação, se for o caso.
Para evitar perda, recomendo levar com você também os documentos que você só usa no Brasil: CPF, RG, Carteira de Trabalho.

4 - Encaixotando a mudança.
Se uma equipe de mudança foi contratada, deixe o trabalho para eles. Não use seu precioso tempo nem sua disposição para ficar embalando o que vai ser transportado. Confie. Eles são preparados - pelo menos é o que se espera - para preservar as suas coisas.
O que você pode é acompanhar a embalagem para saber o que está em cada caixa. A própria equipe de mudança faz as anotações do que tem na caixa. Mas se for o caso, você pode detalhar mais alguma coisa. Às vezes, não basta estar escrito "roupa de cama". Ajuda se estiver "roupa de cama do quarto da Maria. Sapatos do Joãozinho..."
Pode acontecer de a equipe de mudança passar uns dias na sua casa, se muita coisa tiver que ser embalada. Então, incremente o estoque de água e combine com sua ajudante, com parentes ou amigos para te dar uma força. Você vai ter que almoçar, pode acontecer de ter que levar os filhos na escola...O bom é ter sempre alguém em casa acompanhando o movimento.

5 - O dia M de mudança!
O dia da retirada dos móveis tende a ser crítico. É peça que não passa na porta, uma coisa ou outra que pode quebrar, vizinho fazendo cara feia para elevador preso, gente passando de um lado para o outro.
Minha dica: no dia anterior solicite que o sindico deixe um aviso no elevador informando sobre a mudança. Durma cedo (sei que isso é quase impossível). Acorde com tempo suficiente para um bom banho e um café da manhã reforçado. Respire fundo: isso vai passar. No fim do dia tudo vai estar vazio! 
Cheque os armários antes da equipe de mudança sair. Já esqueceram uma caixa na minha casa com todos os potes plásticos.
Agora tente descansar e se preparar para a viagem!

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Carmem Galbes

Leia também:


Guia Leve de Mudança - parte 1.

Cinco mudanças em 10 anos. A prática + os estudos em organização de espaços e ambientes são a base do Guia Leve de Mudanças que apresento para vocês agora. 
Para fazer o guia, estou levando em conta que a companhia em que você ou seu marido trabalha vai contratar a empresa de mudança, um coisa a menos para você ter de correr atrás.  Também imagino que a empresa que está te transferindo cuidará da burocracia como visto, documentação, seguro saúde...
Então vamos lá:

Guia Leve de Mudança - parte de 1 de 5: Antes da mudança.
O intervalo entre a negociação da transferência e a mudança de fato pode durar meses. Esse período pode ser bem desconfortável: cheio de expectativa, ansiedade, fantasia, medo. Então, aproveite o tempo para ocupar a cabeça e o corpo, porque você vai ter que trabalhar, e muito!

1 - Imóvel.
Se próprio, vai vender ou alugar? Está por dentro de preços? Vai deixar em imobiliária ou vai cuidar de tudo? Vai vender/alugar com ou sem móveis? Se for deixar a casa fechada, alguém fará alguma manutenção em jardim e piscina, por exemplo?
Se a casa é alugada, atente para o prazo de comunicação de saída. Vale lembrar que, pela lei do inquilinato, como está sendo transferido pelo trabalho, você não precisa pagar multa caso deixe o imóvel antes de o contrato terminar
Se morar em prédio, veja em quais dias a mudança pode ser retirada. Tem condomínio que só autoriza durante a semana, outros só aos sábados...

2 - Garagem.
Você vai levar o carro? Se for vender, como vai fazer: anunciar ou deixar em uma concessionária? Já sabe quanto pedir? Os documentos estão em ordem para venda?
E as bicicletas?

3 - Escola.
Peça na escola das crianças o histórico escolar e a transferência. Já verifique procedimento e prazo para encerramento da matrícula. Faça o mesmo na escola de idiomas, artes, balé, natação...

4 - Trabalho.
Se você não foi o motivo da transferência, já é a hora de comunicar a saída? Como fará isso?

5 - Saúde.
Há exame médico pendente para alguém? 
Aproveite para colocar em dia consulta com pediatra, ginecologista, cardiologista, oftalmologista, dentista...
Será necessário comprar algum medicamento, pedir alguma receita para a viagem, fazer óculos novos?

6 - Empregados.
Tem empregada? Vai demitir? Faça as contas: aviso prévio, férias, décimo terceiro...

7 - Animal de estimação.
O que vai fazer com o bichinho? O gatinho e o cachorro podem ir junto, mas e o peixinho, a tartaruguinha...? Vai doar? Para quem?
Voltando ao gato e cachorro, é preciso correr atrás da documentação para a viagem, caso seja para o exterior. 

8 - Contas e correspondência.
Verifique o prazo para desligamento de tv à cabo, internet e telefone.
O que vai fazer com os celulares?
Se vai deixar a casa fechada, vai pedir desligamento de gás e energia?  Há serviços que não precisam ser desligados, podem ser suspensos com o pagamento de uma taxa mínima - o que pode evitar mais trabalho na hora do retorno.
Sobre correspondência de banco e cartão de crédito, você vai mudar o endereço de destinatário? Quem irá receber por você?
Seria o caso de colocar ou tirar alguma conta do débito automático?
Seria possível falar com o síndico, um vizinho ou parente sobre as cartas que chegarem? Alguém poderia guardá-las para você pegar depois ou elas poderiam ser reenviadas?

9 - Guarda-roupa.
Faça um inventário do armário. Tire tudo que não usa: roupa grande, apertada e-ou que não combina mais com seu estilo; peças velhas, estragadas. Isso vale também para roupa íntima, acessórios e sapatos. Veja se algum item precisa de lavanderia, sapataria. Leve tudo limpinho e em ordem.
Pense no lugar para onde está indo. O clima vai permitir que você aproveite o atual guarda-roupa? Avalie se você vai usar todos seus casacos. Em um lugar frio, cachecol nunca é demais. Mas em uma região quente, eles podem acabar estragando de tanto ficar no armário. Lógico que não estou falando para você doar todas as suas peças de inverno, nem dar fim ao seu casaco-sonho-de-consumo. Só estou sugerindo aproveitar a chance de liberar espaço e facilitar a arrumação no novo endereço.
Pense também na cultura do lugar para onde você e sua família estão sendo transferidos. Avalie se, no novo endereço, blusa tomara que caia, minissaia, miniblusa, super decotes, fendas e coisas do tipo não irão te constranger. Mais uma vez, não estou dizendo para dar fim a tudo, só sugiro ficar com aquilo que realmente vale a pena. Guardar por guardar, nesse momento, só irá te dar mais trabalho.

10 - Eletrodomésticos.
Verifique a voltagem do lugar de destino. Se for diferente, você vai comprar transformadores ou equipamentos novos? O que vai fazer com os eletros que já tem? Se for doar, pense em um lugar que retire as peças, normalmente é preciso fazer agendamento. Se for vender, como vai fazer isso e quanto vai pedir?
Importante lembrar que em alguns países, como Estados Unidos, geladeira, fogão, lavalouça e micro-ondas fazem parte da casa, você não precisar ter os seus por lá.

11 - Móveis e decoração.
Irão na mudança?
Se forem ficar, vão ser guardados onde: depósito, casa de alguém ou na sua própria casa?
Se forem para casa de alguém, você vai contratar empresa para fazer embalagem e transporte? Você mesma vai embalar tudo? Você deve precisar de caixas e plástico bolha para os itens frágeis - como taças - e um carreto.
Se sua casa for ficar montada, alguma coisa vai precisar de embalagem ou cuidado especial para não estragar com o tempo? Geladeira desligada por muito tempo, geralmente, dá problema depois.
Compensa levar roupa de cama e mesa? Você já sabe se irá servir na nova casa?
Os quadros ficarão? Como serão guardados?
O que fará com as plantas?

12 - Papelada.
Quais papéis, documentos, contas podem ser descartados? Pense em pastas arquivo - tipo plásticas - para o que precisa ser guardado.

13 - Livros.
Quais serão levados? Onde serão guardados os que podem ficar? As doações irão para onde?

14 - Cortinas e tapetes.
Seria o caso mesmo de irem na mudança? Você já sabe se as cortinas e os tapetes vão servir onde vão morar ou o endereço ainda será definido? Se forem ficar guardados, já seria o caso de lavá-los?

15 - Cozinha.
É hora da faxina nos utensílios. Faça uma limpa nos mil potes plásticos. 
Vocês estão de partida. Nada de estoque. Vá consumindo a reserva do freezer para não ter que jogar comida fora. 

16 - Brinquedos.
Aproveite para doar o que as crianças não brincam mais e para jogar o que está quebrado.
Organize em caixas plásticas. Separe caixas para bloquinhos de madeira, para quebra-cabeça, carrinhos, material de pintura. Não transporte nada solto. Ajuda muito na arrumação.

17 - Transporte.
No começo, como vocês vão se locomover no novo endereço? A ideia é alugar um carro? Se for, já pesquisem o modelo que vocês querem e deixem reservado na locadora.

18 - Outras providências.
Onde vocês vão dormir depois que a mudança sair, na casa de alguém ou vão ter que reservar o hotel? Lembre-se de ser um lugar fácil de chegar, já que vão estar cheios de bagagem.
Será preciso marcar um táxi  ou um transporte maior, por causa das malas?
Onde vão se hospedar assim que chegarem ao novo endereço: hotel, flat, apartamento mobiliado, casa de conhecido?

18 - Coração.
Deixei para o fim o que considero um dos pontos mais importantes: a despedida dos colegas, amigos e parentes. Reserve tempo para dar aquele abraço forte. Com a chegada da data da mudança, tudo fica mais corrido, então não deixe para a última hora. Vá organizando encontros aos poucos. Seja em casa, num restaurante, um cafezinho. Esses "encontros para dizer tchau" são muito importantes, é como um ritual de passagem, marcam uma mudança de vida, te dão aconchego e coragem para encarar a nova fase.

Eu procurei ser abrangente, mas claro que cada casa tem seu funcionamento.

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Carmem Galbes

Leia também:
Guia Leve de Mudança - parte 2: os dias antes da mudança. 
Guia Leve de Mudança - parte 3: encontrando a nova casa.
Guia Leve de Mudança - parte 4 : enquanto os móveis não chegam.
Guia Leve de Mudança - parte 5: a chegada dos móveis.

Fato: a família é quem aceita ou não a expatriação.

Empresas brasileiras estariam planejando fazer com que os expatriados assumam algumas contas no exterior que, tradicionalmente, compõem o pacote de benefícios, caso do aluguel de casa e mensalidade escolar.  A justificativa: esse tipo de gasto é muito alto. A constatação é da consultoria EY. A informação é da jornalista Maria Cristina Frias, da Folha.
Ok, os gastos são altos e alguns cálculos apontam que um expatriado pode custar até 3 vezes mais que um funcionário local.
Mas por que mesmo a empresa oferece um pacote de benefícios ao propor uma transferência?
Porque convencer alguém a mudar de vida não é fácil. Podem falar que vão cortar ajuda de custo, a questão é manter a mobilidade atrativa. Agora se vai ser pagando isso ou aquilo, aumentando o salário ou dando um abraço, aí vai mesmo do perfil de cada empresa.
Eu fico aqui pensando...se o mundo corporativo olhasse um pouco melhor para as motivações pessoais, talvez fosse possível aliar economia com satisfação do expatriado.
É que um outro levantamento - dessa vez da Cartus Relocation - aponta que antes de qualquer benefício, para a maioria dos profissionais - 40%  - a ideia de que a família vai ser feliz no novo endereço é o que mais pesa na hora de aceitar uma transferência, seja dentro ou para fora do país.
De cada 10 entrevistados, apenas 2 consideram o impacto no salário como o fator mais importante na hora da decisão.
Então, em se tratando de mobilidade profissional, a conversa não pode se resumir à casa, comida e roupa lavada.
Ok, você quer uma orientação mais prática: como convencer o profissional e - principalmente - a esposa - ou o marido - e os filhos a aceitarem a expatriação?
Respondo com outra pergunta: O que seria de fato importante para aquela família, naquele momento?
Tem família que precisa só de uma orientação sobre possibilidades numa nova cidade, tem outras que precisam mesmo que se pegue na mão. Tem gente que requer apoio psicológico. Na maioria dos casos, na minha opinião, um processo de coaching para a esposa que acompanha o profissional transferido traz impacto positivo para toda a família.
A questão é que os pacotes de benefícios são no atacado, e mobilidade é varejo, mais que isso, é butique. Exige tratamento exclusivo, não só porque se está investindo alto num funcionário que - se tudo der certo - quando transferido, vai dar um alto retorno também, é porque uma transferência mexe profundamente com um grupo de seres humanos, inclusive com aqueles que ficam.
É...como muita coisa na vida, transferência de profissional dá trabalho. É...não dá para o RH cuidar de tudo...É pessoal, dói dizer, mas, nesse caso, apenas dinheiro não é suficiente. Seria fácil se fosse tão simples assim... 
Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br

Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer.
Carmem Galbes

Expatriação e o namoro antes do sim.

Se você chegou até aqui em busca de alguma luz que ajude a decidir por um convite de expatriação, a matéria da Revista Exame "Sete pontos para avaliar antes de aceitar um emprego no exterior" traz pontos bem interessantes a serem pesados. 
Basicamente, o especialista no tema, o professor do ISE  - Fernando Bagnoli - orienta o profissional a avaliar se os benefícios compensam a saída do Brasil; se você e a empresa estão afinados no motivo da transferência; e se você e a família estão realmente prontos para tamanha mudança de vida.
Eu achei  a matéria bem útil, mas é um banho de água fria!
A turma que está com barriga gelada e olhos brilhando por causa dessa oportunidade quer mais é  ter o visto de trabalho e partir. Só que eu também sou defensora do pensar-bem-até-cansar-sobre-o-assunto. Isso é fundamental para essa experiência ter chance de ser bem sucedida.
Mas e se você pensou, pesou, pesquisou e decidiu dizer não?
Bom, esse não foi um ponto abordado na matéria: o que vai acontecer se você recusar uma proposta dessas?
Sim,  porque o professor pode até ter dito que "expatriação não é garantia de carreira", mas quando uma empresa decide mandar um profissional pra lá da fronteira é porque acredita que ele vai dar bons resultados.
Então, dizer não - mesmo que justificado - também pode frustrar quem apostou em você e prejudicar sua trajetória profissional.
O que fazer então?
Não sei. Vou tentar perguntar para o professor.
Por enquanto, uma saída é ir ticando prós e contras e pesquisar livros, cursos, coaches, psicólogos, colegas, amigos...tudo, mas tudo mesmo que possa ajudar a te preparar para essa vivência.
Boa sorte!
Para ler a matéria da revista Exame, clique aqui.
Para mais textos no blog sobre expatriação e benefícios, clique aqui e aqui.
Se você precisa de um apoio mais de perto para decidir se a família aceita ou não o convite, fale comigo! Sei como ajudar!
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Carmem Galbes

Hoje o óbvio: mudar cansa!

Depois de 4 anos na mesma casa...e lá vem mais uma mudança de endereço para virar a gente do avesso.
Não é só o fato de ter que lidar com a arrumação do que é importante e com o destino de tanta coisa. Acho que o urrrg de todo o processo é ter que estabelecer novos referenciais.
Só pra você ter uma ideia, tô há um mês morando aqui no Recife, mas ainda não achei um lugar pra comprar filé de peito de frango. Isso pode até parecer pequeno, ridículo diante da importância do acontecimento "a mudança"- mas que não encontrar o bendito filé, cortadinho, limpinho, bonitinho como comprava no Rio causa um desamparo danado, ah isso causa. Tá, tá bom, tô dramática, nem rodei meia dúzia de lugares pra achar a tal da carne, enfim...caixas cheias e quadros no chão me deixam meio reclamona, de má vontade, acho que é o cansaço.
Mas voltando aos referencias, se filé fosse o pior da história, tudo bem. A questão é que, além de ter que criar um "mapa de voo" por causa do novo endereço, quem muda por causa de uma transferência profissional - geralmente - encara isso sem ajuda. A família está longe, os amigos também e contato com vizinho ainda é evento pra dias mais calmos.
E a diarista de anos que não muda junto? Então, além de organizar as coisas, de ficar esperando o cara da internet - que não aparece - de brincar com o filhote - porque ele está de férias e você não iria querer que ele odiasse a nova casa se a mãe passasse o dia arrancando os próprios cabelos, você tem que limpar. É isso, tem que faxinar mesmo, varrer, lavar privada, esfregar roupa, passar... 
Tá bom, eu sei, essa é a realidade da maioria da mulherada: trabalha pacas fora de casa e horrores dentro dela. Mas gente, ninguém merece.
Certo é que a experiência - com as minhas próprias mudanças e com as mudanças das minhas coachees - me ensinaram muito. O aprendizado mais valioso: respeitar o tempo de aterrissagem! Como um processo para pousar um avião com segurança, é preciso ter um método para lidar com a mudança sem que haja mortos e feridos.
Não conhece nenhuma forma de deixar o seu pouso mais suave? Vamos conversar que eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes

Quem sou? De onde eu vim? Pra onde eu vou? Essa eu sei: eu vou me mudar!

Não sei se você já teve a grande experiência de tentar sair de um mar bravo.
Você se posiciona estrategicamente fora da arrebentação. 
Vem uma onda atrás da outra. E você vai superando cada uma com muita classe. Em umas ondas você mergulha, em outras boia.
Você fica ali, só no balanço, até que surge uma marola. Aí você nada, nada, finca o pé na areia e sai: ereta, dourada, segura. A cena é linda, quase em câmera lenta. 
É você e o mar. 
É...você pode até ser sereia, mas o mar é poderoso: de repente, você já quase fora d'água e...chuaaaaaá! Minha amiga, que pancada. Eita onda traiçoeira. É parte de cima do biquini pra baixo, parte de baixo pro lado, pernas pro alto, língua pra fora.
Pois é assim que estou me sentindo: como se tivesse acabado de levar um baita caldo.
Depois de quatro anos em uma mesma cidade, mesma casa, estava me preparando para sair linda, leve e solta do mar e...chuaaaaá, lá vem outra mudança!
Não que eu não goste. Aliás, mudança está no meu DNA, me reinventei profissionalmente a partir das mudanças de endereço.
Mas, mesmo trabalhando com o tema, estudando  muito o assunto, você sabe, mudar é desestruturante.
Não é só o fato de organizar as "coisas", fechar contratos, lidar com despedidas e encarar as lembranças esvaziando os cantos mais esquecidos do guarda-roupa. É ter que fazer tudo isso e começar tudo de novo, em um novo lugar. É ter que levantar depois do caldo, e - ao mesmo tempo - ter que lidar com o vexame, com a água no nariz, com a areia sabe-se lá onde e por aí vai.
Eu - sinceramente - não vejo um lado bom de levar um capote à beira mar, a não ser o fato de fazer você pensar bem antes de encarar um marzão de novo. Mas consigo ver - sim - "apesar do caldo", vários pontos positivos quando a vida está embalada por uma mudança, especialmente quando ela é motivada por uma transferência profissional. 
Não consegue ver potencial na sua mudança? Não consegue identificar esses pontos positivos dos quais eu falei? Vamos conversar, eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes

Leve entrevista: Adaptação cultural e choque de identidade.





Era pra você estar feliz, já que estão em outro país, com upgrade no salário, usufruindo de benefícios.
Era pra você estar animada, mas nem a possibilidade de comprar a um preço nunca-antes-visto-na-história-da-sua-vida te faz abrir a porta.
Era pra você estar bem, afinal  tem a chance de fazer mil coisas que nunca teve tempo. Mas você está um caco...Pior, se sentindo horrível por se sentir assim.
Caaaalma. Você não está louca e é normal passar por isso quando se está em um ambiente desconhecido. Você vai entender mais adiante.
A conversa hoje é com uma especialista em mobilidade que nos apresenta um termo novo: a psicologia da expatriação.
Heloisa Yoshida - psicóloga, coach intercultural e sócia-diretora da Sistêmica Consultoria em RH – diz que ninguém passa imune a uma mudança de endereço - seja pra perto ou longe, exatamente porque mudança pressupõe que a vida já não será como antes.
Entre orientações para quem quer viver uma linda expatriação e dicas para melhorar o processo para quem já está longe, ela enfatiza: é preciso cuidar das mulheres expatriadas. Elas são o alicerce de uma expatriação bem-sucedida.
Obrigada Heloisa pela participação!
E você, aproveite!

Leve - De cada 10 expatriados em todo o mundo, 5 voltam para casa antes do fim da missão (Pesquisa Global Mobility Effectiveness). O principal motivo: falta de adaptação pessoal e familiar. Que choque cultural é esse que faz com que tantos adultos não suportem mais ficar longe de casa - por mais que esse “longe de casa” tenha data para acabar? 
Heloisa: A mudança do ambiente cultural - seja de um estado para outro ou de um país para o outro - é considerada um dos eventos mais traumáticos na vida de uma pessoa, ao lado da morte e da separação conjugal.
Antropologicamente falando, podemos dizer que a expatriação é um processo complexo de mudança de cultura, que exigirá da pessoa conhecimento das etapas do processo de ajustamento sociocultural.
É fundamental ter disponibilidade emocional para aprender e desenvolver  competências para lidar com o estranhamento que surge quando entramos em contato com novos valores, crenças, tabus, mitos, hábitos e costumes, ou seja, novas formas de viver, de se comunicar, de pensar e de se comportar. Se não estivermos dispostos a aceitar que a mudança não é só de endereço, teremos muita dificuldade em viver plenamente essa experiência.
É importante acrescentar outras situações que contribuem para o retorno precoce dos executivos e de suas famílias, como o casal de dupla carreira - isto é, quando os dois têm cargos de média gerência. Também são mais suscetíveis famílias com crianças menores de 5 anos, profissionais que prestam assistência financeira e ou emocional aos pais e parentes e casais que estão em crise conjugal.
A questão é que - normalmente -  o profissional e sua família ainda não são informados, como deveriam, dos sintomas físicos e emocionais resultantes do chamado estresse intercultural. Quando somos afastados do nosso ambiente, todas as dimensões do nosso ser são mobilizadas emocionalmente e fisicamente. Conhecer a psicologia da expatriação - ou seja - as fases, os sentimentos e sintomas característicos do processo de mudança de endereço pode ajudar a amenizar o choque cultural e, portanto, o retorno precoce.
A postura da empresa, nesse sentido, é fundamental para o sucesso da transferência.  Ter um programa de gestão que difunda a necessidade de uma educação intercultural e avaliar adequadamente se o profissional está apto para - em termos interculturais - ser transferido, ajuda a promover o sucesso de uma mudança.

Leve- É possível dizer que uma preparação para a expatriação não se trata somente de “guiar” a família por uma nova cultura e ajudá-la na adaptação? A mudança que uma expatriação provoca na dinâmica familiar e na vida do cônjuge pode ser mais dramática que o choque cultural?
Heloisa - É verdade, porque a transferência é do sistema familiar. A dimensão do choque cultural vivenciado pelos membros da família será decorrência da qualidade da interação – ou qualidade do relacionamento - entre os cônjuges e os filhos. Por isso, é importante que o casal esteja em sintonia fina para viver junto a experiência da expatriação.

Leve - Nesse trabalho de avaliar como somos capazes de lidar com o novo e o desconhecido, o que seria um indicativo de que ainda não estamos preparados para mudar de vida?
Heloisa - A globalização da economia internacionalizou o capital, as empresas, os profissionais, a família – enfim, as pessoas. Nesse contexto, os profissionais deverão, desde o início da carreira, procurar desenvolver competências como: comunicação intercultural, adaptabilidade social, habilidade de explorar outras culturas, motivação, flexibilidade, estabilidade emocional, habilidade de escuta, habilidade em administrar a ansiedade, habilidade de se afastar da família, habilidade de aprender na nova cultura, habilidade de administração do estresse intercultural, etc..

Leve - Para quem já está longe, como trabalhar a insatisfação para - assim - salvar a missão?
Heloisa - Uma sugestão para o executivo e sua família expatriada que estão vivenciando o choque cultural, ou seja, experimentando determinado grau de desconforto psicológico frente à psicodinâmica do estilo de vida em outra cultura, diria que procurasse entender e compreender o modo de se comunicar e de se comportar dos cidadãos desta cultura. Evitar impor seu ponto de vista cultural e passar a se comportar como os cidadãos desta cultura, que não violentem os seus valores culturais, sabendo que a sua permanência neste contexto é temporária e que o mal estar intercultural vai diminuir de acordo com a sua capacidade de relativizar e de flexibilizar.
Vale, também, procurar consumir cultura, fazer atividades esportivas de modo a diminuir os sintomas do estresse intercultural, além de manter contato com os parentes e amigos deixados na cultura de origem.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Heloisa - O apoio e suporte para a mulher do executivo expatriado é um fator vital para o sucesso da missão  em outro contexto intercultural,  seja no Brasil ou no exterior. É a mulher que fica cara a cara com a cultura. É ela que vai lidar diretamente com as diferenças culturais, nas interações com os vizinhos, com a escola, com a rede de saúde, empregados, compras etc. Desse modo, prepará-la com antecedência para lidar objetivamente com a realidade do novo contexto terá reflexos sistêmicos no desempenho do executivo expatriado, na empresa e no sucesso da expatriação.

Esse é o seu caso? Está a frente dessa expatriação? Deixou os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não está feliz com a sua mudança? Vamos conversar que eu sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...