Férias.

Olá, Coexpat!

A gente aprende na escola: se pressão e temperatura mudam, o resultado tende a ser diferente. Então para a coisa não ficar estranha, o blog entrou em férias.
Enquanto isso, que tal aproveitar para visitar ou rever alguns assuntos desse nosso mundinho "expatriático"?
No canto direito há entrevistas com profissionais do ramo, participações de expatriadas, muitas impressões e algumas ideias.
Volto em 15 de junho com troca de experiência direto da Espanha, além de uma conversa com dicas de saúde bem interessantes para quem se prepara para a mega mudança de endereço.
Até lá!

Carmem Galbes

Leve Entrevista. Crianças expatriadas.

Olá, Coexpat!
Conversamos bastante por aqui sobre os impactos da expatriação. Se para gente grande a coisa pode ser complicada, imagine para os pimpolhos.
Na década de 1960, a socióloga Ruth Hill Useeem passou a classificar como Cross Culture Kid a criança que vive o período escolar, ou de formação, em outro país.
O sociólogo David Pollock fala em Third Culture Kid. Segundo ele, a criança com uma terceira cultura carrega características do país de origem e do local onde está vivendo, formando um cenário todo particular, uma cultura que não pertence a nenhuma região específica.
A psicóloga Simone Eriksson é quem nos ajuda a entender um pouco mais sobre o que se passa com os expatriadinhos durante as mudanças.
Com vivência nos Estados Unidos, Suécia, Polônia e Itália, ela foi fundo nas angústias de mãe para armazenar experiência profissional e poder auxiliar famílias que estão de partida, através de programas e workshops desenvolvidos pela Interculturalplus.
Simone salienta que o impacto no desenvolvimento da criançada é inevitável, e pode ser positivo ou negativo dependendo da experiência de cada família e da cada criança. “A minha experiência de 13 anos no exterior com meus dois filhos, agora com 8 e 15 anos, me ensinou que precisamos levar a sério as crianças, uma vez que elas não conseguem explicar a complexidade da experiência que estão vivendo, e, na maioria das vezes, não sabem dar nome ao que sentem. Devemos estar atentos e caso tenhamos dúvidas, recomendo sempre procurar profissionais com experiência própria em expatriação”, salienta.
Aproveite a entrevista!


Leve - A sra. concorda que ainda se dá pouca atenção à criança brasileira que vive um processo de expatriação?
SE - Infelizmente tanto as empresas quantos alguns pais despreparados ainda subestimam as dificuldades das crianças. Isso acontece porque esquecemos que a percepção das crianças e adolescentes é diferente das dos adultos. A minha pesquisa com crianças na fase de adaptação confirma que existem processos psicológicos específicos afetados pela mudança, fases de transição e adaptação das crianças dependendo da idade.

Leve – Como o processo de expatriação atinge a criança?
SE - O processo de expatriação atinge as crianças, de modo geral, nos processos psicológicos típicos de seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Ou seja, esta experiência é vivida e interpretada a partir do nível de desenvolvimento de cada criança.

Leve – Como a mudança deve ser abordada?
SE - Eu costumo dizer que uma mudança terá sempre seu impacto, ela pode ser bem ou mal sucedida, dependendo da assistência familiar, das diferenças culturais e de aspectos da personalidade de cada criança. Existem, no entanto, instrumentos práticos a serem usados para auxiliar pais e professores durante as fases de transições. Esses instrumentos aumentam a probabilidade que esta experiência seja vivida como algo estimulante e positivo.

Leve - Os autores Adrian Furnham e Stephen Bochner apontam que o expatriado passa por quatro fases durante o processo: euforia com a nova situação, choque cultural, adoção da rede social local até atingir o relacionamento intercultural. As crianças também passam por essas fases?
SE - Com certeza as crianças passam pelas mesmas fases, a diferença é que elas têm uma percepção mais concreta e egocêntrica da situação e isso pode dificultar seu entendimento.

Leve - Quais os maiores desafios na expatriação de uma criança? Há casos de expatriação mal-sucedida? Como identificar que algo não vai se encaixar?
SE - Durante uma expatriação, especialmente para pais de primeira viagem, os desafios estão em acompanhar atentamente os sintomas, informar a criança em uma linguagem infantil, e saber como ajudá-las. Os casos mal-sucedidos são - infelizmente - mais comuns que imaginamos. Tenho casos onde a criança para totalmente de falar, casos que elas vomitam todos os dias para não ir à escola, perdem os cabelos, etc. Porém, vale ressaltar que mesmo os casos não tão extremos necessitam de acompanhamento e esclarecimento para os pais.

Leve - É possível falar em idade crítica ou melhor fase para expatriação?
SE - A idade por si só não facilita nem piora o processo, são somente desafios diferentes. Aliás, a expatriação tem seu impacto - positivo ou negativo - tanto na infância e adolescência quanto na idade adulta.

Leve - A criança brasileira é preparada para viver em outro país? Como pode ser feita tal preparação?
SE - É muito difícil generalizar, mas a qualidade do preparo dos pais influencia a experiência dos filhos independente da nacionalidade. Desenvolvi um método chamado Expat Kid Plus®, que será lançado em breve, juntamente com um livro infantil, que auxilia os pais e também crianças e jovens de 5 a 18 anos no processo de expatriação.

Leve - Faz alguma indicação de leitura?
SE - Eu começaria pelo livro Third Culture Kids, de David Pollock & Ruth Van Reken.

Carmem Galbes

A arte de viver fora.

Olá, Coexpat!

Hoje a dica é da Maria Ribeiro, expatriada na Noruega - uma super colaboradora aqui do Expatriadas.
Ela sugere a leitura da matéria “
A experiência de trabalhar fora do Brasil”, da Época Negócios online.
O material traz depoimentos de brasileiros que moram nos Estados Unidos, Espanha, França, China e Cingapura.
São falas de gente que já vive as delícias de uma carreira bem sucedida, mas que nem por isso deixa de enfrentar os desafios dessa aventura longe de casa.
Aproveite!


Carmem Galbes

Essa baixa autoestima...

Olá, Coexpat!

Você se esforça para acessar a cultura estrangeira. Lê o que pode, se empenha no idioma, se enfia em associações, agremiações, conselhos de pais, de amigos dos bichos, das árvores, das frutas... Se mete em grupos de oração, esotéricos, de voluntários... Se aventura pela culinária...pela flora e fauna... Tudo para ir chegando, conhecendo e, aos poucos, ir mostrando o lado B - de bom - da cultura brasileira, tudo aquilo que vai muito além de carnaval, caipirinha e Pelé.
Aí, em plena sexta-feira, durante uma sabatina da Folha de S. Paulo, vem o Ronaldo - o jogador - e diz que o filho dele é quase europeu.
Até aí, por mim, ele pode ser o que der na telha. Brilhante foi a explicação: “ele é doce, não fala palavrão e é educado.”
Como diria uma brasileira: “zente!”
Então, se o guri tivesse sido criado no Brasil seria amargo, boca suja e uma peste?
Diante do zumbido da platéia, Ronaldo concordou que o moleque é mesmo brasileiro - tem passaporte brasileiro,  só que acrescentou: "mas eu prefiro que ele tenha amiguinhos europeus do que amiguinhos brasileiros. Os brasileiros são muito malandros(...) A gente não queria que fosse assim. Esta diferença é uma realidade e, se posso escolher, prefiro que meu filho tenha uma educação européia.”
Bem, de duas uma: ou o cara se acha um fracasso como pai, incapaz de educar uma criança independente da cultura em que esteja inserida ou ele vive em uma bolha - ou seria uma bola? - e ainda não percebeu que tem criança de todo tipo em todo lugar do mundo, assim como tem malandro, esperto, honesto e bocó em todo canto do planeta.
Pra encurtar essa coisa: se o Ronaldo - como brasileiro - se acha muito malandro, ele que fale por ele! Cada um com seus “pobrema”. Aff...


Carmem Galbes

Tropeços "expatriáticos".

Olá, Coexpat!Nem é preciso ser bidu para adivinhar que a nossa vida tende a ser mais fácil no exterior à medida que a gente se envolve com o idioma e a cultura locais.
O psicanalista Fernando Megale já explicou que “a língua, além de ser o principal meio de nos comunicarmos, representa o marco de nossa identidade.”
Os códigos de etiqueta também podem ajudar quando se exige uma rápida adaptação. Acho que ninguém duvida que é melhor saber com antecedência, por exemplo, que a vaca é sagrada na Índia.
Então que se apresente a expatriada ou expatriado que nunca passou por constrangimento tentando tocar o dia a dia em outra cultura.
Mas, passado o clássico "ops, foi mal", o que importa mesmo é que gafe sempre rende causos pra contar...
Os links a seguir são só um exemplo de como é normal se perder - e se achar - nesse mundão “expatriático”...
Inglês pra Inglês ver.
Inglês pra Inglês ver 2.


Carmem Galbes

Cinco perguntas e uma boa surpresa! Holanda.

Olá, Coexpat!As cinco respostas de hoje vêm dos Países Baixos, que acho que a gente sempre chamou de Holanda.
A área mais populosa da União Européia é também a que tem a relação comercial mais intensa com o Brasil, isso entre os países europeus.
O idioma oficial é o Neerlandês. Mas acho melhor deixar a Naldy – que está há seis anos por lá - falar mais sobre o país das Tulipas.
A história de expatriação da Naldy tem a ver com muito amor. Um holandês ganhou o coração dela e convenceu essa carioca a deixar o endereço brasileiro pra trás.
Hoje Naldy trabalha como administradora de uma empresa americana, e vive com o marido e os dois filhos na região de Noord Brabant , cidade de Eindhoven, centro-sul da Holanda.
Nem o clima holandês mexe com o bom humor dela que deixa um recadinho antes das respostas: “Nunca desista dos seus sonhos.” Naldy também faz um convite: “se quiser acompanhar nosso dia-a-dia aqui na Holanda, clique no meu blog
http://www.dynaholanda.blogspot.com/
Com certeza, Naldy! Obrigada pelas suas dicas!


Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
N - Cheguei a Holanda em novembro de 2003. Mas já havia vindo aqui antes da decisão final (morar). Acredito que é importante visitarmos o local tanto em férias de verão como no inverno.
Cheguei à conclusão que me sentia em casa na Holanda quando voltei ao Brasil de férias pela primeira vez. Já não era mais a minha casa. Sentimento muito estranho, posso dizer. Acredito que nos sentimos em casa quando temos uma rotina definida, quando o telefone de casa toca para você, e quando você recebe cartas dos correios do próprio local onde mora.

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
N - O idioma. Foi e ainda é o mais difícil ponto de todo o processo.

Leve - O que faria diferente?
N - Nada. Fiz exatamente da forma como programei. Visitei o país, visitei os lugares, pesquisei a lei do país, local de possível empregos, igreja (para mim importante) e conheci brasileiras mesmo antes de vir para cá como expatriada.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
N - Sim. Estou sempre aberta à novas experiências.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
N - Trabalhar na minha profissão do Brasil: essa virou pó.
Aprender o idioma: essa finalmente posso dizer que se concretizou.

A boa surpresa:
Hoje posso dizer que sou independente financeiramente, coisa que nunca pensei que pudesse acontecer fora do meu país. Mas o melhor de tudo não é isso, é ver meus filhos totalmente felizes morando aqui, viver nesse país que eu aprendi a amar, apesar desse tempinho chuvoso.

Carmem Galbes

Espanha, crise e repatriação.

Olá, Coexpat!
A conversa hoje é rápida, se resume à uma dica.
A BBC Brasil fez um apanhado sobre a situação dos estrangeiros na Espanha, país com a maior taxa de desemprego na Europa.
O material, levantado pela repórter Babeth Bettencourt, traz - além de um histórico sobre a expatriação de brasileiros para a Espanha - informações sobre os direitos dos imigrantes por lá e sobre o pacote de incentivo para quem está pronto para voltar.
Veja a matéria aqui.


Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...