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Os países em que os expatriados se dizem mais felizes.

Pergunte para qualquer família que pensa um dia em morar em outro país: onde vocês gostariam de viver? Quase sempre a resposta vem em um disparo sem pausa para a respiração: um lugar rico, com ótima infraestrutura e um alto índice de qualidade de vida. 
Eu até suponho o motivo:  se não tivéssemos que nos preocupar com dinheiro, educação, saúde e segurança, a vida seria o máximo!
Interessante é que um estudo da rede Internations revela que a resposta não é tão óbvia assim, nem a minha suposição...
Os pesquisadores ouviram 14.300 expatriados, de 174 nacionalidades, espalhados por 191 países! 
É muita gente!
Esse povo todo avaliou 43 aspectos da vida no exterior. As respostas levaram a um ranking: os países em que os expatriados se dizem mais felizes.
E...tcharam...no topo da lista nada de mega potência...
Então estar em um lugar que se pode ganhar muito dinheiro e ter tudo funcionando não é garantia de que o expatriado será feliz?
Pelo resultado da pesquisa: não.
Obviamente que isso ajuda, mas o pulo do gato é que os expatriados conseguem conciliar - por exemplo - o acesso à educação de qualidade - com fatores como clima ameno, baixo custo de vida, boa comida, boa bebida, população local receptiva e belezas naturais.
Pelo jeito, a conta que se faz não é quanto se ganha, mas o quanto se paga para conseguir viver bem. É conseguir bancar  serviços de qualidade e ainda aproveitar outros fatores que não são exclusividade de países ricos.
Então, se está rolando um convite para um lugar que não é assim o seu destino dos sonhos, em que você tem a sensação que está "subindo para baixo", pense um pouco e reflita sobre o que te motiva.
Faça um exercício: coloque no papel as coisas que te fazem bem. Não tenha filtros e libere os preconceitos e crenças limitantes. Pode ser que esse destino que se mostra tão decepcionante venha a ser o endereço da sua vida super feliz!
Para ajudar, segue a lista com os 17 países em que os expatriados dizem que é maior a chance de se viver uma experiência show:
  1. Costa Rica
  2. Malta
  3. México 
  4. Filipinas
  5. Equador
  6. Nova Zelândia
  7. Tailândia
  8. Vietnã
  9. Panamá
  10. Espanha
  11. Taiwan
  12. Uganda
  13. Hungria
  14. Perú
  15. Quênia
  16. Omã
  17. Portugal
Carmem Galbes

Aceite ou não o convite, você vai mudar!

Olá, Coexpat!
Você até que está feliz com sua vida.  
Há equilíbrio no casamento.
Com as crianças está tudo bem. Vão para a escola que tem os mesmos valores que vocês. O dia a dia é na paz.
Você conseguiu formar sua rede de apoio. Tem um contratempo ou outro, mas você geralmente tem a ajuda que precisa.
No trabalho, as coisas estão fluindo super bem.  
A rotina está redondinha. Com muito foco, você está conseguindo ter tempo para se alimentar direito, para escapar para  um lanche com seus pais durante a semana, consegue malhar e ir à maioria dos encontros com as amigas.
A sua casa está do jeitinho que você sempre quis. Finalmente cada coisa tem o seu lugar e a parede chegou ao tom perfeito.
E é durante um jantar,  entregue pelo restaurante que vocês amam, servido à mesa feita sob medida, que - envolto à uma atmosfera de orgulho - o maridão dispara: fui promovido...É brinde pra cá, você merece pra lá e ele continua: vou ser ________(preencha como quiser) em ________(preencha como quiser).
Pronto! Aquela comidinha deliciosa parece dar um iiiiá no seu estômago. Que soco!
É uma mistura louca de sentimentos. Você está super animada, o pacote de benefícios é show! O lugar da transferência é top! Mas mexer em time que está ganhando?!
Como vai ser com as crianças? O idioma? Onde vão estudar? E esse clima?! E minha carreira? E nossa casa? E meus pais? Minhas amigas? E nós, você vai ter tempo pra nós?! Como vai ser a nossa rotina?!
Numa dessas o ser, agora sentado em uma cadeira, amarrado com as mãos para trás, com um holofote na cara, só pensa: por que, Senhor? Por que me fizeram esse maldito convite?!
Esse é um daqueles momentos "ou vai ou racha". É aquele negócio de olho no olho sem filtros. Todo mundo fica desnudado, escancarado. Pode ser muito pesado, mas é uma daquelas grandes chances que a gente tem de checar valores: "na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe?"
Um convite desses ilumina lugares dentro da gente que estão escondidos ou que nunca foram explorados. Faz a gente pensar; "hummm...uma vida diferente do que todo mundo diz ser o normal? Vixe...ele só pensa na carreira dele... Hummm...um desafio? Vixe...ela não é tão parceira como eu pensei...
Hummm...Vixe...
Nesse exercício de hummm...vixe...muita conversa vai rolar. Algumas mais tranquilas, outras do tipo quebra pau. As coisas podem se acertar, os objetivos podem ser alinhados - ou não - mas aí é outra história...
Fato mesmo é que depois que sua família recebe um convite de transferência, nada será como antes! Aceite a oferta ou não!
Pode ser que naquela noite mesmo vocês decidam continuar onde estão. Pode ser que vocês nunca mais falem sobre isso.
Mas, mesmo não mudando de endereço, você vai mudar, seu parceiro vai mudar, sua visão sobre a vida provavelmente será outra.
E mudança vem de qualquer jeito, porque dizem que de certo mesmo na vida só a inconstância...

Em tempo, dia desses reformaram parte do calçadão aqui perto de casa. Tiraram os postes e aterraram os fios. Moral da história: até poste sai do lugar.
Em tempo dois: digo que o marido recebeu o convite para ser fiel à realidade: de acordo com levantamento da consultoria Brookfield, de cada 10 profissionais transferidos, 8 são homens.

Carmem Galbes

Normal aqui, estranho lá...e vice versa...

Você sabia que os suíços observam seus sapatos para fazer uma análise da sua personalidade?
Sabia que, em Taiwan, se o homem estiver com barba, provavelmente, está de luto pela morte do pai ou irmão?
Já tinha ouvido falar que a grande paixão dos venezuelanos é o baseball?
Imaginava que o gesto de figa para um romeno é um insulto?
Pois é, eu também não sabia de nada disso!
Sorte que a gente encontra sempre um porto seguro por esse marzão internético!
Algumas curiosidades e informações sobre mais de 50 países foram reunidas e disponibilizadas pela Global Line, consultoria em mobilidade global.
Achei a página interessante pela forma rápida com que a gente acessa informações que podem salvar a nossa pele: eu nunca iria imaginar, por exemplo, que eu poderia ofender um francês ao levar uma garrafa de vinho para um jantar que ele oferece...é que pode parecer que eu não confio no gosto do anfitrião...então, tá!
Para acessar a página com as curiosidades, clique aqui.
Carmem Galbes

Ordem na mudança!

"Assim que a gente chegar lá a gente vê o que faz."
Quem nunca começou uma mudança com essa frase? 
A ordem é: pega tudo, embala e despacha. 
E quando as caixas chegam: "caçamba, quanta tralha! Onde vou enfiar tudo isso? Que lugar pequeno! Falta armário!"  Até chegar a um "quem precisa de tanta coisa para viver?" já rolou muito estresse, cansaço e improviso: é mala abarrotada de sapato que machuca, maleiro lotado de apostila amarela, quartinho do fundo cheio de caixas que a gente nem sonha o que tem dentro...
Eu não entendo esse negócio de ficar levando pra lá e pra cá coisas que não serão mais usadas.
Quer dizer, entendo sim. Já carreguei muita sacola cheia de pedra!
Vamos fazer o que eu chamo do exercício do supermercado. Você escolhe os produtos, põe no carrinho, tira do carrinho, bota na esteira do caixa, tira da esteira do caixa, coloca em sacolas. Paga. Põe as sacolas no carrinho, leva o carrinho pra perto do carrão, tira as sacolas do carrinho, bota as sacolas no carrão. Vai pra casa. Tira as sacolas do carrão. Se mora em prédio, e o condomínio é organizado - bota as sacolas no carrinho, chega em casa, tira as sacolas do carrinho, tiras os produtos das sacolas, bota os produtos no armário.
São 13 "bota-tira" - foca aqui, não viaja, não - numa atividade fundamental: comprar comida. 
Agora pensa: precisa mesmo ficar embalando e desembalando coisa que já não faz sentido? A gente já não tem "bota-tira" o suficiente nessa vida?
Na boa, acho que o momento da mudança de endereço tem que ser aquele de chutar o balde, as roupas, os móveis, os livros e tudo que não serve mais. 
Acredito mesmo que uma mudança Leve, no sentido literal, leva à uma casa mais Leve.
Mas...e as lembranças...e seu eu precisar disso de novo?
Se você acha que nada a ver o que eu estou falando, que a gente tem que ter coisas para ter memória, tem que guardar coisas para em caso de precisar, ok...isso pode até virar um post depois: "como embalar, despachar e organizar - de forma simples e rápida - os itens de recordação e as coisas que - um dia, talvez - serão úteis."
Mas se você acha que não dá mais, que está na hora de desapegar, vá em frente. Você pode vender, trocar, reformar, doar, jogar fora...
Se está muito difícil o processo, tente de novo! Como muita coisa na vida, o viver com pouco também é um exercício.
Nossa...só em pensar naquela compra de supermercado, fiquei exausta...
Estatelada no chão sem tapete - nossa, preciso de um tapete, me veio o Hermetismo. Gente, que trapo pensa em Hermetismo? Enfim... fiquei tateando o princípio da correspondência: "Assim como é em cima, assim é embaixo. Assim como é dentro, assim é fora."
Mudança organizada, casa organizada, mente organizada!

Carmem Galbes

Mudar é mesmo bom?

É uma vida inteira fazendo a mesma coisa: migrando!
A cada inverno, a andorinha bate asas em busca de um lugar mais quente e de alimento.
A borboleta monarca voa quase 4 mil quilômetros rumo ao México para não congelar no inverno americano.
O pinguim também não tolera mais frio do que já está acostumado. Gelou ainda mais? Mudou.
Esse é o destino da andorinha, da borboleta, do pinguim: mudar para não morrer.
A bióloga Melissa Bowlin, especialista em comportamento migratório de aves, da Universidade de Lund, na Suécia, conta uma coisa. Vê só se não soa familiar:  “Os animais migram porque os benefícios superam os custos. Porém, embora as vantagens da migração acabem por compensar os gastos, migrar demanda muito em termos de energia empregada e também é arriscado."
Tá vendo, mudar não é fácil pra ninguém, nem pra quem já nasce sabendo que se não mudar, morre!
Eu sei, é um drama! O início em uma nova cidade então...é um tal de: onde morar? É perigoso? É muito caro? Onde tem carne boa? Alguém me indica um pediatra? Preciso de dentista, ginecologista, manicure! Cade meu cabeleireiro?! Alguém sabe de uma faxineira? A escola é boa? Como as passagens estão caras! Eu não aguento mais ver caixa!
Querida Coexpat, vá com calma. Talvez essa mudança aconteça apenas uma vez na sua vida e logo você volta pra casa. Talvez surjam outros convites de transferência, que venham com mais benefícios, te tragam mais ânimo...ou não...
Talvez com o tempo, você vire uma andorinha e use suas asas para manter a vida sempre viável ou legal ou interessante ou rica ou tudo isso junto.
O importante é que você se olhe e não vá contra a sua natureza. Se a sua natureza é fincar os pés, que você fique! Se o seu negócio é ir por aí, que você vá!
Não há receita pronta. 
Eu sou uma entusiasta das mudanças. Eu sempre incentivo uma expatriação! Eu fico feliz com um convite tanto quanto se fosse para mim! Eu sempre acho que o tempo vai fazer a pessoa enxergar que mudar é bom e que a adaptação vai vingar! Mas, às vezes, é preciso assumir que esse não é um caminho para todo mundo.
O máximo para mim pode ser um fardo para você.
Os motivos do meu amadurecimento podem ser a causa da sua depressão.
Toda andorinha tem que migrar, mas algumas delas acabam ficando pelo caminho.
As andorinhas não podem escolher.
E você?
Carmem Galbes

Mudança: quando a rotina da casa vai pra...o espaço.

Se fosse para fazer uma lista das consequências mais chatas de uma mudança de endereço, eu diria que perder o domínio sobre a rotina da casa tem grande chance de estar lá no topo.
Eu chamo de rotina da casa aquele esquema de você acordar e já meio que saber pra onde ir, o que fazer primeiro para a casa 'funcionar' e você conseguir aquele tempo para investir nos seus projetos, só seus. É aquele movimento de equilibrar os pratos: de dar um tapa no visual enquanto cata um brinquedo aqui, ajeita uma papelada lá e acerta - com um toque do quadril - a cadeira que alguém insiste em deixar fora do lugar!
Atingir logo esse ponto - o de você se entender com a casa e não passar um dia inteiro afundada em roupa, louça, comida e afins - vai depender da sua disposição emocional, física e sim - claro - da sua organização e dos recursos que você tem para te auxiliar.
É nesse ponto que quero chegar: organização.
Pergunto: da mesma forma que a gente leva as roupas, os móveis e os badulaques na mudança, seria possível levar um método de arrumação pronto para ser implantado, não importa se em uma casa ou apartamento, grande ou pequeno?
Sim! É possível e necessário!
Preparar-se para começar uma nova vida sem a acostumada rede de apoio pode deixar tudo mais Leve. Saber por onde começar pode salvar da loucura quem chega a um novo ambiente e está por conta do próprio entusiasmo.
Carmem Galbes

Expatriado, garanta seus benefícios!

É certo: você fala que está estudando uma proposta de expatriação e logo perguntam sobre os benditos benefícios.
Antes de qualquer coisa, anote aí: o trabalho de brasileiro no exterior é regulamentado pela lei 11.962.
Entre outros direitos, o expatriado tem: adicional de transferência, custeio de passagem, seguro saúde e de vida. Isso está garantido por lei.
Agora, itens como auxílio aluguel, bolsa de estudo para filhos, transporte e apoio para transição cultural são benefícios.
As empresas acostumadas com transferência têm - ou deveriam ter - uma política de expatriação. O documento detalha - ou deveria detalhar - o que se espera do expatriado, como ele vai ser remunerado, como ele e a família serão tratados no exterior, como e quando vai ocorrer a repatriação.
Geralmente, o pacote é padrão, comum a todos que são transferidos de país. Geralmente, o expatriado gosta do que é oferecido.  Geralmente, há algo mais que pode ser negociado com seu chefe, líder, diretor, como queira - que não está na política e que pode ser o que faltava para você dizer sim!
Esse é o ponto: com ou sem política de expatriação, que garantia você tem que o que está sendo prometido vai ser cumprido?
Senta que lá vem história...
São casos e mais casos de profissionais que nunca imaginaram que ficariam indo e voltando do exterior porque a empresa não tirou o visto como o combinado. E profissionais que não conseguiram exercer a função que deveria porque a empresa no outro país não recebeu o estrangeiro como combinado. E profissionais com vidas pessoais despedaçadas porque a empresa não deu o apoio à família como o combinado. E profissionais que acabaram demitidos porque a empresa não fez a repatriação como o combinado. E profissionais que se sentiram prejudicados, abandonados, desprezados ...e por aí vai, porque a empresa não fez o combinado.
Mas como isso foi acertado? No fio do bigode? Com seu chefe, demitido depois de um mês da sua expatriação?
O advogado Miguel Gondin Galbes é categórico: "um profissional não deve aceitar trabalhar no exterior sem ter formalmente tratado o que vai acontecer com ele lá fora."  A orientação é: tudo o que for definido - como benefícios, remuneração, bônus, plano de carreira, tempo de expatriação - deve estar oficializado.  O documento pode prever - inclusive - multa em caso de descumprimento de algum item." O instrumento legal, segundo o advogado, vai variar de caso para caso, pode ser desde um termo de compromisso assinado entre funcionário e empresa até um aditivo ao contrato de trabalho. 
O advogado acrescenta que a empresa que aceita detalhar os termos da expatriação em um documento já sinaliza que o processo será sério. E se - por acaso - não tiver sido sério, com um contrato, o profissional terá subsídios para recorrer à justiça.
Só um detalhe, cultural - aliás: brasileiro pensa que exigir contrato é passar atestado de desconfiança. Bom, se te ajuda: não é. Contrato esclarece. É indicativo de maturidade e profissionalismo - das duas partes.
Mas tem a euforia com as portas e os portais que uma expatriação pode abrir...Bom, aí é você tentar ser frio. É você buscar exemplos de quem se frustrou com uma expatriação e tentar fazer um pouco o exercício do "e se acontecesse isso comigo?"
E se a empresa não quiser assinar nada? Bom, aí é de se pensar se vale a pena cruzar a fronteira trabalhando em uma empresa que não quer colocar os pingos nos is.

Para saber mais sobre a Lei de Expatriação, clique aqui.
Para outros posts sobre expatriação e benefícios, clique aqui
Carmem Galbes
Imagem: SXC

Quem você pensa que é pra mudar?

Entre uma tecla e outra me veio Nelson Rodrigues à cabeça: "Nada nos humilha mais do que a coragem alheia."
Escolha bem, então, com quem você vai se aconselhar antes da transferência e com quem você vai dividir suas angústias durante a expatriação. É que sua coragem pode ter abalado gente que você nem imaginava que iria se incomodar com sua decisão de mudar. E um momento de fragilidade parece perfeito para sapatear. Proteja-se!
Carmem Galbes

Seis perguntas para se fazer antes de aceitar uma expatriação.

Eu sempre olho de canto de olho para aquela gente que tenta minar nosso entusiasmo diante de uma mudança. Mas acho também que - em meio à vibração com o convite para uma transferência - temos que avaliar - sim - o que vai ser diferente e se estamos preparadas para encarar uma nova rotina.
Sugiro, então, que você busque a resposta para essas seis perguntas e avalie se a expatriação tem chance de dar certo. Tenho certeza que você se fará muito mais perguntas. Essas seriam só para dar início ao processo.

1 - Seus filhos são adolescentes?
A fase já é complicada no Brasil, tente vislumbrar como será o comportamento deles longe de tudo o que é importante nesse período: os amigos! Você está equilibrada para dar o suporte que eles vão precisar até se sentirem incluídos novamente? Foquei os adolescentes, mas isso pode valer para filho de qualquer idade.

2 - Você vai ficar sem trabalho?
O upgrade no salário de quem está sendo expatriado - geralmente - compensa que  a mulher deixe o emprego no Brasil. Mas dinheiro não é tudo. Você está pronta para ser - nem que seja por pouco tempo - a pessoa sem crachá, sem cargo, sem subordinados e para NÃO ter o gostinho do reconhecimento - aquele - que só a vida profissional nos dá?

3 - Você vai ficar longe dos amigos e parentes?
O quanto a presença física dessas pessoas é importante? Você está acostumada a passar todas as festas com elas? Não perde um almoço de domingo? Consegue reservar uma data ou outra para trocar ideia com as amigas?  Viagens, jantares, passeios são quase sempre em turma? Pense que nos próximos meses  - poucos ou muitos, dependendo do seu perfil - seu parceiro e seus filhos serão sua grande companhia, isso se não forem as únicas. Como você administra a saudade?

4 - Você vai ficar sem empregada ou faxineira?
Se você está acostumada com algum tipo de ajuda, o começo do período de uma transferência pode ser extremamente cansativo. Dependendo da cultura, você até vai ter ajuda de novo, mas sabe-se lá quanto tempo vai demorar até achar alguém. Você, seu marido e filhos conseguiriam se organizar para ter um tipo de vida mais prático, simples e - o melhor de tudo - autônomo? Tudo mundo está pronto para botar a mão na massa?

5 - Sua família vai ficar sem babá?
Você e seu marido estão prontos para assumir de vez e sozinhos todos os cuidados com o(s) pequeno(s)? Lidam bem com o fato de ter que levar o(s) filhote(s) para todos os lugares que vocês precisam ir? Estão prontos para não ter mais aquela chance de um restaurante, cineminha ou chopinho a dois, mesmo que seja por pouco tempo? Essas perguntas podem até carregar um tom de frieza, mas conheço gente que pira se ficar sem babá ou sem o vovô, a vovó, a dinda, a amiga para dar aquela olhadinha nos pimpolhos vez ou outra...

6 - Você vai ter que aprender um novo idioma?
Quando somos "gente grande" aprender não é fácil. Você está rindo, mas é verdade! Aprender um idioma então...Você  sempre acaba se perguntando se precisa mesmo falar com a garganta raspando ou fingir que tem língua presa para se fazer entender...O pior que leva tempo para você compreender e mais ainda para ser compreendida. Você é paciente? É humilde? Está pronta para ter uma opinião adulta sobre um tema mas só conseguir expressar "gugu dada"?

6 - Seu marido vai ter menos tempo para a família?
Isso vai ser uma afronta? Vai ser motivo de altas discussões? De prova de desamor? Pense bem, ninguém é expatriado para trabalhar menos que no Brasil...Aliás, como está seu relacionamento? Uma expatriação  pode ser uma boa oportunidade para melhorá-lo ou o que faltava para ele acabar de vez.

Precisa de ajuda para lidar com as respostas que você encontrou? Fale comigo, eu sei como te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Guia Leve de Mudança - parte 5.

Pronto! O caminhão de mudança está na porta da sua casa. É hora, então, da quinta e última parte do Guia Leve de Mudança: a chegada dos móveis.

1 - Organização.
Defina a sua estratégia: vai querer que cada caixa seja deixada no cômodo correspondente ou vai preferir reservar um local específico pra elas?
No primeiro caso, você pode localizar com mais facilidade o que precisa, já que cada coisa - embora ainda encaixotada - está em seu devido ambiente.
No segundo caso, pode dar mais trabalho procurar por algo, mas você não fica com aquele labirinto dentro de casa.
A questão é saber como a empresa de mudança trabalha. A última que utilizei tinha que abrir todas as caixas na hora, para poder verificar se havia dano. Isso pode ser legal, porque abrir caixa e tirar o que tem dentro consome tempo e energia. Ter gente para te ajudar nisso parece ser uma boa ideia. Você só vai ter que trabalhar rápido para tentar deixar as coisas o menos espalhadas possível.
Dependendo do pacote, a transportadora vai deixar tudo montado. Esse é um investimento que compensa!

2 - Por onde começar.
Deixe para organizar enfeites e papelada por último. Foque nas prioridades. Se as roupas chegaram com vocês, os armários devem estar mais ou menos organizados. Uma coisa a menos pra fazer!
Comece ajeitando os quartos, pelo menos, as camas. A noite vai chegar e vocês vão estar o pó. Use os lençóis que você tinha levado na mala, lembra?
Já deixe as toalhas no banheiro. Se você se antecipou, shampoo, sabonete e afins já vão estar lá.
Se der tempo, siga para cozinha. Se preferir comer fora nos próximos dias, ignore a cozinha e arrume a sala. Ter um espaço para relaxar em família, principalmente nesse "início" de transferência, é revigorante.

3 - Seja feliz.
Eu sei que é super cansativo ajeitar uma mudança, mas tente aproveitar o processo. Curta arrumar a casa. Faça pausas para celebrar lembranças.Tire tempo para continuar conhecendo a nova cidade. Pare antes de ficar exausta! Cuide-se. Não vai ser uma boa ficar doente logo agora.
Boa sorte! Vou atualizar esse manual com toda lembrança e sugestão que tiver.

Se é um apoio personalizado - totalmente pensado na suas necessidades - que você busca, veja como a Leve pode te ajudar com a Consultoria Online de Organização da Casa Pós-Mudança. Saiba mais em www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Leia também:

Guia Leve de Mudança - parte 4.

Vocês, finalmente, decidiram por um lugar. Se optaram por não trazer a mudança, é hora de correr atrás dos móveis. Se estão em um centro de consumo qualquer: ótimo! É ir à loja, escolher, pagar e...montar...haja mãos!
Se escolheram trazer as coisas, o momento é de aproveitar o tempo até as caixas chegarem.
Vamos lá: Guia Leve de Mudança - parte 4: enquanto os móveis não chegam.
1 - Infraestrutura do imóvel.
Energia e água estão ligados? Se não, peça  ao corretor ou a algum colega orientação sobre como ligar os serviços.
Se a casa já tem eletrodoméstico, eles estão em ordem?
Vai optar por tv a cabo?
A hora é de pesquisar preços e pacotes de serviço de internet.
E o celular? Esse pode ser um dos equipamentos mais úteis para quem precisa descobrir um novo local. Se ainda está em dúvida com relação à operadora, plano e aparelho, sugiro comprar algo barato, pré-pago, para sair da loja falando mesmo. Depois você decide o que vai querer.
Apesar de trazer a mudança, você vai precisar comprar algo pra casa? Aproveite o tempo!

2 - Conhecendo a cidade e a vizinhança.
Aproveite a empolgação com a nova cultura para descobrir o que esse novo endereço pode oferecer. Circule pelo bairro. Entre nos mercados, farmácias, padarias, shoppings. Explore os espaços abertos, o que oferecem, são seguros? Ah, e - por que não? Vá em busca de uma manicure, pedicure... cuidar da gente ajuda a dar um up naqueles dias mais difíceis.
Se há filhos e eles estão em idade escolar, já decidiram pela escola? Mesmo que as aulas ainda não tenham começando, faça uma visita no local. Faça o trajeto até o colégio - seja a pé, de carro, bicicleta...
Aventure-se pela culinária. Se for muito diferente do que você e sua família estão acostumados, vá com calma!

3- Documentos.
Se tiverem mudado de país, as primeiras semanas vão ser repletas de burocracia: retirada de documento local de identificação, abertura de conta em banco, exame para carteira de motorista...respire fundo, essa chatice vai passar.

4 - Uns dias antes de a mudança chegar.

Tire a semana para acertar os últimos detalhes.
Faça uma faxina. Limpar a casa vazia é bem mais fácil.
Faça compra no supermercado. Será a compra de casa nova, sabe? É tudo mesmo: sal, açúcar, óleo...Reforce o estoque de água: a casa vai estar cheia no dia da mudança.
Não se esqueça dos itens de higiene: papel higiênico, pasta de dente, shampoo...coisas que você só vai lembrar quando precisar usar...
Faça um planejamento do dia da mudança: onde vão tomar o café da manhã, qual será o esquema do almoço e da janta?
Avise o síndico e - se for o caso - os vizinhos sobre a chegada da mudança.

5 - Explorando as possibilidades.
Não se esqueça de pensar em você.  O que você, que está acompanhando um profissional expatriado, vai fazer? Use o tempo para imaginar um pouco que frutos você poderia colher dessa transferência.
Precisa de um curso de idiomas?
Quer aproveitar para se especializar em algum tema da sua carreira?
Quer tentar uma pós?
Quer trabalhar?
Uma academia ajudaria na socialização?

Enfim, ânimo! Eu sei que, às vezes, é difícil. Você está exausta com a mudança. Assustada com tanta novidade. Com medo de se perder, de não se fazer entender, de não entender nada, de ser ridicularizada. Pode acontecer de os filhos não estarem respondendo bem. O marido não conseguir estar tão presente por causa das novas atribuições no trabalho. Mas não deixe a peteca cair. Dê o primeiro passo. Saia de casa! É um exercício diário. Mas cada situação enfrentada, e superada, te fortalece. Você vai ficar mais segura e feliz, porque vai ter sinais de que é capaz!

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Carmem Galbes

Leia também:

Guia Leve de Mudança - parte 3.

A mudança saiu e vocês já viajaram. A data para a chegada dos móveis vai depender desde a distância entre a antiga casa e o novo endereço até o estado das estradas, desembaraço alfandegário, organização da empresa, burocracia local, sorte...
Veja isso com alívio: você vai ter tempo de se organizar até se ver atolada em caixas!
Vamos, então, à parte 3 do Guia Leve de Mudança: encontrando a nova casa.
Tem muito o que você pode ir adiantando antes do caminhão estacionar na sua porta, mas hoje vamos focar na pesquisa do novo endereço. Isso pode ser divertido: vocês já vão poder ir sentindo como são as coisas na nova cultura - e casa costuma ser um retrato fiel de uma sociedade. Mas pode ser um tormento também se vocês ainda não tiverem entendido que as coisas já não são como antes. Tudo depende de como você e sua família vão querer se posicionar.
Vamos aos tópicos:

1 - Comprar ou alugar?
A hora agora é de facilitar as coisas. Você e sua família se sentem seguros para já chegar comprando um imóvel? Já conhecem bem a cidade, os bairros, ou estão tomando por base opinião de colegas que já vivem no local? Já sabem como será a rotina da família? Onde as crianças vão estudar?
De repente, o melhor caminho é experimentar uma região, e a melhor maneira de fazer isso é alugando.
Se a empresa que está transferindo tiver experiência em mobilidade de funcionários, ela indicará profissionais que possam ajudar na busca do imóvel e que estarão preparados para orientar sobre a legislação. Se vocês não tiverem esse apoio oficial, colegas de trabalho costumam ser ótimas fontes. As redes sociais e os blogs também têm se mostrando um grande canal de troca de informação. Digite nos sites de busca - por exemplo - "brasileiros em Pequim" e vá clicando nos resultados. Tem muita dica boa.

2 - Que bairro escolher?
Uma vez, durante uma entrevista - ainda quando eu era repórter - um arquiteto disse: "qualidade de vida é estar a pouco tempo da escola, do trabalho e do lazer." Difícil conciliar tudo, mas às vezes, é em uma mudança dessas - para um lugar que a gente nem sonhava - que temos a chance de alcançar alguns ideais.
Então abra a cabeça e permita-se experimentar. Ao mesmo tempo, é preciso pesar as decisões. Se você está acostumada aos grandes centros, onde tudo está a poucos passos e funciona até tarde, as regiões mais afastadas - os tais dos subúrbios - podem te deprimir. Se você vai depender de carro pra tudo e morre de medo de dirigir, também precisa pensar sobre as escolhas: ou o lugar deve ser mais central ou você vai ter que trabalhar esse seu medo da direção.
Pense no que pode facilitar a sua adaptação e da sua família. Até você se sentir tranquila para sair por aí, pode ser interessante estar pertinho de supermercado, farmácia etc e tal.
Outra questão: alguns expatriados escolhem ter como vizinhos outros brasileiros. Isso pode ser acalentador, principalmente quando mal se sabe dizer "oi" no idioma local. Pode, ainda abrir as portas da nova cultura - dependendo de como você e seus vizinhos são. Mas estar rodeado dos costumes que a gente já conhece pode também atrasar ou até barrar a imersão no dia dia do novo país, principalmente se você for uma pessoa mais fechada. Fazer amizade - hoje em dia - não é fácil, em outra língua então...Se você já está rodeado de gente conhecida, você pode acabar ficando - digamos - com preguiça, para não dizer com medo-receio de conhecer "essa gente esquisita."

3 - Em qual imóvel morar?
Repetindo: esse pode ser O momento - com o maiúsculo mesmo - de você viver de uma forma que sempre quis, mas nunca conseguiu. Quem sabe você vai finalmente ter espaço para cuidar do próprio jardim?
Ao mesmo tempo, tente antecipar a rotina que a família deve ter. Em um local onde empregada é artigo de luxo - por exemplo - uma casa com trocentos quartos pode ser escravizante.
Outro lembrete: em alguns países, o endereço da casa vai definir onde seus filhos vão estudar, se a ideia for optar pelo sistema público.

4 - Infraestrutura do imóvel.
Pontos para você avaliar:
Os seus móveis vão caber? 
Tem armário suficiente?  
O número de vagas de garagem atende? 
Se tem criança pequena, o local é "amigável"? 
Quanto você deve ter que gastar para comprar itens que te façam sentir bem na nova casa? 
Se for morar em apartamento e tiver um bichinho, é permitido animal de estimação no prédio? 
Ar condicionado e calefação estão ok? 
Teste torneiras e chuveiros. 
O aquecimento da água funciona?
Primeira locação é uma delícia: tudo novinho, com cheiro de seu. Mas é no seu contrato que vai ser feito "test drive". Aí você pode correr o risco de ter alguma dor de cabeça com infiltração, vazamento...se bem que ninguém está livre disso.

Bom, devem existir muitos outros aspectos a ser considerados na escolha da nova casa. Coisas que são importantes para você - mas que eu nem imagino - justamente porque cada família tem seu "modo de funcionamento".
Esse é o ponto: vocês avaliarem o que vai fazer você e sua família serem felizes na nova casa. Para isso é preciso olhar pra dentro, identificar o que é importante para vocês e equilibrar com o que é possível conseguir na nova cultura. Mesmo levando a mudança, não dá para exportar a casa - mas dá para carregar o lar. É que lar é coisa que está dentro da gente, no núcleo da família e é ele que vocês não podem deixar se desfazer. É preciso cuidado, atenção, carinho e trabalho árduo. No começo o lar vai parecer de palha. Mas, aos poucos, vocês irão encontrar o material para deixá-lo firme e forte de novo!

Se é um apoio personalizado - totalmente pensado na suas necessidades - que você busca, veja como a Leve pode te ajudar com a Consultoria Online de Organização da Casa Pós-Mudança. Saiba mais em www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

Para ler mais:


Fato: a família é quem aceita ou não a expatriação.

Empresas brasileiras estariam planejando fazer com que os expatriados assumam algumas contas no exterior que, tradicionalmente, compõem o pacote de benefícios, caso do aluguel de casa e mensalidade escolar.  A justificativa: esse tipo de gasto é muito alto. A constatação é da consultoria EY. A informação é da jornalista Maria Cristina Frias, da Folha.
Ok, os gastos são altos e alguns cálculos apontam que um expatriado pode custar até 3 vezes mais que um funcionário local.
Mas por que mesmo a empresa oferece um pacote de benefícios ao propor uma transferência?
Porque convencer alguém a mudar de vida não é fácil. Podem falar que vão cortar ajuda de custo, a questão é manter a mobilidade atrativa. Agora se vai ser pagando isso ou aquilo, aumentando o salário ou dando um abraço, aí vai mesmo do perfil de cada empresa.
Eu fico aqui pensando...se o mundo corporativo olhasse um pouco melhor para as motivações pessoais, talvez fosse possível aliar economia com satisfação do expatriado.
É que um outro levantamento - dessa vez da Cartus Relocation - aponta que antes de qualquer benefício, para a maioria dos profissionais - 40%  - a ideia de que a família vai ser feliz no novo endereço é o que mais pesa na hora de aceitar uma transferência, seja dentro ou para fora do país.
De cada 10 entrevistados, apenas 2 consideram o impacto no salário como o fator mais importante na hora da decisão.
Então, em se tratando de mobilidade profissional, a conversa não pode se resumir à casa, comida e roupa lavada.
Ok, você quer uma orientação mais prática: como convencer o profissional e - principalmente - a esposa - ou o marido - e os filhos a aceitarem a expatriação?
Respondo com outra pergunta: O que seria de fato importante para aquela família, naquele momento?
Tem família que precisa só de uma orientação sobre possibilidades numa nova cidade, tem outras que precisam mesmo que se pegue na mão. Tem gente que requer apoio psicológico. Na maioria dos casos, na minha opinião, um processo de coaching para a esposa que acompanha o profissional transferido traz impacto positivo para toda a família.
A questão é que os pacotes de benefícios são no atacado, e mobilidade é varejo, mais que isso, é butique. Exige tratamento exclusivo, não só porque se está investindo alto num funcionário que - se tudo der certo - quando transferido, vai dar um alto retorno também, é porque uma transferência mexe profundamente com um grupo de seres humanos, inclusive com aqueles que ficam.
É...como muita coisa na vida, transferência de profissional dá trabalho. É...não dá para o RH cuidar de tudo...É pessoal, dói dizer, mas, nesse caso, apenas dinheiro não é suficiente. Seria fácil se fosse tão simples assim... 
Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
Estou no contato@leveorganizacao.com.br

Não desperdice nenhuma chance de viver a vida que você quer.
Carmem Galbes

Expatriação e o namoro antes do sim.

Se você chegou até aqui em busca de alguma luz que ajude a decidir por um convite de expatriação, a matéria da Revista Exame "Sete pontos para avaliar antes de aceitar um emprego no exterior" traz pontos bem interessantes a serem pesados. 
Basicamente, o especialista no tema, o professor do ISE  - Fernando Bagnoli - orienta o profissional a avaliar se os benefícios compensam a saída do Brasil; se você e a empresa estão afinados no motivo da transferência; e se você e a família estão realmente prontos para tamanha mudança de vida.
Eu achei  a matéria bem útil, mas é um banho de água fria!
A turma que está com barriga gelada e olhos brilhando por causa dessa oportunidade quer mais é  ter o visto de trabalho e partir. Só que eu também sou defensora do pensar-bem-até-cansar-sobre-o-assunto. Isso é fundamental para essa experiência ter chance de ser bem sucedida.
Mas e se você pensou, pesou, pesquisou e decidiu dizer não?
Bom, esse não foi um ponto abordado na matéria: o que vai acontecer se você recusar uma proposta dessas?
Sim,  porque o professor pode até ter dito que "expatriação não é garantia de carreira", mas quando uma empresa decide mandar um profissional pra lá da fronteira é porque acredita que ele vai dar bons resultados.
Então, dizer não - mesmo que justificado - também pode frustrar quem apostou em você e prejudicar sua trajetória profissional.
O que fazer então?
Não sei. Vou tentar perguntar para o professor.
Por enquanto, uma saída é ir ticando prós e contras e pesquisar livros, cursos, coaches, psicólogos, colegas, amigos...tudo, mas tudo mesmo que possa ajudar a te preparar para essa vivência.
Boa sorte!
Para ler a matéria da revista Exame, clique aqui.
Para mais textos no blog sobre expatriação e benefícios, clique aqui e aqui.
Se você precisa de um apoio mais de perto para decidir se a família aceita ou não o convite, fale comigo! Sei como ajudar!
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Carmem Galbes

Leve entrevista: Adaptação cultural e choque de identidade.





Era pra você estar feliz, já que estão em outro país, com upgrade no salário, usufruindo de benefícios.
Era pra você estar animada, mas nem a possibilidade de comprar a um preço nunca-antes-visto-na-história-da-sua-vida te faz abrir a porta.
Era pra você estar bem, afinal  tem a chance de fazer mil coisas que nunca teve tempo. Mas você está um caco...Pior, se sentindo horrível por se sentir assim.
Caaaalma. Você não está louca e é normal passar por isso quando se está em um ambiente desconhecido. Você vai entender mais adiante.
A conversa hoje é com uma especialista em mobilidade que nos apresenta um termo novo: a psicologia da expatriação.
Heloisa Yoshida - psicóloga, coach intercultural e sócia-diretora da Sistêmica Consultoria em RH – diz que ninguém passa imune a uma mudança de endereço - seja pra perto ou longe, exatamente porque mudança pressupõe que a vida já não será como antes.
Entre orientações para quem quer viver uma linda expatriação e dicas para melhorar o processo para quem já está longe, ela enfatiza: é preciso cuidar das mulheres expatriadas. Elas são o alicerce de uma expatriação bem-sucedida.
Obrigada Heloisa pela participação!
E você, aproveite!

Leve - De cada 10 expatriados em todo o mundo, 5 voltam para casa antes do fim da missão (Pesquisa Global Mobility Effectiveness). O principal motivo: falta de adaptação pessoal e familiar. Que choque cultural é esse que faz com que tantos adultos não suportem mais ficar longe de casa - por mais que esse “longe de casa” tenha data para acabar? 
Heloisa: A mudança do ambiente cultural - seja de um estado para outro ou de um país para o outro - é considerada um dos eventos mais traumáticos na vida de uma pessoa, ao lado da morte e da separação conjugal.
Antropologicamente falando, podemos dizer que a expatriação é um processo complexo de mudança de cultura, que exigirá da pessoa conhecimento das etapas do processo de ajustamento sociocultural.
É fundamental ter disponibilidade emocional para aprender e desenvolver  competências para lidar com o estranhamento que surge quando entramos em contato com novos valores, crenças, tabus, mitos, hábitos e costumes, ou seja, novas formas de viver, de se comunicar, de pensar e de se comportar. Se não estivermos dispostos a aceitar que a mudança não é só de endereço, teremos muita dificuldade em viver plenamente essa experiência.
É importante acrescentar outras situações que contribuem para o retorno precoce dos executivos e de suas famílias, como o casal de dupla carreira - isto é, quando os dois têm cargos de média gerência. Também são mais suscetíveis famílias com crianças menores de 5 anos, profissionais que prestam assistência financeira e ou emocional aos pais e parentes e casais que estão em crise conjugal.
A questão é que - normalmente -  o profissional e sua família ainda não são informados, como deveriam, dos sintomas físicos e emocionais resultantes do chamado estresse intercultural. Quando somos afastados do nosso ambiente, todas as dimensões do nosso ser são mobilizadas emocionalmente e fisicamente. Conhecer a psicologia da expatriação - ou seja - as fases, os sentimentos e sintomas característicos do processo de mudança de endereço pode ajudar a amenizar o choque cultural e, portanto, o retorno precoce.
A postura da empresa, nesse sentido, é fundamental para o sucesso da transferência.  Ter um programa de gestão que difunda a necessidade de uma educação intercultural e avaliar adequadamente se o profissional está apto para - em termos interculturais - ser transferido, ajuda a promover o sucesso de uma mudança.

Leve- É possível dizer que uma preparação para a expatriação não se trata somente de “guiar” a família por uma nova cultura e ajudá-la na adaptação? A mudança que uma expatriação provoca na dinâmica familiar e na vida do cônjuge pode ser mais dramática que o choque cultural?
Heloisa - É verdade, porque a transferência é do sistema familiar. A dimensão do choque cultural vivenciado pelos membros da família será decorrência da qualidade da interação – ou qualidade do relacionamento - entre os cônjuges e os filhos. Por isso, é importante que o casal esteja em sintonia fina para viver junto a experiência da expatriação.

Leve - Nesse trabalho de avaliar como somos capazes de lidar com o novo e o desconhecido, o que seria um indicativo de que ainda não estamos preparados para mudar de vida?
Heloisa - A globalização da economia internacionalizou o capital, as empresas, os profissionais, a família – enfim, as pessoas. Nesse contexto, os profissionais deverão, desde o início da carreira, procurar desenvolver competências como: comunicação intercultural, adaptabilidade social, habilidade de explorar outras culturas, motivação, flexibilidade, estabilidade emocional, habilidade de escuta, habilidade em administrar a ansiedade, habilidade de se afastar da família, habilidade de aprender na nova cultura, habilidade de administração do estresse intercultural, etc..

Leve - Para quem já está longe, como trabalhar a insatisfação para - assim - salvar a missão?
Heloisa - Uma sugestão para o executivo e sua família expatriada que estão vivenciando o choque cultural, ou seja, experimentando determinado grau de desconforto psicológico frente à psicodinâmica do estilo de vida em outra cultura, diria que procurasse entender e compreender o modo de se comunicar e de se comportar dos cidadãos desta cultura. Evitar impor seu ponto de vista cultural e passar a se comportar como os cidadãos desta cultura, que não violentem os seus valores culturais, sabendo que a sua permanência neste contexto é temporária e que o mal estar intercultural vai diminuir de acordo com a sua capacidade de relativizar e de flexibilizar.
Vale, também, procurar consumir cultura, fazer atividades esportivas de modo a diminuir os sintomas do estresse intercultural, além de manter contato com os parentes e amigos deixados na cultura de origem.

Leve - Gostaria de acrescentar algo?
Heloisa - O apoio e suporte para a mulher do executivo expatriado é um fator vital para o sucesso da missão  em outro contexto intercultural,  seja no Brasil ou no exterior. É a mulher que fica cara a cara com a cultura. É ela que vai lidar diretamente com as diferenças culturais, nas interações com os vizinhos, com a escola, com a rede de saúde, empregados, compras etc. Desse modo, prepará-la com antecedência para lidar objetivamente com a realidade do novo contexto terá reflexos sistêmicos no desempenho do executivo expatriado, na empresa e no sucesso da expatriação.

Esse é o seu caso? Está a frente dessa expatriação? Deixou os próprios interesses em segundo plano para apoiar a carreira do seu marido em outro lugar? Não está feliz com a sua mudança? Vamos conversar que eu sei como te ajudar!
Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...