Expatriação e a arte de aceitar o presente como um presente!

Olá, Coexpat!
É um passo que se dá.
É apenas uma decisão.
Uma única escolha e toda uma história pode mudar.
Outro dia assisti a um filme, sou péssima para indicar porque sempre me esqueço dos nomes...enfim - o enredo era mais ou menos assim: uma criança morre...muitos anos depois uma família - pai, mãe e filha - vai morar na casa que essa criança vivia. A mãe - de alguma forma - consegue viajar no tempo e contactar essa criança em vida. Ela consegue evitar a morte do garoto, mas isso muda toda a história da vida dela e de outras pessoas. Ela age certa de que fazia um bem. Mas nessa mudança ela perde seu maior tesouro: a própria filha. 
A história se desenvolve e tem um final feliz. 
Dei o spoiler para não perder a sua atenção com o fim do filme. 
O que quero mesmo é jogar luz sobre o que chamo de comparação cruel, uma postura muito comum entre parceiras e parceiros de profissionais transferidos: "a...se eu tivesse feito outra escolha...a...se eu não tivesse topado apoiar a carreira de outra pessoa...a...se eu não tivesse deixado o Brasil, a minha cidade, o meu emprego...a minha vida seria beeeem melhor do que é."
Seria mesmo?
Dois pontos:
Chegou o convite para a expatriação, sua vida mudará para sempre, aceitando ou não a proposta. Vez ou outra você - ou seu parceiro ou sua parceira -  irá fazer o exercício do "e se..." e isso pode ser bem angustiante, além de ter alta capacidade para ferir e provocar ressentimentos.
Sobre a comparação com o passado: o que a sua vida era é realmente o que era ou passou a ser uma criação bem florida da sua imaginação a partir da dor e do desconforto que você sente hoje?
Estudos mostram que memória não é memória de fato, mas uma versão, uma interpretação do passado a partir das emoções que sentimos ontem e hoje.
Essa abordagem que faço, essa provocação é mais para propor uma reflexão sobre as expectativas que você cria com relação ao novo endereço, à nova vida a partir de um passado que pode não ter sido assim tão maravilhoso como hoje você pinta.
Não estou duvidando da sua história, não é isso.
Também não tenho a loucura de acreditar que o passado não nos influencia, nem proponho que você tenha que amar logo de cara essa nova vida longe de tudo o que é conhecido.
Só penso que deixar o passado um pouco em seu devido lugar, reduz comparações, expectativas, cobranças e abre  espaço para as experiências do agora.
Taí um exercício bem legal: como seria sua vida hoje se você deixasse de viver no passado e se mudasse de vez para o presente?

Carmem Galbes

Sobre estar "em casa" quando se mora longe...

Olá, Coexpat!
Bolo de laranja. 
Comilança!
Conversa boa, nada se joga fora!
Tem riso leve, escrachado, debochado, gargalhada.
Pausa para o café.
Conversa séria, às vezes lágrima, às vezes raiva...
Pausa para pizza. Tem vinho, cervejinha gelada, riso fácil.
Corre contra o tic-tac. Angústia de doer!
Só não dói mais porque tem mais papo e comida boa na outra casa.
Suor para dosar o tempo e diminuir a saudade de todos.
Nem todo mundo entende a matemática e a ginástica de quem mora longe...
Visitar a família é coisa que se deseja e se planeja muito. Tem muita saudade e pouco relógio...
É tanto pra falar e pra ouvir que o bolo quase fica de lado.
Mas bolo é delícia, é carinho e aconchego que não se despreza. O que se ignora mesmo são os quilinhos que se ganha...
Quem mora "longe de casa" volta pra casa em que mora hoje sempre com excesso: de peso, de bagagem, de saudade, de causos, de dúvida, de certezas e de vontade de fazer tudo de novo!
E que venham o próximo feriadão, as próximas férias!


Carmem Galbes

Organize-se e cure-se dessa coisa ruim que você sente na sua expatriação!

Olá, Coexpat!
Exaust@?
Desanimad@?
Sem energia?
Parece estar gripad@, mas não tem coriza, nem febre, nem espirros?
Chorando do nada?
Com ódio do mundo?
Querendo voltar "pra casa" no primeiro voo?
Certeza que está deprimid@? Que precisa ser medicad@?
Certo, vá ao medico!
Mas saiba que pode ser que você não esteja doente. Pode ser que você esteja é desorganizad@!
Pode ser que o remédio seja:
✔️ Descartar o excesso e o lixo.
✔️Encontrar o melhor lugar para o que te serve.
✔️Deixar a casa Leve, prática, limpa e bonita.
✔️Criar uma rotina que te libere e não que te escravize.
✔️ Criar uma agenda com tempo para você se dedicar ao que te completa, te faz bem, te deixa feliz.
Organização é a base para uma expatriação plena e de realização.
O tempo é curto, a ajuda é escassa, os desafios são gigantes.
Então organize-se!
Bote as coisas e as ideias no lugar!
Resgate-se do caos!
Agarre essa experiência com unhas e dentes, porque ela - como tudo na vida - também vai passar!
E você vai perder a chance de ouro de aproveitar tudo o que pode da vida em uma outra cultura, em um outro mundo?!
Acordaaaaaa!!!!!!!

Carmem Galbes

Já que tem que fazer, que seja divertido!

Olá, Coexpat!
Que esse seja seu mantra: já que tem que fazer, que seja divertido!
Só quem já mudou de cidade algumas vezes sabe como pode ser lento o processo de formar novamente uma rede de apoio no novo endereço. Encontrar médico, dentista, açougueiro, diarista...leva tempo. 
Com meu vai e vem, minha estratégia é já tentar entrar em algum grupo de rede social da escola do meu filho, do prédio, enfim, de onde der para pegar informação e também simplificar ao máximo o cuidado com a casa: 
✔️Poucos móveis.
✔️Sujou-limpou.
✔️Pegou-guardou e coisas do tipo, além de dividir tarefas, claro!
Quanto à roupa, lavo e estendo o mais esticado possível, melhor se for no cabide. O objetivo é não precisar passar. Mas se não tem como evitar, eu passo. Passo mas me divirto! Como? Playlist!🎧 🎵 Minhas músicas favoritas são como um portal que me levam da área de serviço para a pista. E quando eu vejo, o passar passou!
Confissão: camisa vai pra lavanderia, sai mais barato!😂
E você, o que faz para lidar com as tarefas que você não curte e não tem como escapar? 
Como você deixa a sua rotina mais divertida? 
Já pensou que o lidar com a casa pode levar sua vida pessoal e profissional para outro patamar?
Já contei que foi depois que decidi organizar minha casa, como manda as técnicas de organização, que eu dei uma super e feliz virada na minha carreira?
Se eu não tivesse tido essa ânsia de botar tudo em ordem, talvez estivesse batendo cabeça ainda na minha vida profissional...
De tudo a gente pode tirar lição e inspiração!
Aprenda e inspire-se!

Carmem Galbes

Expatriação, suporte à carreira de outra pessoa e o tempo das coisas...

Olá, Coexpat!

Há tempo pra tudo...principalmente quando o assunto é expatriação, especialmente quando o assunto é apoiar a carreira de outra pessoa em outro lugar.
Há tempo de empacotar e de desembalar.
Há tempo de bagunçar e de organizar.
Há tempo de criticar e de se adaptar.
Há tempo de se assustar e de se maravilhar.
Há tempo de sentir saudade e tempo de não querer ir embora.
Há tempo de explorar o mundo e de olhar pra dentro.
Há tempo de se dedicar aos outros e tempo de investir em si.
Em que tempo você está?
Já deu tempo de se investigar nessa vida longe do ninho, de encontrar algo que encha seu dia e sua alma de alegria nesse endereço tão distante? 
Isso pode levar tempo também!
Mas isso não é motivo para menosprezar a busca pelo que te faz bem e pelo que deixa o mundo melhor!
Eu sigo aqui investindo em um novo projeto!!

Me fala de você!

Carmem Galbes

As partidas são de partir o coração...

Olá, Coexpat!
Partir...
Quem inventou as palavras não poderia ter sido mais competente em usar para dois verbos diferentes a mesma combinação de letrinhas, P+A+R+T+I+R:
- Ir
- Dividir
Nos últimos 17 anos o partir tem carimbado a minha história nômade, seja eu partindo da casa de alguém, seja alguém partindo da minha.
Ontem foram meus pais que partiram daqui.
Se o dia da chegada, melhor - se os dias que antecedem a chegada são uma delícia que fica ainda mais deliciosa com a estada de quem chega, o dia da partida é um horror. E na minha memória o dia da despedida parece sempre cinzento.
Ontem estava assim...
Ficar com a casa vazia, em silêncio, depois de tanta risada, conversa, passeios é muito dolorido.
Não me acostumo com as partidas...nunca...
Por que mesmo elas existem?
Por que a distância existe?
As partidas são de partir o coração...
Elas dividem a gente, fisicamente e nas nossas querências: é querer estar aqui e lá ao mesmo tempo...é querer voar e plantar ao mesmo tempo...
Já disse: não me acostumo com as partidas, nunca...
Mas amo as chegadas! Ah...como elas revigoram...
É...só não consigo ter uma coisa sem ter outra.
Um eterno chegar é loucura...é impossível.
Então vem cá partida, te abraço, te acolho, mas só porque sem você não teria o delicioso gosto das chegadas, só por isso...


Carmem Galbes

Expatriação: controle x direção.

Olá, Coexpat!
Tá tudo sob controle!
Vou perder tantos quilos em x meses.
Vou começar o curso tal.
Já estou fazendo a poupança para viajar para aquele lugar da moda!
Até o segundo semestre financio uma casa e um carro.
Já sei onde estarei daqui a cinco anos!
Sério?!
Está tudo dominado?
Tudo controlado?
Por quem?
Por você? Sério mesmo?!
Até que ponto os seus desejos são seus desejos mesmos ou só estão atendendo a uma demanda do seu entorno, do seu mundo?
Eu tenho que!
Eu tenho que gostar logo do meu novo endereço. Eu tenho que fazer amigos logo! Eu tenho que fazer logo uma coisa que pareça útil aos olhos dos outros. Eu tenho que ficar sorridente logo! Eu tenho que achar tudo lindo logo! Essa coleção de tenhos causa uma dor danada, paralisa e mina um dos processos mais mágicos de uma mudança de endereço: o processo de se reinventar!
Desligue o controle e assuma a direção!
Por menos cobrança e mais experimentação em uma mudança de cidade, de país, de ares!

Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...