Expatriação, direitos x benefícios.

Vira e mexe aparece pré-expatriado ou "prexpatriado" em busca de orientações sobre o que negociar com a empresa antes de partir lá "pro estrangeiro".
A gente sabe que os cartuxos são pessoais e cada empresa sabe - ou pelo menor deveria saber - onde o calo de seu talento aperta. Exemplo: se para alguns é importante ter um profissional para orientar a família lá fora, outros precisam é de ajuda antes mesmo da partida. Resumindo: cada "causo é um causo".
De concreto mesmo é que o trabalho de brasileiro no exterior é regulamentado. Detalhes da lei 11.962 você confere aqui.
Então, antes de negociar benefícios, é preciso ter na ponta da língua o que a empresa TEM que oferecer lá fora.
A advogada Aparecida Tokumi Hashimoto explica que, de acordo com a lei - em vigor desde 2009 - o expatriado tem basicamente os seguintes direitos:


  • Previsão de salário-base e adicional de transferência;
  • Reajuste salarial de acordo com a legislação brasileira;
  • Respeito aos direitos inerentes à legislação brasileira relativa à Previdência Social, FGTS e PIS;
  • Direito de gozo de férias no Brasil, acompanhado dos familiares, com custeio da viagem pelo empregador, após dois anos de estadia no estrangeiro;
  • Direito ao retorno custeado ao Brasil no término do período de transferência ou até mesmo antes, nos casos legalmente previstos (artigo 7º);
  • Direito a seguro de vida e acidentes pessoais - cujo valor não poderá ser inferior a doze vezes o valor da remuneração mensal do trabalhador - por conta da empresa, cobrindo o período a partir do embarque para o exterior até o retorno ao Brasil;
  • Direito a serviços gratuitos e adequados de assistência médica e social, nas proximidades do local laborativo no exterior;
  • A remuneração devida durante a transferência do empregado, computado o adicional de transferência, poderá, no todo ou em parte, ser paga no exterior, em moeda estrangeira. O empregado poderá optar, por escrito, em receber parcela da remuneração em moeda nacional, que será depositada em conta bancária;
  • O período de duração da transferência será computado no tempo de serviço do empregado para todos os efeitos da legislação brasileira, ainda a lei do local de prestação de serviços considere essa prestação como resultante de um contrato autônomo e determine a liquidação dos direitos oriundos da respectiva cessação (artigo 9º).
Para por na balança:
Custeio de passagem, de plano de saúde e de seguro de vida são direitos.
Bancar a adaptação da família, o aluguel e os estudos são benefícios.
Ter um "expatriador" competente para criar cenário e ambiente propícios para o expatriado e oferecer o que tem de melhor são...são tudo de bom, né?
Mudou ou está de mudança por causa da carreira de outra pessoa? Quer encontrar uma motivação pessoal, só sua nessa jornada? Fale comigo, eu sei como te ajudar!
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Carmem Galbes
Imagem: SXC

Expatriação na estante. Mineirinha n'Alemanha.

Olá, Coexpat! 
A gente navega, navega, mas como faz falta folhear.
Por isso essa parada na Estante.
Que tal pegar sua bebida predileta e aninhar-se no seu canto favorito? É que essa dica é bem minerinha, sabe.
O livro Mineirinha n'Alemanha é cria de blog. Mas a viagem "expatriática" da autora começou quando a internet ainda engatinhava.
Um estágio em comércio exterior levou - ou trouxe, dependendo do ponto de vista - Sandra Santos para a Europa há 18 anos.
Desde então, a mãe, esposa, profissional e expatriada vem vivendo e aprendendo. Então, por que não dividir essa bagagem, uai?
Para mais impressões e outras informações, dê uma passada no Mineirinha na Alemanha.

Leve - Como foi o começo da sua experiêcia no exterior?
Sandra - O principal desafio foi viver sozinha, dominar o idioma alemão e "domar" as saudades, isso tudo ainda antes da era da Internet.

Leve  - Quando e como surgiu a ideia de passar essa experiência de expatriada para o papel?
Sandra - Eu gosto muito de escrever e, em 2003, comecei a escrever um blog. Fui colunista do site "Viver na Alemanha". No final de 2008 lancei o livro "Mineirinha n'Alemanha", reunindo os principais textos, mais lidos e mais comentados de tantos anos virtuais.

Leve  - Que tipo de dicas o livro traz?
Sandra - O livro, como um blog, é muito eclético. Traz várias dicas de como é a vida no exterior, ajuda a driblar o choque cultural e é um apoio para entender a cultura alemã, com seus costumes e tradições. Fala sobre o mercado de trabalho alemão e mostra como fazer para adquirir a cidadania alemã.
O livro é uma indicação também para brasileiros que estejam pensando em emigrar para outros países, pois passa muito dos sentimentos e pensamentos de uma brasileira no estrangeiro.

Carmem Galbes

Expatriado, saiba o que fazer em casos de confusão, conflito, guerra...

Olá, Coexpat! 
Você, sua família, sua casa, sua rotina e - de repente - puf: parece que todo mundo ficou louco. É só gritaria, violência, saques, ameaças... E tudo parece tão cheio de poeira, de fumaça...E você tão longe de casa...
Tudo bem, exagerei. A gente sabe que as coisas não acontecem de estalo. Quem é conectado percebe a evolução da tensão, até que o conflito explode!
Aí, o que fazer?
Esperar ou agir?
Ficar ou partir?
Como somos um povo que acha que traz má sorte pensar no pior - quando o pior acontece - ficamos, na melhor das hipóteses, rezando-em-um-quarto-de-hotel-esperando-o-próximo-voo. Tem empresa que investe em gerenciamento de risco e tem pronto todo um esquema para socorrer seus expatriados, seja em terremoto, furacão, revolução, golpe de estado.
Mas quando a gente está longe da nossa terra firme, é muita viagem confiar que vai ter sempre alguém pra cuidar de tudo.
Então sempre tenha pronto o seu plano de ação!
O que levo na minha bagagem é o que guardei da experiência de enfrentar um furacão.
1 - Ao chegar ao novo endereço, informe o consulado brasileiro que você está vivendo no país.
2 - Tenha em alguns lugares: agenda do celular, anotado em papel dentro da carteira, na porta da geladeira os telefones de emergência da embaixada brasileira.
3 - Reúna em uma pasta todos os documentos e o que mais você considerar ultra-mega importante.
4 - Se você acha que o ambiente está estranho, deixe uma mochila pronta. Pense na pasta com os documentos, em roupa, remédio, dinheiro local e dólar, carregador de celular, água, comida. Um mp3 à pilha pode ser sua salvação. Quando não havia mais energia, nem bateria de celular, nem de tablet, foi o famoso radinho à pilha que nos manteve informados na noite do furacão.
5 - Defina com a sua família o ponto limite. Quanto vocês estão dispostos a aguentar até decidir partir para o aeroporto?
6 - Tente avisar alguém no Brasil sobre seus próximos passos.
No mais é respirar e tentar manter a calma.
Se você tiver outras dicas de segurança para expatriado, divida com a gente!

Carmem Galbes

Foto: Chris Hondros/Getty Images

Tarde, mas nunca - never!

Olá, Coexpat!
Feliz 2011!
Você: Ô, atrasilda!
Eu sei...
Mas desejo mesmo que você tenha um super ano, cheio de embarques e desembarques.
Confesso que nessas minhas andanças em terras maternas, o desbravamento tem me requisitado todo o tempo do mundo e mais um pouquinho.
Mas tenho saudade, e muita, das nossas blogadas "expatriáticas". Tanto que quando disse: chega, tenho que voltar ao blog, nem consegui esperar a sexta-feira, dia oficial dos nossos encontros.
Pra justificar a volta, fica a dica do blog do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior.
Espero te ver mais vezes daqui pra frente!

Carmem Galbes

Expatriação: família é tudo!

Podem falar o que quiser sobre família: que ela está mudando, acabando, falindo...
Mas é fato: família unida - ciente dos desafios e das oportunidades, que embarca junto na viagem - é a base de uma expatriação de sucesso.
Muita gente só descobre isso em meio à dor.
Sorte quando dá tempo de encontrar forças dentro de casa ainda durante a transferência, aí, geralmente, a família fica mais unida e forte. Triste quando as pessoas reconhecem que o relacionamento poderia ter sido diferente quando já estão de volta, com todo mundo frustado - ou pior - um longe do outro.
O ponto é: os profissionais de recursos humanos estão - finalmente - atentos ao peso do bem estar de todos: papai, mamãe, crianças, cachorro, peixinhos expatriados...
Pelo menos, foi isso o que eles mostraram no sexto forum da Associação Brasileira de Recursos Humanos, que tratou da relevância do RH no processo de expatriação.
Segundo a Associação Brasileira de RH, dos convites negados de expatriação, 8 em cada 10 são recusados pelo receio que a família tem de deixar o aconchego do lar e se aventurar em uma nova cultura.
Uma das palestrantes, Andréa Fuks, sócia da Global Line - empresa que atua há quase duas décadas com expatriação - resume a queixa de muitos expatriados.“A maioria das políticas de expatriação prevê apoio às questões técnicas e de problemas do dia a dia em relação à moradia e às questões legais, mas o que mais preocupa são as questões emocionais e aquelas que requerem um entendimento da cultura local.”
Além do papel da família, durante o encontro, foram debatidos temas que a gente, vira e mexe, trata por aqui, caso da repatriação e das transferências dentro do Brasil.
Quanto à viagem de volta, Andréa Fuks admite que a repatriação não recebe a atenção que merece.“É comum as empresas que apoiam seus expatriados se esquecerem de que há problemas após o seu retorno.”
Resultado: ou a empresa perde o profissional ou o profissional acaba perdendo o emprego.
Segundo Daniela Lima, também sócia da Global Line, “muitas vezes, a pessoa se super qualificou lá fora, aqui no Brasil a demanda não evoluiu na mesma velocidade e, no seu retorno, este funcionário não se encaixa mais no perfil da vaga disponível a ele.”
E quando a mudança não exige visto nem passaporte?
Para o gerente de mobilidade internacional da Petrobras, César Edney, a empresa deve ter, sim, mais cuidado com essa "expatriação interna". “Devemos considerar as mudanças de pessoas entre estados aqui no Brasil, pois há bastante dificuldade de adaptação para muitos.”
Então, conluindo:
- Família é tudo;
- O retorno é tão importante quanto a partida;
- Mudança é mudança, não importa pra onde, tudo muda!
Ah, outra coisa que fizeram questão de frisar durante o encontro: expatriado tem que ter alma livre, leve e solta, porque “uma carreira internacional nem sempre é glamurosa”, diz Andréa Fuks, da Global Line.
Mas isso a gente já sabia, né!

Se você não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
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Carmem Galbes

Que o diferente nunca fique igual, mas que todos os envolvidos em uma expatriação sejam valorizados!

Olá, Coexpat!
Quando eu nasci, os sutiãs já tinham sido queimados.
A minha mãe e o meu pai já acreditavam que fosse filho ou filha, tinha que estudar e se preparar para ser autossustentável.
Em casa, lavar louça e limpar o carro, fazer comida e tirar o lixo sempre foram vistas como atividades unissex.

Da minha parte: adorava ajudar meu pai com o carro, não conseguia evolução na cozinha - o que ocorre até hoje e sempre amei limpar e arrumar a casa, até hoje. 
Nesse momento de altos debates, e às vezes, de embate entre homem e mulher, admito: meus pais ainda são da antiga. Gente - absurdo - eles ainda acreditam que meninas e meninos são - no mínimo - biologicamente, fisiologicamente, neurologicamente diferentes. Pode? Nossa, na idade deles, que liberdade, eles podem tudo!
Para eles o humano tem de carregar um princípio básico: respeito, próprio e ao próximo. Para eles, menino e menina têm a mesma essência: raciocínio, sentimentos, emoções. Mas eles também acreditam que homens e mulheres conversam, pensam, sofrem e amam de maneiras diferentes.
Existem correntes que dizem que tudo isso é uma construção social. Defendem que meninas e meninos podem ser absolutamente iguais. Pode ser, ou não...mas acho que eu também acredito que somos de Vênus e eles de Marte, é isso, ou o contrário? Enfim, somos de planetas diferentes...me julguem, eu aguento!
Você: "ok, tudo bem, mas o que o salto tem a ver com a meia calça? O que esse assunto tem a ver com o mundo 'expatriático?"
Tudinho!
O ponto em que quero chegar é que, para uma expatriação dar certo, homem e mulher tem que embarcar juntos nessa, tirando proveito das igualdades e, principalmente, das diferenças, sejam nossas, sejam deles.
Se, na expatriação, levamos na mala a armadura, cada ponto positivo pode ser usado como arma para crítica, tensão e disputas. Aí, as habilidades de cada um, que deveriam equilibrar a relação, podem servir mesmo é para romper.
Só para exercitar, vamos supor a cena: tentativa de ida com os filhos ao parque depois do jantar.
Ela, cuidadosa: "crianças, ponham o tênis, peguem capacete e joelheira se quiserem andar de patins."
Ele, prático: "não precisa, vamos de chinelo, só pra andar um pouco por aí."

A partir daí, o que vem a seguir é só loucura:
Ela: "você não está nem aí 'pras' crianças."
Ele,: "para!"
Ela: "por que? Tá cansado, né? Só pensa no seu trabalho!"
Ele: "para, vai!"
Ela: "é só isso que você sabe dizer?"
Ele: "não! Eu quero dizer que não tem sido fácil a vida aqui e tem ficado pior com uma louca neurótica que só sabe reclamar e impor as suas vontades!"
Ela: "você não me escuta, não está nem aí pra tudo o que deixei pra trás para te acompanhar!"
Ele: "tudo bem, a gente volta, eu procuro outro emprego."
Ela: "vai a mer..!"

Ele: "vai você!"
E as crianças só queriam ficar em casa, na sala, com todo mundo junto. A pequena curtindo suas fantasias. O pequeno "quebrando" qualquer brinquedo. Mas os dois querendo ver papai e mamãe em paz, reclamando aqui, tirando sarro ali, resmungando acolá, mas juntos, cúmplices no crime de enriquecer a experiência de vida no exterior.
Você pode ter achado essa conversa machista demais. "Por que, no exemplo, papai trabalha e mamãe está em casa?"
Realidade, baby...Lembra que quando o assunto é família expatriada, de cada 10 famílias transferidas, 8 embarcaram por causa da carreira dele? Então, pelo menos quando o assunto é expatriação, o debate/embate ele x ela está ainda nos anos de 1950. 

Nesse caso, não defendo a igualdade, que aqui seria o casal tendo as mesmas oportunidades profissionais no exterior (isso seria maravilhoso, mas - na prática - cruel com os filhos). O que defendo é o mesmo nível de valorização das atividades exercidas, seja ele "botando o dinheiro dentro de casa" seja ela "deixando a casa em pé" ou vice-versa. Defendo a valorização da família expatriada como um todo, que - embora receba benefícios para deixar sua pátria - ainda embarca sozinha, rumo ao desconhecido e pode, sim, se despedaçar por falta de um olhar que admita que todos os envolvidos estão exercendo um papel fundamental para a expatriação ser um sucesso!
Se você sente-se só, sem apoio e não está feliz longe de casa, apesar de todo o potencial de enriquecimento que uma expatriação traz, não se convença que é assim mesmo. Converse comigo que eu sei como te ajudar!
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Carmem Galbes

Cinco perguntas e uma boa surpresa. Canadá.

No imaginário "expatriático", se o Canadá fosse uma pessoa seria linda, descolada, madura e responsável. E conversando por aí, parece que é isso mesmo.
Vamos lá:
O governo é parlamentarista.
A rainha é a mesma que a da Inglaterra, Elizabeth II.
A moeda é o dólar canadense, que na cotação de hoje vale R$ 1,67.
O segundo maior país do mundo em área tem um dos mais altos índices de desenvolvimento humano e é o 13o. na lista das nações com maior renda per capta.
Dizem que uma de suas principais marcas é o multiculturalismo.
Pelas contas do governo, 20% dos cerca de 33 milhões de habitantes são estrangeiros.
Inglês e francês são os idiomas oficiais. Mas pode-se ouvir por lá mais de 60 idiomas de 70 etnias.
Só que esse cenário não garante não uma expatriação tranquila, mesmo porque tal mudança parece ser muito mais um processo emocional que geográfio.
Mas quem pode falar um pouco mais pra gente sobre isso é a corretora de imóveis Marden Bastos.
Há 7 anos, a carreira do marido foi o passaporte para a mudança de toda família.
Ela aprendeu Inglês na raça, mudou de profissão e assumiu de vez a vida por lá.
Para quem está precisando daquele incentivo para aceitar o convite, aqui vão as palavras dessa mineira "Se um dia você decidir sair do seu país, prepare-se para os desafios, aprenda o idioma, ainda que só um pouco e, sobretudo, vá com os dois pés. Não deixe uma parte de si para trás, pois isso não ajudará na adaptação e também não ajudará a sua família. Não pense nas suas perdas e invista energia naquilo que você pode ganhar e conquistar. O passado passou e o seu futuro está nas suas mãos. Curta as estações, a cultura local e cada coisa que você tem hoje, mesmo que elas sejam menos do que você tinha antes. Procure coisas novas para fazer, participe de associações, voluntariados porque isso ajuda a fazer novas amizades e a entender a cultura local."
E aqui fica a dica, se você estiver a caminho do Canadá, dê uma passada antes no blog da Marden: Conversa entre Penélopes.

Cinco Perguntas:
Leve - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
Marden - Eu comecei a me sentir em casa no Canadá quando compramos nossa casa e aquela sensação de vida temporária - morando de aluguel em casa mobiliada que não era exatamente do meu gosto, não poder mudar nada, nem comprar muita coisa porque não tinha onde colocar - começou a dar lugar a uma continuidade de algo que havia parado.
Depois, quando meu inglês melhorou e eu perdi a dependência do meu marido para poder conversar.

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
Marden - Basicamente foram duas coisas. Primeiro foi não saber falar inglês. Meu marido veio ao Canadá participar de uma avaliação numa empresa que havia sido comprada pela empresa que ele trabalha e veio o convite para ficar. Nós não tínhamos planos de mudar.
Segundo foi engavetar meus planos pessoais, pois sem falar inglês eu não poderia pensar em trabalhar ou estudar.

Leve- O que faria diferente?
Marden - Eu entraria numa imersão de inglês para poder me sentir menos perdida. Aprender um idioma é fácil quando você ainda é criança. Não era o meu caso. Quando você tem de aprender do zero, com todas as instruções dadas numa língua que você não entende, isso vira coisa de maluco. Você usa todos os recursos possíveis e fala mais com a mão do que com a boca. É meio constrangedor, mas a gente tem de vencer a barreira da vergonha senão não aprende. É mais fácil desenvolver uma base, ainda que mal feita, do que construir uma às escuras. Assim, perde-se menos tempo e menos dinheiro.

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
Marden - Sim. Apesar dos muitos desafios vividos, é uma experiência muito enriquecedora. Além disso o Canadá é um país acolhedor e muito bonito, e que proporciona uma ótima qualidade de vida.

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
Marden - Concretizado: A nossa vida familiar virou realidade. No Brasil eu trabalhava 12 horas por dia, 6 dias por semana. Meu marido saia de casa às 5 da manhã e só chegava depois das 8 da noite. A gente só tinha tempo nos fins de semana que ele não era chamado para alguma emergência e quando eu não trabalhava. Aqui passamos a jantar juntos todos os dias, a sair depois do jantar com as crianças para os parques e passear de rollerblade, ou jogar bola, ou simplesmente andar à toa . Temos mais tempo juntos. Em seis meses estávamos morando na nossa casa, em 7 meses já tínhamos nossos carros. Todo mundo aprendeu inglês, fizemos amizades, viajamos.
Como gosto de lidar com o público, resolvi me tornar corretora de imóveis e fiz um curso técnico para isso. Agora estou fazendo novo curso na área de Home Staging e Home Redesign para oferecer um diferencial aos meus clientes e também criar uma carreira paralela à minha.
Não concretizado: fui dona de casa por um bom tempo até ter um nível de inglês para fazer novo curso. Minha idéia de reconhecer meu diploma em farmácia foi descartada depois de alguns anos, pois o processo é difícil, caro e longo, e eu iria atuar numa área da profissão que não gosto, que é a farmácia pública.

A boa surpresa:
Superar os obstáculos do processo, fazer novas amizades e criar novas possibilidades. Ver meus filhos crescerem sem medo de violência, aproveitando a adolescência.
Carmem Galbes

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...