Expatriada, nem por isso descabelada.

Olá, X!
Dia desses a gente conversava sobre aquelas coisinhas da vida que podem dar um up no dia-dia de quem está longe. Uma manicure, por exemplo.
Pensar na morte da bezerra, lidar com os medos, tratar das angústias pode ser mais fácil, ou no mínimo mais belo, quando fazemos isso fitando - mesmo com aquele despretensioso olhar baixo - unhas com cutícula em ordem, esmalte inteiro...
Naquele bate-papo eu dizia da dificuldade de se encontrar uma profissional no exterior mestre na arte de tratar as pontas dos dedos.
Mas para a expatriada Bianca - que vive na Espanha - difícil mesmo é encontrar depiladora e cabeleireiro competentes. Vai ver que é por isso que tantas Xs! conseguem deixar as madeixas mais longas durante a experiência “expatriática”...Vou parar na cabeleira...
A Bianca tem razão. Se no Brasil já é difícil você sair do salão com o corte que sonhava, imagine lá longe.
A primeira barreira é a da língua. Leva um tempo até você descobrir como pedir para cortar só as pontinhas, desfiar só um pouquinho, etc e tal.
Outra coisa, para evitar reclamação, tem profissional que faz exatamente o que você pede, se você não pede, não vai ter...No começo pode ser difícil aquela troca de ideia, tipo: “ai...o que você acha, vai ficar legal?”
E tem mais, entender a cultura local é fator decisivo para um bom relacionamento entre cliente e fornecedora. Por exemplo, não sei se os profissionais nos salões da Califórnia conseguem entender as tais das luzes californianas, bem famosas no Brasil.
Complicado mesmo pode ser na hora de acertar as contas. Não tem jeito, nas primeiras vezes é normal você ficar com aquela sensação de estar esbanjando...Mas cabelo é assunto delicado, na minha leiga opinião, vale o investimento em um profissional que vai te fazer sentir melhor e não pior!
O fato é que, mesmo pagando caro, tem serviço que exige muita reflexão, caso da “queridésima” escova progressiva.
A Veja dessa semana traz em uma matéria aquilo que a gente já desconfiava: a escova brasileira está domando os fios mundo afora.
Boa notícia para quem esperava as férias de fim de ano para correr ao salão brasileiro. Mas vamos com calma.
Dois pontos: no exterior o tratamento custa em média US$ 300, no câmbio de hoje R$ 540 - se bem que já defendi aqui que não acredito ser muito saudável ficar fazendo essa conta o tempo todo. A outra questão é a fórmula. No Brasil, muitos salões avisam já na recepção que não usam formol em seus tratamentos, por ser perigoso à saúde e por haver restrição da Agência de Vigilância Sanitária. Lá fora não há nenhuma restrição. Só que ninguém quer couro cabeludo queimado, fios danificados...ainda mais longe de casa.
Bom, o que posso fazer para tentar ajudar é dividir minha primeira experiência “cabelística” no exterior. Evitei tratamentos químicos no começo. Preferi conhecer a profissional testando a destreza dela com a tesoura. Resumindo: para não ter mal-entendido, tentei me garantir com um recorte de revista. Cheguei e disse que gostaria de um corte daquele jeito. Tudo bem que tem profissional que não gosta de ficar copiando. Mas senti que a cabeleireira ficou mais à vontade com a minha estratégia. Gostei do resultado. Ela da gorjeta. Fui para casa feliz!
Imagem: SXC

Comprar x alugar, mais um pitaco na sua dúvida.

Olá, X!
Ainda sobre o dilema comprar ou alugar lá fora.
Um brasileiro - dono de 60 propriedades em Londres - é um exemplo de como essa decisão exige pesquisa e sangue frio.
Expatriado há 9 anos, ele conta à reportagem da BBC que, em um ano de crise, perdeu 10% do que tem investido em imóveis.
No caso dele, o ciclo escassez do crédito - queda do consumo - desemprego resultou na perda de 40 inquilinos, a maioria estrangeiros que voltaram para a terra natal.
Para tentar estancar a debandada de moradores, o investidor teve que baratear o aluguel. Ele diz que o prejuízo só não foi maior porque os juros dos financiamentos das casas dele também cairam.
Como acompanhamos na entrevista abaixo, os especialistas dizem que o momento está bom para as compras.
O expatriado brasileiro ouvido pela reportagem diz que não pretende por a mão no bolso pelo menos até o ano que vem. Aí vai de cada um...
Imagem: SXC

X! Entrevista. Mercado Imobiliário.

Olá, X!
Comprar ou alugar?
Para quem está longe de casa e sabe que vai ficar nessa condição por um tempo determinado a resposta é quase certa. Mas em um momento em que os economistas dizem que o mundo já está na fase pós-crise e em que os preços de imóveis ainda está em baixa, a pergunta merece um pouco mais de reflexão.

O CEO do Grupo Catena&Castro, Inácio Rodrigo de Castro, especialista em marketing imobiliário, nos ajuda nesse processo.
Ele fala sobre os locais que apresentam as grandes oportunidades de investimento e alerta para os cuidados a serem tomados quando buscamos um imóvel no exterior.
Aproveite a entrevista!

X - O expatriado é um morador que está de passagem. Mesmo longe de casa ele considera a famosa questão “comprar ou alugar” um imóvel?
IRC - Nossa experiência comprova que 90% dos expatriados procuram imóveis para alugar. Quando compra um imóvel, o expatriado está buscando um investimento, não uma moradia.

X - A inadimplência no setor imobiliário levou a uma queda no preço das moradias. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, os preços seguem cerca de 11% mais baixos em comparação a 12 meses atrás. O momento é de comprar?
IRC - Nos últimos 2 meses cresceu significativamente o interesse em compra de imóveis em cidades como Nova York e Miami. Isso é um sinal de que o investidor está otimista com relação à recuperação desse setor. A crise - apesar de cruel para quem perdeu a casa - acabou criando um terreno interessante para investimento, com excelentes ofertas e forte tendência de retomada de preços.

X - Quais países guardam grandes oportunidades de negócios? De quais lugares os brasileiros devem ficar longe das compras?
IRC - Rússia é um dos países emergentes mais promissores tratando-se de mercado imobiliário. Os países da América do Sul também. Mas o brasileiro deve voltar os olhos mesmo é para o Brasil. Relatórios, como o do Banco Mundial, colocam o Brasil entre os cinco países mais interessantes para investimentos no setor.Ressalto que um dos fatores mais relevantes na aquisição e investimentos imobiliários é a segurança do capital investido. Não aconselho investir em países com sérios problemas políticos e instabilidade governamental.

X - O que levar em consideração na hora de comprar um imóvel no exterior?
IRC - Comprar imóveis por preço que tenham liquidez no futuro, ou seja, que não fuja da média de preço da região. Buscar lugares e cidades que tenham sempre uma grande demanda por investimento e contar com uma assessoria profissional para verificação da documentação e todos os impostos devidos a serem recolhidos.

X - Quais as principais armadilhas do mercado imobiliário internacional?
IRC - A compra de imóveis no exterior não é tão simples como parece, pois existem inúmeros procedimentos a serem seguidos - desde o envio da remessa financeira para o pagamento do imóvel desejado até o recolhimento de impostos que é peculiar em cada país. O importante nesse processo de compra internacional é a contratação de profissional especializado para assessoria completa. A compra direta entre investidor e proprietário não é aconselhada em lugar algum do mundo, principalmente tratando-se de uma compra em outro país.

X - Há fontes de pesquisa ou de informação para o brasileiro que pensa em comprar uma casa em outro país?
IRC - Existem sites internacionais que podem auxiliar no estudo de mercado e preços, tanto de venda como de locação. Indicamos o condo.com.
Orientamos ainda que o investidor pesquise a situação da cidade em que pretende adquirir um imóvel. Podem ajudar na decisão informações como segurança, infraestrutura, investimento público, potencial de valorização, sistema de transporte...

Contratando.

Olá, X!
Essa vai para quem está “doidio” para voltar, mas não sabe por qual caminho.
Um ano depois do início da chamada maior crise econômica desde 1929, as notícias parecem ser mais amiguinhas.
Um levantamento conduzido em 35 países pela consultoria de recursos humanos, Manpower, revela que as empresas no Brasil estão entre as que mais vão contratar no último trimestre do ano, atrás apenas da Índia.
A expectativa é que os setores de serviços e financeiro sejam os campeões em contratações.
A China é outro país que vai abrir vagas. Nas Américas, Colômbia e Argentina também pretendem aumentar seus quadros de funcionários.
Já os empresários dos Estados Unidos e México indicam que vão, no máximo, conseguir manter o número de colaboradores.
O estudo está na edição de hoje do Valor Econômico - matéria disponível só para assinantes.
Pela pesquisa, as demissões no período devem ocorrer principalmente na Europa, Oriente Médio e África.
Pedro Guimarães, diretor comercial da Manpower Brasil, disse ao repórter Rafael Sigollo que "o mais importante é que não se trata apenas de simples otimismo, mas de planos concretos das companhias para aumentarem seus quadros."
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"Pirambulando"

Olá, X!
Já conversamos várias vezes sobre a importância de cuidar da saúde do corpo, da mente e da alma quando decidimos embarcar na aventura da expatriação.
É que pode acontecer cada coisa nesse processo...a lista é grande: tem de dor de barriga à depressão.
Navegando por aí, fiquei sabendo que estamos sujeitos a desarranjos ainda mais estranhos...
Por exemplo, você conhece a síndrome de Stendhal?
Pois é, ela atinge estrangeiros maravilhados com as atrações mundo afora. Sim, tem gente que enlouquece com tanta beleza! Os sintomas são vistos mais em mulheres solteiras, com menos de 40 anos, que viajavam sozinhas e se manifestam sob forma de vertigem, perda do sentido de identidade, falta de ar, taquicardia e alucinações.
Em geral, dizem os especialistas, as pessoas melhoram assim que deixam o local, fonte de tanto encanto.
Segundo a matéria publicada no Le Monde e divulgada pelo Uol, “essa síndrome acomete (principalmente) japoneses que vão morar em Paris e não conseguem se adaptar, deprimidos por uma cidade que não é como eles haviam idealizado.”
E sobre a síndrome da Índia, já ouviu falar?
Os ocidentais são as principais vítimas. Segundo Régis Airault, psiquiatra que trabalhou no consulado de Mumbai, o choque cultural é tamanho que alguns perdem a cabeça. "A viagem, como uma separação, uma mudança, pode causar um colapso nervoso nas pessoas...Essa desconexão física parece se produzir com mais facilidade em certos lugares carregados de sentido pela história e pela cultura de origem da pessoa", explica.
Então o negócio é ficar atenta. Ninguém está livre de "pirambular", de dar umas piradinhas esporádicas, o bom é que para algumas delas a gente já consegue dar - pelo menos - nome!
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Cinco perguntas e uma boa surpresa. Cingapura.

Olá, X!
Dessa vez o olhar de expatriada vem da Ásia.
Um caldeirão cultural, Cingapura - com C ou com S, as duas formas são encontradas - está entre a Malásia e a Indonésia. República parlamentarista desde 1959, quando deixou de ser colônia britânica, o país é uma potência industrial e tecnológica, além de ter um forte mercado financeiro. Diferente do que se vê nos outros tigres asiáticos, o valor do trabalho em Cingapura não é barato, um dos sinais do alto nível de escolaridade dos habitantes.
A moeda é o dólar de Cingapura, que na taxa de hoje vale R$ 1,27.
Mas quem fala um pouco mais sobre o país, inclusive no que se refere ao impacto da crise econômica, é uma paulista que fez as malas para acompanhar o namorado expatriado.
Maria Claudia Araujo desembarcou por lá há 5 meses, tempo que ainda carrega uma boa carga do que eu chamo de TPM, tensão pós-mudança.
A Relações Públicas diz que já se articula para entrar no mercado de trabalho cingapuriano. Enquanto isso ela detalha o dia-dia por lá em seu blog.

A gente agradece as dicas!

Cinco Perguntas:
X
- Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
MC - Antes de mudar para Singapura passei um semestre na Holanda, a trabalho. Como meu namorado é holandês, morava com ele, o que facilitou muito o processo de adaptação. Apesar de algumas diferenças como o clima, comida e idioma, eu me sentia verdadeiramente em casa. Já em Singapura, não posso dizer o mesmo. Estamos aqui há quase 5 meses e sei que ainda é cedo para afirmar que não me sinto em casa, mas o país é realmente muito diferente do que estava acostumada, até na Europa. Mas Singapura é um país multicultural, com 4 idiomas oficiais - inglês, mandarim, malaio e tâmil - e gente do mundo inteiro, e fica difícil absolutamente todo mundo se sentir em casa, né? Mas ao mesmo tempo que não me sinto em casa, também não me sinto uma estranha no ninho. Não tive grandes choques culturais.

X - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
MC - A parte mais difícil é a busca por trabalho. Tenho uma boa formação e inglês fluente, e achei que fosse ser muito mais fácil conseguir um emprego do que está sendo. Mas há dois agravantes: o primeiro é o momento atual - as empresas não estão contratando muita gente e, se contratam, têm que dar preferência para os cingapuriano (iniciativa do governo); e o segundo é o meu visto - como não sou casada, não tenho visto de dependente. Mesmo meu visto estando atrelado ao do meu namorado, quando uma empresa quiser me contratar vai ter que tratar da papelada no ministério e muitas empresas preferem contratar alguém que já esteja com a situação regularizada.

X - O que faria diferente?
MC - No momento, ainda não posso avaliar o que gostaria de fazer diferente. Estou muito confortável com as decisões que tomei, inclusive a de não casar só por causa do visto.

X - Toparia ser expatriada de novo?
MC - Sem dúvidas!! Essa já é a terceira vez que moro fora (a primeira foi em Barcelona para estudar, a segunda na Holanda e agora Singapura) e adoro. É uma oportunidade única para viver novas experiências, se reinventar, mudar a rotina... é trabalhoso, e às vezes difícil, mas vale muito a pena!!

X - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
MC - Eu esperava um país moderno, limpo e seguro - exatamente o que encontrei. A tranquilidade de morar aqui não tem preço. Também esperava morrer de calor e não gostar da comida local, o que também aconteceu! Mas nada impossível de administrar. A expectativa de encontrar emprego rápido virou pó, mas ainda tenho esperança que, quando a economia der uma melhorada, novas oportunidades apareçam.

A boa surpresa:
A possibilidade de viajar para vários lugares tão distantes do Brasil que eu nem sonhava! Tailândia, Malásia, Bali, Ilhas Maldivas, Camboja, Vietnam... é tudo aqui "do lado"!

Quando a manicure não vai na bagagem.

Olá, X!
Diante da complexidade da experiência, você pode pensar com os seus cantinhos do dedão: “quem está preocupada com as unhas em meio à tanta coisa nova?”
Pode acreditar, se você é uma fiel cliente das profissionais brasileiras vai, sim - entre um suspiro e uma espiada para a cutícula gritando - sentir no peito a dor da saudade de quem deixava você pronta para dedilhar por aí.
Mas o interessante mesmo é perceber de que forma um episódio carregado de pecado - a vaidade - pode indicar como o preconceito ameaça deixar seu dia-dia em terras distantes menos produzido e, portanto, um pouco mais difícil.
Lembro que deixei o Brasil com a plena convicção de que ou aprenderia a cuidar das minhas próprias unhas ou iria ter de aceitá-las como são. Motivos: o alto preço e a baixa qualidade do serviço das manicures que atuam em outros países. Isso é o que falam por aí...Então, tentei de tudo: de unhas postiças - horrendas - ao faça você mesmo - um desastre.
Até que, abrindo a mente e batendo papo, consegui uma indicação. Cheguei a um salão de vietnamitas. Sim, em Houston, são elas as experts no assunto.
Claro, claro, elas tiram cutícula, lixam as unhas e fazem uma massagem que avança até ao antebraço. Nada de esmalte borrado. Trinta minutos, 15 dólares e 20% de gorjeta depois, você está pronta! Pé e mão saem por 25 dólares. Com o suporte de uma conta bem rápida, você argumenta: 50 Reais pé e mão, fora a gorjeta? Um absurdo!
Eu digo: enlouquecedor é ficar convertendo os gastos sem fazer o mesmo com os ganhos...mesmo assim rola uma culpa...O que pode acontecer é você não se dar esse trato toda semana...
Mas nem é esse o ponto que eu quero chegar. O fato é que, de volta para casa, fui, sem medo de ser feliz, para a manicure. Pasme! As duas experiências foram frustrantes até agora: as “magas” no assunto arrancaram cada bife que vou te falar.
Não sei se é a cultura americana de processar todos por tudo, se é o cuidado ou a delicadeza das profissionais, sei lá, mas nunca vi uma pontinha de sangue enquanto o alicate trabalhava no salão que eu ia em Houston!
Ok, manicure é cargo de confiança, vou ter que encontrar a minha! Será que tem vietnamita por aqui?
Olha o preconceito, menina!
Imagem: SXC

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...