Levanta
a mão a expatriada que ao dizer: "puxa, não estou feliz aqui..." ouviu
aquela super dica da amiga que segue no ninho: "tenha paciência!"
Outro
dia, uma querida perguntou: "mas o que quer dizer exatamente ter
paciência em um uma vida que você não entende o que falam, não é
compreendida, está longe do que é conhecido, distante dos amigos, sem o
colo dos parentes, sem o reconhecimento da vida profissional e
sobrecarregada com o fato de ser a ponte entre a
família e a nova cultura e - ao mesmo tempo - ter que lidar com as
próprias angústias?
Ai
Machado, diz pra amiga da minha amiga o que você pensa sobre a
paciência! "Suporta-se com muita paciência a dor no fígado alheio."
Pois é... como é chato ouvir "tenha paciência" quando se está sofrendo. Mas por
mais que a gente odeie essa frase com cara de crítica, paciência é
quase um mantra em uma expatriação, especialmente para a mulher que
deixa muita coisa de lado para acompanhar o marido em uma transferência
profissional.
É
preciso ter paciência para suportar o tempo de estudo até se sentir
mais confortável com o idioma local. Paciência para aceitar que, com
dedicação, você vai - sim - ter vocabulário mais rico para poder expor
suas opiniões como uma adulta, não como uma criança de 5 anos. Paciência
para suportar a distância e criatividade para matar a saudade.
Paciência para aceitar que tem hora que é você mesma que precisa se dar
colo. Paciência para entender que você pode ser a atriz coadjuvante
agora, mas vai chegar o momento também de escrever a sua própria história e ser a estrela
dela. Paciência com o seu papel de ponte, que tende a ficar mais ameno
conforme a família vai vivendo...Paciência com você, com o fato de ser
tudo muito novo. Paciência com o fato de você ter que mudar o seu modo de
pensar, sentir e agir, o que sabemos que não é tarefa fácil.
Então inspire-se em Rousseau, que sintetiza bem como é quando precisamos nos munir dessa tal virtude: "a paciência é amarga, mas seu fruto é doce."
Confesso
que não me sinto lá muito confortável com essa palavra, tenho medo que
ela seja geneticamente modificada e vire conformismo...mas levo comigo
sempre um estoque de doçuras para aqueles dias em que a gente fica em
dúvida se está sendo paciente, trouxa ou medrosa:
"Tudo
tem seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito debaixo do
céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Tempo de plantar e tempo de
colher. Tempo de matar e tempo de curar. Tempo de destruir e tempo de
edificar. Tempo de chorar e tempo de rir. Tempo de prantear e tempo de
dançar. Tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras. Tempo de
abraçar e tempo de se separar. Tempo de buscar e tempo de perder. Tempo
de guardar e tempo de lançar fora. Tempo de rasgar e tempo de costurar.
Tempo de calar e tempo de falar. Tempo de amar e tempo de odiar. Tempo
de guerra e tempo de paz." Eclesiastes 3, 1:8
O tempo agora é de ter uma realização pessoal, só sua, nessa expatriação que foi provocada pelo seu marido? Não saber por onde começar? Fale comigo! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
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Carmem Galbes
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