Expatriada e as viagens a trabalho do marido: que dor é essa?

"Querida, tenho que viajar."
Não é preciso dizer mais nada...aliás, nada do que se diga aí vai fazer o clima ficar bom...
Uma transferência profissional vem acompanhada de muitas delícias e algumas dores também...e entre as dores que mais doem tem uma que está entres as mais mais: viagem de negócios.
A viagem a trabalho acaba machucando por uma série de motivos: pela solidão, ressentimento, sobrecarga e insegurança de quem fica e pela solidão, perda de espaço, de intimidade e de voz no ambiente familiar de quem vai.
Já vi muita gente mudar de endereço por causa do trabalho e o marido/pai mal ficar na nova casa por causa das benditas viagens.
A pergunta - sem resposta - que fica é: "se você viaja tanto, por que afinal tivemos que fazer toda essa bagunça na rotina, não poderíamos ter ficado onde estávamos?"
Mas o objetivo aqui não é jogar mais lama nesse tema tão sensível...é oferecer estratégias para você não afundar a cada partida.
Receita? Não tem, porque cada família sabe onde a coisa pega.
O que eu fiz foi reunir algumas dicas de expatriadas que passam por isso. Antes que me acusem de machista, entenda clicando aqui porque assumo o fato da mulher ficar e o homem viajar.
Seguem as dicas que já ouvi por aí:
  • Deixe o marido/pai sempre a par do que acontece em casa e com as crianças. Faça com que ele saiba das conquistas e dos desafios dos pequenos. 
  • Peça a participação dele, mesmo à distância, nas decisões.
  • Explique como é a rotina da casa e das crianças e combine com ele para que essa rotina seja mantida quando ele não estiver viajando. Assim, nas próximas partidas não vai ser um sufoco fazer a casa "funcionar" de novo. E essa é uma boa estratégia para que ele sinta que, sim, ele é parte de toda essa engrenagem.
  • Ao mesmo tempo, admita pequenas quebras na rotina quando ele estiver em casa. Isso pode soar como: "papai não fica muito em casa, mas quando está tudo é uma delícia!"
  • Planejem o dia para que ele faça atividades corriqueiras com as crianças: ir e voltar da escola, tarefa de casa, alimentação, banho, sono...
  • Aproveite o tempo que ele estiver em casa para ficar bem. Avalie o custo-benefício de tentar resolver nos três dias que ele está por perto todos os problemas acumulados nos quinze dias que ele ficou fora.
  • Ao mesmo tempo converse com ele. Se for preciso, combinem um horário para que vocês possam conversar com calma. Não espere que ele adivinhe as dificuldades e angústias que você enfrenta a cada viagem dele.
  • Não deixe que a distância esfrie a relação de vocês: surpreenda-o com bilhetinhos, docinhos, presentinhos na mala...
  • Quando toda a família puder, aproveite para viajar com ele!
  • Seja feliz com o que vocês têm agora!
  • Aproveite as viagens para retomar o clima de lua de mel!
  • Viva em eterno clima de namoro!
Devem existir muitas outras estratégias para lidar com as viagens da melhor forma possível, recomendo que você se coloque no "modo" positivo para lidar com isso. É mais fácil a gente ser criativa quando estamos envolvidas por bons pensamentos e bons sentimentos.
Sem querer puxar sardinha para ninguém...mas é que, às vezes, tenho a sensação de que algumas expatriadas se ressentem porque acreditam que o marido gosta de estar longe...será mesmo?
Olha só o que mostra essa pesquisa feita por professores da Fundação Getúlio Vargas com executivos que fazem pelo menos 20 voos por mês e viajam nessa intensidade há, pelo menos, 10 anos:
  • 96% recorrem corriqueiramente a álcool para relaxar; 
  • 95% tomam, continuamente, algum tipo de medicamento; 
  • 55% fazem uso de psicotrópicos.
Então essa situação não é fácil para ninguém! O que vocês vão fazer para ela não ficar pior ainda?

Carmem Galbes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! É um prazer falar com você!

Expatriação e divórcio.

Olá, Coexpa t ! Eu poderia começar esse texto com números sobre a taxa de separação entre os casais que embarcam em uma expatriação. Númer...