Expatriação: como você está se preparando para esse furacão?

Comparo a experiência de viver em outro país com a experiência de enfrentar um furacão.
Tive a honra de passar pelas duas.
Além de rimar, vejo semelhança entre expatriação e furacão por dois motivos: os estragos que podem causar e como um bom planejamento por reduzir danos.
Meu encontro com Ike foi em 2008, em Houston, Estados Unidos.
O governo americano teve tempo para se preparar.
O furacão se formou no Caribe. Foram sete dias até atingir o litoral do Texas. Nesse tempo foi decretado estado de emergência. As pessoas estocaram água, comida enlatada, lanterna e pilhas e prepararam acampamento no local mais protegido da casa. Fomos orientados a separar documentos e a arrumar uma mochila. A empresa que meu marido trabalha providenciou hospedagem em Dalas, mas decidimos não deixar a cidade. Até hoje não sei se foi pela minha veia jornalística ou pela total falta de noção de perigo...
E meu encontro com Ike foi mais ou menos assim "O balanço das janelas nos expulsa da cama. Por várias vezes o vento diminui, o barulho fica longe, de repente vem um estrondo. Parece trem fantasma. Não me atrevo a ver nada pela janela. Lá pelas cinco da manhã tudo acalma. Calmo até demais. Nenhuma sirene. Nenhuma voz. Nem pingo d'água. Andar pelos corredores totalmente escuros do condomínio não é nada agradável. Na rua, raízes para o alto. Semáforos - os que resistiram - piscando. Dá uma tristeza...profunda. Água: só engarrafada. Gasolina: 50 cents mais cara, fora a fila para abastecer. Sem sinal de tv. Internet: emprestada. Todos são suspeitos. Toque de recolher à noite. Escolas fechadas."
Foi uma experiência interessante? Hoje eu digo, com certeza, que foi. Mas na época foi um sentimento horrível de vazio. Foram meses de improviso. Demorou para aquela sensação de "normal" voltar. Mas aconteceu: aos poucos a cidade foi se reconstruindo e nossa trnquilidade também.
Houve estragos? Muitos! 582 mortos e 29 bilhões de dólares em prejuízos, um dos maiores causados por furacões.
Houve algum saldo positivo? Sim! No comportamento: mais tolerância, organização e disposição em ajudar.
Mas qual é mesmo a relação entre expatriação - especialmente aquela provocada pela mudança por causa da carreira do marido -  e furacão?
1 - Você pode evitar os dois. No caso do furacão, você pode deixar a área antes de ser afetada. No caso da expatriação, você pode dizer não.
2 - Se você decide encarar, você terá que lidar com perdas. Mas com organização, planejamento e preparo, há chances de os danos serem reduzidos. Durante um furacão você perde, no mínimo, a tranquilidade e o conforto. Na expatriação também, além de rede de apoio, emprego...Mas você pode se planejar para não perder o que realmente é importante. No caso do furacão a vida. No caso da expatriação a identidade, a fé em você mesma.
3 - Se você decide encarar e se prepara para isso, o vendaval chega, bagunça tudo, mas há grande chance de você ficar mais resistente, mais experiente depois de passar por isso. No caso do furacão, você vai ter acumulado mais informações de como agir na próxima temporada. No caso da expatriação você vai ter adquirido mais ferramentas para lidar com a mudança, seja de endereço, de rotina, de estilo de vida...
É isso, o furacão existe! A preparação não vai fazer com que ele desapareça, mas pode reduzir os estragos, pode evitar que te derrube de vez.
E você, como está se preparando para esse furacão que é uma expatriação?
Não tem ideia de como se organizar pra tanta bagunça? Vamos conversar. Posso te ajudar! Estou sempre no contato@leveorganizacao.com.br
Mais informações: www.leveorganizacao.com.br

Carmem Galbes

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