Cinco perguntas e uma boa surpresa! Itália.

Olá, Coexpat!O destino de hoje tinha tudo para exercitar os sentidos, e a moda, a culinária, a arte, os vinhos poderiam ser alguns dos caminhos para isso.
Pena que as delícias italianas têm sido ofuscadas nos últimos tempos pela recessão - que já teria acabado - e corrupção. Uma das potências da zona do Euro está com quase 8% da população economicamente ativa sem emprego. Em 2010, o endividamento do país pode corresponder a 127% do PIB, seria o mesmo que dizer que toda a riqueza que a nação produzir no ano que vem não será suficiente para pagar a dívida.
Tem ainda a desmoralização política, com denúncias contra o primeiro ministro Silvio Berlusconi.
Mas essa é uma visão muito calculista sobre a “Bota”. Que tal uma pitada mais pessoal sobre a vida, especialmente a de brasileiros, na Itália?
A Cristiane será nossa guia. A história dela como expatriada começou há dois anos. O amor por um italiano fez com que partisse do Rio rumo a Florença.
O relato sóbrio da Cristiane só faz aumentar a crença de que, sim, somos capazes - quando queremos - de fazer seja lá o que for. “Uma frase que eu gosto muito e que devemos levar sempre no pensamento, independente do país que a gente viva: nosso tempo nesta terra é sagrado, e devemos celebrar cada momento", diz.
Para mais detalhes da vida pela Itália, dê um pulo no Notícias da Bota, o blog dela.
Valeu Cris!

Cinco Perguntas:

X - Como foi o processo até você realmente se sentir em casa em outro país, ou isso nunca aconteceu?
Cris - O processo realmente é muito lento, devagar quase parando. Não posso dizer que não me sinto adaptada (acredito que o pior já passou), mas também não posso afirmar que me sinto totalmente em casa. Vamos dizer que estou no meio do caminho, que, às vezes, me sinto em casa, mas em algumas ocasiões sinto que jamais vou conseguir. Quando estou aqui, sinto falta do Brasil, mas quando vou ao Brasil de férias, sinto falta daqui, da minha casa. Não me sinto em casa aqui, e também não me sinto em casa no Brasil. Um dia eu chego lá...

Leve - O que é ou foi mais difícil durante a sua expatriação?
Cris - O mais difícil de tudo é a concorrência desleal com os "nativos". Eu nunca vou conseguir disputar com eles nada com igualdade de condições, isso implica na vida profissional. Eu tinha uma vida profissional definida e de sucesso no Brasil, e aqui, por mais que eu estude, retorne pra Universidade, por mais que eu me esforce, nunca vou conseguir chegar ao ponto que eu cheguei no Brasil. E tudo isso simplesmente porque sou estrangeira. Abrir mão da minha vida profissional foi o mais difícil de tudo.

Leve - O que faria diferente?
Cris - A única coisa que eu faria diferente seria estudar mais línguas...Inglês, francês, alemão, chinês...todas as línguas que eu pudesse! O motivo? Quem fala diversas línguas aqui encontra portas abertas para todos os lados. Quanto mais idiomas você fala, mais portas abertas você encontra!

Leve - Toparia ser expatriada de novo?
Cris - Taí uma pergunta que eu não sei te responder! Hoje eu diria que não, que eu não teria saco para recomeçar...Mas meu espírito aventureiro pode falar mais alto...é um mistério!!!

Leve - Quais expectativas se concretizaram e quais viraram pó depois da mudança?
Cris - A expectativa de voltar a estudar se concretizou. Recomecei a universidade numa área diferente que eu exercia no Brasil. Acho que para o meu curriculo, principalmente se algum dia eu voltar a viver no Brasil, será algo grandioso. O que virou pó, ou está virando pó, é voltar a trabalhar na minha área de atuação, que é Recursos Humanos.

A boa surpresa:
Descobrir, através da experiência, que o ser humano é completamente adaptável e que a felicidade existe dentro da gente, independente da onde vivemos e das pessoas que nos rodeiam.

Um comentário:

  1. O post ficou perfeito !!! Gostei muito de participar do X ! Obrigada pelo convite !

    Bom fim de semana pra ti!

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Olá! É um prazer falar com você!

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