Endereço real, mundo virtual e o jeitinho brasileiro.

Olá, X!
Que saudades!
Eu juro que venho tentando manter uma certa regularidade em nossos encontros, mas a mudança de endereço vai além de acertos geográficos. É móvel pra comprar, utensílio pra lavar, roupa pra guardar, papelada pra organizar e serviços, muitos serviços para instalar. A rima - bem ordinária, aliás - é só para lembrar que essa rotina ameaça abalar até esse seu resistente bom humor.
Exemplo: o mundo virtual pode avançar o quanto quiser e na velocidade que puder, que o mundo real sempre vai estar lá para lembrar que as coisas não são tão fáceis quanto um click.
Só agora, depois de quase um mês na casa definitiva - até segunda ordem - tenho, finalmente, acesso à internet.
Tentamos a Oi. Mas parecia até uma espécie serviço pré-pago. A rede ficava disponível no máximo 15 minutos por dia e caía. Depois de algumas conversas no call center e muitos números de protocolos, decidimos mudar de fornecedor. Agora é torcer para dar certo!
O bom é que, se o Brasil segue pecando pela qualidade no fornecimento de serviço, ainda é possível encontrar gente com boa vontade, funcionários que querem resolver - independente do logo que representam, do salário que recebem, etc e tal.
Pode não parecer, mas isso ajuda enormemente. O tal do jeitinho - alvo de tanta crítica - é o que tem segurado a barra de muitas empresas, inclusive das gringas.
É muito interessante. Lá fora o protocolo soa muito profissional. O funcionário que entra na sua casa para prestar um serviço segue todo uma metodologia. Primeiro ele vai ter certeza de que o espaço pode receber o tal serviço. Se há algum empecilho, passa o caso para o apoio técnico, não tem muito essa de ficar buscando soluções criativas junto com você. Ele só segue em frente se está tudo ok. Aí sim separa equipamentos e ferramentas. Preenche os formulários. Faz a instalação. Ele não aceita água, não puxa conversa e procura ao máximo não agredir costumes. Lembro do caso de uma amiga japonesa que pediu para o instalador da TV a cabo tirar os sapatos para entrar na casa dela. Ele disse que não faria isso - entendo: o chulé, a unha grande, a meia rasgada, enfim...mas o fulano tinha uns saquinhos para envolver os sapatos que possibilitaram o desfecho diplomático para a cena. Sem crise.
Aqui o cara pede água, pede para usar o banheiro, aproveita para observar a casa enquanto procura o cabo da TV, brinca, sem crise também...A vantagem é que se a internet não funciona, o ser, sem cerimônia, bate à porta do vizinho, pede o moden emprestado para testar e descobre que o aparelho que está na sua casa tem defeito. E quando você percebe, o vizinho, o bichinho de estimação do vizinho, o ajudante do prédio...tá todo mundo na sua casa na batalha para você poder entrar na internet!
E assim as coisas vão se resolvendo e se encaixando. Assim a repatriação vai acontecendo. Assim a gente volta a se falar. Que bom!
Imagem: SXC

2 comentários:

  1. Menina certa vez levei um suíço na praia e uma mulher nos olhou e disse: 'menina passa bastante protetor nesse branquinho, hein'... Ele virou para mim querendo saber se era preconceito hehhe ri muito... E para ele entender que brasileiro é assim... comprimenta/sorri/dá palpite para quem nem conhece hehehe
    Seja bem-vinda a terrinha.
    Beijão!

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  2. Olá, Ro!
    É isso mesmo, o povo chega sem cerimônia...é engraçado!
    Obrigada pelas boas-vindas!
    Bjs.
    Carmem

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Olá! É um prazer falar com você!

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